Bubblewrap - One Shot escrita por Elle Darkbloom


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira One shot, digam o que acharam, escrevi com muito carinho.



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- Você entendeu? - Ela perguntou largando o livro de história na minha frente.

- Aham. - Respondi distraído.

- Danny! - Kate estalou os dedos na frente de meu rosto.

- Ai, o que foi? 

- Eu to tentanto te ensinar a matéria e você tá aí brisando. Poxa, presta atenção.

- Ah, ta desculpa, to distraído.

- Eu percebi. - Ela reclamou, mas depois suavizou sua expressão - Aconteceu alguma coisa? - Perguntou preocupada. 

Eu me lembro bem daquele dia. Ela estava linda. Estávamos em seu quarto estudando para uma prova de história que, depois do ocorrido, acabou não acontecendo. Mas não sabíamos disso, então estávamos estudando, ou melhor, Kate estava tagarelando sobre a Revolução Francesa enquanto eu me perguntava se ela tomava alguma coisa para ser tão bonita. 

Estávamos sentados em cima da cama dela, um de frente para o outro, com o livro aberto entre nós. Kate estava com os cabelos, de um tom castanho meio avermelhado, presos num coque frouxo, uma calça de moletom que ela sempre usava para ficar em casa e uma blusa de mangas compridas cinza. Por mais que estivesse tão simples ela estava trinta mil vezes mais bonita do que qualquer uma daquelas garotas da escola, que usavam um quilo de maquiagem e aquelas mini-saias chamativas.

Eu pensei bastante antes de responder aquela pergunta. Eu não podia simplesmente jogar a verdade na cara dela, seria demais. Então formulei um meio delicado de responder e omitir metade dos fatos.

"Aconteceu" foi minha resposta genial.

Kate me olhou daquele jeito sinistramente do mal que ela me olhava quando eu dizia/fazia algo estúpido e disse:

- Só isso? 

- Sim, aconteceu alguma coisa. 

- E será que você poderia me dizer o que foi que aconteceu? - Ela perguntou, claramente já perdendo a paciência. Eu não podia culpa-la, perder a paciência comigo era algo fácil.

- Posso. - Respondi apenas para distraí-la enquanto pensava no que responder. O que eu responderia, afinal? 

- E então...?

- E então o que?

- O QUE DIABOS ACONTECEU DANIEL? - Perguntou, dessa vez já sem paciência alguma.

- Ah, sim...Então, é...uhm, eu terminei com a Ash. - Falei nervoso, me enrolando com as palavras.

- Ah meu Deus! É sério? Eu sinto muito. - Ela disse me abraçando pelo pescoço. Pela reação dela eu pude deduzir que ela realmente achava que eu estivesse triste com o ocorrido. Mas decidi não dizer o oposto porque tinha certeza de que se abrisse a boca naquele momento ela me soltaria e eu não queria que ela me soltasse de jeito nenhum.

Então decidi entrar em meu falso personagem de namorado-magoado-que-acabou-de-levar-um-fora e apenas retribui seu abraço, entrelaçando meus braços em sua cintura fina e confortando minha cabeça no vão entre seu pescoço e seu ombro direito. 

Kate sempre tivera um delicioso e refrescante perfume de flores. Quando eramos menores eu achava normal porque até os 8 anos de idade ela tinha uma mania bizarra de rolar entre as flores do jardim de sua mãe, mas mesmo depois desta fase ela manteve este cheiro de um jeito simplesmente inexplicável. Eu mesmo já havia vasculhado seu quarto enquanto ela tomava banho em busca de algum perfume com aquele cheiro mas ele simplesmente não existia, o que me levava a crer que aquele aroma delicioso era realmente natural dela. 

Por mim a gente podia ter ficado daquele jeito pra sempre, mas é lógico que uma hora ou outra ela ia me soltar e começar a fazer aquelas perguntas melosas que sempre fazem quando você termina um relacionamento.

- O que você fez pra ela? - Perguntou se sentando ao meu lado e passando a mão delicadamente em meu braço, como forma de conforto.

- Eu terminei com ela.

- Perai, VOCÊ terminou com ela? - Ela enfatizou o "você".

- Sim, EU terminei com ela. Por que você sempre acha que são as meninas que terminam comigo? - Perguntei, levemente ofendido.

- Desculpa, calma, é só que...sei lá, você sempre gostou tanto dela...eu achei que..., de qualquer forma, por que você terminou com ela? 

Kate também sempre foi uma pessoa bastante curiosa. 

- Porque eu gosto de outra pessoa ué. - Dei de ombros torcendo para que ela não perguntasse "quem?".

Mas como sempre, o universo conspirou contra mim e a única coisa que ela disse foi "quem?".

