O Plano escrita por Jo Snowy


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Vamos a isto, mais um capítulo para vocês.
Espero que gostem!



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Hermione acordou, finalmente estava completamente curada do que quer que lhe tivesse dado aquela vontade de vomitar. Em apenas um dia tinha ficado boa, aquele antidoto que Narcissa lhe tinha dado era miraculoso, no entanto outras confusões continuavam na sua cabeça: os sentimentos por Draco estavam a mudar demasiado rapidamente.

Olhou para o calendário, 31 de Julho, era o aniversário de Harry, isso pôs-lhe um sorriso na cara.

Levantou-se e foi ao armário buscar a prenda dele para a mandar numa coruja, não era de mais, apenas Sapos de Chocolate e outros doces que ela sabia que ele não tinha em casa dos tios.

Escreveu-lhe rapidamente uma carta a dar os parabéns e a dizer que estava cheia de saudades e que mal podia esperar que a escola começasse para o voltar a ver, decidira desde que entrara em casa dos Malfoy que não ia referir nada do que estava a acontecer nem a Harry, nem a Ron, achava que não era preciso eles ficarem preocupados, já tinham muito com que se preocupar.

Vestiu uma camisola larga de manga comprida e umas calças e calçou os ténis, penteou-se apanhando o cabelo num rabo-de-cavalo e desceu as escadas a correr.

Era suposto passar pela cozinha direitinha ao jardim, no entanto quando chegou lá viu que Narcissa e Clarisse já estavam acordadas e fizeram questão de a obrigar a comer.

-Já te sentes melhor, estou a ver. – Dizia Narcissa enquanto Hermione comia uma fatia de bolo e bebia chá.

-Sim, obrigado por terem tomado conta de mim. Desculpe a confusão que causei Mrs Malfoy.

-Ora essa, minha querida. –Narcissa afagava o braço de Hermione enquanto falava. – Preciso de falar contigo sobre uma coisa. – A mais nova olhou-a com um olhar assustado, não queria que ela falasse de Draco com ela, tinha medo de pensar sequer no assunto. – É sobre hoje à tarde. É assim, eu tenho de ir a Gringotts e o Draco vai comigo, para me fazer companhia, eu não te quero deixar aqui sozinha em casa.

-Oh, mas eu não fico sozinha! A Clare fica comigo! – Hermione tentava evitar o contacto com Draco, mas algo lhe dizia que desta não ia conseguir.

-Não, desde que chegas-te ainda não saíste cá d casa. Eu insisto.

-Isso são assuntos de família, eu não quero interferir…

-Nem quero ouvir esse discurso! A menina vai e acabou a conversa.- Narcissa deu uma palmadinha no joelho de Hermione e saiu da cozinha. A rapariga lançou um olhar de desespero a Clarisse.

-Não olhes assim para mim. Desta não te posso safar. – Clare levantou as mãos como quem não tinha nada a ver com o assunto. – Também porque é que não queres ir? Tu e o menino Draco já se dão melhor não é?

-Não finjas que não sabes o que se passa. Tu conheces-me.

-O que é que se passa? – Clare falava quase a rir-se.

Hermione bufou e saiu pela porta da cozinha em direcção ao curral das corujas. Quando lá chegou escolheu uma das muitas que lá estavam, porque razão estas pessoas precisavam de tanta coruja? Prendeu a carta e a bolsinha com os doces à pata do animal, acariciou-lhe a cabeça enquanto a levava para o jardim, aí libertou-a e ficou de braços cruzados a vê-la afastar-se.

Acabou por se sentar ali mesmo e aproveitar para ver o sol que começava a aparecer.

Draco estava a espreguiçar-se em frente à janela quando viu Hermione aparecer no jardim com uma coruja no braço. Ela levantou o braço e o animal voou, no entanto ela ficou ali a vê-lo afastar-se.

