Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 59
Capítulo 59


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas! Atrasei mas cheguei! Aguentem firme!



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Quiiiinn... – a voz chorosa de Santana soou de repente e arrepiou as meninas – A Jessie ... a Jessie não quer acordar! – ela sentiu o desespero na voz da amiga e no mesmo momento também se afligiu. A coisa parecia grave.

– Estamos indo aí! – foi só o que ela disse antes de desligar o aparelho. Rachel já corria pra porta.

– Quinn... Meu Deus... o que será que houve? Será que a Jessica...

– NÃO! Nem pense nisso! Nem fale uma coisa dessas! – Quinn gritou fazendo a morena se assustar enquanto desciam as escadas e encontraram a porta do apartamento aberta.

Um paramédico examinava rápido a ruiva, agora numa maca. Fez uma cara de lamento e deu sinal para que os outros dois rapazes levassem a moça. Santana chorava copiosamente ao lado da menina e não queria soltar sua mão.

– Moça, temos que levá-la! Pelos vidros de comprimidos e cartelas encontrados pelo chão do quarto, é quase certo que ela está tendo uma overdose de medicamentos. Faremos o possível. A pulsação está quase nula, talvez tenha passado muito tempo...

– Eu quero ir junto! Eu vou junto! – a latina falava desesperada enquanto Maribel ligava pedindo um Taxi – Façam-na acordar!

– Uma acompanhante e só! – o socorrista falou e desceu as escadas seguido por Santana que antes de ir apenas olhou pra trás e viu um sinal que Bellatrix com lágrima nos olhos deu de afirmativo - Rápido! – o moço parecia sério, a cara não estava nada boa.

Quinn e Rachel assistiam aquilo paralisadas. Ver a ruiva passando por elas numa maca, mais branca que o normal foi impactante. Foram até Bella e tentaram consolá-la.

– Porque meninas? Porque meu Deus?! – ela falava balançando a cabeça.

– O taxi já deve estar chegando, vamos ao hospital! – Maribel tentava manter a calma e ser o mais positiva possível diante de toda a tensão no ambiente. Vira como a filha estava em choque e nem queria pensar o que seria se o pior acontecesse.

Todas concordaram e desceram para a rua. Bella estava atordoada... apertava forte seu crucifixo, rezava, chorava e por vezes se culpava.

Chegaram ao hospital certo tempo depois, visto que a ambulância tinha passagem livre no transito. Mesmo de madrugada, em alguns pontos, o trafego era lento. As 4 mulheres logo avistaram Santana numa cadeira toda encolhida, com a cabeça apoiada nas pernas, dobradas em cima da cadeira. Por sorte, naquela madrugada as coisas estavam calmas no local que estava quase vazio. Maribel se aproximou da filha e tocou seu ombro de leve. A garota levantou a cabeça com os olhos vermelhos e voltou a chorar baixinho abraçando a mãe.

Bellatrix já tinha corrido para o balcão de recepção para ter alguma notícia ou preencher algum formulário. As atendentes não sabiam informar nada novo. Santana já havia preenchido a ficha com alguns dados da ruiva. A freira então abordou uma enfermeira que passava apressada.

– Moça, por favor... Pode descobrir pra mim como está a paciente Jessica Paradiso? É uma mocinha ruiva... minha filha! Acho que teve uma overdose... – a loira se embananava pra falar, estava preocupada, nervosa e não conseguia falar muito bem em inglês. Quinn se aproximou e tentou ajudar, enquanto Rachel lhe trazia um copo d’água e pedia que ela se acalmasse.

– O hospital hoje não está tão cheio... Chegaram poucas pessoas com a emergência nessa madrugada, vou procurar saber sobre sua filha e volto já! – a enfermeira tentava passar tranquilidade, já sabia do que se tratava, tinha visto a moça chegar, mas não queria adiantar nada equivocadamente para a mulher já desesperada.

– Ai Deus te abençoe minha flor! Por favor, me traga uma notícia boa! – ela falava enquanto Quinn a guiava para se sentar ao lado de Santana que agora tinha parado de chorar, mas estava calada, com um olhar perdido.

