Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 56
Capítulo 56


Notas iniciais do capítulo

Oi gente lindaa! Desculpem novamente pela demora!



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- Você continua sendo minha guerreira! – ela acariciou os cabelos avermelhados, passando a mão principalmente na cicatriz que ela nunca tinha notado – Nunca ouse se chamar de fraca! – beijou-a ternamente e depois pegou sua mão e foram caminhando em silêncio para o banheiro.

“Fraca, fraca, fraca...você é uma fraca!” – a voz cantarolava de modo provocativo dentro da cabeça da ruiva enquanto ela se deixava guiar pela namorada.

Santana ajudou a namorada no banho e aproveitou o embalo para se banhar também. Não falavam muito, apenas trocavam alguns olhares. Ambas sentiam-se seguras juntas. Terminaram e foram direto para o quarto.

- Sua mãe é legal... – a ruiva falou pensativa, deitada na cama já vestida enquanto olhava para a latina que estava colocando seu pijama de morangos. Já era dela, não adiantava a namorada reclamar.

- Ela sempre foi ótima comigo! Foi uma surpresa ela ter chegado tão rápido! – ela deitou-se ao lado de Jessie e começou a fazer carinho no seu cabelo – Meu pai vai chegar e nós vamos atrás de um ótimo advogado! Vamos garantir que aqueles monstros nojentos fiquem presos até aprenderem a lição! Tomara que os prisioneiros estejam fazendo eles de mulherzinha todo dia, toda hora! – arregalou os olhos, como se acabasse de ter uma ideia - Quem sabe não encontramos também os responsáveis por fazer tanto mal a Lola!? Alguém tem que estar investigando isso!

- No mundo real as coisas não são assim... ainda mais comigo e com a Lola que não somos americanas nativas... reles imigrantes. Eles não tem muita paciência com a gente – ela deu um sorriso triste – Acho que a Lola tinha coisas a acertar com aqueles homens... devem ser poderosos, vai saber quanta gente eles não controlam... até policia deve estar envolvida. Ela se meteu no lugar errado e tenho medo de mexendo nisso, acabar indo pra esse mesmo caminho! – fechou os olhos tentando conter o choro – Eu tentei tanto esquecer disso! Tanto, tanto... e quase perdi você assim! – passou a mão pelo rosto da latina, com olhos de devoção – Posso pedir uma coisa? – Santana assentiu rapidamente – Me abraça, me abraça bem forte!

- E seu braço quebrado? – ela deu um sorriso pelo pedido da namorada.

- Vai, abraça como der e não pergunta! Se doer, eu grito! – fez uma cara sapeca.

Santana riu, essa era a sua Jessica: Feliz, despreocupada! Abraçou como pode e dava alguns apertões em sua cintura, provocando cócegas. Enquanto dava beijos pelo rosto dela, ouvia sua risada descontraída. Parecia que havia séculos que não ouvia aquele som. Foi bom lembrar. Queria congelar aquilo pra sempre.

Depois de trocarem alguns beijos acabaram adormecendo abraçadas, de mãos dadas. A ruiva ainda não tinha se acostumado a dormir com aquele gesso e acordou várias vezes durante a noite, se mexendo devagar para não acordar a latina. O sono não vinha, sua cabeça zunia, apesar de sentir-se amada pela mulher que dormia profundamente a sua frente, sentia-se insuficiente, indigna desse amor. Acendeu o abajur ao lado da cama e ficou observando a namorada dormir, uma expressão calma no rosto, devia estar tendo um sono bom. Sentiu vontade de acariciar seus cabelos mas temia que ela despertasse com o toque. Ficou apenas observando, tentando fazer sua mente se focar no quanto ela era amada, isolando a voz que insistia em soar em sua mente lhe dizendo o contrário. Os olhos pesaram e finalmente ela conseguiu pegar no sono.

As duas garotas acordaram assustadas quando ouviram batidas na porta e se entreolharam atônitas. Estavam com medo de atender, ainda estava escuro lá fora e depois do que tinham passado, sentiam medo da própria sombra. O celular da ruiva então começou a tocar, fazendo-as levar outro susto.

- Meninas... acho que tem alguém na porta! – Maribel abriu a porta do quarto receosa e viu as garotas sentadas na cama se olhando, uma esperando pela outra pra se levantar. – Querem que eu atenda?

Jessie olhou para o identificador de chamadas do celular e não hora entendeu. Deu um suspiro aliviada pra Santana e falou para a “sogra”: - Tudo bem, eu atendo!

- Jessica, meu amor! – A freira loira caiu nos braços da ruiva assim que ela abriu a porta com cara de sono – Achei que não ia me atender!

- Mãe... eu não imaginava que você... – nem terminou de falar e a mulher já lhe abraçava novamente, examinava seu corpo, suas costas, seu rosto com um olhar aflito.