O rapaz sabia que a vista da janela do seu quarto dava para o jardim, mas nunca lhe tinha prestado de facto atenção até aquele dia. Puxou a cadeira da sua secretária e encostou à janela, depois sentou-se com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça nas mãos, ficou ali não sabe quanto tempo apenas a olhar para a rapariga. De vez em quando passava a mão pelo cabelo e esfregava a cara a pensar que tinha de sair de ao pé da janela, mas nunca o fazia, continuava ali sentado a ver Hermione sentada na relva.

A mãe entrou de repente no seu quarto, fazendo-o saltar da cadeira.

-Por Merlin, mãe! Já não se bate à porta?

-Hum… o que estavas a fazer ai sentado em frente à janela? – Narcissa estava curiosa, mas com Draco à frente não conseguia ver o que estava para lá da janela.

-Nada! O que querias?

-Era só para te dizer que logo à tarde vamos a Gringotts.

-Tem mesmo de ser? Não me apetece nada sair de casa. – Draco espreitou por cima do ombro, verificando que Hermione ainda estava no mesmo sítio.

-Tem sim. – A mãe começou a sair do quarto, mas parou antes de fechar a porta. – Ah e a Hermione vem connosco, espero que não te importes.

Antes que pudesse dizer alguma coisa, Draco viu a mãe fechar a porta, aí deixou que um sorriso aparecesse enquanto se virava outra vez para a janela.

Draco desceu as escadas quando eram cerca de duas da tarde e viu que Hermione já estava sentada à bancada da cozinha com a cabeça apoiada uma mão e outra a bater levemente no tampo da bancada. Reparou que ela estava de vestido, era simples às riscas brancas e pretas e um casaco fininho vermelho com uns ténis da mesma cor. O cabelo caí solto sobre as costas.

-Ah já estão prontos meninos! – Narcissa entrou e dirigiu-se com eles em direcção à lareira da sala.

Ambos os jovens perceberam que iriam usar a rede de Pó de Flu para chegar ao banco.

Draco foi o primeiro a ir, depois Narcissa indicou a lareira a Hermione, porém esta hesitou.

-Nunca andas-te na Rede?

Hermione abanou a cabeça em confirmação.

-Bem, viste como o Draco fez. É simples.

A rapariga pegou num pouco do pó e disse com clareza “Banco de Gringotts”, depois desapareceu. Sentiu-se estranha durante um bocado, mas quando abriu os olhos, viu Draco à sua frente a perguntar-lhe se ela estava bem. Ela apenas disse que sim e afastou-se enquanto sacudia alguma poeira do vestido e casaco. Sentiu uma mão nas costas e virou-se, vendo que era o rapaz.

-Tinhas poeira nas costas. – Disse ele rapidamente, explicando-se.

-Ah… obrigada.

Ele afastou-se e sacudiu a poeira que tinha nos ombros, depois surgiu a sua mãe na lareira.

-Sempre odiei isto! – Dizia enquanto se sacudia e endireitava a roupa.- Bem meninos, vou demorar um pouco. Draco, preciso que assines uma coisa e depois podes ir dar um passeio com a Hermione.

-Não, não Mrs Malfoy. Eu vou bem sozinha. Acho que o seu filho deve ficar consigo, afinal de contas é um assunto que tem a ver com a vossa família.

-Bem se a Hermione insiste.

-Sim, sim. Eu estarei lá fora nos degraus à espera. Quero apanhar algum ar. – Dito isto, começou a avançar até à porta, depois de sair lá para fora, viu uma Diagon Alley muito diferente daquela a que estava habituada. Não haviam alunos a conversar, carregados com os livros para o novo ano em Hogwarts, não haviam mães e pais a confirmar a lista duas e três vezes para que não faltasse nada aos filhos, nada disso, Diagon Alley parecia um sítio escuro e abandonado com uma ou outra pessoa a fazer compras, mas nada mais do que isso.

