Maison De Rosalia (Black Rose) Interativa escrita por Izabell Hiddlesworth


Capítulo 29
Touchée


Notas iniciais do capítulo

Oii!!

Cap. dedicado ao Tohru-kun ^^

Bem, bem... Acho que a Alice-chan está brava comigo o.o' (e eu nem sei o porquê e.e').

Ah, e recadinho para os leitores que tem chars inscritos e não comentam há mais de cinco caps.... Cuidado, se não comentarem eu não sei se estão acompanhando, ou seja, se não estão acompanhando é muito mais justo cortar os chars e dar a vaga para outra pessoa.

Boa leitura!! ^.~



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 E então, eu pus meu amor por Ginger à prova. Agora, as espadas apontavam-se na arena, esperando o primeiro movimento para se encontrarem, não tinha mais volta. Deveríamos lutar e decidir de uma vez por todas de quem Ginger era, ainda que esse enfrentamento fosse contra a sua vontade.

 Não estávamos fazendo uso dos trajes e acessórios de proteção de kendo ou esgrima, preferíamos assim. No entanto, as vestimentas nobres e requintadas com o brasão de nossa família cobriam nossas peles albinas, sem nos proteger de praticamente nada.

 Eu podia sentir o olhar de Ginger em minhas costas, preocupado, magoado, ansioso, temoroso, aborrecido consigo mesmo. Heimirich estava ao seu lado, mas ele não podia nos ver.

 Cashmire mexia os dedos nervosamente no espaço entre nós, de lado, encarando a parede de vidro protegido por filme. Ela segurava uma pequena bomba de fumaça em forma de rosa negra.

- Ainda dá tempo de pararem com isso - seu tom era quase suplicante. - Por favor.

 Engoli em seco, tentando manter o rosto impassível. Pude perceber um leve tremor no braço de Acace que se mantinha suspenso em minha direção.

- Sinto muito, Cash - eu disse.

- Me desculpe, priminha - Acace fechou os olhos por um breve momento. - Não podemos parar agora, é tarde demais.

 A morena cerrou as pálpebras e comprimiu os lábios, abaixando a cabeça.

- Cash, não temos a tarde toda - a voz de Hikaru soou no sistema sonoro.

 Ela ergueu um polegar em positivo e tirou a katana da bainha no cinto.

- Então não há mais volta - ela finalmente cedeu. - Só não se matem.

 A bomba de fumaça foi lançada para o alto. Cash esperou um pouco até que ela começasse a cair, o que, por conta do nervosismo, me pareceu uma eternidade. Flexionando os joelhos, a morena saltou na direção da bomba, a cortando em um estalo com a katana. Uma nuvem de fumaça cinza preencheu o espaço, porém, a substância não nos fazia mal.

 Vi os olhos heterocromáticos de Acace luzirem em um lampejo ameaçador a dois metros de mim. Me afastei num pulo, esperando que a fumaça se dissipasse para que eu pudesse atacar. Seus passos eram pesados contra o piso da arena, o que só me favorecia.

- Ah, assim não vale, priminho - a espada foi erguida atrás de minha cabeça.

 Joguei-me ao chão, rolando a uma distância aparentemente segura. Consegui me pôr de pé e chocar a lâmina de minha espada contra a de Acace, que novamente tentava me ferir. Com um movimento rápido de esgrima, fiz um corte em "X" na lateral de sua camisa.

 Observei nitidamente um indício de raiva transpassar seus olhos, enquanto ele avançava em uma investida para mim. Travei o golpe colocando a espada a minha frente na horizontal, com certeza isso acarretaria um arranhão na lâmina.

- Muito esperto, Fran - Acace sorriu irônio. - Mas eu tive o melhor professor na arte de duelar.

 Atingi o chão, caindo sentado após uma rasteira rápida do mais velho, o choque subiu arrepiante por minha coluna. Apoiei a mão livre no chão e girei para me levantar. Acace já tinha sua espada na posição desejada, por isso conseguiu rasgar minha camisa nas costas.