- É segredo. - Falei.

- Quanta infantilidade, Daniel. Eu pensei que fosse sua melhor amiga! 

- Você é. - Sorri - Sabe, Kate, você sempre foi e sempre será minha melhor amiga. Tipo, eu te amo muito, sabia? Ei, lembra aquela vez que a gente tava em Bath e você caiu da --

- Não mude de assunto, Daniel. - Me repreendeu - Se eu sou sua melhor amiga, trate de me dizer quem é. 

- Por que? Você tem ciúmes por acaso? - Perguntei sorrindo esperançoso.

- Não, Danny, eu tenho curiosidade, e por ser sua melhor amiga também tenho todo o direito de saber. - Ela disse cruzando os braços.

- Você me ama, Kate? - Perguntei, evitando olhar para seus olhos.

- Não, Daniel, te aturei todos esses anos por diversão mesmo. - Ela disse revirando os olhos, nós rimos e eu lhe dei um tapa no braço. - Ai! - Ela reclamou, revidando e vindo pra cima de mim para me encher de tapas. Kate ficou sentada em meu colo, com uma perna de cada lado do meu corpo, me batendo diversas vezes enquanto eu ria. Quando finalmente cansei de me fazer de fraco, segurei seus braços e mostrei a língua para ela.

- Sua fraca! - Falei. E ela me olhou perplexa.

- Você não disse isso. - Kate disse, me lançando o olhar sinistro do mal.

- Não mesmo. - Sorri inocente, me fazendo de santo. Mas não soltei seus braços, simplesmente por que não queria. - Agora é sério, Kate, você me ama? - Perguntei. 

- É lógico né, Daniel? Que pergunta mais estúpida. 

- Não, mas tipo, me ama quanto? - Questionei, soltando seus pulsos e entrelaçando meus braços em sua cintura.

- Muito.

- Muito mesmo?

- Muito mesmo caralho, como você ta carente garoto. - Ela revirou os olhos novamente.

- Eu só quero ter certeza. - Falei, me deitando folgadamente com a cabeça no travesseiro de Kate, enquanto ela continuava sentada em meu colo. 

- Pra que ter certeza?

- Pra saber se eu posso te contar.

- Me contar o que?

- Por quem é.

- Por quem é o que?

- Por quem é que eu estou apaixonado, Kate. Por quem é que eu terminei com a Ashley. 

- Ah, e agora você tem certeza?

- Não sei. Você precisa repetir mais algumas vezes. - Sorri.

- Repetir o que? 

- Que você me ama, meu Deus como você é lerda. - Falei revirando os olhos.

- Ah. Eu te amo. - Ela sorriu. O que a curiosidade não fazia com essa garota...

- De novo. - Eu pedi.

- Eu te amo.

- Mais uma vez, por favor. - Falei sorrindo, de olhos fechados, apreciando aquela frase linda que invadia o ar. 

- Eu amo você. Caralho, Daniel já falei isso quatro vezes porra! Quantas vezes você quer que eu fale? 40? Eu te amo, garoto, te amo, te amo, te amo, agora deixa de ser chato e me conta! Mas que merda! - Ela falou irritada, praticamente pulando em meu colo enquanto eu implorava mentalmente para que ela parasse antes que a situação se tornasse incrivelmente constrangedora.

- Você. - sussurei. 

Por um momento, nós dois ficamos em total silêncio. Eu não arrisquei abrir os olhos então não sei como exatamente foi sua reação. 

- O que você disse? - Ela perguntou lentamente.

- Você. Eu disse "você". - Respondi, abrindo os olhos. 

Kate estava imóvel. 

- Danny...- Ela sussurrou

- Relaxa, Kate, eu sei, você não sente o mesmo e tudo mais. Você ainda curte o Bryan, né? Eu entendo, sério. - Falei, me sentando, na tentativa de ir embora, mas ela não saiu de meu colo. 

- Não, Danny, não é isso. - Kate disse segurando meu rosto entre suas mãos - Há quanto tempo...?

- Desde sempre, Kate, desde sempre. - Suspirei derrotado, olhando para baixo. 

Ela fez o mesmo. 

- Acho melhor eu ir embora. - Falei.

- Não, espera. - Ela pediu. 

- Kate, não precisa me explicar todo aquele negócio sentimental de como você me ama como um amigo e tudo mais, eu já disse que eu enten... - Falei, mas não terminei a frase porque fui impedido pelos lábios de Kate, que me calaram.

Ela me beijou! Ela simplesmente me beijou! A puxei mais para perto e aprofundei aquele beijo. Até que Kate parou de repente e me olhou com expressão de choque.

- O que foi? - Perguntei ofegante. 

