A Deslocadora - a Rosa Negra escrita por BuriChan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Começa a história da Sammy! XDDD



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Capítulo 1

by BuriChan

 

 

 

         O sol brilhava no céu azul, azul teoricamente claro, porque os céus de Nova Iorque estão mais pra cinza, mas isso não vem ao caso, era a chegada de mais um verão, empolgação por causa das férias de verão. Dei uma última olhada no meu antigo quarto, antigo porque estamos de mudança, dá pra acreditar que ele fez isso conosco?

 

 

         Ele é o meu pai, tipo o meu pai é uma cara estranho, bonitão, mas ainda assim estranho.

  

         Meu irmão Justin não está nem ai se a gente vai morar na porcaria da Califórnia, aonde meus avôs morram. Sabe é um mistério... Como meu irmão pode ser TÃO bonito e ser TÃO anti-social?! Não é porque ele é meu irmão, mas o Justin é alto como o papai, tem cabelos pretos e ondulados, e os olhos? Deus porque você deu a ele os olhos azuis e não a mim?!

  

         Pelo menos eu teria feito melhor uso daqueles olhos.

  

         Tudo bem, eu admito sou baixinha, mas quem me chamar de nanica morre! Eu sou a presidente da minha classe, quer dizer ERA a presidente da minha classe e vice-presidente do conselho estudantil, sabe quanto eu lutei para chegar onde eu havia chegado? Quantas horas estudando horrores para ter notas altas e quantas horas perdidas de sono para arrumar-me antes de ir para o colégio? E agora descobrir que tudo havia sido em vão. 

  

         Minha turma fez uma festa de despedida para mim, até cartazes escritos “Sam sentiremos sua falta!” e “Boa Sorte Sam.” eles fizeram, juro que quase chorei, e apesar de toda essa popularidade, eu sabia que em uma semana eles me esqueceriam, com exceção do Jorge é claro.

  

         Jorge é o meu melhor amigo, ele é super fofo, me ajudou a escolher a roupa que estou vestindo para essa viagem, a saia jeans da Caca Le’Blanc, uma estilista que está em alta, a saia vai fazer meu pai enfartar e não é pelo preço não, pelo menos dinheiro nós temos. Papai é um médico muito famoso na área dele.

 

 

         -Sammy! Cariño, o avião vai acabar decolando sem a gente. - meu pai falou com aquele inglês hispânico dele.

  

         Papai é descendente de espanhóis, por isso ele tem a pele morena, é tão alto, tão sexy e tão… não há explicação lógica para o papai ser solteiro, acho que ele tem medo de que eu e o Justin nos sentíssemos ameaçados com a presença de outra mulher no lugar da mamãe, mas tipo eu nem cheguei a conhecer a minha mãe. Ela morreu durante o meu parto. Claro que o papai vive dizendo que eu só o melhor presente que a mamãe deu a ele.

 

 

Eu não acredito é claro. O papai ama tanto a mamãe, que às vezes eu o ouço conversar com ela, é eu sei, dá pena e medo, talvez ele seja esquizofrênico.

 

 

-Samantha Simon de Silva.

 

 

         Lá vem! Sempre que meu pai fala meu nome completo é problema na certa. Continuo a descer a escada calmamente, enquanto segurava minha bagagem de mão, afinal uma garota sempre precisa estar munida de itens básicos em uma viagem de oito horas dentro de um avião, mesmo que seja na primeira classe.

  

-Hector Jesse de Silva.- respondo no mesmo tom de voz furioso, se ele acha que essa mudança vai ser pacífica está muito enganado. Apoio minha mão na cintura e encaro os olhos negros de meu pai.- Já estou pronta vamos?

  

-Você não vai assim.- ele apontou para minha roupa.- Nombre de Dios! Hija mia no…

  

-Qual é pai? Ou eu vou assim, ou eu simplesmente não vou.- cortei o discurso moralista que ele ia começar a dar, era a mesma coisa toda vez.-Ficarei aqui muito feliz.

  

-Claro. E com onde vai morar?

  

          Tipo, eu sabia que ele havia me pego nessa, o dono do dinheiro é ele no final de tudo, resolvi tocar no calo dele.

  

-Posso morar com o Peter.

  

          Acho que eu não deveria ter provocado um senhor de 39 anos, ele começou a ficar vermelho que nem um tomate estava furioso e eu sabia disso. Peter McFallin era um dos caras mais populares do meu antigo colégio, e nós tínhamos meio que um rolo, e meu pai me proibiu de sair com ele, dá pra acreditar? Ta ele foi pego usando drogas, e eu estava junto, EU NÃO ESTAVA USANDO NADA E NUNCA USEI, claro que os exames médicos comprovaram tudo, mas foi depois disso que meu pai decidiu que Nova Iorque não era lugar pra criar as “crianças”.

  

-Entre no táxi antes que eu me descontrole e torça o seu lindo pescocinho.

 

 

         Papai estava a ponto de realmente fazer isso, mas ele nunca levantou a mão para bater em mim ou em Justin, que estava confortavelmente cochilando no banco do táxi. Não sei se já disse, mas o Justin tem algum problema, sério o cara dorme em qualquer lugar e a qualquer hora, e mesmo assim tem olheiras bem fortes, o que não o deixa menos bonito, e ele nem usa maquiagem, isso é revoltante.

 

 

         Contra minha vontade entro no táxi, a maioria das nossas malas já haviam sido despachadas para Carmel, é o nome da cidade onde iremos morar, já disse que meus avôs moram lá, eles estão ansiosos pela nossa chegada, minha família por parte de mãe é formada em sua maioria por parentes de consideração apenas.

