Teaching A Lesson escrita por fernanda
Notas iniciais do capítulo
esse cap tá meio dramático mas... aehuaheuahue enfim!
Acordei no dia seguinte com uma ressaca horrível. Ao levantar da cama me senti um pouco tonta, minha garganta extremamente seca. Meu pé ainda estava doendo muito e estava inchando.
Fui ao banheiro e me debrucei na pia. Olhei no espelho e vi minha maquiagem toda borrada. Não me importei, apenas lavei o rosto e escovei os dentes. A casa estava silenciosa, o que indicava que meus pais não estavam em casa. Você deve estar se perguntando o motivo de meus pais nunca estarem em casa. É porque eles são médicos, e o trabalho deles significa muito pra eles. Passam a maior parte do tempo fora de casa, mas eu realmente não ligo. Se estivessem presentes estariam pegando no meu pé, então...
Voltei para o meu quarto para colocar uma outra roupa. Peguei uma regata branca, minhas calças free city de moletom e coloquei pantufas para disfarçar o tornozelo. Prendi meu cabelo em um coque desarrumado e desci as escadas.
Foi quando pisei no primeiro degrau que senti como se tivesse levado um tiro no pé. Sorte seria se só tivesse torcido. Mas provavelmente quebrei. O difícil é esconder dos meus pais. Enfim. Fui pra cozinha mancando e abri a geladeira. Estava morrendo de fome.
– Boa tarde. Como estava a festa ontem, docinho? - ouvi uma voz feminina vindo da sala.
Eu congelei e arregalei os olhos. Ai. Meu. Deus. Pronto, fodeu.
Engoli em seco, fechei a geladeira e andei em direção à ela. Minha mãe estava sentada no sofá, me observando com um olhar intenso de desaprovação.
– Mãe, eu...
– Não quero ouvir, Cassidy. Simplesmente estou desapontada com você. Não acredito que fez algo assim.
– Eu precisava, você não entende...
– JÁ FALEI QUE NÃO QUERO OUVIR, CASSIDY! E eu realmente não entendo! Você me enganou, fugiu de casa e para quê? Pra ir à uma festinha estúpida!
Nesse momento ela se levantou e veio até mim. Ficou frente a frente comigo, com os olhos cheios d'água. Me senti um lixo de filha naquela hora.
– Olhe pra você. Num estado calamitoso. Toda borrada, descabelada e... Que cheiro é esse? - ela me pegou forte pelos ombros e me trouxe para perto, cheirando meu pescoço e meu cabelo. - Você bebeu, Cassidy?! - ela me soltou bruscamente, me empurrando, e me olhou boquiaberta.
Fiquei calada, fitando meus pés. Não queria mentir para ela, mas também não podia dizer a verdade. Que merda.
– EU TE FIZ UMA PERGUNTA E EXIJO UMA RESPOSTA, PORRA!
– Você já sabe a resposta, por que quer que eu fale? - respondi.
Nunca vi minha mãe tão brava. Eu já a desobedeci outras vezes, mas nunca fugi de casa nem fiz o que fiz. Em parte, entendo sua frustração.
– Eu quero ouvir da sua boca. FALE!
– SIM, EU BEBI MÃE! BEBI. Mas quase nada! Foi apenas uns dois ou três goles! - menti.
– Dois ou três goles... DOIS OU TRÊS GOLES? CASSIDY, NÃO SE FICA COM OS OLHOS INCHADOS E VERMELHOS, NÃO SE DORME ATÉ AS 16h DA TARDE E MUITO MENOS FEDE A BEBIDA QUANDO SE TOMA DOIS OU TRÊS GOLES! VOCÊ ACHA QUE EU SOU BURRA? QUER ME FAZER DE IDIOTA? - fiquei quieta, novamente.
Um silêncio se formou entre nós, minha mãe se afastou de mim e se escorou na parede, deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Eu me senti horrível. Só queria abraçá-la, mas se o fizesse só iria piorar.
– Só uma pergunta... - murmurei, quebrando o silêncio.
– Que foi, Cassidy.
– Onde está meu pai?
– No trabalho. Não tive coragem de contar isso à ele. Não quis machucá-lo. Apesar de você merecer, tive pena dele. E por favor, suba para o seu quarto. Não consigo olhar pra você agora.
Aquilo me machucou como se alguém tivesse me esfaqueado. Apenas fiquei quieta e obedeci. Tentei disfarçar o andar, para ela não perceber meu pé.
Nossa, vou ficar de castigo pra sempre. Mas isso é o de menos. O olhar de minha mãe... Não sabia que ia a machucar tanto. Também não queria que ela soubesse. E tudo isso por uma festa? Cassidy Jones, você é muito idiota.
Algumas horas se passaram e eu estava morrendo de fome. Olhei no relógio e vi 19h30. Estava achando que ia ficar trancada lá para sempre, até ouvir minha porta se abrir.
– Vim trazer sua janta - minha mãe disse.
– Obrigada.
Ela trouxe uma sopa e me entregou, sentando na cama ao meu lado.
– Você me decepcionou muito hoje, Cassidy.
– Me desculpa. Prometo que não faço de novo.
– O que é não entendo é o motivo de você ter feito algo assim. Não é de sua natureza.
– Se eu dissesse você não entenderia...
– Tente.
– Bom, há algum tempo Ashley vem me incomodando por causa de um garoto. Não tem nada acontecendo, é só um conhecido, e eu nem gosto muito dele! Daí eu queria mostrar pra Ashley que eu não estava interessada nele..
– Por fazer o quê? Ir em uma festa?
– Não, eu ia mostrar interesse em outros caras, ou escolher algum e dizer que estava afim, só pra ela parar com aquilo - menti de novo. Mas dessa vez foi quase a verdade, certo? Quase...
– Por que você não falou com ela, apenas?
– Você acha que eu teria feito isso se não tivesse tentado? Ela não aceita!
– Enfim. Pelo menos você conseguiu?
– Acho que sim... Não sei ainda.
– Uhm... Só não faça de novo, ok?
– Eu prometo!
Ela se levantou da cama, e acabou fitando meu tornozelo, já inchado e começando a ficar roxo.
– Meu Deus, o que aconteceu com seu tornozelo?!
– Eu tropecei e caí, nada demais - nisso ela tocou no meu tornozelo e fez um movimento. - AI!
– Nada demais, hein? Deve estar fraturado, no MÍNIMO! Vem, vou te levar para um hospital.
Troquei minhas roupas e ela me levou. Acabei descobrindo que fraturei mesmo. E feio. Voltei pra casa e minha mãe disse que não ia contar para meu pai, e que ia dizer que eu caí da escada.
Se eu fiquei de castigo? ÓBVIO. E não só isso, to levando gelo da minha mãe, ela me tirou o celular e o computador também. Bom... fazer o quê, né? O que ta feito, ta feito.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!