Teaching A Lesson escrita por fernanda


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora, anjos ♥



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Era isso. Ele tinha ido. E não tinha mais nada que eu pudesse fazer para mudar isso. Não sei pra onde Daniel vai, não tenho seu contato e fiz Ashley jurar que não ia me dar. 

Estava em um estado horrível, sentada na rua na frente do aeroporto, debruçada sobre meus joelhos, mergulhada em lágrimas. Não sabia mais o que fazer. Pensei em voltar pra casa, mas gastei tudo que tinha naquele táxi. Apenas fiquei lá, chorando. Até que senti um cutucão em meu ombro. Com a visão embaçada, vi uma garotinha para de pé eu ao meu lado. Tinha olhos verdes grandes e penetrantes, longos cabelos loiros encaracolado nas pontas. Algumas sardas na região do nariz e bochecha, e pele pálida. Estava com o cabelo meio-preso por uma fita azul, e usava um vestidinho rosa.

- Eu vi o que aconteceu lá dentro - ela disse, com sua voz fina de criança.

- Ah, sinto muito por isso - respondi, fungando e tentando limpar as lágrimas de meu rosto.

- Não se desculpe - ela sorriu. - Quem era? Seu namorado?

- Quê? - eu ri com o que ela disse. - Não, não. Pra ser bem sincera, nem sei o que ele era. Só era muito importante pra mim. Me disse coisas que ninguém mais teve coragem de dizer. Me magoou. Me fez rir. E agora.. - desatei a chorar novamente.

- Sabe, minha mãe sempre diz que tem uma coisa que nem sempre resolve, mas ajuda. Um abraço.

Ao dizer isso, ela se sentou ao meu lado e me abraçou. Fiquei surpresa com a situação, mas a abracei enquanto eu continuava derramando lágrimas.

- Você tem um sorriso lindo, não devia estar chorando - ela disse. Uau, essa menina é boa.

- Obrigada. Você é um doce de menina, sabia disso? - devolvi com um sorriso choroso.

- Obrigada.

Ela me abraçou mais forte. O que eu estava fazendo?

- Qual o seu nome? - ela perguntou.

- Cassidy. E o seu?

- Lucy.

- Uhm... Então Lucy, onde estão seus pais?

- Eles estão lá dentro, pegando as malas.

- Meu Deus, eles não estão procurando por você? - fiquei chocada.

- Não sei...

Me levantei e peguei a mão dela. Não podia deixar ela lá comigo, os pais dela deviam estar loucos. Entramos de volta no aeroporto e comecei a procurar em todos os lugares. Até que vi um casal, uma moça alta e loira, de cabelos curtos e muito bem arrumada. O homem, também alto e moreno. Ambos muito sofisticados.

- Ah, graças à Deus! - a mulher falou. - Lucy, onde você estava?

- Com a Cassidy.

- Cassidy? Quem é... Oh, olá - ela me viu.

- Olá - falei tímida.

- Ei, eu conheço você - ai não. - Ah, sim! Você é a garota que fez um escândalo antes!

- Bom, eu... - tentei me explicar.

- Querida, não seja tão grossa! - o homem se pronunciou, com uma voz grave.

- Oh, me desculpe! Enfim, muito obrigada por trazer Lucy. Ela fugiu do nada e ficamos preocupados.

- Imaginei. Mas não se preocupem, vocês tem uma ótima filha.

- É, nós sabemos - eles se abraçaram enquanto a moça disse isso. - E não se preocupe querida, se ele te ama mesmo, ele vai voltar.

Ela pegou na mão de Lucy, que abanou pra mim, e saíram. Eu sorri com o que ela tinha me dito. Ah, ela não tinha ideia do que estava falando. Por favor, ele não teve nem tempo para me amar. Muito menos gostar de mim. Aposto que nós só ficamos porque ele gostou de mim fisicamente. Só. Tudo físico. Afinal, Daniel sempre foi um babaca e não poderia mudar do nada. 

Saí do aeroporto e encontrei alguém que parecia conhecido. Ele sorriu e veio até mim.

- Conseguiu? - ele perguntou, sorrindo.

- O quê?

- O garoto.

- Parece que eu consegui? - fui sarcástica.

- Desculpe.

- Quem é você?

- O cara que te trouxe até aqui, e que você largou no meio do trânsito e entregou uma nota de vinte.

- Ah! Nossa, me desculpe. Como soube da história?