- Ah meu Deus, o que eu fiz? - Ela sussurrou, mais para si mesma do que para mim, cobrindo a boca com as mãos. 

Era isso, "eu mereço!" pensei. Primeiro ela me beija e me enche de esperanças para depois ficar assim. Ugh. 

- Kate, - Falei, segurando seu rosto em minhas mãos. - Compreenda isso: Eu te amo, sou apaixonado por você, e você não. Agora não complique a situação, por favor. 

- Mas eu amo você, Danny. - Ela disse. - Do mesmo jeito que você. - Continuou. 

- Você está dizendo que você também é apaixonada por mim, é isso? - Perguntei confuso, me questionando por quê mulheres são criaturas tão complicadas.

Ela assentiu, me fazendo sorrir.

- Então por que ainda estamos falando? - Perguntei, a puxando para outro beijo.

Este se alongou por muito, muito tempo. A boca dela tinha gosto de bala de morango. 

Eu não sei como, ou quando, mas quando dei por mim estávamos deitados na cama, Kate continuava por cima de mim, passando as mãos por todo meu peitoral e abdomen, e eu fazia o mesmo, descendo minhas mãos de sua cintura até suas coxas e voltando pelo mesmo caminho. 

Em pouco tempo, já haviamos nos livrado de todas as roupas e eu estava por cima de Kate, e ela era linda. Linda, linda, linda. 

O acontecimento seguinte se seguiu de muitos beijos, carícias e gemidos de ambas as partes (eu e Kate). Ao fim do ato estávamos exaustos e extremamente satisfeitos. 

Eu permanecia por cima de Kate, com meu rosto enterrado no espaço entre seu ombro esquerdo e seu pescoço. Ainda podia sentir sua respiração ofegante contra minha pele.

Naquele momento, com Kate em meus braços, experimentei um momento inacreditável de felicidade única. Foi algo inexplicável, realmente mágico, me sentia feliz como nunca, nem como quando, uma vez no natal, havia ganhado meu boneco do Buzz Lightyear. E tudo o que pude fazer foi sorrir. 

Afastei as mechas do cabelo castanho comprido de Kate que estavam em seu pescoço e ali depositei um beijo. 

- Danny...- Ela disse, se virando para mim, me forçando a me deitar ao seu lado ao invés de em cima dela.

- O que foi?

- A gente fodeu com a nossa amizade. - Ela disse, claramente preocupada.

- A gente fodeu, mas não foi com a nossa amizade. - Comentei, e como resposta levei um tapa ardido no braço. - Ei!

- Eu to falando sério, Danny. 

- A gente não fodeu com a nossa amizade, Kate. - Suspirei - Olha  a nossa amizade, tá aqui ainda, ta vendo? - Falei gesticulando no ar.

- Dan, todo mundo sabe que quando dois amigos se envolvem românticamente, quando o relacionamento acaba a amizade vai para o espaço. É por isso que eu tinha tanto medo de me envolver com você. - Ela disse.

- E quem disse que nosso relacionamento tem que acabar? - Perguntei dando um selinho em seus lábios.

- Eu não disse isso, eu disse que caso acabe, a amizade acaba também.

- É só não acabar então. - Conclui. 

- E qual é nosso status de relacionamento? - Ela me perguntou, levantando uma sombrancelha. 

- Bom, no momento eu não sei - Comecei, me virando e ficando por cima dela novamente - Mas a partir de agora, você podia namorar comigo, o que acha? - Perguntei do modo mais sexy que consegui, passando meu nariz pelo seu pescoço.

Kate suspirou profundamente. 

- Mas eu tenho medo de estragar tudo.

- Se você não tentar, você nunca saberá. - Falei.

Kate me encarou por um longo tempo. 

- Por favor. - pedi.

- Me dá um dia para pensar. - Ela disse - Só um dia. - Pediu, fazendo biquinho e passando seu dedo indicador, que representava o "1", em minha bochecha. - Eu te respondo amanhã.

- Tudo bem. - Suspirei novamente.

- KATE O JANTAR ESTÁ PRONTO! - Ouvimos a Sra. Wildwood dizer da cozinha. 

- Acho melhor eu ir embora. - Sussurrei. Lhe dando um beijo na bochecha e me levantando da cama.

- Danny, volta aqui. - Ela me impediu, me puxando de volta apenas para me dar um último beijo. O mais recheado de paixão e carinho que eu provei em toda a minha vida. - Eu te amo, ta legal? - Ela disse. 

- Eu também te amo. - Falei, lhe dando um beijo na testa e sai em busca de minhas roupas que estavam espalhadas pelo quarto.