– Eu devia ter acordado antes... – a morena falava pra si mesma, só que em voz alta, estava inconformada – Quanto tempo será que se passou? Porque ela fez isso, como não percebemos a que ponto ela chegou? – olhou para Bellatrix que apenas balançou a cabeça em negação. Também não conseguia entender. Achou que a filha estava bem comparada a quando havia perdido Lola daquela maneira cruel.

A enfermeira que tinha prometido trazer informações voltava com uma expressão calma no rosto. Era nova no hospital e não conseguia evitar se apegar aos pacientes que lá apareciam. Tinha curiosidade para saber a história de vida deles, o porquê de estarem lá. Assim que Santana e Ballatrix a viram vindo em sua direção, se levantaram de um pulo na cadeira e foram ao seu encontro.

– A paciente está bem... – ela falava tentando tranquilizar as duas – Eu não sou médica e é melhor não me intrometer no diagnóstico deles, mas pelo que consegui saber, ela tomou uma grande dose de remédios porém foi socorrida a tempo para que eles não fizessem um efeito maior e chegasse a paralisar algum órgão. – ela falou tudo o mais rápido que pode, vendo a ansiedade no rosto das que ouviam.

As mulheres se abraçaram todas ao ouvir essa notícia. Um peso pareceu sair das costas delas, principalmente de Bella e Santana. A nuvem grande e cinza que pairava sob elas pareceu se dissipar e conseguiram pela primeira vez nas ultimas horas respirar tranquilas.

– Eu posso vê-la? – Santana pediu igual criança com manha, com olhar pidão pra moça. Estava totalmente desprendida do seu orgulho, só queria saber da garota que já tanto amava.

– Ela ainda está sob efeito dos remédios, os médicos fizeram uma lavagem estomacal para evitar maiores danos. Precisa de soro e repouso agora! – a enfermeira baixinha falou para a latina que deu um muxoxo de impaciência por ser contrariada.

– Tudo bem... – Bellatrix sentia o coração desacelerar sabendo que a filha estava a salvo agora – O importante é saber que ela está a salvo! Por favor, nos mantenha informadas! Ela é muito preciosa pra todas nós! – olhou pra enfermeira que assentiu e logo olhou pra Santana, de braços cruzados, emburrada porque queria logo ver sua ruiva.

Voltaram a se sentar, agora com sorrisos contidos no rosto. Jessie estava a salvo! A latina via o mundo voltar a ficar um pouco colorido, nem queria imaginar o que seria dela sem Jessie! Já se sentia tão dependente daquela garota, não podia viver um dia sem ela. Era um vício! Desejava do fundo do coração vê-la feliz novamente. Ouvir sua risada, seus olhos verdes iluminados por um sorriso.

Estava perdida em seus devaneios, um sorriso nostálgico, quando virou a cabeça e notou Quinn e Rachel sentadas ao seu lado de mãos dadas. Ambas estavam sérias, pensativas, aquele gesto parecia natural, impensado. Santana não pode se conter:

– O que eu estou vendo aqui? Temos um novo casal no mundo lésbico? – ela olhou pra Quinn que revirou os olhos para a provocação e mesmo com vergonha da atenção de Bella e Marabel ter se virado pra elas, não soltaram as mãos.

– Santana... – Rachel falou baixo, a latina não perdia nada mesmo – Eu agradeceria se você somente ficasse feliz por nós e não fizesse nenhum comentário constrangedor.

– Mas AnãBerry, parece que não me conhece! Pedir algo assim pra mim é o mesmo que pedir para um ogro ser delicado! – ela deu um risinho – É claro que vou zuar vocês o quanto eu puder! Mas só depois que a minha Jessie estiver melhor para me ajudar nisso! – falou de cabeça baixa agora, torcendo pra que sua ruiva voltasse a ser o que era o mais rápido possível – Enquanto isso... – respirou fundo – Desejo que vocês sejam felizes! – colocou sua mão sob a das meninas e as encarou nos olhos – Muito obrigada por estarem comigo nesse momento difícil!

– Amigas são pra essas coisas! – Quinn deu de ombros, não querendo ser emotiva e dar mais pano pra manga pra Santana zombar – Você sabe que estaremos sempre aqui! – sorriu e sentiu que deveria contar mais. – Santana...estou com medo de mim mesma... na noite em que você e a Jessica sofreram o assédio e nessa noite, eu me senti muito mal, impaciente, sentia algo ruim no peito... Parecia que eu previ que coisas ruins iriam acontecer!

