Vivo Por Ela escrita por MayLiam


Capítulo 7
Os olhos azuis II


Notas iniciais do capítulo

pronto! amanhã posto mais.... beijos!



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Meu Deus! – ela ofega, olhos assustados, trêmula. – Você...

–É, eu sei. – digo irritado, já esperava uma reação parecida. Solto os ombros dela e dou um passo pra trás. Ela não para de me encarar. Está pálida.

–Seus olhos... – ela diz e isso me irrita. Meus olhos, sério? São o de menos a se notar em meu rosto.

–Você é esquisita.

–Foi... Os olhos... Eu... Deus! – ela cambaleia para trás me fazendo avançar contra ela. Está tonta e muito perto das escadas.

–O que foi? – pergunto chegando mais perto, seu olhar está perdido, ela parece estar em uma discussão interna, em conflito. – Senhorita Gilbert!?

–Foi você. – ela diz voltando a me olhar.

–O que? – pergunto confuso e ela apenas sede, desmaiando diante de mim, tive que ser rápido para evitar que fosse ao chão.

–Senhorita! – eu bato em seu rosto, ambos estamos sentados no chão, ela está muito pálida e seus lábios vibram. – Sage! Sage, me ajuda! Rebekah! Alguém!

Mas que inferno! Eu sabia. Não deveria ter cedido a pressão dela. Agora ela me viu, assustou-se e certamente não vai querer mais estar comigo.

“Ora Damon, é exatamente o que você queria. Que ela lhe desse um pouco de paz. Qual o problema?”

Ela não reage, Rebekah entra na biblioteca e se assusta com a luz que tem ao seu redor.

–Senhor Duque!

–Pegue algo para acordar a senhorita Gilbert, ela desmaiou.

– Sim senhor!

–Vamos lá Elena. – digo assim que ela sai da biblioteca. Dou leves batidas no rosto de Elena. – Elena! Por favor...

...

Abro meus olhos devagar, uma voz doce chama por mim, chama meu nome, eu reconheço esse tom, reconheço de meus sonhos, mas desta fez não está frio, nem molhado, está quente. Soa quente e familiar. Abro os olhos devagar e lá estão eles, com o aspecto assustado e protetor de que me lembrava. Com as súplicas para que eu esteja bem. Os olhos azuis. Aqueles olhos azuis eram dele. Do duque. Foi ele quem me salvou. Mas por que não me disse?

–Damon! – ofego.

–Oh! Graças a Deus! O que tem? O que está sentindo?

–Foi você!

–O que?

–Foi você que me tirou do lago naquela manhã.

–Não sei do que está falando.

–Eu vi. Lembro dos seus olhos, são os mesmos olhos. – ele me olha confuso e me levanta do chão, me colocando no colo e me guiando até o andar de baixo, onde me senta na poltrona. Na luz consigo ver melhor. Seus cabelos são negros, e o azul de seus olhos é a única coisa que me prende, não consigo parar de olhar.

–Você está agitada. Fique calma.

–Você saiu no sol, e mesmo agora está no sol. Não tem doença.

–Não Elena, não tem. – ele fala irritado e se levanta me dando as costas. -Será possível que você é terrivelmente irritante a ponto de não notar mais nada em meu rosto. Precisa mesmo que eu fale do por que não gosto que me vejam por aí?

–Do que está falando? – estou confusa. Ele bufa novamente e se põe de joelhos diante de mim, rosnando irritado.

–Esqueça os olhos e olhe pra mim. Pro meu rosto.

–Estou olhando. – fico confusa. – O que há de errado?

–Está troçando de mim?

–Claro que não, qual o seu problema?

–A cicatriz Elena. Essa maldita deformação no meu rosto. – eu olho para a mancha avermelhada no lado direito de sua face. É uma marca que se estende de uma suas sobrancelhas até a parte inferior de seu maxilar. É mais nítida na luz. É uma queimadura que enrugou sua pele e compromete parte de sua expressão. Mas sua pele tem uma cor alva incrível, seus lábios são carnudos e vermelhos e ele tem um rubor natural na face e seus cabelos escuros e brilhosos evidenciam tudo.

