Almost Human escrita por MsNise


Capítulo 12
Perdoado


Notas iniciais do capítulo

Vocês já estão tão acostumados comigo pedindo desculpas que eu vou até pular essa parte.
Eu nunca sei o que fazer, então não sei se existiria essa fic sem ajuda. Obrigada para a Wanderer (desde sempre me falando como desenvolver minhas ideias confusas e me dando outras melhores) e para a MsAbel (desde sempre revisando e me falando títulos que eu nunca sei fazer).
Não decidi se eu gostei desse capítulo ou não, mas eu espero que vocês gostem.
Nos vemos lá embaixo :*



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Não era tão fácil quanto parecia. Enquanto eu andava pela caverna com um só objetivo, inevitavelmente, eu previa a conversa que aconteceria. Eu sabia exatamente o que dizer e imaginava as respostas exatas que Kyle me daria. Aparentemente seria simples, mas eu o conhecia bem demais para apostar nisso.

Suspirei. Seria complicado, mas eu estava preparado.

Cheguei na praça da caverna. Algumas pessoas ficaram a me encarar com um olhar questionador. Outras começaram a cochichar e a apontar para mim. Eu sabia o motivo disso tudo. Não me importei.

Bando de fofoqueiros, pensei.

Lembrei-me de Wes. Faz um bom tempo que não penso nele. Acho que foi esse lugar que me trouxe a lembrança. Sempre passava por aqui e o cumprimentava. Ele era contra eu estar apaixonado por Peg no começo, mesmo quando eu nem admitia tal feito, mas depois que percebeu como ela realmente era, ele passou a me apoiar. E ele estava feliz com Lily. Pobre Lily. Pobre Wes. Suspirei alto e recebi mais uma chuva de olhares.

Apertei meu passo com pressa de sair desses olhares perscrutadores, mas antes disso escutei uma coisa interessante.

- Onde está Kyle? – falou Brandt, tentando deixar a voz em um volume baixo.

- Acho que está no quarto com Sunny. Por quê? – Aaron respondeu.

Não fiquei para esperar a resposta. Apertei mais meu passo, agora sabendo exatamente que rumo tomar. Agora o quarto de Kyle era longe do meu, quando antes dividíamos o mesmo. Poxa, como as coisas mudaram!

Comecei a montar novamente uma conversa na minha cabeça. Tinha que parar com isso. Não consegui. Ela continuou tomando o rumo que eu queria. Ela fazia as coisas parecerem fáceis. Não estava a fim de me iludir.

“Kyle”, eu chamaria do lado de fora da porta de seu quarto.

Seu quarto tinha porta porque fora reformado recentemente.

“Ian?”, perguntaria ele surpreso pela visita inesperada.

“Sim, posso entrar?”, eu tentaria ser o mais delicado possível.

“Entre, ora”, eu imaginaria um sorriso em seu rosto.

Tiraria a porta do caminho e encontraria Sunny em pé ao lado de sua cama, com os remédios já prontos para serem devolvidos para Doc.

“Ian”, Sunny me cumprimentaria com um sorriso tímido.

“Sunny”, eu também a cumprimentaria, um pouco mais à vontade.

Só consigo ver Jodi quando a olho.

“Eu... já estava de saída”, diria meio encabulada, com a cabeça apontando para a saída.

“Tudo bem”, eu daria espaço e poria a porta no lugar cavalheirescamente.

“E então...?”, Kyle me perguntaria com mau humor.

“Vim pedir desculpa, sabe-se lá pelo que”, me deixaria cair em sua cama relaxadamente. Não haveria motivo para pedir para sentar em sua cama. Somos irmãos.

“Ah, você me deve mesmo belas desculpas”, ele permaneceria carrancudo.

“E pelo o que exatamente?”, eu perguntaria com as sobrancelhas levantadas.

“Por ter revidado meu soco”, responderia brincalhão.

O pior já teria passado. Não existiria pior. Ele não guardaria remorso e nem nada. Seria apenas uma conversa de irmãos, como se nada tivesse acontecido.

“Ah, claro”, eu responderia rindo.

Seria fácil. Na minha cabeça parecia fácil demais. Mas o meu roteiro mudou no momento em que eu cheguei na porta do quarto de Kyle e bati.

- Kyle? – chamei pacientemente.

- Vá embora – respondeu de pronto.

Ouvi um murmúrio que tinha um tom de repreensão. Sunny.

- Preciso falar com você – insisti.

- E se eu não quiser falar com você? – perguntou retoricamente.

- Ora, então não deve falar – eu conhecia Kyle. O meu rendimento o faria se render. Ele gosta de contrariar.

