Nisi Amare escrita por LA_Black


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

notas/LA_Black: Voltamos! Capítulo novíssimo, que não supera toda aquela coisa de chamego, amor, imprinting, carinho do capítulo 11, 'maaas' joga vários mistérios e soluções para vocês. Ah, capítulo passado eu esqueci de colocar aqui o trailer novo que fiz para a fic. Antes que digam, "ah LA_Black, 3º trailer? Pra quê?", eu respondo, "sim 3º trailer". Motivos: O 1º ficou uma vergonha, podre mesmo. O 2º ficou melhor que o primeiro, e continuou ruim! O 3º me convenceu de que a história presta, então, assistam.Link: http://www.youtube.com/watch?v=2XYH5vNSZO0Boa leitura amores de meu coraçãozinho ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/363405/chapter/13

— Jacob!

Uma mulher de pele cor de oliva e olhos âmbar gritava para o menino sentado na areia. Os cabelos escuros dela chicoteavam em suas costas e rosto enquanto tentava, inutilmente, domá-los. Ela usava um maiô esverdeado com bolinhas em um tom mais claro de verde. De alguma forma, a roupa combinava com seu corpo, mesmo não tendo nada a ver com o estilo que a moda ditava.

— Vamos, Jacob! Não acredito que meu príncipe guerreiro está com medo — falou divertida, colocando as mãos na cintura pouco arredondada. Dar à luz a três filhos, sendo dois deles, gêmeos, não lhe deixara mais magra do que era na juventude.

— Não. — Franzindo as sobrancelhas escuras, iguais às do pai, Jacob cruzou os braços. Ele se lembrava de quando tentara nadar. Não fora nem um pouco divertido. A água havia entrado por seu nariz e boca, e, tentando não se afogar, acabou o fazendo.

— Não confia em mim? — Perguntou, aproximando-se do menino.

Jacob juntou as mãos e começou a torcer os dedos, atitude comum na sua infância, quando estava em dúvida de algo. Era verdade que estava com medo, mas isso não significava que não confiava na mulher. Seria um bobão, como Jared dissera uma vez, se não confiasse nela.

— Confio — respondeu por fim.

— Então venha. — Com uma desenvoltura impressionante, a mulher pegou Jacob no colo e o fez abraçá-la com pernas e braços. — Pronto? — O menino apenas escondeu o pequeno rosto em seu pescoço, fazendo-a sorrir.

Em pequenos passos, a mulher caminhou para o mar. Quando os pés tocaram a água, ela soltou um “quase lá” para a criança e a apertou contra si, sentindo-a estremecer.

— Estamos dentro! — Falou animada.

— Quero sair, mãe! — Jacob choramingava, sentindo a água salgada lhe molhar até o peito.

— Você sabe nadar — tentou soltar as mãos de Jacob de seu pescoço.

— Não sei.

— Sabe sim, Billy lhe ensinou.

— Mas eu vou me afogar!

— Escute bem, Jacob William Black, — o tom sério na voz da mãe fez o menino erguer os olhos marejados — você não vai se afogar. Agora, solte os braços.

Temeroso, mas munido de uma coragem que o assustava, Jacob largou o pescoço de Sarah.

— Isso — segurou as mãos do filho. — Agora as pernas — pediu e foi prontamente atendida.

Com o coração batendo na garganta, o menino separou-se da mãe.

A água agora batia em seu pescoço.

Sua primeira reação foi desesperar-se, a segunda, foi olhar para os olhos incomuns que o fitavam, passando o ânimo e a confiança de que precisava para começar a balançar as pernas e os braços em movimentos ritmados.

— Estou nadando! — Gritou, dando uma gargalhada em seguida.

— Você está nadando! — Sarah parecia mais realizada que o próprio filho. — Eu disse que você podia!

— Mas a senhora é minha mãe! Não valia. — Jacob comentou com diversão, batendo a mão na água e a jogando na mãe.

Sarah estava resplandecente. O brilho da maternidade a deixando cada vez mais linda.

O sorriso gigante em sua face estava refletido no rosto do filho. Era incrível. Apesar de Jacob ser todo Billy Black, aquele sorriso era seu. Mesmo entusiasmo. Mesma capacidade de brilhar e aquecer quem estivesse por perto.

Seu pequeno príncipe guerreiro estava de volta.

— Ainda está com medo? — Questionou o filho, após o fim das brincadeiras.

