Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda! Mais um capítulo cute entre Santana e Jessie! Estou tentando fazer vocês acreditarem que esse casal é fofo junto e que essa ruiva também pode fazer a nossa latina feliz. Mas isso vai ser aos poucos.
San ainda não esqueceu a Britt e teremos em breve mais um flashback Brittana!



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Estava amanhecendo, uma claridade fraca, com o clima ainda nublado entrava pelo grande janela do quarto quando Santana abria os olhos vagarosamente. Por um momento ela ficou confusa tentando entender onde estava. Um quarto colorido, uma grande cama. Virou para o outro lado da cama e viu uma cabeleira cor de fogo espalhada pelo lençol lilás. Durante a noite acabaram se separando do abraço, cada uma com seus pesadelos, ficaram de costas uma para a outra durante o sono.

A latina lembrou então do show que havia dado na noite passada, deixando o medo de tempestades que não aparecia desde o final da infância a dominar novamente. Sentia-se envergonhada, uma fraca. Santana Lopez não podia ter medo de nada. Mas a solidão e as constantes lembranças do rompimento com Brittany talvez tenham deixada mais frágil, permitindo que seus monstros voltassem.

Observava a ruiva ao seu lado e deu um sorriso leve lembrando-se de como ela tinha encarado seu ataque. Cuidando e a acalmando. Ficou com vergonha ao lembrar o quanto a tinha assustado ao entrar em seu apartamento sem avisar. Precisaria se explicar depois.

Levantou-se tentando fazer o mínimo possível de movimentos para evitar que a amiga acordasse. Ficou em pé ao lado da cama, ainda observando a ruiva dormir. Sua respiração leve e o pijama rosa cheio de desenho de morangos estava com a blusa de trás pra frente e a calça no avesso.  Santana sorriu e saiu rumo a cozinha, faria o café da manhã para as duas. Era o mínimo que poderia fazer por enquanto para agradecer pela noite passada.

Ela nunca fazia café da manhã no apartamento que dividia com Kurt e Rachel, então, por onde começar? Abriu a geladeira e percebeu que ela estava praticamente vazia. Algumas frutas, suco, água... Assim ficava difícil ter ideias! Pensou melhor e chegou a prática conclusão de que o ideal seria ir para algum lugar tomar o café. Sorriu ao lembrar-se da doceria onde havia comprado os cupcakes a alguns dias atrás. Era um lugar aconchegante e perfeito para conversar. E definitivamente precisava lembrar Jessie de fazer umas compras urgentes. Destacou uma folha do post it fixado na geladeira, escreveu algumas palavras.

Voltou ao quarto, a ruiva continuava dormindo na mesma posição. Santana deu a volta na cama, se agachou e colou o papel no criado mudo bem em frente aos olhos da amiga. Assim que ela acordasse com certeza veria. Começou a observar a garota que dormia a sua frente, ela tinha uma expressão tranquila. Aquela história que ela havia contado na noite passada... era invenção ou era a verdade? Como essa garota veio parar em New York. Pelo que ela passou quando vivia no orfanato? A latina estava curiosa. Jessica era filha de uma freira! Isso ela nunca tinha visto em filmes. Nem nas novelas mexicanas que sua mãe assistia. Com certeza ela queria ouvir mais da história da ruiva.

 Elas estavam tão próximas que Santana podia contar suas sardas. De repente com um suspiro mais profundo Jessica abriu aqueles enormes olhos verdes com uma expressão confusa de sono, deixando a latina sem reação. Ela corou e se levantou rapidamente perdendo o contato visual. A ruiva sorriu enquanto se espreguiçava.

- Bom dia garota observadora! Aconteceu alguma coisa?

- Eu estava te deixando um bilhetinho, mas o plano era você acordar depois que eu tivesse saído. – Santana ainda estava constrangida por ser pega no flagra “contando as sardas” da amiga. Mas com um sorriso acrescentou: - Gostei do estilo do seu pijama!

Jessica olhou pra sua roupa e viu tudo no avesso e sorriu.

- Ah é que na noite passada parece que passou um furacão aqui não é? Pelo menos coloquei a roupa certa. Estava tão desesperada com certa latina paralisada e assustada na minha cama que quase fiquei pelada pra cuidar dela!

Santana ficou séria ao ouvir isso e Jessie percebeu que ela podia ter interpretado mal o que ela disse. E a ruiva logo tentou consertar.

- Você entendeu... Não ia abusar de você...só estava preocupada demais com você e... Aliás, comé que você entrou aqui latina ninja? – a ruiva ia se levantando mas lembrou do bilhetinho colado no criado mudo. