Pedaços Da Vida - Bônus De Meu Amor escrita por Morgana


Capítulo 2
Fim de Semana


Notas iniciais do capítulo

Primeira parte



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Àquele final de semana no Complexo da Irmandade estava agitado.

As shellans resolveram que ficaria fora durante o sábado e domingo, só retornando na madrugada de segunda-feira. Assim sendo, os machos teriam 48 horas com os pequenos, contando desde a meia noite de sábado. O que os estava deixando malucos. Elas ficariam guardadas em outra das mansões de Beth, acompanhadas de iAm e Trez, além de Payne e Xhex, é claro. Mas ainda assim, a perspectiva de deixá-las sozinhas os perturbava.

Na Mansão, as fêmeas se preparavam para sair, levando consigo alguns doggen fêmea e bolsas com comidas e mimos. Ficariam conversando e descansando, sabendo que seus hellrens estariam seguros em casa.

Phury e Cormia já haviam chegado, e estavam no antigo quarto do Primale. Ela segurava um ativo Aggie, que não parava quieto em seu colo, esperneando para ir ao chão. Quando ela o soltou e ele saiu caminhando e tropeçando pelo quarto, percebeu que Phury a encava.

“Ora, vamos, querido... Não será tão ruim assim!” sorriu, sentando ao lado do macho e segurando sua mão. “Vocês ficarão bem, assim como nós. E sempre poderão nos ligar e perguntar como proceder. Além do mais, as crianças vão dormir cedo.”

Mesmo assim, quando os incríveis olhos amarelos dele a fitaram, sabia que ainda haveriam problemas.

“Jura que me ligará se acontecer qualquer coisa, leelan? E eu quero que se desmaterialize para cá urgentemente, se realmente...”

“Eu juro, Phury... Juro que se for realmente necessário, um risco de vida, me desmaterializarei para cá.”

O guerreiro fitou sua shellan. Suspirou, e a beijou suavemente.

“Amo você, minha shellan.”

“E eu a você, hellren.”

Um baque surdo foi ouvido, e o casal se virou para a cômoda ao lado da cama. Um porta-retrato tinha caído no chão, em cima do tapete, e o pequeno Ahgony os encarava com enormes olhos verdes e uma cara sapeca, se alegrando do fato de ter pegado algo sobre a mesa.

Eles riram.

*

Vinte minutos mais tarde, os casais estavam no saguão, se despedindo. As bolsas estavam numa van, e uma grande caminhoneta havia sido preparada para levar todas as fêmeas juntas.

 Layla já havia chegado para entregar Sameera à Qhuinn e Blaylock, os únicos que se sentiam à vontade ficando tanto tempo sozinhos com crianças, já que era comum cuidarem da menina nos dias que ela ficava na Irmandade.

Wrath, porém, estava inquieto, transferindo seu peso de um pé a outro, e torcendo nervosamente a coleira de George.

Dhread estava sentado calmamente no primeiro degrau da escada, brincando com uma adaga de madeira que Vishous fabricara. Quando Beth o chamou, o menino levantou seus olhos verde-claros e correu em direção a ela com os braços estendidos.

“Venha se despedir da sua mahmen, meu amor.” Beth se agachou à altura dele, e o abraçou.

Mahmen, posso comer chocolate do pote, não posso? A senhora deixa? Só hoje?”

A risada da rainha correu o hall principal.

“Sim, mas só um pouco, senão terá dor de barriga!” E o beijou na testa. “Se cuide, e obedeça a seu papa, sim?”

“Sim, sim, mahmen!” o sorriso do garoto era branco e brilhante. “Meu papa vai contar histórias, hoje! Vou me comportar!” E saiu correndo para brincar.

Wrath pegou Beth pela cintura e a beijou com força.

“Se cuide, minha leelan.” Deu um passo para trás e respirou fundo.

“Até amanhã, meu amor.” Ela sorriu, passou a mão na cabeça de George e se afastou, indo para o carro.

*

Quando a porta principal da mansão fechou, todos os guerreiros respiraram fundo. Cuidar dos herdeiros com as mahmens por perto era uma coisa. Outra completamente diferente era cuidar sozinhos. Oh, sim. Eles todos haviam alimentado Nalla, trocado as fraldas dela e de Dhread. Alguns ajudaram Qhuinn e Blay assim que Sam nasceu, e Phury estava sempre com Aggie na mansão. Mas nunca ficaram mais que o necessário. Agora, os onze machos teriam que se virar para dar banho, comida e colocar para dormir quatro crianças.

Vishous e John eram os mais apavorados. Quando as portas se fecharam, os dois sentiram arrepios e suores. Então, encararam seu rei.

Wrath estava impassível, parado aos pés da grande escadaria, com George ao seu lado e D. um pouco atrás, fazendo barulhos com a adaga de brinquedo, fingindo alguma coisa. Alguns segundos de silêncio tenso se passaram, até que Rhage finalmente abriu a boca.

“Tudo bem, o que vai primeiro?”

Z. franziu as sobrancelhas.

“Como assim?”

“Ah, você sabe.... Vamos vesti-los com roupas de luta, levá-los para o ginásio, primeiro, ou dar de comer? Talvez uma maratona do Bill Murray?”

“Minha filha não vai assistir a Recrutas da Pesada, Hollywood!”