— Não — Jacob respondeu, colando as costas na mãe.

— Bom. — O sol agora começava a se por, fazendo Sarah admirar o espetáculo de cores. — O medo é somente sua cabeça falando. Não deixe que ela lhe diga o que fazer, certo? — Jacob assentiu, mesmo sem entender muito bem o que a mãe queria lhe dizer. — Não tem medo aquele que tem fé — falou em um sussurro, como se lembrasse de algo.

— E o que é fé?

— Fé? Fé é acreditar. Só isso. Se você acredita com muita força, você tem fé. – Acariciou os cabelos lisos do filho, sorrindo-lhe com doçura. — Toda a fé de que você precisa, está dentro de seu coração. Siga-o sempre. Faça dele sua religião e aí saberá que nunca errou.

— Ele não tem medo?

— Quem? O coração? — Jacob confirmou. — O que você acha?

— Acho que ele tem medo — girou o pescoço e pousou os olhos castanhos em Sarah —, mas a fé é maior.

— É... A fé é maior, filho. — Sarah virou Jacob para que ficassem frente a frente. — Você será muito feliz, meu príncipe guerreiro. — A fala foi mais uma previsão, do que uma benção.

— Vou sim e a senhora vai estar sempre comigo.

A mulher sorriu tristemente. Tinha certeza de que aquilo não seria possível. Não era pessimista, mas sabia que mudar-se para La Push não fora o suficiente. Fugir nunca seria a chave para se ver livre deles. Felizmente, graças a seu infortúnio passado, ela conhecera Billy. Seu marido viciado em assistir jogos na TV e torcedor ferrenho dos Seattle Seahawks. E ele lhe dera três filhos lindos, que ela trataria de educar e amar enquanto os deuses permitissem.

...

Não foi o sonho com a mãe que despertou Jacob. Nem os cantos dos olhos molhados. Nem o aperto no peito, que ele sempre sentia quando se lembrava de Sarah. Foi o barulho da porta abrindo-se e Embry entrando no quarto sem cerimônias.

— Jacob! Levante logo dessa cama, cara!

— Que foi? — Perguntou para o amigo, o volume da voz muito mais baixo que o de Embry.

— A mãe da sua amiga aí — apontou com o queixo para Kahli, deitada quase em cima de Jacob — está chegando.

— Chegando? — Jacob praticamente se desmaterializou da cama para o chão, a camisa escura que ele usava enrolando na cintura e a bermuda mostrando parte da cueca branca. — Como assim chegando?

— Chegando, chegando, Jacob! Com suas próprias pernas e com o Elias à tira colo – Embry revirou os olhos numa mistura de tédio e obviedade.

— Droga!

— Isso mesmo! Droga! — Em questão de segundos, batidas na porta da frente soaram.

— Droga!

— Você já disse isso.

Mostrando possuir um “timing” perfeito, Kahli escolheu aquele exato instante para acordar.

A garganta seca e cabeça latejando foram as últimas coisas em que prestou atenção. O corpo, ao invés de notar as partes doloridas, percebeu que estava sozinho na cama. Então, como reflexo, a mente fez os olhos procurarem por Jacob.

Encontrou-o de costas para si, conversando com um dos amigos, Embry se estivesse correta. A camiseta, bagunçada na cintura, mostrava parte de uma linha negra sobre a pele. Na noite anterior não percebera que Jacob tinha uma tatuagem nas costas.

As expressões dos lobos não eram amigáveis, mas Kahli sentiu o clima pesado no quarto, apenas depois de chamar a atenção dos rapazes.

— Tem algo errado? — Questionou para ninguém em especial.

— Está tudo bem. — Jacob respondeu, aproximando-se dela. Apesar do rosto calmo, os olhos entregaram-no.

— O que está acontecendo, Jacob?

Uma parte do alpha, a perceptiva, entendeu que Kahli não era o tipo de pessoa que deixava as coisas “para lá”. Ele engoliu em seco, escutando Sibila bater na porta.

— Não vão atender a porta? — Sentou-se no colchão, abraçando a cintura com um braço, como se o gesto pudesse diminuir a dor incômoda do corte.

— Está sentindo dor? — A preocupação evidente na voz de Jacob não a fez mudar as ideias.

— Não mude de assunto — o negro encontrou o castanho. — O que está acontecendo?

— Sua mãe está aqui. — Embry entrou no meio da conversa, quebrando a troca de olhares e fazendo Kahli ficar de pé.

