(Narração da Autora)

(NO)

O dia amanhecera limpo em New Orleans, para Don isso era um claro deboche já que a noite havia sido um completo pesadelo. Ele havia descido ao pátio para clarear um pouco a cabeça e pensar em como contar aos amigos o que acontecera horas antes.

 Stella havia acordado, mas ele pode jurar que na verdade não era ela quem estava por trás daqueles olhos arregalados de medo que encontraram os dele. Depois disso ela não acordara mais.

O detetive esfregava os cabelos de frustração. Já havia perdido Jessica e agora estava prestes a perder Stella. Voltou para dentro da construção, aquela brisa fresca e aqueles raios de sol estavam gozando da sua cara.

Chegou ao quarto, abriu a porta devagar e nada havia mudado desde a hora que saíra. Ficara observando Stella respirar calmamente, seu peito subia e descia em um ritmo leve. A porta do quarto se abriu e o médico entrou na sala.

_Bom dia Sr. Flack. – Ele disse.

_Bom dia Dr. Shepherd. – Disse não muito animado.

_Como foi a noite da Detetive Bonasera? – Ele perguntou colocando a mão na testa para ver se ela estava com febre.

Don pigarreou e demorou alguns segundos para finalmente responder:

_Ela abriu os olhos... – disse vacilante – mas ela pareceu não me reconhecer.

_Como é? – Disse Mac que acabara de entrar no quarto.

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(Narração de Mac Taylor)

“Passei a noite na varanda do hotel. Não conseguiria dormir por vários motivos. Primeiro porque Stella estava no hospital, segundo porque já dormira por tempo suficiente nos últimos três dias e por fim, porém, não menos importante não conseguiria dividir a cama com alguém que não fosse minha grega dos olhos verdes.”

“Já passava das cinco quando percebi que Carol estava levantando.”

_Hey, não conseguiu dormir? – Perguntou me abraçando por trás.

“Só acenei com a cabeça e ela se colocou ao meu lado na sacada. Ainda estava de pijamas e um hobby cobria seu corpo. A brisa que corria balançava levemente seus cabelos.”

_Agradeço por passar a noite aqui Carol – comecei a falar – e agradeço a preocupação, mas eu tenho que ser sincero com você... – finalmente me virei a encarando – Nós dois... juntos, não dá mais!

_Como assim Mac? – Ela perguntou já com lágrimas nos olhos.

_Eu estou terminando com você Carol. – Disse por fim, e posso afirmar que não me sentia bem assim há tempos.

_É por causa dela não é? – Ela me olhou, seus olhos cheios de lágrima não demonstravam tristeza e sim mágoa, ou quem sabe até raiva.

_Ela tem nome Carol. – Ela riu debochada – E sim é por causa da Stella.

_A “Stella” – Ela disse o nome com todo deboche que conseguiu em sua voz – se esfregou em você a noite inteira para te deixar louco? Se ofereceu antes daquele lugar vir abaixo?

“Eu juro que estou fazendo um esforço enorme para não perder toda a minha compostura com Carol. Tento entender que ela está chateada. Tento entender que eu só fiz mal para ela a fazendo acreditar em um amor que nunca existiu, mas eu não a deixaria falar o que bem entendesse de Stella, teria que colocá-la em seu devido lugar.”

_Na verdade Carol – disse no tom mais calmo e controlado que consegui – fui eu quem correu atrás dela a noite toda, fui eu quem me esfreguei nela e quem quase implorou pelo amor de Deus que ela me amasse como eu a amo.

“Não consegui acompanhar todas as emoções que passaram pelo rosto de Carol, mas a última eu gravei bem; fúria.”

“Um tapa bem estalado foi depositado em meu rosto e provavelmente deixará marcas, mas eu não me importei, sei que foi bem merecido.”

_Isso não vai ficar assim Mac. – Dizendo isso ela voltou ao quarto e arrumou suas malas na velocidade da luz. Voltei a me apoiar no parapeito da varanda e fiquei a observar o dia amanhecendo.

“Quando voltei para dentro do quarto não havia vestígios de Carol passara por ali. Tentei não pensar mais nela mesmo quando sua última frase ficava rondando minha cabeça “Isso não vai ficar assim Mac”. Procurei ignorar qualquer possível significado para isso e finalmente consegui quando entrei debaixo das águas quentes do chuveiro e me permiti pensar em Stella. Seu sorriso bobo, seu olhar determinado, seu perfume embalando meus sentidos e seu beijo, haaa o seu beijo. É quase como se pudesse senti-lo.”

“Pensar em Stella revigorou meus sentidos. Terminei meu banho o mais depressa que pude. Coloquei minhas calças e uma camisa que Sheldon me emprestara. Não havia passado nem 50 minutos e já estava a caminho do hospital.”

“O céu amanhecera limpo e os raios de sol aqueciam através do vidro do carro. Cheguei ao hospital e já passava um pouco das 7. Caminhei pelos corredores brancos em direção ao quarto de Stella”.

“Chegando perto ouvi Don falar algo com uma voz um tanto incerta e ao mesmo tempo dolorida que fez meu coração parar e tive que me apoiar no vão da porta para permanecer de pé.”

_Ela abriu os olhos... – Don disse com uma voz rouca – mas ela pareceu não me reconhecer. – Finalizou como se fosse um sussurro.

_Como é? – Perguntei me apoiando no batente da porta. Os dois homens olharam para mim assustados com minha presença.

_Olá Sr. Taylor. Bom dia! – Me disse o médico e eu somente assenti.

_Don, o que disse? – Olhei para o moreno que apenas me fitava desiludido.

_Eu... a Stell..

_Senhorita Bonasera abriu os olhos essa noite Detetive Taylor – O médico cortou Don – Mas o Sr Flack acha que ela estava meio atordoada e não o reconheceu. – Minha cara deveria transparecer o meu desespero porque ele emendou – Mas nós só teremos certeza quando ela acordar de vez.

“Caminhei até a beirada da cama de Stella e acariciei seus cabelos. Seu peito subia e descia calmamente. Os machucados em seu rosto estavam começando a criar casquinhas ou cicatrizar e passei meus dedos sobre eles. Não sei quanto tempo passei assim, em silencio a admirando, mas quando me virei nem Don e nem Dr Shepherd se encontravam mais no quarto.”

_Oh minha linda. – Uma lágrima desceu pela minha bochecha – volta para mim eu te imploro.

“Beijei sua mão e deitei minha cabeça em sua cama e deixei mais lágrimas rolarem.”