Esperei por uma resposta, mas nada recebi. Ele estava pensando na melhor maneira de me mandar embora, mas eu não o faria de nenhum jeito. Ficaria sentado no chão se fosse preciso, até que ele se sentisse mal o bastante para me mandar entrar ou sair de uma vez.

Escutei um barulho. Parecia... vidros... vidros se batendo. Delicadamente, contudo. Eu sabia que não quebrariam. Ou seria metal se batendo? Aguço meus ouvidos, tentando sobretudo entender o que escuto.

A porta desaparece de minha frente e eu dou um pulo de susto. Sunny sai com uma caixa de remédios na mão, provavelmente para devolvê-los para Doc. Ela sorri timidamente e eu retribuo com delicadeza. Levanto meus olhos e vejo Kyle me olhando com olhar de profundo tédio. Mas não é só tédio... O tédio foi a melhor máscara que ele encontrou. Não, não, não é tédio, porém não consigo identificar.

- Ian – cumprimentou-me Sunny como eu havia imaginado.

Talvez não fosse tão diferente.

- J... Sunny – confesso que quase disse Jodi. Seu rosto desabou um pouquinho. Meus olhos pediam perdão pelo quase deslize que cometi.

- Vou... levar isso para Doc e depois... – ela me olhou. – Depois ir com Peg e Mel.

- Onde está Peg? – perguntei curioso, já imaginando o próximo passo de minha lista de quem pedir desculpas.

- No quarto de Mel e Jared – respondeu-me, se encolhendo um pouco.

Ela e Kyle trocaram um olhar significativo.

- Tenho que ir – disse de repente com pressa. Ela se virou e andou uns poucos passos, logo olhando para trás novamente. Quando tomou nota que eu continuava a observando seguiu reto com o olhar na pedra à sua frente.

- O que quer? – perguntou Kyle asperamente, encostado em uma pedra.

- Conversar com você – respondi com o mesmo tom cortante.

- Sobre o quê? – quis adiantar. Suas sobrancelhas se ergueram.

- O que acha de entrarmos? – apontei indicando a parte interna de seu quarto.

Ele olhou levemente para trás com um olhar de indiferença e voltou a me encarar com os braços cruzados.

- Acho que podemos muito bem ficar aqui – respondeu-me calmamente.

- Infelizmente eu discordo – disse e tentei passar pelo espaço que ele deixava. Ele ficou na minha frente. Encaramos-nos por um longo momento. – Não vai me criar problema quanto a isso, vai? – perguntei sarcasticamente, com um tom de ameaça implícita em minha voz.

Sua cabeça tombou um pouco para o lado, especulando.

- E se eu criar algum problema...? – começou.

O analisei por um momento. Ele estava relaxado. Confiando demais em si mesmo, como sempre. Felizmente eu o conheço bem demais para saber o tanto de força que terei que usar.

- Creio que não vá fazê-lo – continuei com minha voz sarcástica. Levantei minhas duas mãos e as coloquei em seu ombro, empurrando-o com força suficiente para ele sair do meu caminho, mas não o bastante para machucá-lo. Quando já estava dentro do quarto eu me sentei em sua cama relaxado. Ele não faria nada contra mim enquanto eu permanecesse sentado.

Ele me encarava com fúria. Deu um passo em minha direção. Ergui minhas mãos, como em rendição.

- Não fiz nada, apenas entrei em seu quarto – ele não relaxou sua posição. Em seus olhos havia fúria. Espantei-me com isso. Eu sabia como Kyle era, mas não esperava que ele estivesse tão furioso ou ofendido.

Ele esperou em pé com os punhos fechados ao lado de seu corpo enquanto eu pensava no que dizer. Eu tinha minha fala pronta, mas sua reação me desestabilizou por completo.

- Kyle... o que aconteceu? – murmurei. Havia baixado minha guarda, esperando que ele também baixasse a dele. Sem que eu o percebesse tinha posto a porta no lugar, provavelmente enquanto eu me sentava em sua cama. Ele não queria que ninguém visse. Eu não estava com medo, mas de alguma forma estava assustado. Com sua reação, principalmente. – Por que você está tão...? – não encontrei a palavra certa. Meus olhos procuraram em vão alguma indicação em seu quarto.

Ele não me respondeu. A fúria passava. Era uma nova máscara. Como aquela do tédio. Mas eu ainda não conseguia ver o que ele estava sentindo e não queria demonstrar. Ele respirou fundo e se sentou na cama do outro lado em relação a mim. Não me encarou. Ficou fazendo desenhos aleatórios na areia do chão.

- Você não devia ter confundido o nome de Sunny... – resmungou.

Não era esse o motivo. Eu sabia que não. Mas lhe devia uma desculpa de fato.

- Desculpa, eu... Foi completamente sem querer. Eu... ainda não me acostumei muito bem com a ideia – disse, tentando me explicar.