Quando saí, comprimentei a Sra. Wildwood e ela me olhou de um jeito um pouco surpreso, provavelmente porque deduziu, a partir de meus cabelos bagunçados, os lábios avermelhados e as roupas amassadas, que eu havia transado com sua filha. Mas ela foi bem simpática quanto a isso. 

O dia seguinte foi uma tortura, passei ele inteiro jogado no sofá, sozinho em casa esperando que Kate ligasse. Mas ela não ligou. 

O que aconteceu na verdade foi minha mãe chegar em casa num estado não muito normal. Ela tinha os olhos vermelhos, uma expressão de choque completo e parecia que ia desabar em lágrimas a qualquer momento. 

- Eu sinto muito, filho. - Foi tudo o que ela disse, se sentando ao meu lado no sofá.

- Por que? - Perguntei preocupado e confuso ao mesmo tempo.

- A Kate...ela, ah, Danny, eu sinto muito mesmo.

- Mas por que? O que aconteceu com a Kate? - Perguntei me levantando de repente, minha mãe continuava imóvel. - Mãe, o que aconteceu com a Kate? - Perguntei tentando manter a calma, já sentindo lágrimas involuntárias escorrendo de meus olhos.

- Ela sofreu um acidente, meu amor. 

Estávamos todos lá. Eu, minha mãe, a Sra. e o Sr. Wildwood. Eu e a sra. Wildwood, porém, chorávamos copiosamente. 

Kate havia batido o carro. Era sábado a noite e ela estava indo para a minha casa, minha Kate estava indo até a minha casa para me responder e ela sofreu um acidente. Eu não poderia estar me sentindo pior por causa disso. 

Eu estava ignorando completamente a regra número 1 do manual de homens que diz claramente que homens não choram em público. 

- Vai ficar tudo bem, meu amor. - Minha mãe tentava me confortar, mas de nada adiantava.  

Tudo o que eu conseguia pensar era que a única coisa que importava para mim estava dentro de uma sala da UTI e não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso. 

E assim se seguiram as duas horas mais longas de minha vida.

Um médico apareceu e deixou que o sr. e a sra. Wildwood entrarem. A sra. Wildwood me lançou um olhar de "sinto muito" por eu não poder entrar na sala também.

- Se ela acordar - Eu disse, levando a atenção dos pais de Kate para mim - diga pra ela que eu a amo muito. - Eles assentiram e entraram. 

"Se ela acordar." Kate nunca chegou a acordar. 

E é isso o que me trás aqui hoje, quatro anos depois da morte da minha melhor amiga/a única mulher que amei na vida. Estava frio em Londres, o que explica o casaco que usava. 

No dia de seu enterro eu havia conversado com o sr. e com sra. Wildwood, eles basicamente me disseram que sentiam muito e que Kate me amava demais. Eu disse que sabia disso. Eles disseram que sabiam que eu sabia. Então eu disse que também a amava muito, que era bem mais do que qualquer paixonite adolescente. Eu lhes disse que era loucamente apaixonado pela filha deles. E eles disseram que entendiam. No final da cerimônia, apenas, quando eu e minha mãe já estávamos indo embora, o sr. Wildwood me puxou para um lugar reservado para que pudéssemos conversar. "Ela ia dizer 'sim'" foi o que ele disse. E foi aquela frase que me manteve vivo pelos anos seguintes. 

- Oi, Kate. - Falei, me abaixando para depositar as flores coloridas que lhe trazia semanalmente em sua sepultura, as da semana passada ainda estavam lá, murchando, e as da retrasada já estavam mortas, assim como Kate. - Eu sei que normalmente eu só venho as sextas, mas eu decidi vir antes esta semana. - Continuei, me sentando no gramado a sua frente - Ontem eu fui no médico. E eu te trago ótimas notícias. - Eu disse, rindo levemente com a irônia da situação - Ele fez um exame por causa daquelas dores que eu estava sentindo semana passada, lembra que eu contei pra você delas? Então, o resultado do exame ficou pronto. - Fiz uma pausa - Eu estou com algum tipo grave de doença pulmonar, eu aposto que agora você deve estar pensando "eu te disse para parar de fumar, Daniel", mas isso não vem ao caso. Eu estou doente, e é grave, tipo grave grave mesmo. - Parei de falar novamente e sussurrei - Você sabe o que isso significa, meu amor? Daqui há um mês e meio eu estarei aí com você. - Sorri, limpando a pequena lágrima que escorria de meu olho. - Só mais um mês e meio, Kate. Eu não vou mais ter que sentir sua falta. Não é ótimo? É sim, eu sei. Não fique triste por mim, eu quero isso mais do que você pode imaginar. - Falei, me levantando da grama. - Eu te amo, Kate. E mal posso esperar para te ver novamente. - Sussurrei por fim. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não deixem de comentar.
XO,
Elle.