“Ah, bem...” ele parou por um segundo. Então se aproximou de Vishous e o abraçou pelos ombros. “Irmão, sinto dizer isso, mas acho que você terá que ensinar as meninas a tricotar... Você sabe, aquelas coisas qu-”

“Ah, cale a boca, Rhage!” V. se soltou. “Eu não tricoto, e você sabe” completou, de cenho franzido. “Talvez você devesse ensiná-los, já que insiste tanto nesse assunto.”

Os Irmãos deram risadinhas.

“Muito bem, vamos arranjar o que fazer. Talvez levá-los para o cinema e passar algum filme construtivo...” Wrath começou a se dirigir para o alto da escada.

“Podíamos passar aquele dos Backyardigans!” Butch disse e caminhou para perto do Rei; pegou Dhread, colocando-o sentado em seus ombros. O garoto riu alto.

“Ou algum do Dr. Seuss.” Phury disse, enquanto puxava Aggie pela mão. O menino trazia um carrinho de brinquedo, e subia cada degrau o arrastando pelo chão. A subida seria loooonga para o Primale e seu filhote.

“Dr. Seuss? Irmão, já conheço todas as histórias! Lemos tanto para Nalla que posso recitá-las de cor!” Rhage exclamou, sorrindo. Olhou ao redor e ficou sério. “Por falar nela... Z., cadê...”

“BUUU!” por detrás do corrimão do segundo andar, Nalla salta com os dedinhos em forma de garra. Os cabelos estavam escovados para trás, e uma tiara rosa impedia que os fios caíssem sobre seus olhos. Seu vestido azul claro estava amarrotado, e tinha os pés descalços.

Eles ficaram parados um instante, sem saber o que fazer. A menina ficou os encarando com olhinhos semicerrados e na mesma posição.

Então Rehv suspirou e Zsadist gemeu.

“Oh, não! Não, por favor, não nos coma, monstro horrível!” Rehv disse, fazendo um teatrinho.

Rhage sorriu e entrou na brincadeira, fingindo estar em um ataque de pânico. “Oh, minha Virgem, por favor me saaaaalve!” Ajoelhou-se no chão, com as mãos em prece.

Dhread e Sameera riram. O príncipe remexeu-se sobre os ombros do tio, até que Butch o colocou no chão, e ele e Sam correram para o lado de Nalla, repetindo o que ela fazia, e imitando rosnadinhos.

Os machos se seguraram para não rir.

Em poucos minutos, só sobraram Vishous e John em pé. Wrath estava fingindo ter desmaiado, e Dhread estava deitado em seu peito, parecendo que ia mordê-lo.

Sam havia se empoleirado entre Tohr e Blay e estava tentando fazê-los baterem suas cabeças.

Nalla havia “puxado” Butch, Phury e Z. (com ajudinha deles próprios) para uma parede e estava tentado empilhá-los. Rhage ainda pedia misericórdia à Virgem Escriba, falando besteiras e tentando não rir. Rehv estava deitado, sendo pisoteado por Aggie. Mas ele não sentia nada, então tomava cuidado pro filhote não cair. Phury também não tirava os olhos da sua cria. Qhuinn estava escondido atrás de um pilar, esperando o momento para “render” os monstrinhos.

Vishous encarava tudo aquilo e se sentia perdido, embora fosse engraçado ver as crianças gritando e rindo daqueles gigantes. E John... Ele estava louco para entrar na brincadeira, mas preferia assistir. Tinha medo de machucar os pequenos.

Nalla estava caminhando como um gatinho que vai atacar, na direção deles. V. a encarou com seriedade. A menina parou e revidou o olhar.

“Eu não o assustei, tio V.?”

“Nada me assusta mais, tahlly.”

“Mas é uma brincadeira... Não precisa ter medo de verdade.” Ela voltou para Rhage e segurou as mãos dele. “Tá vendo? Tio Rhage nem tá com medo de verdade. Ele tá rindo!”

V. encarou seu Irmão. Oh, droga, a menina tinha razão. Ele deveria se deixar levar, não é? Era só uma brincadeira.

“Bem, talvez eu não seja bom com brincadeiras, afinal.” E deu de ombros.

Sameera correu para ele e segurou a mão esquerda, que não tinha a luva.

“Não se preocupe, tio V, nós vamos te ensinar.” A lourinha puxou o Irmão pela mão e o sentou junto à Rhage. “Agora, você junta suas mãos assim...” pegou as mãos do macho e as juntou como se fosse fazer uma prece. “E começa a falar assim: blishuhuehuhsblsifhuheundhn... até terminar a brincadeira. Entendeu?”

Vishous encarou a pequena fêmea à sua frente. Ela tinha olhos verdes e cabelos louros como trigo. E era uma graça. Assim como Nalla. V. sorriu e olhou para seus Irmãos. Eles sorriam, também.

“Claro, Sam! Olha, vou até fazer: bluheuehauhiduahuen.” E encarou Nalla. “Fiz direito?”

Elas sorriram radiantes.

“Ficou perfeito, tio V!” a filha de Z. gritou.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoas! Tudo bom com vocês??
Me dei de presente de aniversário o post desse capítulo, que será seguido por mais um ou dois, com o resto da história.
Ahahha
Espero que gostem! E fiquem no aguardo, que logo tem a Segunda Parte.
Beijão!
05 maio 2013