Ele ignorou minha fala. Uma profunda tristeza invadiu seu rosto. Uma pergunta me ocorreu.

- Kyle – chamei sem esperar resposta de nenhum jeito. – Por que... Por que você brigou comigo? – seu corpo enrijeceu. Ele parou me mexer as mãos. – Eu sei que você me acha um idiota. Talvez eu seja, vá. Mas eu sei que não foi apenas isso, até porque você disse que teria feito a mesma coisa no meu lugar. Por que então? E é uma nova humana, é um milagre – tagarelei, expondo as minhas dúvidas.

Sabia que havia o afetado com minhas palavras, mas ele tentou esconder isso. Ignorou-me e permaneceu a mexer na areia.

- Não vai me responder? – perguntei mesmo sem esperar resposta. – Olha, me desculpa, ok? Eu sei que não devia ter agido de maneira tão impensada, mas eu estou bem, estou aqui, eu... – ele não me deixou terminar, deixando suas emoções fluírem.

- E é com isso que eu estou furioso – gritou ele de repente.

Assustei-me com a maneira com que ele me encarou. Cheio de ódio. Outra coisa. Raiva. Fúria. Mais alguma coisa. Estreitei meus olhos e finalmente consegui ver. Seus olhos estavam brilhando. Mágoa. Lágrimas que ele tentava reprimir. Que ele reprimia. 

- Kyle – eu estava desnorteado. Completamente. Não o entendia.

Ele respirou fundo e tornou a me ignorar, olhando para o outro lado.

- Quer me explicar o que foi isso? – perguntei afetado. – O que foi aquilo. Por que você está brigando tanto hoje? Eu te conheço, sei que você é esquentado, mas hoje... – parecia que eu não ia conseguir parar de falar.

- Saia daqui – disse massageando sua têmpora.

- Não – recusei-me cruzando os braços.

Ele me lançou um olhar ameaçador, mas eu permaneci na mesma posição. Já se foi o tempo em que eu ficava em desvantagem em uma briga com ele.

- Agora – ordenou ele com uma voz mais firme.

Ignorei-o.

- Ian – rosnou ele.

- O que foi? – perguntei com inocência em demasia. – Foi você quem acordou de mau humor e eu quem tenho que sofrer as conseqüências disso? – eu sabia por qual caminho andar. Sabia escolher as falas que o irritariam a tal ponto que ele falaria tudo que estava preso dentro de si.

Eu não acordei com mau humor, foi você quem me deixou assim – retrucou ele.

- Por causa da garota? – repliquei. – Ainda não entendi o que aconteceu aquela hora.

E então veio. Aquilo que eu queria, mas não sabia mais se queria. Talvez eu devesse ter saído do quarto quando ele me ofereceu tal oferta. Agora é tarde demais. Terei que escutar tudo e sofrer junto com ele. Exatamente como antes. Uma pontada dolorida em meu peito.

- Por sua causa! – gritou ele, se levantando em um salto e iniciando um trajeto pelo quarto, de andar de um lado para o outro. Ele agitava os braços pelo ar, como se para gesticular, mas nada fazia sentido. – Você sabe como eu fiquei quando descobri que você se arriscou daquele jeito? Eu sei que você está aqui, bem, vivo, mas você poderia ter morrido, ou ter sido capturado, e eu nunca saberia – ele finalmente me olhou, respirando com dificuldade.

Então eu entendi. Foi com esse olhar que eu finalmente compreendi o motivo de tudo isso estar acontecendo. Era fácil. Simples de se ver e, no entanto, tão difícil de se viver. Queria me encolher, voltar atrás. Não queria me lembrar. Agora que já sei do motivo, desejei nunca ter desejado saber.

- Você sabe o que é ser responsável por uma pessoa e essa pessoa extrapolar os limites que você sequer deu? – sua voz estava baixa, cheia de dor. – Você sabe o que é ser responsável por alguém?

- Você não é responsável por mim – murmurei, mesmo sabendo da verdade.

Ele fez um gesto desalento com as mãos e revirou os olhos.

- Não? – perguntou-me.

- Não – respondi fechando meus olhos.

- Quem que te consolou quando o passado nos deu uma rasteira? – perguntou. Senti um movimento na cama e soube que ele tinha se sentado. – Quem passou noites inteiras de guarda caso os Buscadores aparecessem? Quem te mandou parar de chorar e falou que tudo ficaria bem, mesmo quando ainda queria chorar e se entregar ao sofrimento que é tão difícil de ignorar? – ele estava sendo egoísta, é claro. Voltando o foco para si mesmo o tempo todo. O mais difícil era admitir que ele estava certo. Sim, ele era responsável por mim. Eu o fiz se sentir assim. Precisava dele. Meu mundo todo estava desabando, meu irmão era meu único pilar e eu me segurei nele com força.