 Lancei um evasivo olhar para a cabine de controle. Cash tinha os braços cruzados contra o peito, estava de pé com o semblante sério e impaciente. Arkane estava sentada em uma pequena poltrona ao seu lado, nos encarando com uma vasilha cheia de pipocas como se estivesse achando aquilo interessante. Voltei ao que estava fazendo a tempo de evitar que meu braço estendido fosse arrancado.

- Acho que seu professor não te ensinou que é feio atacar pelas costas - sorri cínico antes de chutá-lo na barriga.

 Seu corpo se contraiu em dor, me dando a chance de derrubá-lo no chão com mais um chute. O encurralei com a espada tocando em sua garganta.

- Touchée, meu caro - fechei o sobrecenho.

 Por alguns doces e breves instantes eu pude desfrutar do pensamento de que Ginger enfim era só meu, mas eu estava errado.

- Eu não diria isso se fosse você - Acace sorriu de canto em escárnio.

 Baixei a guarda quando levantei uma sobrancelha em questionamento. Meu primo prendeu minhas pernas e as puxou para o lado, me desequilibrando de encontro ao chão frio. O baque abafado de minha queda foi alto aos meus ouvidos,  porém, eu consegui ouvir o barulho de metal da ponta da espada de Acace sendo colocada rente à minha cabeça.

- Diferente de você, priminho, eu quero me divertir com isso - disse o albino.

 Isso significava que ele queria me torturar até a morte? Talvez. Ou ele só queria mesmo me ver implorando para sobreviver. No entanto, Acace se afastou de mim em passos como que ritmados. A espada foi largada no chão e ele ergueu as mãos para o alto rindo.

- Se rende? - Sentei-me rápido, apanhando minha espada.

- Nunca - um cone de labaredas roxas e negras o circundou em alta velocidade.

 Não perdi tempo esperando para checar se ele realmente estava fazendo aquilo que eu deduzia. Me ajoelhei e deixei que a fina fumaça branca com pequenos redemoinhos me encobrisse fazendo minha transformação. A espada foi trocada pela foice já desembainhada.

 Ousei direcionar o olhar para onde Acace deveria estar, mas não havia nada ali. Estranhamente, eu senti leves rajadas agitando meus pelos. Ergui o queixo, olhando para o teto da arena. Um grande dragão de couro roxo agitava suas asas com garras nas pontas, mantendo seus olhos penetrantes sobre mim.

 Gelei, então me lembrei do que Yusuke tinha me dito - até que ele foi de alguma utilidade -: "Não altere o tamanho, você pode entrar dentro dele e causar uma hemorragia interna. Se ele resolver soltar fogo, ainda é você que controla o vento, pode até mesmo criar uma esfera de vácuo". Bastava que eu me mantivesse calmo.

 O dragão curvou o pescoço em minha direção, com a grossa e espinhosa cauda em riste, pronto para o ataque. As asas se abriam cada vez abrangendo um espaço maior, se enticando ao máximo para que as garras ficassem à mostra. E, num piscar de olhos, a criatura gigantesca mergulhou rasante no ar.

 A bocarra se abriu, exibindo a fileira de poderosos dentes. Percebi as chamas se inflamando atrás da epiglote. O pescoço protuberou-se ainda mais para mim, tanto que eu puder sentir o ar quente escapando das narinas e beijando minha tez alva.

 Coragem, reuni tudo o que possuía deste mágico impulsionamento. Me dividi em três kamaitachis menores. O dragão cuspiu as labaredas esticamos as mãos para o fogo, criando uma esfera de vácuo que bifurcava o caminho das chamas.

 Antes que a boca se fechasse, pulamos para a língua de ponta triangular. A cortina de dentes se fechou arrancando um tufo de pelo das minhas costas, cerrei os olhos sentindo a ardência, pelo o fato das presas estarem quentes, provavelmente fui queimado.

