Laura

Iríamos sair no sábado e resolvi voltar a ir pra escola. Minhas mãos doíam de tanto copiar matérias e deveres. Eu havia me mudado para o apartamento da minha prima. Era lindo e muito luxuoso para o meu gosto. Parentes ricos, fazer o quê né? E, além disso, meus primos me davam uma grande ajuda financeira todo mês. Léo estava saindo com uma mulher e eu ficava feliz por ele. Matt estava estranho e todos já sabiam o porquê. Ele havia engravidado uma garota de 16 anos da outra turma de terceiro ano. Obviamente ele iria assumir o bebê. O nome da garota era Olívia. Eles andavam sempre juntos e Matt demonstrava muita atenção e carinho por ela. Isso nunca havia acontecido com ele e demonstrávamos nosso apoio á ele.

— Animada para amanhã? — Danyel surgiu do nada, provocando assim um susto. Ele sorria e eu bati em seu ombro. Eu estava no portão da escola, era a hora da saída e eu esperava Caroline.

— Nunca me assuste assim, seu ET! — Ele riu e percebi que as mãos de Danyel estavam para trás, escondendo alguma coisa. — O que você tem aí atrás?

— Uma prévia de amanhã. — Soltei um risinho e ele revelou uma rosa vermelha. Quando ele foi me entregar a flor, seus lábios foram em direção á minha orelha. — Eu passo pra te buscar ás oito. — Ele sussurrou e eu me arrepiei, fazendo Danyel soltar um risinho. Ele ficou parado na minha frente como se esperasse alguma coisa.

— O que você quer? — Eu ri.

— Eu não mereço nenhum beijinho para ir embora? — Minha boca abriu num O e bati em seu ombro novamente.

— Atrevido! — Foi a vez de ele rir.

— Vamos, por favor. Só um no rosto, vai. — Ele virou seu rosto, pra eu beijar sua bochecha. Não vi mal algum. Aproximei-me para beijar sua bochecha, porém, Danyel virou o rosto de propósito, me roubando um selinho rápido. Eu ri baixo, com vergonha. E vi Caroline saindo, ela sorriu para mim e me esperou encostada em seu carro.

— Até amanhã. — Eu já ia sair dali, mas ele me segurou e beijou demoradamente minha bochecha quente. Tinha eu como eu ficar mais vermelha?

— Você fica linda quando está corada. — Olhei ele pela última vez antes de ir para o carro de Caroline. Que implorava por detalhes e mais detalhes. Boba como sempre.

***

O dia seguinte demorou chegar. Eu estava ansiosa, aflita e nervosa. Danyel não quis me falar nem por um decreto onde iriamos. Droga. Depois de ver 20 vestidos com pares sapatos diferentes, fiz minha escolha perfeita. Era 20h00min em ponto, dei uma ultima olhada no espelho e pude admitir, eu estava linda (http://www.polyvore.com/look_laura/set?id=83846409). Ouvi a campainha tocar, atendi e vi Danyel. Completamente lindo e segurando um buquê de rosas vermelhas. Ele me olhou de baixo para cima, deixando-me corada.

— Você é muito linda. — Abri espaço para Danyel entrar e me entregou as rosas.

— Desculpe, você trocou as palavras. Você devia dizer que eu estou bonita. — Ele sorriu.

— Laura, se você é linda, você consegue ser linda de qualquer jeito, não importa como esteja. — Abri um largo sorriso, coloquei as flores num vaso com água, tranquei a casa e saímos do meu prédio. Danyel destravou seu carro e abriu a porta para mim como um perfeito cavalheiro. Ele dirigiu até um restaurante italiano e pude perceber que diversas vezes ele observava minhas coxas, meu vestido só chegava até a metade delas. Eu fingia que não percebia.

Era um restaurante lindo e aparentemente muito caro. Pedimos nhoque e vinho. Conversamos e nos divertimos a noite inteira. Digamos que meu estomago estava doendo de tanto rir. Estávamos andando na praia e eu havia deixado meus sapatos e minha bolsa no carro. Ficamos sentados num banquinho em frente á areia da praia e de longe, meus olhos pesaram, indicando que eu estava cansada e com sono. Encostei minha cabeça em seu ombro e ele entrelaçou nossas mãos.

— Posso ser sincera? Você foi como um príncipe hoje. — Ele sorriu.

— Se eu sou um príncipe, você é a princesa. — Olhei em seus olhos e ele aproximou seus lábios dos meus. Sua língua pediu passagem e não cedi, apenas afastei minha boca. Levantei-me e ele fez o mesmo.

— Vem, vamos embora. — O caminho até o meu prédio foi silencioso. Quando chegamos, selei nossos lábios mais uma vez. O puxei pela gola de sua camisa social, para um longo, lento e provocante beijo. Nossas línguas brincavam e eu fazia carinho em suas bochechas enquanto ele segurava minha cintura. Minhas pernas tremiam e meu coração só faltava sair pela boca. Nos separamos pela falta de ar. — Passa a noite comigo? — Não, eu não ia transar com ele. Tenho o princípio de só fazer sexo depois do casamento. Chata? Não, apenas tenho valores que quero que sejam respeitados. Falei que não queria ficar sozinha. No elevador, ele me abraçava por trás e me dizia coisas que faziam rir. Quando chegamos ao meu apartamento, o tranquei e fomos até o meu quarto. Iniciamos um beijo caloroso e caímos na cama, rindo entre o beijo. Seu toque me fazia arfar e tremer. Ele respeitava meu limite de eu não o deixar tocar no meu corpo abaixo da cintura. Frescura não. Precaução. Tirei minha maquiagem e coloquei um pijama (http://www.tiobeto.com/prdfotos/prd_806_4c45ffc7acf30.jpg). Quando saí do banheiro, senti o olhar de Danyel sobre mim.

— Posso falar uma coisa com todo respeito?

— Pode. — Ri.

— Você é gostosa. — Soltei uma gargalhada e peguei uma roupa de Nick, marido da minha prima, para Danyel. Era uma cueca samba canção e uma blusa branca. Eram novas. Entreguei á ele, que logo foi ao banheiro se trocar. Eu não tinha certeza nem razão do que eu estava fazendo. Danyel me assustou me abraçando por trás e beijando meu pescoço. — No que está pensando?

— Em nada. — Encarei seu lindo rosto e ele me deu um selinho.

— Não minta para mim, você não sabe fazer isso. — eu ri e mordi meu lábio inferior.

— Estou pensando em você. — falei seriamente. — E sinceramente eu não sei o que fazer.

— Sobre o que? Sobre nós? — Nem estávamos juntos, porque ele se referia desse jeito. Não existia nós. — Ei, calma. Eu estou confuso também. Mas eu quero ficar com você. — Seu olhar me transmitia ternura. — Você foi a melhor coisa que me aconteceu. — Pus minha mão em seu peito esquerdo, ouvindo seu coração bater muito, mas muito forte. — Está ouvindo isso? Quando fico perto de você ou quando penso em você, meu coração fica assim. E todos os dias, ele chama pelo seu nome e eu... — O beijei antes que dissesse qualquer outra coisa. Eu estava apaixonada por Danyel. Aquilo foi praticamente uma declaração para mim. Caímos na cama ainda nos beijando. Borboletas flutuavam em meu estomago e eu parei de beijá-lo para recuperar o ar. Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas não pôde porque eu voltei a beijá-lo. Nessa noite eu não precisaria sonhar com Danyel, ele já estava ao meu lado.