O passado. Por que ele insistia em lembrar? Tive vontade de chorar.

Abri meus olhos e o encarei.

- E sabe o que é mais difícil? – sussurrou. – Saber que eu posso te perder a qualquer momento, quando eu também preciso de você – e então toda sua fachada caiu. Vi o Kyle de anos atrás. Aquele que não escondia as emoções, que as vivia porque mereciam ser vividas. Que demonstrava o sofrimento e que não tinha medo de mostrar suas lágrimas. Eu o admirava por isso, por essa capacidade de não sentir vergonha mesmo que todo o mundo risse de seus olhos marejados. Ele não se importava por sempre ter sido extravagante. Mas então ele criou uma proteção que não o deixava chorar sobre circunstância nenhuma. Ele desenvolveu essa fachada insensível com o tempo. E eu nada fiz para ajudá-lo a superar isso. Sinto que devia tê-lo ajudado mais, esquecido um pouco de mim mesmo. Ele virou frio por minha culpa, porque eu nunca consegui ser frio.

Nosso mundo caiu muito antes da invasão. Ele desabou junto e nada podíamos fazer para impedir seu fim. Não tínhamos a opção de lutar ou de fugir. Tínhamos que ficar vendo de camarote, como se fosse um grande filme. Sofremos juntos, quando nada nos restava senão isso. E como se para ajudar surgiu uma espécie de alienígenas que controlavam os corpos humanos. Mas não foi de todo ruim; estávamos acostumados a nós mesmos e a sofrer. Foi apenas mais um obstáculo em nossas vidas, o menor de todos, o mais fácil de pular. Tanto que depois que quase o superamos conseguimos quase superar os traumas mais antigos. Ganhamos amigos e companheiros e assim voltamos a viver como se nada tivesse acontecido.

Tudo isso antes de uma humana aparecer.  

- Você acha que eu também não tenho medo? – perguntei. Kyle sabia que ele significava muito para mim, talvez mais que a própria Peg, por ser meu irmão.

- Queria não morrer de preocupação toda vez que você sai daqui – comentou ele, tentando rir, sem obter muito sucesso, pois estava à beira de lágrimas.

E então ele estava reaprendendo a amar. Talvez nunca tenha se esquecido, mas acredito que ele desenvolveu isso recentemente. Ele nunca se preocupou. Kyle é explícito demais para conseguir esconder. Nunca duvidei que ele me amava, mas tinha consciência que em primeiro lugar vinha ele. Ele adquiriu aquela frieza para mim, mas a adaptou para seu próprio bem. Ele se preocupa comigo. Acho que isso eu devo à Sunny. Ele está muito diferente desde que ela chegou aqui nas cavernas.

- Eu sei me cuidar – garanti.

- Eu sei que você sabe – ele respondeu com um sorriso. Estava voltando ao normal, relaxando aos poucos. – Aprendeu com quem? – perguntou com uma sobrancelha erguida.

Estalei a língua nos dentes e me levantei, logo me espreguiçando.

- Aonde vai? – perguntou. Parecia surpreso.

- Ver Peg – suspirei. – Brigamos. Quero me desculpar.

- Vocês brigaram? Mas ela é uma alma!

Ri com sua lógica, principalmente porque eu acreditava nela.

- Ela ficou meio... chateada – fiz uma careta.

- O que você fez? – seus olhos brilharam de curiosidade sarcástica. Ele estava gostando do relato da briga. Se divertimento com meu sofrimento.

- Te conto na próxima – disse tirando a porta do lugar rapidamente e passando para o lado de fora, a fechando antes de receber mais perguntas.

- Diga para Sunny vir aqui – gritou ele de dentro do quarto.

- Pode deixar – gritei em retorno.

As coisas estavam se resolvendo. Lentamente, mas estavam. Fiquei surpreso ao concluir que a grande causa de minha briga com Kyle fora sua preocupação por eu morrer ou ser capturado. Juro que nem havia pensado nessa possibilidade, embora ela seja simples e possível. Eu não esperava isso vindo de Kyle, por isso a notícia fora tão chocante. Tomarei cuidado, pensei, por Kyle, pelo meu irmão.

Apenas mais um passo para conseguir voltar para a vida que eu tinha nas cavernas antes dessa tumultuada incursão. Talvez dois passos. Como Melanie havia dito. Antes de pedir perdão para Peg eu precisava me perdoar.

Parei no meio de um passo. Seria uma boa ideia começar a fazê-lo agora. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem reviews, gosto de ver a opinião de vocês. Até o próximo capítulo (vou tentar não demorar tanto, mas escola não deixa *suspira*):*



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