Teaching A Lesson escrita por fernanda


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

esse cap tá meio dramático mas... aehuaheuahue enfim!



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Acordei no dia seguinte com uma ressaca horrível. Ao levantar da cama me senti um pouco tonta, minha garganta extremamente seca. Meu pé ainda estava doendo muito e estava inchando.

Fui ao banheiro e me debrucei na pia. Olhei no espelho e vi minha maquiagem toda borrada. Não me importei, apenas lavei o rosto e escovei os dentes. A casa estava silenciosa, o que indicava que meus pais não estavam em casa. Você deve estar se perguntando o motivo de meus pais nunca estarem em casa. É porque eles são médicos, e o trabalho deles significa muito pra eles. Passam a maior parte do tempo fora de casa, mas eu realmente não ligo. Se estivessem presentes estariam pegando no meu pé, então...

Voltei para o meu quarto para colocar uma outra roupa. Peguei uma regata branca, minhas calças free city de moletom e coloquei pantufas para disfarçar o tornozelo. Prendi meu cabelo em um coque desarrumado e desci as escadas.

Foi quando pisei no primeiro degrau que senti como se tivesse levado um tiro no pé. Sorte seria se só tivesse torcido. Mas provavelmente quebrei. O difícil é esconder dos meus pais. Enfim. Fui pra cozinha mancando e abri a geladeira. Estava morrendo de fome.

– Boa tarde. Como estava a festa ontem, docinho? - ouvi uma voz feminina vindo da sala.

Eu congelei e arregalei os olhos. Ai. Meu. Deus. Pronto, fodeu. 

Engoli em seco, fechei a geladeira e andei em direção à ela. Minha mãe estava sentada no sofá, me observando com um olhar intenso de desaprovação.

– Mãe, eu...

– Não quero ouvir, Cassidy. Simplesmente estou desapontada com você. Não acredito que fez algo assim.

– Eu precisava, você não entende...

– JÁ FALEI QUE NÃO QUERO OUVIR, CASSIDY! E eu realmente não entendo! Você me enganou, fugiu de casa e para quê? Pra ir à uma festinha estúpida!

Nesse momento ela se levantou e veio até mim. Ficou frente a frente comigo, com os olhos cheios d'água. Me senti um lixo de filha naquela hora.

– Olhe pra você. Num estado calamitoso. Toda borrada, descabelada e... Que cheiro é esse? - ela me pegou forte pelos ombros e me trouxe para perto, cheirando meu pescoço e meu cabelo. - Você bebeu, Cassidy?! - ela me soltou bruscamente, me empurrando, e me olhou boquiaberta.

Fiquei calada, fitando meus pés. Não queria mentir para ela, mas também não podia dizer a verdade. Que merda.

– EU TE FIZ UMA PERGUNTA E EXIJO UMA RESPOSTA, PORRA!

– Você já sabe a resposta, por que quer que eu fale? - respondi.

Nunca vi minha mãe tão brava. Eu já a desobedeci outras vezes, mas nunca fugi de casa nem fiz o que fiz. Em parte, entendo sua frustração.

– Eu quero ouvir da sua boca. FALE!

– SIM, EU BEBI MÃE! BEBI. Mas quase nada! Foi apenas uns dois ou três goles! - menti.

– Dois ou três goles... DOIS OU TRÊS GOLES? CASSIDY, NÃO SE FICA COM OS OLHOS INCHADOS E VERMELHOS, NÃO SE DORME ATÉ AS 16h DA TARDE E MUITO MENOS FEDE A BEBIDA QUANDO SE TOMA DOIS OU TRÊS GOLES! VOCÊ ACHA QUE EU SOU BURRA? QUER ME FAZER DE IDIOTA? - fiquei quieta, novamente.

Um silêncio se formou entre nós, minha mãe se afastou de mim e se escorou na parede, deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Eu me senti horrível. Só queria abraçá-la, mas se o fizesse só iria piorar.

– Só uma pergunta... - murmurei, quebrando o silêncio.

– Que foi, Cassidy.

– Onde está meu pai?

– No trabalho. Não tive coragem de contar isso à ele. Não quis machucá-lo. Apesar de você merecer, tive pena dele. E por favor, suba para o seu quarto. Não consigo olhar pra você agora.

Aquilo me machucou como se alguém tivesse me esfaqueado. Apenas fiquei quieta e obedeci. Tentei disfarçar o andar, para ela não perceber meu pé.

Nossa, vou ficar de castigo pra sempre. Mas isso é o de menos. O olhar de minha mãe... Não sabia que ia a machucar tanto. Também não queria que ela soubesse. E tudo isso por uma festa? Cassidy Jones, você é muito idiota.

Algumas horas se passaram e eu estava morrendo de fome. Olhei no relógio e vi 19h30. Estava achando que ia ficar trancada lá para sempre, até ouvir minha porta se abrir.

– Vim trazer sua janta - minha mãe disse.

– Obrigada.

Ela trouxe uma sopa e me entregou, sentando na cama ao meu lado.

– Você me decepcionou muito hoje, Cassidy.

– Me desculpa. Prometo que não faço de novo.

– O que é não entendo é o motivo de você ter feito algo assim. Não é de sua natureza.

– Se eu dissesse você não entenderia...

– Tente.

– Bom, há algum tempo Ashley vem me incomodando por causa de um garoto. Não tem nada acontecendo, é só um conhecido, e eu nem gosto muito dele! Daí eu queria mostrar pra Ashley que eu não estava interessada nele..

– Por fazer o quê? Ir em uma festa?

– Não, eu ia mostrar interesse em outros caras, ou escolher algum e dizer que estava afim, só pra ela parar com aquilo - menti de novo. Mas dessa vez foi quase a verdade, certo? Quase...

– Por que você não falou com ela, apenas?

– Você acha que eu teria feito isso se não tivesse tentado? Ela não aceita!

– Enfim. Pelo menos você conseguiu?

– Acho que sim... Não sei ainda.

– Uhm... Só não faça de novo, ok?

– Eu prometo!

Ela se levantou da cama, e acabou fitando meu tornozelo, já inchado e começando a ficar roxo.

– Meu Deus, o que aconteceu com seu tornozelo?!

– Eu tropecei e caí, nada demais - nisso ela tocou no meu tornozelo e fez um movimento. - AI!

– Nada demais, hein? Deve estar fraturado, no MÍNIMO! Vem, vou te levar para um hospital.

Troquei minhas roupas e ela me levou. Acabei descobrindo que fraturei mesmo. E feio. Voltei pra casa e minha mãe disse que não ia contar para meu pai, e que ia dizer que eu caí da escada.

Se eu fiquei de castigo? ÓBVIO. E não só isso, to levando gelo da minha mãe, ela me tirou o celular e o computador também. Bom... fazer o quê, né? O que ta feito, ta feito.


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