– Credo Quinn... Desde quando sente isso? – a latina ficou espantada – Por que não avisou antes?

– Eu nem imaginava isso... Achei que era coincidência, mas depois de acontecer duas vezes, não sei o que pensar – ela deu de ombros e olhou pra Rachel que fez carinho no seu cabelo.

– Talvez tenha sido... – Santana falava pensativa – Mas talvez não! Na dúvida, por favor, na próxima vez que sentir isso, me avise imediatamente! Mas sinceramente, eu espero que não sinta isso nunca mais! Essa fase ruim vai passar! – ela falava confiante – Tudo vai voltar a ser como antes! Melhor até do que antes!

– Deus te ouça, meu bem! – Bellatrix ouvira o final da conversa e pegou na mão da morena. – Jessie precisa de cuidados! Não adianta mais tampar o sol com a peneira! Temos que descobrir o que a motivou a fazer o que fez!

Passaram um tempo conversando, até que Quinn sugeriu que era melhor irem pra casa dormir porque pelo visto não teriam notícias da ruiva em breve. Os médicos passavam apressados e nenhum vinha até elas com alguma informação. Santana quase voou no pescoço da loira quando ela propôs isso. Nem por decreto iria sair daquele hospital sem antes ver seu raio de sol. Sequer respondeu a sugestão, apenas negou com a cabeça e cruzou os braços olhando pra mãe.

– Eu acho que não convém ficarmos todas aqui tumultuando as coisas... – Maribel resolveu apoiar Quinn – Que tal se eu e as meninas fossemos embora e vocês ficassem de plantão aqui? – sugeriu olhando para Bellatrix que confirmou com um aceno. Ela partilhava da mesma opinião: Não sairia de lá até ver sua filha de olhos abertos.

Assim foi feito, as 3 pediram um taxi e foram embora, com a promessa de assim que soubessem algo novo as avisariam. Bella ficou no mesmo lugar com Santana apoiada em seu ombro, ambas caindo de sono, mas alertas pra qualquer notícia da parte dos médicos. Até que avistaram um médico vindo à direção delas e logo se levantaram aguardando uma boa noticia.

– São parentes da paciente Jessica Paradiso?

– Sim... sou mãe dela e...

– Sou a namorada! – Santana nem deixou Bellatrix terminar a frase, estava muito ansiosa.

O medico deu um olhar rápido na direção da morena que vestia a calça do pijama e um casaco por cima. Os cabelos presos num coque feito às pressas.

– A paciente está fora de risco, mas ainda está dormindo. Sofreu uma overdose de medicamentos. Vocês sabem me dizer se isso foi nitidamente proposital? Já aconteceu isso antes?

– Não doutor, nunca chegou a esse ponto, mesmo nos tempos mais sombrios... – Bellatrix respirou fundo e começou a contar a história toda de Jessie de forma resumida para o médico.

– Sugiro imediatamente que você busque um psicólogo, para que qualquer problema seja sanado. Essa garota passou por muito e não consegue lidar sozinha com tudo isso.

– Posso vê-la? – Santana concordava com o que o médico tinha sugerido, sua namorada precisava de uma ajuda profissional o mais rápido possível já que não conseguia colocar pra fora suas verdadeiras emoções, mas ela não continha a vontade de vê-la.

– Podem entrar no quarto, mas por poucos minutos. Sugiro que descansem e voltem amanhã! – o médico ia se afastando, indicando para que elas o seguissem – Foi muita sorte dessa menina! Mais um pouco e os danos seriam fatais! A mistura que ela fez foi bombástica, há o risco de ela acordar um pouco abobada, fora da realidade.

– E dá pra saber quando ela vai acordar? – Bella perguntou aflita.

– Isso é particular de cada paciente... pode demorar um dia, ou horas...

– Posso passar a noite ao lado dela? – Santana fez olhos suplicantes para o médico e para Bella – Por favor, para o caso dela acordar assustada e não ver ninguém conhecido.