- Eu vim assim que consegui escapar lá do orfanato! Depois que a Tracy me ligou não consegui ter um minuto de sossego! – ela pegou na mão da filha e foi entrando no apartamento – E os voos estavam todos lotados, aeroporto cheio, um inferno! – bateu a mão na boca por ter falado essa palavra – Mas graças a Deus houve uma desistência e eu estava de marcação serrada lá no balcão do check in da companhia aérea e consegui me encaixar nesse voo do início da noite! Horas intermináveis dentro do avião! Precisava te ver o mais rápido possível! O que aconteceu?! Olha seu braço, olha seu rosto! Ahhh meu tesouro! – passava a mão pelo rosto da filha e não parava de fazer perguntas, só depois de um tempo que percebeu Santana e mais uma mulher paradas na porta do quarto.

- Bom dia Bellatrix... – Santana deu um aceno e se aproximou puxando a mãe junto. Estavam descabeladas, com cara amassada de sono interrompido - Maribel, minha mãe! – as mulheres se cumprimentaram.

- Eu sabia que Tracy não ia perder tempo e te avisar! – Jessie balançou a cabeça conformada – Mas não imaginei que você ia aparecer tão rápido.

- É muito bom ter você aqui! – Santana falou sincera – Minha namorada precisava de algo além dos meus abraços, ninguém substitui abraço de mãe! – olhou pra Maribel e deitou em seu ombro.

Jessica concordou com a cabeça, já fazendo bico, prestes a chorar abraçando Bellatrix. Parecia uma criança que estava perdida há tempos e tinha reencontrado sua mãe. Isso não deixava de ser verdade, a ruiva com certeza se sentia perdida em meio a toda essa situação que se repetia.

- Bom, ainda são 4 horas da manhã! Pelo amor de Deus, voltem a dormir! – a freira tentava quebrar a tensão que se instaurou depois que sua filha a abraçou e todas podiam ouvir seus soluços abafados pelo corpo da mulher. A gente sempre parece fazer mais manha quando está perto da mãe. E foi isso que aconteceu, Jessie se desmontou de vez.

- Acho melhor você ir conversar com ela no quarto. Eu durmo aqui com minha mãe – Santana sugeriu e Maribel concordou. A latina sentia um aperto no coração observando seu raio de sol tão fragilizado. Achava que tudo estava ficando bem, mas depois dessa demonstração, percebeu que ela poderia estar apenas fingindo ser forte para tranquilizá-la. Decidiu deixar as coisas rolarem e observar de longe a interação das duas.

- Tudo bem... vamos conversar! Vai ficar tudo bem – Bellatrix dava tapinhas nas costas da filha tentando acalmá-la e foi caminhando até o quarto.

Santana olhou pra Maribel e apenas deu de ombros. Deitaram-se no colchão estendido no chão e a latina achou que era melhor explicar o porquê da namorada estar tão abalada. Contou tudo que sabia, todas as coisas que a garota já tinha passado. O quanto já tinha sido difícil pra ruiva superar da outra vez uma situação dessas.

- Estou com medo mãe... medo que ela volte a ficar triste como deve ter ficado quando perdeu a Lola... – a latina confessou, olhando para o teto, já deitada.

- Ela não perdeu você, isso faz toda a diferença! A lembrança pode ter vindo a tona, mas agora ela tem em quem se apoiar! – Maribel tentava consolar, observando que a filha estava realmente preocupada com a garota, percebia que ela realmente gostava dela.

- Queria tanto saber o que está passando dentro daquela cabecinha mãe... queria tirar todos os pensamentos ruins de lá! – Santana deixou algumas lágrimas escorrerem – Eu a amo tanto...

- Dê tempo ao tempo minha flor... sei que você vai fazer seu melhor – a mulher acariciou seus cabelos até perceber que a filha tinha pegado no sono novamente.

XXX

Bellatrix já estava inteirada sobre o que tinha acontecido dessa vez e não fez mais perguntas para a filha, apenas deixou que ela chorasse e falasse o que estava sentindo.

- Eu estou com medo do que pode acontecer agora... – ela balançava a cabeça, o choro tinha se acalmado – Eu não quero me sentir assim, não quero que Santana se decepcione comigo... já não fui capaz de salvá-la na hora.

- Ahh isso de novo não! Você fez o que estava ao seu alcance! Pare de se culpar! – a freira falou exasperada – Santana com certeza está muito contente por ter uma namorada assim, corajosa como você! Que já enfrentou tantos empecilhos na vida!

- É... – a ruiva deu um sorriso débil – Ela diz que está orgulhosa... – voltou a ficar séria – Mas acho que também está abalada com o que aconteceu, é inevitável! Mas está sempre com um sorriso calmo quando olho pra ela. Ela sim é forte!

- Que tal conversarmos sobre isso depois? Estou exausta e você também deve estar! – a mulher tentava desconversar, fugir dessa ideia fixa que a ruiva parecia ter. Se culpar não era uma boa ideia.

