Horas se passaram e aparentemente ninguém havia sentido falta das três meninas. O baile de fim de ano continuava e todos se divertiam.

–Vou buscar mais vinho. -Uma garota com um vestido longo vermelho avisou ao cavalheiro que estava à acompanhando.

–Pegue o melhor vinho que achar. -O rapaz rapidamente respondeu. -De preferencia o mais antigo.

A menina caminhou entre os casais que dançavam uma valsa, o lugar estava tão lotado que era até dificil chegar até o outro lado do jardim e finalmente chegar a casa.

Ela entrou pela porta que dava na cozinha e foi até a adega e pegou o vinho mais velho que achara, estava voltando para fora da casa quando percebeu a falta das garotas na festa.

"o que será que elas estavam aprontando? Se perguntou." -Decidiu dar uma olhada na casa e ver o que as três garotas estavam aprontando.

Olhou nos corredores e nada das meninas. Pensou em voltar para o baile e parar de procurar, a casa estava tão escura e assustadoramente quieta(tirando o som da música que agora estava mais baixa do lado de fora da casa). Estava com medo do que poderia encontrar, sentia um mal presentimento. Mas sua curiosidade era maior.

Caminhou até a sala. O vinho em suas mãos escorregou e a garrafa se partiu em mil pedaços e com isso o vinho todo se espalhou pelo chão. Seus olhos se arregalaram, sua boca se abriu, ela queria gritar mais não conseguia. Esfregou os olhos algumas vezes, ela queria ter certeza de que o que ela estava vendo era verdade.

Alisson, Madisson e Victoria estavam jogadas no chão da sala, todas ensanguentadas e totalmente imóveis. Neste momento a garota tinha certeza de que as amigas estavam mortas.

Queria ir pedir ajuda, mas não conseguia se mover. O choque havia paralizado a mesma. Deu alguns passos, com muito esforço ela foi em direção as amigas. Se ajuelhou ao lado de Victoria.

Vic estava gelada, pálida e com suas roupas lotadas de sangue. Não estava muito diferente das amigas.

–Tori... Tori. -A menina de vestido vermelho tentava despertar a amiga. -Tori, te imploro, digas alguma coisa. -Neste momento a garota já estava caindo em lágrimas.

A menina estava sentada de costas para as outras duas. Não tinha com o que se preocupar, todas estavam mortas, não poderiam fazer nada. Pelo menos era isso que ela achava.

Os olhos de Alisson se abrem, tudo o que ela vê é o escuro, tenta se levantar mas não consegue. Era como se estivesse sendo puxada pelo chão, seu corpo não à obedecia. Seu corpo estava tão gelado que ela se sentia como se estivesse no lugar mais frio do planeta. O mais estranho era que ela não conseguia respirar, se sentia morta. Mas de alguma forma estava viva. Não tinha nenhum sentimento, a unica coisa que sentia era fome.

Com muito esforço virou sua cabeça e olhou para seu lado, viu uma garota de vestido vermelho parada um pouco longe dela, perto de Victoria que continuava desmaiada. Normalmente ela se preocuparia com sua amiga, mas agora ela só conseguia pensar em como o cheiro da garota de vermelho era gostoso.

Rapidamente toda aquela dormencia de seu corpo passou. Se levantou rapidamente, na verdade ela se levantou tão rápido que até ela mesma se impressionou. Se escondeu em um corredor.

Precisava tirar aquele pensamento horrivel de sua cabeça. Mas o tempo todo a mesma coisa se repetia em sua cabeça.

"Ela está tão vunerável, mata ela"; "você está com fome, dá uma mordidinha nela e tudo passa"; "mata ela". E coisas desse tipo ocupavam sua mente.

Ela não queria, mas era necessario. Ficou na porta da sala, ainda um pouco escondida. De onde ela estava, ela podia ver tudo que acontecia na sala. Não aguentava mais se segurar, necessitava fazer isso. Correu até o lado da garota que nem notou sua presença.

–Me desculpa! -Alisson disse ao ouvido da garota. E logo depois deu uma mordida no pescoço da mesma, que gritou com a dor de seu sangue sendo sugado.

–Me solta! Me solta! -A garota gritava, no fundo Alisson queria deixa- lá ir, mas não conseguia parar, não agora.

Ela sentia um remorço enorme por estar causando a morte daquela garota inocente, mas o sangue era tão bom. A sensação que aquilo causava nela era inesplicavel, não tinha como parar. A menina caiu no chão, já aparentando estar morta.

