Laura

Minha cabeça doía e meus olhos estavam pesados, mas consegui abri-los. Eu estava num quarto branco e sentia alguém segurando minha mão e deitado sobre minha cintura. Não tinha certeza, mas acho que era Danyel.

— Dan? — fitei-o. — Dan, é você? — Ele ergueu sua cabeça. Era ele. O meu príncipe.

— Sim, sou eu. — Ouvi sua linda voz e estava feliz por ele estar ao meu lado, sorrindo. Onde eu estava? Num hospital? O que eu estava fazendo aqui? Danyel iria sair do quarto, mas eu segurei sua mão. Não queria que ele saísse de perto de mim.

— Não, não vai. — Eu tinha um pouco de dificuldade para falar. Ele fez alguma coisa que eu não consegui ver e vários enfermeiros chegaram, pedindo para ele se retirar. O vi saindo do quarto e eles injetaram algo em mim fazendo-me fechar os olhos novamente.

***

Acordei bocejando e vi Caroline e um homem ao seu lado. Ela sorriu e me abraçou calmamente.

— Que bom que acordou. — Ela sorriu e Danyel apareceu, fazendo a tela dos meus batimentos cardíacos apitar mais forte. Todos perceberam e sorriram para mim. — Como você está?

— Com muito sono. Por que estou aqui? — Eles se entreolharam e eu fiquei confusa.

— Você não lembra? — Car perguntou e eu não disse nada. — Você sofreu um acidente indo pra casa da Jules, seu carro capotou e você ficou em coma. — Tudo voltou á minha mente. O caminhão. Meu carro. Meu sangue escorrendo no para-brisa.

— Eu lembro. — falei e suspirei. — Por quanto tempo eu fiquei em coma?

— 21 dias. — Dan respondeu. Três semanas completas?! Meu Deus. Graças a Deus eu estava viva. Muito obrigada, Senhor. Caroline olhou para o homem que estava ao seu lado e saíram, deixando eu e Danyel a sós. Endireitei-me na cama, querendo me sentar, mas senti uma dor horrível nas costas.

— Ai! — falei e gemi de dor.

— Não, Laura. — Danyel me ajudou a me deitar novamente. — Você não pode fazer nenhum esforço. — Bufei, nervosa. Ele se sentou e ele ficou me olhando.

— Por que está me olhando assim? — Fiz carinho em sua bochecha e ele segurou minha mão, beijando-a.

— Estou feliz por você estar acordada. Você não sabe o que eu passei nesses dias que você ficou aqui. Fiquei com tanto medo de perder você. — Uma lágrima desceu de seu rosto e eu a sequei com meu polegar.

— Shh. Está tudo bem, eu estou aqui. — Ele beijou minha mão mais uma vez e o sono veio novamente me fazendo bocejar. — Estou com muito sono. Vai estar aqui quando eu acordar? — Ele assentiu com a cabeça e eu dormi de tanto sono que estava sentindo.

Caroline

Vi minha linda melhor amiga dormir e sendo encarada por Danyel. Depois de tanto tempo, ela havia acordado. Eu estava muito, muito feliz mesmo. Gustavo me levou para casa de moto e eu o convidei para entrar. Comemos pizza assistindo Os Vingadores. Ele estava sentado encostado na minha cama e eu estava deitado nela.

— Nossa. — Ele riu quando pegou um porta retrato meu. Uma foto minha quando eu tinha sete anos com a camisa do Bob Esponja.

— Que foi? Nunca foi fã do Bob Esponja? — Rimos juntos.

— Já, só que... O que aconteceu com você, você era bonitinha... — Olhei bem para ele, que logo riu.

— Cala a sua boca. — Bati em sua cabeça. — E pra sua informação, minha mãe sempre fala que eu não mudei nada.

— Ah claro, a sua mãe, Caroline! — Rimos e eu bati em sua cabeça novamente. Ele me fitou e aproximou seus lábios dos meus, produzindo um selinho rápido. Gustavo não sabia se olhava para minha boca ou para meus olhos. — Desculpa. — O puxei pela sua nuca, iniciando um beijo lento e quente. Deitei na cama e Gustavo ficou em cima de mim, segurando minha cintura. Eu puxava seus cabelos e milhares de borboletas voavam em meu estômago. Meu coração quase saiu pela boca de tão forte que estava batendo. Seu cheiro me deixava muito tonta e nos separamos ofegantes. Ele me olhou e fez carinho em minha bochecha com as costas de sua mão. — Você é tão linda. — Minhas bochechas ficaram avermelhadas. — Quer sair comigo amanhã? — Eu sorri mordendo meu lábio inferior.

— Quero. — falei, dando-lhe mais um beijo, só que bem rápido. — E aonde vamos?

— No cinema. Depois vamos tomar açaí. — Assenti com a cabeça, abraçando-o. — Melhor eu ir, já está tarde. — Fiz um biquinho e ele sorriu, beijando-o e se levantando. O levei até a saída, indo com ele para sua moto e antes que ele colocasse o capacete, beijei sua bochecha demoradamente. — Boa noite, Car.

— Boa noite. — Sorri e o vi saindo. O que eu estava fazendo? Meu Deus. Mas ele era incrível! Minha melhor amiga estava acordada e vou sair com um cara lindo e maravilhoso que provavelmente será meu namorado! Preciso pedir mais alguma coisa?