 Os outros dois kamaitachis me esperavam no fim da fileira de dentes. Eles usaram as foices para produzir uma quantidade considerável de ar frio que fosse o suficiente para retardar o próximo jato de chamas.

 Me apoiei na língua  para ver o canal por onde as chamas eram liberadas. O encontrei pulsante, tentando se fechar contra os cortes de ar frio que insistiam em penetrá-lo.

- Sorry, Acace-kun - empunhei a foice e cortei a abertura do canal.

 A gigantesca garganta se apertou e, mesmo estando dentro da boca do Dragão, foi nos audível o urro ensurdecedor de dor. Ele abriu a boca num ato desesperado por inalar ar fresco. Saímos rápido pela abertura, sendo arremessados longe por uma tosse engasgada do dragão.

 Na trajetória de queda, os dois kamaitachis se fundiram em mim novamente. Assim que minhas costas atingiram violentamente a parede mais próxima, voltei à forma humana. Tudo latejava e me parecia que minha coluna estava rasgando minha tez.

 Com o rosto contraído pelo torpor, levei minha mão temorosa até o ponto dolorido. Senti um líquido molhando a ponta de meus dedos.

- Sangue - murmurei abaixando a cabeça.

- Ahhh!! - Acace também voltara à forma humana.

 O albino estava de quatro no chão, com uma mão envolvendo o pescoço. Sangue escorria de sua boca, e jatos eram lançados ao chão e às vestes. A camisa branca com o brasão da família estava sendo tingida de um vermelho intenso.

 Tentei me levantar com muito esforço. Caminhei debilmente até meu primo, me agachando a sua frente. Ergui seu queixo com pouca sutilidade, fazendo com que os olhos heterocromáticos focassem os meus avelãs levemente rosados.

 Fiz minha boca se transformar na do kamaitachi, colocando para fora a língua esguia e exibindo os dentes curtos e serrilhados. Mantendo o contato visual, salientei minha língua para seu queixo, deixando a ponta provar do sangue que escorria.

 Doce, inebriante. Era delicioso, fervente, realmente vívido. Permiti que mais de minha língua se estendesse para limpar as manchas vermelhas no rosto de meu primo. Ele grunhia meio por raiva, meio pelo contato.

 Sentia o sangue estancando em minhas costas e nos demais lugares que tinham sido arranhados. A força também era recuperada. Com uma última ríspida lambida no fino lábio inferior, recolhi minha língua e minha boca voltou ao normal. Depositei um cálido beijo fraternal nos lábios oscilantes.

 Dark rompeu na arena, se enfiando entre mim e Acace. Caí para trás, passando as costas da mão na boca. Refiz o coque nos meus cabelos prateados, sendo colocado de pé por Miguel que entrava com os outros.

 O encoleirado-kun rapidamente tomou seu precioso protegido nos braços e foi guiado por Yusuke e Alex até a enfermaria, provavelmente. Viollet estava ao lado de Miguel, com uma expressão preocupada no rosto.

- Nee, Fran-kun - a rosada me chamou. - Você não deveria ir para a enfermaria também.

 Arkane passou o braço por meus ombros e me colou ao seu corpo, quase me sufocando entre os seios avantajados.

- Que nada, o Fran é duro na queda - ela riu orgulhosa. - Não é, Fran? Fran?

 Consegui me soltar, inspirando ar com vontade. Coloquei a mão na cabeça, a sentindo latejar ritmada.

- Preciso... - Cambaleei em alguns passos. - Preciso descansar.

 Miguel me segurou antes que eu caísse no chão de novo. O moreno me pegou no colo, me fazendo corar.

- M-Miguel, creio que não é necessário - cerrei os olhos.

- Fran-kun, não queremos você caindo pelos cantos - protestou Viollet.

 Deixei a quadra, então nos braços de Miguel, acompanhado por Viollet e Arkane.


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Notas finais do capítulo

Yeay! Não ficou tão grande quanto eu planejava, mas eu dei o meu melhor. u.u Gostaram? :3

Nos vemos nos reviews!! ^^

Bjs. 'u'