Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda! Segue mais um cap feito com muito carinho e atenção!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/360771/chapter/16

Começou a andar em direção a onde a ruiva ia, de forma discreta tentava andar rápido, mas com os saltos que usava ficava difícil. A outra garota estava a uns 30 metros a frente quando virou a esquerda, mudando o caminho e deixando Santana confusa. A saída não era pra lá!

- Ah, mas que filha da mãe! – Santana falou sozinha quando viu que onde a ruiva tinha virado era um caminho só com grama e seus sapatos ficavam afundando enquanto andava. Acabou tirando eles, colocando os pés no chão sentiu uma ótima sensação. Grama com orvalho refrescante, os pés relaxados e agilidade pra procurar aquela vadia!

Observou que o local era um campo aberto, um parque aberto ao público. Foi o que Santana pensou quando viu cachorros correndo, crianças rindo, umas chorando... casais fazendo piquenique. Tudo muito verde, tudo florido! Começou a andar com os sapatos na mão, louca pra tacar um deles na cabeça da ruiva quando a encontrasse.

Logo avistou uma cabeleira alaranjada brilhante que refletia os raios de sol. Estava encostada no tronco de uma árvore com os braços cruzados, descalça e com o vestido esvoaçante. A trança que Santana havia feito mais cedo estava levemente desarrumada. Assim que ela viu a latina se aproximar com os sapatos nas mãos começou a provocar:

- Ahhh como eu imaginava! Desceu do pedestal! Vamos combinar, andar na grama descalça é muito bom! Sente a energia! Só toma cuidado que às vezes tem cocô de cachorro por aí – ela ria observando a latina cansada, com respiração ofegante que agora colocava as mãos no joelho para retomar o fôlego.

- Sua vaquinhaaa, porque não me esperou?

- Você viria de boa vontade comigo, observar essa linda natureza? Com certeza diria que era uma bobagem e melhor irmos logo embora.

Santana olhou ao redor e realmente o lugar era bem bonito. Cheio de flores, árvores e gramas bem verdinhas. Observou que próximo a elas havia uma árvore tombada. Deveria ter caído ontem, durante a tempestade.

- Esse lugar é bem legal mesmo hein? Nunca tinha vindo aqui! – a ruiva continuou falando – mas também, com quem eu viria?

- Ahhh não faz drama vai, você com certeza já pegou várias garotas que adorariam vir aqui em sua companhia! – Santana agora tentava investigar a vida amorosa da ruiva, de repente havia sentido essa curiosidade.

- Creio que isso não venha ao caso! Falo de uma amiga, alguém pra rir, conversar e não só uma boca pra beijar e uma “periquita” pra... bom, você sabe – ela falou de modo descontraído, mas ficou vermelha.

- Nossa então você é daquelas de uma noite só e tchau? – Santana pensava na amiga como uma garota romântica, duvidava que ela fizesse isso.

- Senta aqui ninja latina – ela indicou o lugar ao lado que ela estava sentada, uma raiz gigante da árvore em que estavam que servia de banco – Porque esse interesse? Tá querendo saber se sou pra casar?

- Ora, curiosidade de amiga... queria saber o que você já aprontou naquela cama que dormi essa noite.

- Você é uma miguézona! – Santana não entendeu a expressão. A ruiva tinha falado em português sem perceber – Eu quero dizer... você tá jogando um verde pra colher um maduro! – a latina continuava com uma cara confusa ao ouvir essas expressões.

- Em inglês, por favor...

- Ai deixa pra lá... pro seu governo eu não “peguei várias” –ela fez sinal de aspas no ar- até hoje só levei 3 garotas pra minha casa. E apenas uma delas chegou à minha cama!

- Com as outras você fez no sofá mesmo?

- É... mas foi só uns amassos quentes, numa das vezes eu estava bêbada e... – ela percebeu que foi uma pergunta de brincadeira, fez cara emburrada quando viu a latina caindo na risada. – Não conto mais!

- Ahhh ruivinha quente! – ela fazia cócegas e a amiga acabou desfazendo a carranca.

- San, e você, com essa cara e esse corpo já deve ter conquistado várias! – Agora era a vez da ruiva tentar descobrir alguma coisa.

- Bom, você sabe... a minha primeira foi a BrittBritt – ela disse sorrindo, estranhou não ter sentido um aperto no coração quando falou da loira – depois dela, na faculdade conheci algumas, mas nada sério. E teve a Quinn, minha amiga de longa data. Fiz a iniciação dela! – a latina se gabava.