–Está me dizendo que vive trancafiado e preso dentro de casa a anos por conta de uma cicatriz no rosto?

–Você é muito obtusa quando quer.

–Leva tão a sério assim a aparência? – ele reluta a responder e franze o cenho. Rebekah aparece no local e ele se põe de pé imediatamente e se afasta, me dando as costas.

–Senhor Duque, a luz...

–Não tem problema. – ele a interrompe e ela fica pálida e paralisada. Devagar se volta para mim e me pergunta se estou bem, me oferece água e me faz inalar uma essência forte e a tontura que estava sentindo aos poucos se dissipa.

–Quer alguma coisa senhorita?

–Não Rebekah. O duque vai me ajudar a voltar para o quarto. – ele se volta pra mim na mesma hora e eu o encaro. -Pode ir. – ele olha pra ela que assenti e sai.

–Você está fazendo julgamentos na mente, posso perceber.

–Por isso Stefan nunca me falou.

–Ele me deu a palavra dele.

–Ele disse que não cabia a ele contar.

–Tenho minhas razões senhorita.

–Elena. Me chame de Elena.

–É íntimo demais.

–Fez a pouco.

–Involuntariamente.

–Só Elena Damon, por favor.

–É melhor você ir deitar um pouco. – eu assinto e me coloco de pé.

–Consegue sozinha?

–Apenas dê-me seu braço. – ele faz relutante. – Não precisa usar essa capa aqui dentro. Seus criados não perecem se importar com isso e eu também não. Nem seu irmão. Ao menos para nós não precisa se esconder.

–Não me sinto bem com a forma que me olham.

–E que forma é essa? Nostalgia. Eles sabem como eu era antes e me ver assim. Não gosto de como me transmitem isso.

–Bem, eu não faço ideia de como você era antes. Mas é bem bonito agora, acredito que sempre foi assim.

–Você realmente está rindo de mim.

–Não, não estou. – sorrio enquanto caminhamos devagar até as escadas do hall para subir para o quarto. – Obrigada! – eu digo quando alcançamos as escadas e ele me olha confuso. – Por cuidar de mim!

–Foi uma promessa. – sorrio para ele e ele desvia de meu olhar, dou um passo no primeiro degrau e meus joelhos vacilam. – Uou! – suas mãos rápidas e ágeis estão ao meu redor. –Tudo bem?

–Foi só uma tontura. – ele se curvou e me pôs no colo.

– Deve descansar para o jantar.

Meus braços estão eu redor de seu pescoço e meus olhos nos seus. Eu não consigo notar mais nada além deles. E quem notaria? Damon é um homem lindo. Nem mesmo sua cicatriz ofusca essa verdade.

“Controle-se Elena!”

...

Elena estava surpresa e cheia de perguntas para Damon, porém sabia que teria que ir com calma.

Damon estava confuso também. Foi uma reação inesperada. Ela mal notou a cicatriz. Só mesmo Elena conseguia colocar nele aquelas dúvidas e o fazer se questionar sobre várias coisas. Ele nunca havia parado pra pensar que todo este exílio pessoal fosse por nuances de vaidade, mas havia mais que isso. E talvez ele contasse a ela um dia. Eram amigos agora. E ele estava radiante por dentro, pois ela não repeliu.

Ficariam todos bem.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado. tive medo de adiantar as coisas, mas foi na hora certa. esses dois vão desenvolver muita coisa juntos pra se descobrirem loucos um pelo outro. vai ser interessante ver como. Essa proteção toda que Damon justifica como sendo de interesse de guardião e toda essa curiosidade de Elena em breve vai se tornar uma bela dinâmica. ^^