— Minha mãe? Mas ela... — Kahli olhou de Embry para Jacob, querendo que a informação fosse mesmo verdadeira. — Ela está aqui? Eu achei que ela... — Engoliu em seco e correu pelo corredor a fora.

— Mas que droga, Embry! — Dando um empurrão no amigo, Jacob seguiu Kahli. Ele chegou a tempo de ver a moça abrindo a porta, e encontrando Sibila e Elias.

Desde o instante em que notara o desaparecimento da filha, Sibila movera mundos e fundos para descobrir o paradeiro de Kahli. Seu primeiro pensamento foi que ela havia sido sequestrada, assim como os outros. Tudo indicava que isso acontecera. O sumiço dela, a casa revirada, a porta trancada.

Elias foi o nome que saltou em sua mente. Ele poderia ajudá-la. De fato, ele ajudou.

Após percorrerem toda a vizinhança procurando por Kahli, sem nenhum progresso, avistaram os lobos.

Seth bem que tentou esconder a verdade, mas os outros – que acreditavam haver apenas uma relação de protetor e protegido entre Jacob e Kahli, não hesitaram em dizer o que ocorrera de verdade.

Depois disso, toda a preocupação com o bem estar de Kahli sumira, dando lugar ao ódio ferino pelos Black. Ódio, este, que ela não se importava de não esconder, mas fazia questão de não admitir para ninguém o porquê.

— Sibila, por favor, vá com calma.

— Calma — sorriu friamente. — Estou calma — a batida na porta mostrou o quão calma ela realmente estava.

E, quando Sibila foi recebida, tudo que conseguiu ver foi Jacob parado a uma distância pequena dela. Uma distância curta o bastante para que em menos de cinco passos ela conseguisse acertar um tapa no rosto dele.

Felizmente ou infelizmente, a opinião variava de acordo com as muitas pessoas que assistiam e participavam da cena, Sibila não teve sua ideia concretizada.

Kahli entrou na frente de Jacob, ignorando as dores e o fato de que, com o ato, ficaria declaradamente contra a mãe.

— Não.

— Kahli...

— Quer motivos para não fazer isso? — Olhou para Sibila, a desafiando. — Os transfiguradores foram feitos para serem mais fortes que os humanos comuns, isso quer dizer que qualquer tapa que a senhora der em Jacob nada irá provocar, a não ser, talvez, um osso quebrado em sua mão. Está fazendo um papel ridículo aqui, quando deveria agradecê-lo por ter salvo a vida de sua filha, eu. Se não fosse por ele eu não estaria aqui. — Kahli observava a expressão da mãe fechar-se cada vez mais. — Quer outra razão? Sou eu quem deveria estar nervosa aqui.

— O que quer dizer? — Sibila elevou a voz e Elias pousou a mão em seu ombro, tentando acalmá-la. Não adiantou.

— Quando nossa casa estava sendo atacada por a... — a palavra “aqueles” ficou entalada na garganta de Kahli. A questão era que o evento da noite anterior lhe marcara e essa marca ainda não havia desaparecido. Era cedo demais para tal. — Eu fui procurá-la em seu quarto e a senhora não estava — as orbes escuras ficaram marejadas. — Eu fiquei sozinha e se não fosse por ele, — agarrou a mão de Jacob, a apertando contra sua palma — se não fosse por Jacob Black, o filho do homem que a senhora declara odiar, eu não estaria aqui. Tem noção do que eu passei? Do que eu senti?

— Me desculpe por não estar lá, filha. Eu... — a mão que estapearia Jacob, apertou seu peito. — Aconteceu um problema e eu tive que resolvê-lo. Deveria ter avisado você, mas eu não achava que aconteceria isso.

— Mas aconteceu, e você nem ligou para isso quando entrou aqui. A única coisa que lhe preocupou foi esse ódio infundado por um cara que não tem nada a ver com o seu passado.

— Eu já pedi desculpas, Kahli! — O desconforto de Sibila aumentou quando percebeu os olhos castanhos de Jacob a encarando. Os mesmos olhos que lhe enxergaram anos atrás. — O que mais quer que eu faça?

— Peça desculpa a Jacob.

— Claro — a ironia se fez presente em seu tom. — Não vou me desculpar, muito menos agradecer. Elias não o chamou aqui para proteger os nossos? Pois então, não fez mais que sua obrigação.

— Não acredito que disse isso.