- O quê? Não acredito que você não perdoou nem a sua amiga San!  Como foi isso?!

- Bom, ela estava triste naquela noite e estava cheia de indiretas também, então eu apenas dei o que ela precisava...

Jessie fez uma cara assustada e a latina riu

- Dei amor e carinho, sua boba! – ela tocou a ponta do nariz da ruiva e continuou – De um jeito que ela nunca tinha provado, claro... te garanto que ela não reclamou nem um pouco. –a latina agora falava olhando para os pés, um pouco envergonhada ao lembrar.

- Eu também não reclamaria... – Jessie disse pensando alto e quando a latina a encarou, ela deu de ombros – De receber amor e carinho, eu quero dizer, sua boba! – agora ela é quem tocou o nariz da latina que sorria.

- Sei, sei... – Santana falava encarando aqueles olhos verdes que expressavam alegria e desceu rapidamente aos lábios vermelhos. A vontade de prová-los apareceu novamente.

A ruiva encarava de volta e não conseguia entender o olhar da amiga. Queria muito beijar a latina, mas tinha medo que ela pensasse que a amizade dela era só pra isso, pra conseguir “pegá-la”. Não queria perder sua mais nova amiga. Mas também não sabia por quanto tempo ia aguentar conviver com essa garota maravilhosa sem se apaixonar completamente por ela.

Respirou fundo e quebrou o contato com a latina. Santana se espantou... Estava hipnotizada naqueles olhos quando a amiga se levantou, batendo no bumbum pra tirar qualquer sujeira da árvore em que estava sentada e já começou a falar.

- Bom, melhor a gente ir... – estendeu a mão para a latina levantar e sentiu uma corrente elétrica percorrer seu corpo quando ela pegou na sua mão. Era cada vez mais inevitável não sentir borboletas no estômago quando tocava a morena – Agora vou te levar a um lugar mágico, fonte de uns dos meus maiores prazeres!

--------------------------------------------------------------------------------

- Um SUPERMERCADO? – Santana provocava a amiga - Esse é o lugar que te causa grandes prazeres? Nossa, to precisando te ensinar umas coisas viu...

A ruiva apenas mostrou a língua pra ela, enquanto pegava um carrinho de compras e ia feliz em direção ao corredor das verduras. A latina a seguia rindo consigo mesma.

- San, você mesma disse que a minha geladeira está péssima! Eu concordo! Vem, pega um saquinho aqui e escolhe umas batatas pra mim!

- Escolher? Eu não sei... – a latina se deu por vencida e pegou o saquinho das mãos da ruiva que a observava com olhar imperativo – Ahhh tá bom, dá aí esse negócio!

- Prefira as de tamanho médio, que não estejam esverdeadas, nem com machucadinhos pretos. Pega umas 10... Vai lindinha, pra gente fazer uma comida bem gostosa pro nosso almoço!

A latina se afastou da ruiva que estava escolhendo alguns tomates e começou a pegar as batatas. Se sentia feliz, com uma paz no seu interior. A amiga estava lhe fazendo muito bem. Ocupar a mente e sair um pouco da rotina estava sendo ótimo para ela. Terminou o que estava fazendo e voltou pra perto da ruiva, que agora estava pegando algumas cenouras e sorria para ela.

- Aiiii que bonitinhaa! Duvido que você já fez compras na vida! – Jessie provocava enquanto observava Santana colocar o saquinho cheio de batatas dentro do carrinho de compras.

- Pra sua informação eu ajudava a minha mãe nas compras! Às vezes...

- Sei, sei... – ela agora empurrava o carrinho em direção a sessão de massas.

Andaram pelo supermercado, compraram o necessário para abastecer a geladeira de Jessie por umas 2 semanas. Enquanto pegavam os produtos a ruiva observava que a latina parecia mais alegre. A nuvem de tristeza tinha ido embora, pelo menos naquele dia a bipolaridade estava superada. Santana fez manha até convencer Jessie  a pegar um pote gigante de Nutella.

- San... você vai ter que me ajudar a comer isso! Dá pra sustentar a Africa com esse pote! – Ela comentava enquanto passavam os produtos no caixa.

- Mas isso você não precisa nem pedir! É claro que vou ajudar! Mas depois vamos correr no parque como se não houvesse amanhã para queimar as calorias. – Santana sentia falta dos shakes malucos da treinadora Sue Silvester. Eles não eram muito saudáveis mais ajudavam a suprir a fome e não engordavam. Ela agora tinha medo de ficar muito parada comendo porcarias e acabar perdendo o belo tanquinho que exibia.