Como Narcissa tinha avisado que iam demorar algum tempo, Hermione decidiu ir passear um bocado. Começou a divagar por Diagon Alley, olhando para as mostras das lojas, porém reparou num desvio que nunca antes tinha visto e decidiu ir explorar. Viu-se numa rua estreita e comprida, pela qual começou a avançar, indo acabar numa pequena praça com uma fonte no meio. Não havia mais nada, apenas lojas fechadas, presumiu que os donos as tinham fechado por causa dos ataques que havia, andava à volta da fonte quando sentiu alguém puxá-la. De repente viu-se presa por um homem num beco sem saída, nem tinha reparado naquela pequena rua que havia entre dois dos estabelecimentos.

O homem prendia-a contra a parede com força, ela conseguia sentir o hálito a álcool dele, gritou duas vezes por socorro e depois ele tapou-lhe a boca.

Ele parecia que procurava alguma coisa, dinheiro talvez. Apalpava-lhe os bolsos do casaco, mas eles estavam vazios, ela tentava dizer-lhe isso, mas ele tapava-lhe a boca, então ela tentava libertar-se.

Sentia que já tinha rasgado o vestido e o casaco por causa da força que fazia para fugir. Ele já a revistara toda, mas mesmo assim não a largava. Ele pegou na varinha e apontou-lha, nesse momento alguém o derrubou.

Draco via Hermione afastar-se em direcção à porta do banco e queria ir com ela, mas sabia que não podia.

-Não posso assinar aquilo que tenho a assinar logo e depois ir ter com a Hermione? Não achas um pouco mau deixámo-la sozinha? – A mãe olhava-o com ar de pouco convencida. – Não querias que eu fosse bem-educado com ela? – Draco franziu o sobrolho e Narcissa assentiu.

Ele assinou rapidamente o papel e foi-se embora, enquanto a mãe ficou a falar com um dos duendes do banco.

Quando chegou cá fora viu que Hermione não estava nas escadas. Desceu-as rapidamente e começou a descer a rua de Diagon Alley, mas não a viu, reparou num desvio, mas não lhe ligou nenhuma.

-Socorro! – Ouviu alguém gritar ao longe, era Hermione, ele sabia-o. – Socorro!

Ele tinha a certeza que vinha da direcção daquele desvio, correu pela rua estreita que desembocava numa pequena praça com uma fonte no centro. Não havia ali nada, não via Hermione em lado nenhum, correu em volta da praça e viu um beco sem saída, aí estava um homem a prender Hermione e a apontar-lhe a varinha.

Draco correu e deu um murro no homem derrubando-o, não tinha a varinha com ele, por isso continuou a dar-lhe socos até ele estar inconsciente. Olhou para Hermione que estava sentada no chão encostada no chão a chorar com a roupa toda rasgada.

Debruçou-se à sua frente e tirou-lhe o cabelo da cara. – Estás bem? Hermione! Fala! O que é que ele te fez?- Tirou o casaco que tinha vestido e vestiu-lho. Ela não falava, só soluçava.

Pegou nela ao colo, conseguia sentir as lágrimas a molhar-lhe a camisola.

Andou o mais depressa que conseguiu até ao banco e quando entrou sentiu os olhos postos neles.

-A minha mãe? – Perguntou, praticamente a gritar.

-Está no escritório do director do banco. Quer que a vá chamar?

-Não é preciso. Quando ela sair avise-a que já fui para casa.

Levou Hermione até à lareira e pegou num pouco de Pó de Flu.

-Hermione vais ter de pegar no pó e vais ter de dizer “Mansão Malfoy”.

A rapariga estendeu no braço e pegou no Pó, Draco contou até três e quando voltou a abrir os olhos estava na sua sala.

Hermione estava envergonhada, estava a chorar à frente de Draco, pensou que o homem a ia matar, mas ele salvou-a e parecia estar realmente preocupado. Estava envergonhada por causa do estado em que ele a encontrara, de roupa toda rasgada.

