Círculo das Ruas escrita por Marykelly


Capítulo 1
Fato Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Olá! Primeira capitulo :D admito que demorei para escrever. Acho que nos primeiros capítulos deve ser assim.
:)
Boa leitura



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As botas da Amanda realmente não servem para mim, eu as adoro, mas estão me matando. E o fato de eu estar correndo a mais de 10 minutos não ajuda muito, tenho que me esquivar de varias pessoas e objetos da calçada, parece que todo mundo decidiu que hoje era um ótimo dia para dar uma volta pela cidade. Verifico o relógio. Faltam 2 minutos para o inicio da reunião do Instituto de Artes de Los Angeles, apresso o passo ainda mais.


Mal consigo controlar o nervosismo quando ultrapasso a porta, alguns orientadores explicavam as pessoas como chegar até o salão. Enquanto caminhava, devaneava em como seria maravilhoso andar por ali todos os dias.



A apresentação já havia começado quando entrei, tento passar pelas poltronas sem chamar atenção. Quando me sento as pessoas começam a aplaudir freneticamente. Perguntei o que houve à uma garota ruiva que estava sentada ao meu lado.


– Ela falou como foi sua longa jornada até aqui. – Seus olhos alternavam entre mim e a mulher no palco. – Ela nos disse palavras de motivação... Essas coisas.

– Quem é ela? – A garota me olhou de repente como se eu tivesse falado alguma coisa proibida. O que só me deixou ainda mais confusa. Quem era aquela mulher? Eu fiz meu dever de casa, pesquisei muito sobre artistas, ela não podia ser tão famosa assim. A garota ia falar algo, mas foi interrompida pela mulher-famosa-misteriosa que voltara a falar.

– Meus queridos, já amo todos vocês e, pela breve visão que tive, posso afirmar com toda certeza que todos aqui terão um futuro brilhante. – Sua voz era estridente e enjoada, me fez revirar os olhos. Aquele papinho me dava vontade de vomitar, ela estava pouco se importando pra gente. – Sei que cada um de vocês tem talentos incríveis, e adoraria dizer que todos vocês irão lapidar esse talento aqui, mas infelizmente nem todos poderão. A competição é rigorosa, especialmente este ano. Bem, o conselho modificou certas coisas. Mas não se preocupem, não é nada que os prejudique. Nós não queremos alunos perfeitos, mas queremos os melhores e, acreditem, vocês são. – A mulher se retirou do palco com aplausos e mais aplausos, e logo após uma senhora que aparentava ter uns 50 anos apareceu.

Reconheci a senhora como sendo a vice-diretora da instituição.

– Meus caros, sejam bem-vindos, para quem ainda não me conhece, sou Rosália McLean, vice-diretora do Instituto de Artes LA. Admiro a quantidade de jovens aqui hoje. Vejo que dessa vez teremos um grande show. Anunciarei agora os pontos aprimorados que serão cobrados em suas apresentações. - Ela se movimentava, inquieta. - Primeiro quero que saibam que as modificações foram aceitas apenas para atualizar o sistema de seleção da escola, e, é claro, para acompanhar nossos candidatos que, a cada ano, têm se mostrado cada vez mais talentosos. – A senhora virou-se de costas e pediu para um rapaz mostrar algo na tela que estava atrás dela.

Logo em seguida uma lista com 3 critérios apareceu na tela, aprecei-me em ler.

1. Suas habilidade deverão ser tanto artsticas quanto acadêmicas. 

2. Será desclassificado sem descumprir as normas. 

3. Toda as apresentação deverão ter um enredo  original do candidato, sendo explorado ao máximo a criatividade e o extremo de habilidade do próprio em inovar.

O ponto "original" me atingiu como um soco no estomago e, de repente, me senti como se estivesse doente. Eliminar totalmente a possibilidade de usar outra apresentação como base seria o mesmo que eliminar instantaneamente 98% dos candidatos, inclusive eu.

O falatório começou assim que a Sra. McLean terminou de ler.

– Acalmem-se, há muito o que explicar. - A Sra. McLean fez um sinal para que todos se calassem. – Entendemos que o critério 3 é um tanto assustador para todos vocês, mas a decisão foi tomada, e creio que vocês têm o tempo necessário para a construção de tudo. Foi uma medida necessária e digo que, com isso, vocês terão a oportunidade e participar de muitas coisas, grandes nomes artísticos estarão aqui no dia de suas apresentações finais. Eles os analisarão, e, dependendo de suas habilidades, veremos muitos candidatos fechando contrato. – Ela soltou um sorriso na esperança de amenizar a tensão que se estabeleceu em todos que estavam ouvindo. Sem sucesso. – Suas duvidas serão tiradas com os orientadores de cada sessão. Sempre que necessário estaremos entrando em contato com vocês, para mantê-los informados. Saibam que eu espero grandes coisas de vocês, e tenho certeza que me surpreenderei.

Não consegui registrar nada do que se passou depois disso, aparentemente alguns professores foram se apresentar e falar palavras de apoio.

Notei que as pessoas começavam a sair, tudo já devia ter terminado. Muitos deles mostravam rostos preocupados. Ótimo. Pelo menos não estava sozinha na questão da preocupação exagerada. Enquanto saia pelos corredores, ouvi alguns alunos conversando com alguns candidatos e oferecendo aulas. Pensei em falar com algum deles, mas depois desisti. Era claro que aquilo era apenas uma tática de conhecer os futuros possíveis "novatos", saber quem poderia ofuscar seus talentos.

Voltei caminhando pela mesma calçada que, apenas uma hora antes, eu corria cheia de expectativas.

Meu corpo entra em alerta quando, ao longe, vejo um grupo de garotos confrontando outros dois, quase encostando suas testas nas deles. Mesmo estando em desvantagem os dois não recuavam. Um calafrio me atinge quando vejo uma bandana vermelha em torno do pulso deles. O que me fez recuar instintivamente. Eu ouvi os boatos, sabia quem eles eram... e o que fariam. Mas... O que eu faria? Intervir não é uma opção. Repito isso para mim mesma várias vezes e me obrigo a voltar alguns quarteirões e parar o primeiro táxi. Peço ao motorista para me deixar em casa, sei que escutaria por ter saído sozinha outra vez.

Eu não podia ficar me escondendo para sempre, principalmente agora. Gostaria de ter palavras suficiente para os convencer disso. Tento me distrair, observando as lojas através da janela do táxi, forçando minha mente a não pensar no destino daqueles dois garotos.


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Notas finais do capítulo

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