- Ai que exagero menina... Dançando e servindo mesas como doidas, já fazemos muitos exercícios!

Pagaram e pegaram as sacolas rumo ao metrô. Estavam próximas de casa agora. Só mais uma estação. Cada uma tinha umas 5 sacolas e Santana queria matar a ruiva por ela ter pego tanta verdura! As sacolas estavam volumosas. Pareciam duas tias velhas voltando da feira. A geladeira ficaria parecida com uma floresta. Fora  o pote gigante de Nutella que a ruiva fez ela carregar, pois ela tinha insistido na compra e era ligeiramente pesado.

Chegaram ao apartamento com os dedos vermelhos de carregarem sacolas. Santana sentiu-se em casa quando entrou no local. Parecia um abrigo, um lugar para acalentá-la quando precisasse. Talvez as paredes coloridas e alegres ajudavam um pouco. Sentou-se no sofá e ficou observando as paredes, rindo pra si mesma.

- Que foi hein? Tá tonta de fome? – Jessica tinha as mãos na cintura e cara brava, mas se deliciava por dentro ao ver a latina rindo a toa. – Vou fazer frango com batatas e uma bela macarronada pra resolver isso!

- Huuuuum não sabia que você sabia cozinhar...

- Tive que aprender. No orfanato não dava pra fazer muita coisa, mas depois que vim pra New York o Google me ajudou mais que a Ana Maria Braga!

- Quem?

- Ahhh a Ana Maria é uma tiazona lá do Brasil que faz um programa de culinária  há muitos anos... Não faça questão de conhecer! – a ruiva ria enquanto gesticulava com os braços no estilo “deixa pra lá”.

Santana levantou-se e se direcionou para a cozinha, seguida pela  ruiva. Começaram a guardar as compras enquanto riam e conversavam. Jessica contava algumas coisas do Brasil, gírias e ensinava palavrões e zombava quando a latina repetia de modo engraçado. A morena ajudou meio que desastradamente a descascar as batatas e temperar o frango, seguindo as indicações de Jessie. Ela não reclamava do ar de superioridade que tomou conta da amiga. Estava com fome e pelo visto a comida ia ser boa. Depois de ajudar com sua parte se encostou à mesa observando a ruiva no fogão. Ela havia trocado de roupa agora. Vestia uma camiseta comprida confortável e um short por baixo. Tinha um avental por cima porque havia alegado que era desastrada pra sujar roupas com molhos. Estava descalça, dançava e cantarolava alguma música brasileira que a latina não conhecia. Ela concluiu naquele momento que estava tendo o um dos seus melhores sábados dos últimos tempos.

Sentia a sensação de estar tudo bem, sem problemas, sem pensamentos negativos. Não tinha vontade de pensar no amanhã. No que faria, nos sonhos que pretendia realizar. Só estava parada, observando aquela garota que por acaso do destino a ajudou a arrumar um trabalho e morava ao seu lado e já a considerava seu pequeno raio de sol que mais uma vez iluminava seu dia. Ela era tão linda, meiga... Santana também sentia vontade de cuidar dela, saber seus medos, segredos. Sentia do fundo do coração que queria fazer aquela garota feliz, assim como ela estava sendo em sua companhia.

- ... Santana, você tá me ouvindo? – Jessica continuava mexendo o molho de macarrão na panela e a encarava de forma curiosa a latina – Agora é você que tá com um sorriso de boba-alegre no rosto...

- Estou pensando nas aulas de dança que começo na próxima semana. Obrigada por me acompanhar até lá! – Santana agora se aproximava da ruiva, colocando a mão em um de seus ombros – O dia hoje está perfeito pra mim – ela sorriu sincera.

Jessica agora havia parado de mexer o molho, apenas sentia as pontas dos dedos da latina deslizarem pelo seu braço e sentiu-se arrepiar. Virou o pescoço e olhares se encontraram. Aqueles olhos negros tão lindos, os lábios carnudos irresistíveis. Ela não conseguiria resistir mais um minuto sem tocar sua boca neles. Decidiu se deixar levar por aquele olhar.

Santana não desviava o olhar. Queria muito fazer aquilo. Ela agora passava os dedos na lateral do rosto da ruiva e descia para a mandíbula. Um toque leve, que significava muito. Encarava aqueles lábios vermelhos, levemente entreabertos esperando o que viria a seguir...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero a opinião de vocês! Não acham que está na hora de rolar um beijo entre essas duas?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Girls On Fire" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.