A garota observava a janela, talvez sentisse culpa pela casa que era de sua melhor amiga estivesse sendo de outras pessoas, Se Manuela não tivesse morrido ainda estaria na varanda lendo um livro novo e gritando seu nome para ela apenas ir na janela e a garota contar qual o nome do livro. Manuela não era apenas a garota dos livros, era um exemplo para Maria Joaquina, sua seguidora mais fiel. O céu já estava escurecendo talvez chamasse Marcelina ou Carmem para passar a noite com ela e fazerem algo produtivo. Três batidas na sua porta a irritou o suficiente para ela gritar alto um entre que soou irritado.

–O que vai fazer? – Ela fitou Marcelina que sorriu travessa, a menina sempre ia até a casa de Maria Joaquina quando estava afim de confusões.

–Algo legal! – Marcelina respondeu enquanto se sentava no carpete felpudo do quarto da amiga.

–Eu conheço esse “legal” – Maria Joaquina se sentou ao lado da amiga que se espreguiçou e depois riu olhando para o garoto da janela que as fitava. – O que ele pense que vamos fazer? – Marcelina disse enquanto fingia que o garoto não as observava. A amiga ergueu a sobrancelha e fez sua pior cara de nojo.

–Credo! - Maria Joaquina disse fazendo Marcelina rir, nunca se pegou fazendo coisas impróprias com a sua melhor amiga.

–Quem pensou isso foi você! - Ela tentou se defender e olhou para a janela o tal garoto continuava lá. -Vontade de... ahn, assusta-lo? - Marcelina falou enquanto mordia o lábio fortemente.

–Como? - Maria Joaquina perguntou rindo, ela gostava de fazer travessuras, incluindo fazer com que seus vizinhos a fitassem com “pervertida”, ela até chegou a se pegar com uma garota.

Marcelina abriu sua mochila e tirou dois dados de lá e colocou na mão da amiga que sorriu irônica. –Onde conseguiu isso? – Ela perguntou surpresa, A mãe da amiga nunca deixava pegar seus famosos dados.

–Ela bobeou. – Marcelina riu. Maria Joaquina fitou os dados, um com partes do corpo e outro com coisas como mordida, beijo, e abraço. A amiga riu.

–Melhor jogar com meninos! – Maria Joaquina falou enquanto balançava os dados.

–Tanto faz ok? – Marcelina falou enquanto tirava sua jaqueta e ficava com uma blusa transparente que mostrava seu sutiã neon verde.

–Resolveu assumir seus gostos? – Maria Joaquina disse irônica, ela tinha quase certeza que a amiga era bi.

–Me dá um dado! – Marcelina quase arrancou o dado com as partes do corpo da mão de Maria Joaquina que apenas riu. Agora ela poderia ter certeza que a amiga também gostava de mulher. A garota jogou balançou o dado com as mãos tremulas, Maria Joaquina jogou o dado torcendo para ter caído em algo leve e suspirou ao lado que ficou em cima ser “Lambida”.

–Hum. – Marcelina fez cara de pervertida ao ver que o garoto continuava olhando as duas e riu ao ver que dela foi na “barriga”. –Eu ok? – Ela falou e a amiga assentiu enquanto levantava a blusa. Marcelina se apoiou no chão enquanto se agachava um pouco e por fim deu a lambida. Maria Joaquina abaixou a blusa desconfortavelmente, o ruim iria ser olhar para a amiga no outro dia sem esquecer desse "momento". A garota cutucou a amiga que estava pensativa para mostrar o resultado dos dados, Um beijo.

–Não! - Maria Joaquina choramigou e a garota ao seu lado riu.

–Então faz uma Strip-tease. - Marcelina disse tentando mostrar que poderia ser pior e por mais estranho que fosse ela assentiu ficando de pé e mexendo no celular atrás de uma musica que traduzisse o momento.

I've waited a long time for this

(Esperei muito tempo por isso,)

It feels right now

(Sinta agora.)

Allow me to introduce myself

(Permita que eu me apresente,)

I want you to come a little closer

(Quero que você chegue um pouco mais perto)

I'd like you to get to know me a little bit better

(Gostaria que você me conhecesse melhor)

Meet the real me

(Conheça meu verdadeiro "eu")

Maria Joaquina sorriu enquanto se livrava de sua blusa e passava a mão pelo corpo lentamente. A garota olhou o tal vizinho continuava lhe observando com uma expressão vazia. Parou o olhar em Marcelina que sorriu como se quisesse dizer: continue!

Sorry you can't define me

(Desculpe-me por você não poder me definir,)

Sorry I break the mold

(Desculpe-me por quebrar o molde)

Sorry that I speak my mind

(Desculpe-me por eu falar o que vem à cabeça,)

Sorry don't do what I'm told

(Desculpe-me por eu não fazer o que mandam.)

Sorry if I don't fake it

(Desculpe-me por não fingir)

Sorry I come too real

(Desculpe-me por chegar tão real.)

I will never hide what I really feel

(Nunca esconderei o que realmente sinto,)

Maria Joaquina sorriu divertida e tirou seus shorts jeans enquanto rebolava e ameaçava tirar a calcinha. Marcelina apenas ria com a coragem da amiga.

Huh, so here it is

(Huh, então aqui está)

No hype, no gloss, no pretense

(Sem exageros, sem brilho, sem fingimento)

Maria Joaquina sorriu enquanto se virava de costas e ouviu um berro da varanda da casa da frente.

–O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO GAROTA? - A mulher gritou. Marcelina colocou a mão na boca e entortou o lábio olhando para Maria Joaquina que segurava o riso.

Just me

(Apenas eu)

Stripped

(Despida)

A mulher fez o garoto entrar enquanto berrava o perguntando porque ele havia ficado olhando. As duas riram.

–Coitado! - Marcelina disse e a amiga assentiu enquanto se vestia.

–VOCÊ É ALGUM TIPO DE LOUCA? - As duas se viraram e viram a mesma mulher que gritava com o garoto na varanda.

–SIM! - Maria Joaquina gritou levando um tapa de Marcelina com seu olhar suplicante.

–Não piora as coisas! - A amiga falou rindo enquanto recolhia os dados. - Você arrasou! - Marcelina continuou causando risos. As duas voltaram a olhar para a mulher que faltava soltar fogo pelo nariz.

-JÁ VOU RESOLVER ISSO! - A mulher falou, as duas achavam puro drama, afinal, o menino estava gostando... e muito.