- Sem problemas. E todos estão falando disso... sem ofensas. Bom, você me entregou dinheiro de sobra. Quer que eu te leve para casa?

-  Você pode?

- Claro.

Então ele me levou pra casa. E ainda disse que sobrava dinheiro. Eu o agradeci, e simplesmente entrei, subi as escadas e corri para meu quarto. Me deitei na cama e acabei adormecendo. Mas apenas alguns minutos depois acordei, com meu celular tocando.

- Alô - falei sonolenta e com a voz rouca.

- Cassie? É a Ash. Me conta tudo! - ela disse, parecendo extremamente ansiosa.

- Tudo... - soltei um riso infeliz. - Esse tudo tá mais pra nada, Ash.

- Como assim? - ela se desanimou. - O que aconteceu?

- Bom, digamos que eu não cheguei a tempo.

- Quê? Então...

- Sim. Ele se foi.

- Ai meu Deus, e como você tá? Ah, quer saber? Esquece! Eu vou aí agora checar.

- Ashley, por favor, você tá na escola e... Pera, como você tá falando comigo?

- Fugi. Adeus, chego aí em no máximo vinte minutos.

- Ashley.... ASHLEY! - ela desligou na minha cara.

Resolvi me levantar e trocar de roupa. Aquilo estava muito desconfortável. Coloquei o que tinha de mais confortável no meu guarda roupa, mesmo que não combinasse ou tanto faz. Eu nem ligava mais. Só queria ir para um canto e ficar lá, encarando a parede, à espera de um milagre.

Estava deitada na cama quando ouço a campainha. Desci as escadas com a menor força de vontade do mundo, reclamando. Atendi a porta com a pior cara do mundo.

- Nossa, cê tá... - ela ficou um tempo à procura de alguma coisa que não fosse me ofender - um caco!

- Obrigada Ashley, me ajudou muito.

- Licença que to entrando.

Ela simplesmente passou me empurrando e largando algumas sacolas na cozinha.

- Vai subindo pro seu quarto que já vou pra lá - ela disse, apontando às escadas.

Dei de ombros e subi. Deitei na minha cama e esperei por Ashley. Depois de uns cinco minutos, ela sobre com um pote de sorvete Häagen Dazs com duas colheres enfiadas, mais um prato com cookies e uma barra de chocolate. Ah, Ashley.

- Meu Deus, além de depressiva você quer que eu fiquei gorda? - perguntei, rindo.

- Viu? Já tá funcionando. Você riu. Agora vai, come, que isso é a melhor solução. Por enquanto, claro.

Peguei o pote de sorvete da mão dela e comecei a comer. Ela colocou o chocolate e os cookies em cima da cama. Enquanto comíamos o sorvete, nós conversávamos sobre o ocorrido. Ashley praticamente me forçou à falar, e conseguiu.

- Olha, Cassie. Só te digo uma coisa. Não me surpreendo por você estar assim, porque eu lembro direitinho que ano retrasado você tinha uma queda pelo Dan e é difícil superar, o sentimento ainda estava em você. E...

- Quê? Eu não tinha uma queda por ele.

- Tinha sim, admita. Era uma big crush. Lembro muito bem. Não tente mentir pra mim, Cassie.

- Ok, beleza, eu gostava um pouquinho dele. Mas como você soube?

- Você deixava mais que óbvio. Não conseguia olhar nem falar com ele, saía correndo toda vez que ele aparecia. E esse é seu jeito de demonstrar que gosta de alguém. Era, pelo menos. Mas enfim. Você não pode ficar aí deitada na sua cama pra sempre, Cass. Se levanta e segue em frente. Já eras. E o Daniel era um babaca com as garotas mesmo, então veja isso pelo lado bom. Simplesmente não era pra ser, entende? Eu não vou te deixar em depressão absoluta por algo assim.

- Obrigada Ash, vou tentar meu máximo.

- Promete?

- Sim.

- Ok então, vem cá que eu vou dar um jeito nessa cara vermelha e inchada antes que sua mãe chegue.

Ela me puxou pro banheiro e tacou maquiagem na minha cara. Concordei com isso porque não queria meus pais me enchendo de perguntas sobre o que aconteceu. Não queria explicar porque era complicado demais pra eles.

Não posso dizer que fiquei bem depois dessa visita da Ashley. Ela melhorou meu humor, coisa de melhor amiga. Mas pra me recuperar de algo assim é um processo lento, e sabia que ia sofrer por um longo prazo. Fraca eu não era, então...


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