Quando Ali se deu conta do que havia feito, soltou a garota. Se levantou, se sentia tão culpada, tão triste. Mas a adrenalina do momento e sua fome a deixaram cega por alguns segundos.

Andava de um lado para o outro, ela havia sido a unica que tinha sobrevivido. Como explicaria isso para todos. Decidiu que iria sumir com os corpos, se ela se livrasse dos corpos ninguém nunca saberia o que tinha acontecido.

Olhou para o chão e levou um susto, mas logo depois começou a ficar irritada. A garota de vermelho tinha desaparecido. Como ela teve coragem de enganar Alisson.

–Onde se escondestes Lucinda? -Alisson gritou, sentia o cheiro do sangue da garota, sabia que ela ainda estava na casa. -Eu vou matar você! Ninguém enganas a mim. -Gritou novamente. Não sabia o porque que estava agindo assim, mas sua raiva apenas aumentava.

*Lucinda é o nome da amiga delas. A garota de vermelho*

Começou a andar de um lado para o outro, que droga. A garota estava sangrando, estava caindo pingos de sangue por todos os lados, ela acabou ficando perdida.

Mas sabia que a garota estava no segundo andar da casa. Correu a escadaria e chegou no lugar desejado sem muito esforço.

–Não adianta se esconder. -Alisson avisou. -Eu vou te achar.

Seguiu o cheiro da garota até o quarto dos pais de Victoria. Batei na porta algumas vezes e nada da garota abrir, ela tinha certeza de que Lucinda estava naquele lugar.

–É melhor você abrir essa merda de porta. -Ali não sabia o porque de toda esta agressividade. -Porque se não a lobinha má vai assoprar até a porta cair.

Ouvi um grunhido, parecia um choro abafado. Por incrivel que pareça ela não ficou triste por ouvir a amiga chorar, ela apenas achou que isso havia deixado o jogo ainda mais interresante.

–Esta com medinho. -Debochou.- Que fofo.

–Eu avisei que era pra você abrir a porta. Mas já que você não quer abrir, eu abro pra você. -Apenas com um empurrão Alisson conseguiu abrir a porta. Na verdade ela arrebentou a porta.

–Por favor, me deixa em paz. -A garota disse chorando. -Eu te imploro, me deixe ir embora. Eu juro que nunca mais apareço na sua frente.

A menina estava sentado num canto escuro do quarto, encolhida e com o rosto todo molhado por lágrimas. Seu pescoço sangrava.

–Infelizmente isso não será possível. -Alisson disse sorrindo. Se aproximava lentamente da garota.

–Se afaste de mim, demônio. -Ela gritou. -Deus está comigo e me salvará, enquanto você queimará no inferno. -Automaticamente Alisson começou a rir.

–Você acha que eu sou o demônio? -Disse ainda rindo. -Eu sou algo bem pior. -Ali disse e na mesma hora pulou no pescoço da amiga.

Sugou todo seu sangue e a deixou no quarto. Não se preocupava mais com o corpo. Antes de ir embora colocaria fogo em tudo.

Mas quando terminou de descer as escadas ela levou um susto. Maddie e Victoria estavam em pé se encarando, provavelmente ainda estavam perdidas.

–Vocês também voltaram a "vida" -Disse sorrindo. -Se é que estamos vivas. -As meninas encaravam ela sem enteder nada.

–Porque eu estou me sentindo tão estranha. -Maddie perguntou. -Eu acho que nem estou respirando.

–E eu estou com uma fome enorme, mas é uma fome diferente. -Victoria disse.

–Você quer dizer... Sua fome é por sangue? Humano? -Elas me encararam assustadas.

–Na verdade eu acho que sim. -Victoria admitiu.

–Mas isso é errado. -Maddie disse.

–Está tudo errado, não perceberam isso ainda?- Ali perguntou. Tentaria explicar para as amigas o que aconteceu. -Fizemos um pacto com o diabo, morremos, voltamos e agora somos mortas- vivas que se alimentam de sangue humana.

–Então somos, tipo... Vampiras?- Victoria perguntou. Apenas assenti.

–Estou com muita, muita fome. -Maddie reclamou.

–Quer acabar com essa fome? -Perguntou e as outras duas garotas assentiram. -Eu sei com acabar com ela.

Levei as meninas até o lado de fora da casa, o baile. Muitas pessoas, muito sangue. Exatamente o que elas estavam precisando.

–Se divirtam. -Falou Alisson. -"Matem" sua fome.

Gritaria, alvoroso, sangue, corpos mutilados. Foi tudo o que sobrou do baile e depois tudo foi tomado pelo fogo.