-CLARE! – Draco já ia a subir as escadas em direcção ao quarto quando a chamou, portanto ela teve de correr até lá, não fazia a mínima ideia do que se estava a passar, mas quando chegou ao quarto e viu o estado de Hermione: cabelo desgrenhado, roupa rasgada e a chorar, percebeu que algo se tinha passado.

Ela estava sentada na cama com Draco ajoelhado no chão em frente a ela.

-O homem… ele prendeu-me contra a parede…eu não sei o que ele queria…eu tentei fugir…eu tentei fug… - A rapariga falava entre soluços. – Desculpa… não devia ter saído… dos degraus.

Clarisse tapava a boca com as mãos, estava em estado de choque, nunca tinha visto a mais nova daquela maneira. – Eu vou buscar chá para a acalmar. – Draco olhou-a e acenou com a cabeça, ela viu pela cara dele que estava preocupado com a outra.

Draco levantou-se e foi buscar uma camisola e umas calças ao armário da rapariga. Descalçou-a e vestiu-lhe as calças, depois despiu-lhe os casacos e o vestido para lhe vestir a camisola.

Levantou-a e levou-a à casa de banho onde ela lavou a cara, depois voltou a pegar nela ao colo e deitou-a na cama, sentando-se ao lado dela.

Clarisse chegou com o chá e levou-o a Hermione.

-Não quero, obrigada. – Respondeu a outra imediatamente.

-Não queres, mas vais beber. – A mulher insistiu até que a outra se sentou na cama e bebeu o chá, voltando de imediato a deitar-se. – Agora descansa, querida.

Clare saiu do quarto e Draco ia segui-la, mas quando Hermione o viu a levantar-se agarrou-lhe o braço, não queria que ele a deixasse sozinha.

Ele ficou a olhar para ela, surpreendido.

-Podes ficar aqui comigo se faz favor?

O rapaz ficou um bocado parado e depois descalçou as botas e deitou-se por cima dos lençóis do outro lado da cama. Hermione virou-se imediatamente para ele e encostou a cabeça ao peito dele.

-Obrigada, por tudo.

Draco ficou quieto, quase que paralisado com o que estava a acontecer, agora sabia-o, sabia que gostava realmente daquela rapariga que durante seis anos odiara e humilhara.

Hermione continuava de cabeça encostada ao peito dele, ela nem sabia bem o que estava a fazer, mas era o que parecia certo, se ela antes achava que gostava de Draco, agora tinha a certeza.

Limitaram-se a ficar assim, sem dizer uma palavra, até que ambos adormeceram.

Narcissa entrou na cozinha a correr. – Clare o que é que se passou? Lá no banco disseram-me que o Draco veio para casa com a Hermione e que ela estava a chorar imenso.

-Já está tudo bem. – Clarisse sentou a outra num banco para que ela se acalmasse. – Pelo que eu percebi, alguém a tentou assaltar, mas o Draco chegou a tempo e salvou-a. Ela está em estado de choque, só chorava, mas eu dei-lhe um chá e ela deitou-se. Acho que está a dormir.

Narcissa suspirou de alívio. – Eu vou ver como é que ela está. Não acredito nisto, eu queria que eles se aproximassem, mas não desta maneira.

Dizendo isto deixou a cozinha e subiu até ao quarto do filho. Abriu a porta, mas ele não estava lá, portanto foi ao quarto de Hermione e ficou espantada quando viu que os dois jovens estavam deitados um ao lado do outro, ela com cabeça em cima do peito dele e ele com o braço à volta dela. Narcissa não conseguiu evitar um sorriso, finalmente parecia haver uma luz ao fundo de túnel. Sem fazer barulho, para não os acordar, fechou a porta do quarto.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim ou não?
Estão ansiosos pelo próximo capítulo?
Espero que sim.
Bem deixem um comentário a dizer o que acharam, por favor, deixam-me muito feliz quando fazem isso.
Beijos,
Jo