Kahli escaneou a sala, observando desde Jacob, que estava ao seu lado, até os outros rapazes quileutes que acabavam de chegar e Elias, prostrado detrás da mãe. A última, ela fez questão de virar o rosto. Naquele momento queria não ter nenhum parentesco com Sibila. Ela estava com vergonha, mas não era só isso. Uma parte dela buscava a aceitação de Jacob pela mãe, o que não aconteceria tão cedo.

— Sibila, não acho que aqui seja o melhor lugar para discutirmos. — Elias tentou apaziguar a atmosfera e conseguiu, até a mulher abrir a boca novamente.

— Tem razão — olhou para o homem e depois para a filha —, vamos embora.

Transcorreram-se cerca de cinco segundos antes que Kahli tomasse a decisão que mudaria tudo.

— Não — apertou a mão de um Jacob estarrecido.

— O que disse? — O rapaz ao seu lado e Sibila questionaram juntos. A pergunta parecendo ser a única coisa que ambos podiam concordar.

— Não vou.

— Kahli, não brinque comigo — a mãe se aproximou perigosamente.

— Não estou brincando. A senhora não respeitou Jacob e, muito menos, honrou seu nome quando o rechaçou. Mentiu para mim ontem à noite e não se preocupou comigo desde o momento em que pôs os pés nesta casa. Não vou com a senhora a lugar algum.

— Elias! — Olhou para o homem buscando uma solução, sabia que a filha tinha uma característica muito peculiar de não voltar atrás em suas palavras. Uma atitude que Kahli havia herdado dela.

— Eu disse para você ficar calma — respondeu o homem dando de ombros.

— Kahli... — Jacob chamou-a. A voz grossa tentando apaziguar a confusão de pensamentos em sua cabeça.

— Não vou voltar para a casa dela, Jacob.

O alpha puxou-a de lado, tentando um pouco de privacidade com a jovem.

— Kahli, não acredito que essa seja a solução. — Jacob falou, notando que, poucas horas após seu primeiro “contato” verdadeiro com sua imprinting algo tinha que dar errado. Eles não poderiam ter conversado calmamente e se conhecido aos poucos? Não. Se fosse diferente, seu nome não seria Jacob William Black (antigamente, só Jake).

— Eu entendo que você não queira que eu fique aqui e... — Kahli interpretou os dizeres do rapaz erroneamente.

— Não é isso. — Ergueu o rosto de Kahli com ambas as mãos. As palmas tocando a pele dela novamente, com uma tensão diferente da noite anterior, quase o desviaram de seu foco. — Sua mãe mora no centro. Não acha que é melhor ficar lá? Mais seguro? Ela é sua mãe.

— Mas não se lembrou disso quando entrou aqui — suspirou audivelmente segurando as mãos de Jacob com as suas. — Vocês moram em cinco aqui e quase não cabem dentro desta casa minúscula. — Sorriu contida, sendo seguida pelo lobo. – Eu vou ficar na casa de Samantha. Seth sabe onde é, qualquer coisa me procure. Tudo bem?

— Tenho a impressão de que mesmo que eu não concorde você o fará — comentou divertido.

— Sim. — Respirou fundo, olhando para onde a mãe estava e depois para Jacob, novamente. Ela não queria deixar os olhos castanhos, nem a pele quente dele. O que era estranho, mas, após os eventos passados, poderia ser compreensível. Ele a salvara. — Pode ir comigo até lá. Hoje a Sam está de folga, além disso, vou precisar de ajuda com minhas coisas.

— Não deixaria você andar sozinha por aí, nem que me pedisse.

— Ótimo — sorriu satisfeita enquanto virava-se, ficando de frente para os outros. Por alguns instantes Kahli esquecera-se de que não estava sozinha com Jacob e, quando encontrou o olhar estranho de Sibila sobre os dois, estremeceu. Nunca tivera razões para ter medo da mãe, mas considerou isso nos minutos seguintes. Poderia jurar que a sombra que passara pelos orbes escuros da mãe era muito mais que um nervosismo causado por sua recusa em voltar. Aquilo era inveja.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

notas/LA_Black: Gostaram? Sim, não, talvez? Me digam nos comentários. Aguardo ansiosamente por eles, posso demorar uma eternidade para respondê-los, mas leio todos e coloco todas vocês em minhas orações, certo? Sim, hoje eu estou meio emotiva... Não sei porquê... Beijinhos e nos vemos no próximo.