- Tá... o importante é que todas estão aqui – ela concordou se deitando na cama. Deu um beijo de boa noite na mãe e rapidamente adormeceu. Bellatrix continuou observando a menina com um olhar preocupado, até ser tomada pelo sono também.

XXX

- Bom dia! – Maribel acenou da cozinha para a filha que acabara de despertar com ar confuso, tentando se localizar.

- Dia... – a garota coçava a cabeça com ar pensativo – Estranho acordar sem a Jessie do lado, me acostumei com aquela cabeleira laranja em cima de mim quando eu abria os olhos.

- Melhor deixar aquelas duas dormirem mais um pouco não acha? Vamos fazer um café da manhã no capricho que tengo hambre!

- Eu quero dormir mais um pouco... quero que esse aperto no peito vá embora! Vou dormir e acordar só quando esse pesadelo acabar. – ela deu um sorriso triste – Posso mãe?

- Eu queria muito dizer que sim, mas infelizmente você vai ter que enfrentar isso tudo acordada! – Maribel foi até a filha e a abraçou – Durma mais um pouco, eu cuido disso.

A casa era um repleto silêncio. Só a mãe de Santana estava acordada, concentrada no preparo do café da manhã. Pensava sozinha com seus botões se era uma boa ideia a filha continuar morando em New York sem um plano para o futuro. E depois desse ocorrido, seria ainda mais difícil ficar longe dela e pensar todo dia se a filha estava bem. Voltar para Ohio seria algo que com certeza estava fora de cogitação para a menina, mas ela sentia muita vontade de propor isso a ela.

Estava distraída quando ouviu a campainha. Atendeu e era Quinn. A loira explicou que Rachel e Kurt tinham saído pra Universidade e ela, além de não querer ficar sozinha, gostaria de saber como as amigas estavam. Olhou Santana adormecida no colchão no meio da sala e estranhou.

- A mãe da Jessica chegou hoje, de madrugada. Dormiu com ela, precisavam conversar – Maribel tratou de explicar quando observou a loira com cara confusa.

- Ahh que bom que a mãe dela veio! Não a conheço ainda, mas com certeza Jessie precisa dela agora! – ela ficou mais tranquila – Posso ajudar com o café? – a mulher concordou e ambas foram arrumar a mesa.

Passava das 10 da manhã quando Bellatrix apareceu por lá, um pouco encabulada ao ver duas pessoas que não conhecia na casa da filha. Apresentaram-se e então Maribel contou que também fazia pouco tempo que havia chegado, enquanto Quinn explicou que era amiga da Santana desde o colegial.

Engataram uma conversa sobre os acontecimentos recentes e como essa situação precisaria de toda calma para ser resolvida que quando perceberam, a latina não estava mais dormindo na sala. Logo imaginaram onde ela estaria.

Santana correu para o quarto assim que despertou e viu as mulheres distraídas na cozinha. Queria estar perto do seu raio de sol. Era como uma flor que precisa do seu calor para manter-se viva.

- Bom dia... – ela sussurrou sorridente bem próximo ao ouvido da ruiva – Hora de acordar dorminhoca!

Jessie começou a se mexer e sorria de leve sentindo os beijos suaves que a namorada distribuía no seu rosto e pescoço.

- Bom dia... – falou com voz de sono – Cadê as nossas visitas? – ela pareceu despertar mais ao lembrar-se que as mães de ambas estavam na casa.

- Lá na cozinha, preparando um café especial pra gente! – Santana lhe deu um beijo na ponta do nariz – Tudo bem com você? Ontem, te ver chorar no ombro da sua mãe me cortou o coração...

- Desculpe... – ela não conseguia encarar a latina enquanto tentava se sentar se apoiando somente num braço

- Desculpar do que? – ela sorriu tentando mostrar que estava bem com aquilo – Só quero saber se você se sente melhor agora, depois de ganhar um carinho a mais da mamãe! – ela deu uma piscadela e deitou no colo da ruiva que agora estava sentada na cama, pensativa.

- Acho que sim...talvez agora as coisas se ajeitem! – deu um sorriso confiante enquanto acariciava os cabelos da latina.

- Bom, hora de encarar a realidade... – Santana suspirou e levantou da cama, estendendo a mão para Jessie fazer o mesmo.

A garota fez uma careta mas mesmo assim estendeu a mão. Não queria encarar o mundo lá fora, queria ficar deitada naquela cama, pra sempre.


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Notas finais do capítulo

Capítulo meio chatinho eu achei...e vocês?

Vou tentar postar 2 vezes na semana... não gosto de deixar ninguém esperando! É que as coisas estão um pouco corridas e acabo não parando pra escrever! Mas quinta feira prometo que tem mais um! ;)

Não me abandonem! ;D



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