  

         É que a vovó era mãe da minha mãe claro, mas meu avô era padrasto dela, e ele tem três filhos. O Tio Brad, ele é forte,meio baixo e tem uma loja de matérias esportivos bem famosa em Carmel, tem também o Tio Jake, é um ator famoso e lindo, ele me ama, e o Tio David ou Dave como eu o chamo, ele é um gênio da NASA.

  

         Tio Brad é casado com a tia Margaret, ela é uma esnobe metida a besta, eles tem dois filhos, a Michelle, ela é linda, mas isso não a faz menos megera. Quando tínhamos cinco anos ela pegou a Barbie dela arrancou a cabeça e correu para os braços da mãe dizendo que eu tinha feito aquilo, e sabe do que mais, EU fiquei de castigo, nunca esqueci disso e é por isso que eu a detesto até hoje. Claro que nem todos os meus primos são assim, o Brad Jr. é legal, muito parecido com o pai na adolescência, mas sem o desvio de caráter.

 

 

         Já o Tio Jake bonitão, foi a grande surpresa da família, ninguém esperava nada quando ele anunciou que ia ser ator, e hoje ele é tipo o Brad Pitt dos tempos da minha mãe, e infelizmente é casado, mas felizmente é casado com a tia Gina, ela era a melhor amiga da minha mãe, hoje em dia uma neurocirurgiã reconhecida e com três filhos, Willian, o mais velho, ele é um amor, e as gêmeas Anna e Clara de seis anos.

 

          Por último e não menos importante o tio Dave, ele é cientista da NASA, não é casado, mas é feliz e muito engraçado. No meu aniversário de 10 anos ele me deu de presente uma agenda telefônica que era comandada pela voz e tinha milhares de funções, ninguém tinha uma dessas, foi um sucesso na escola.

  

         Então finalmente o aeroporto, antes de descer acordei o Justin, que depois de resmungar alguma coisa sobre deixá-lo em paz, acordou com cara de sono obvio.

  

-Vamos lá Monstrenga, saia logo desse carro.- Justin me cutucou na cintura.

  

-Já estou indo Zumbi.- Agora teria que tomar cuidado para não mostras a calcinha, maldita saia. Quando finalmente saio do táxi escuto um assovio do meu irmão.

  

-Vestida para matar em. Vai a uma boate?

  

-Uma diva não precisa de uma boate para ser sexy.- Debochei, mas realmente acho que dessa vez o Jorge exagerou na escolha, principalmente nas sandálias de salto médio Jimmy Choo.- Papai, pegou minha mala?

  

-Claro cariño.- Meu pai respondeu enquanto pagava ao taxista.- Pronto agora podemos ir. Vocês vão adorar morar na Califórnia, e o colégio de você é ótimo.

  

         Justin deu os ombros e eu fingi me olhar no espelho e retocar o pó, uma nova cidade, um novo colégio, novos colegas, quem sabe alguns amigos e talvez eu pudesse ser mais eu, não precisaria ser a presidente de sala para ter amigos. Talvez eu até possa entrar em um clube de xadez. Xadrez é legal, ok? Eu sou viciada em Elvis Persley, ele era o cara.

  

         Não sei como, mas um verdadeiro deus grego parou enfrente a mim e me sorriu, e é claro que como uma garota educada também sorri, o fato dele ser loiro, de olhos claros, pele bronzeada e ser alto, não influenciou em nada.

  

-Samantha Simon.

 

 

         Cara, eu pense: Como ele sabe o meu nome?

  

-Como é?-fingi não ter ouvido.

 

 

-Você é Samantha Simon, não é? É um prazer te reconhecer. - Ele sorria, meu pai se aproximou e ele parecia conhecer o rapaz, ele devia ter a mesma idade que a minha. - Dr. Hector, como vai?

  

-Hora se não é o filho do Paul. Estou bem, e você Daniel o que tem feito?

  

-Nada de mais doutor, vim para um torneio de tênis, mas já estou indo para Washington.- Ele sorriu novamente, e que sorriso.- Reconheci sua filha de umas fotos que nós tínhamos quando éramos menores, claro que atualmente ela está muito mais bonita.

 

 

         QUANDO eu conheci esse homem? Meu deus! Eu caso com ele agora!

  

-Um Slater é sempre um Slater, fique espeto rapaz.- Meu pai tinha que lançar aquele olhar “Longe da minha filha, ou eu te mato”.- Como está o seu pai? Dando duro no senado?

  

-Sempre. A vida de senador não é fácil. - ele riu, acho que vou me apaixonar. –Vocês estão indo passar as férias na Califórnia?

  

-Não, estamos indo morar na Califórnia.- Responde antes de meu pai, enquanto lançava um olhar mortal para meu velho pai, que dizia claramente “Não porque eu quero.”

  

-Que ótimo, minha família sempre passa as férias na casa de Carmel, podemos nos ver por lá.- Ele agora ignorava o meu pai e meu irmão.

 

 

-Claro.- Sorri, agora eu tenho um bom motivo para ir para Carmel, meu pai pigarreou.

 

 

-Está na hora de pegarmos o avião mocinha, até mais ver Slater.

 

 

-Boa viagem.- ouvi ele dizer, antes deu praticamente precisar correr para alcançar meu pai.

  

         Tudo bem que meu pai não gostar de me ver com garotos, mas precisava quase correr?. Os meus saltos me atrapalhavam. Me pequei pensando que talvez morar na Califórnia não fosse ser tão ruim como eu pensava.

 

-Califórnia ai vou eu!

 

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Notas finais do capítulo

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