– Creio que não seja possível... Não temos leitos para acompanhantes... – o medico já ia negando sem olha-la nos olhos – Seria muito incomodo para você...

– Não importa, se eu puder ficar, passo a noite em pé ao lado dela! – a morena falou sem pestanejar.

– Tudo bem, mas não quero reclamações! – o médico não estava com muita paciência.

– O senhor disse que aqui não tem leitos... Vocês podem transferi-la para a ala particular do hospital – a latina sugeriu, lembrando-se só agora dessa possibilidade.

– Creio que vocês não possam pagar... – olhou para as duas meio que as avaliando.

– E você diz isso com base em quê? – Bella não gostou da maneira como ele falou.

– Agradeço do fundo do coração que tenha ajudado a salvar minha Jessie... – Santana não queria apelar pra isso, tinha prometido não usar mais essa influência pra conseguir as coisas – Mas não cabe a você julgar se temos ou não dinheiro! Pra sua informação, meu pai é um dos médicos mais conceituados de Ohio e conhece muitos hospitais aqui de New York! Eu tenho condições de pagar um quarto individual pra minha namorada – ela começava a falar um pouco mais alto – E mesmo que não tivesse, mereceria o mesmo respeito!

– Não foi minha intenção sugerir que vocês eram pobres... – o medico tentou desconversar – Enfim, vou providenciar para que a moça seja transferida e logo mais uma enfermeira vem avisá-las – ele saiu andando rápido. Não esperava que seu plantão hoje, seria tão estressante.

Santana e Bellatrix se olharam e sorriram cúmplices, finalmente iam ver Jessie, seu bem precioso.

– Santana, tem certeza que pode pagar isso? – Bella perguntava em dúvida. Os hospitais estavam cada vez mais com valores altos.

– Posso... Não gosto disso, mas meu pai tem influências! – ela deu de ombros – É só ele entrar em contato com o provedor desse hospital que as coisas ficam combinadas! É o mínimo que ele pode fazer por mim, já que sequer me deu uma ligação depois de tudo que aconteceu! Está sempre ocupado! – a latina não gostava de falar sobre isso, mas essa era uma mágoa que tinha desde a infância: a carência de atenção do seu pai.

– Preciso o mais rápido possível entrar em contato com a psicóloga que tratou Jessie da ultima vez. Ela é muito boa, vai poder nos ajudar a entender como lidar com isso – A loira falava confiante.

– Espero que ela ajude mesmo...quero meu raio de sol de volta! – ela falava um pouco desconsolada com as mãos na cintura.

– Talvez seja bom pra você conversar também Santana... – Bella colocou a mão no ombro da morena – Você estava lá no momento e tenho certeza que está abalada com tudo que aconteceu!

– Eu acho que me viro... o importante é a Jessie... – ela tentou parecer forte, mas falou sem muita convicção.

– Vou conversar com sua mãe!

– Não... Não é necessário, na boa, eu to bem! Só não pos... – a latina parou de falar quando avistou a enfermeira que mais cedo tinha lhes dado informações vir na direção delas.

– A paciente está liberada para visitas! Quarto 404! – a moça sorriu para as duas que sem demora saíram correndo rumo ao elevador.

– Obrigada moça! – Santana lhe jogou um beijo.

– Deus lhe abençoe! – Bellatrix gritou também, entrando na onda.

Chegaram no quarto e espiaram pelo pedaço de vidro a garota imóvel na cama. Entraram devagar e se aproximaram da cama. Lá estava ela, adormecida, máscara de oxigênio, soro injetado no braço livre enquanto o engessado estava apoiado em seu corpo. A ruiva estava mais branca do que nunca, suas veias apareciam por baixo da pele e as marcas de hematomas no rosto eram mais evidentes. O barulho da maquina que indicava os batimentos cardíacos soava como música para os ouvidos de quem chegou a achar que ele nunca mais bateria.

– Que susto você nos deu sua malandra! – Santana lhe deu um beijo na testa e abriu um sorriso contido olhando para Bellatrix do outro lado da cama, acariciando a mão da filha enquanto murmurava uma oração.


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Notas finais do capítulo

Mais uns dois capítulos de drama e depois as coisas melhoram! Prometo! A tristeza tá demais mas
não me abandonem! ;)



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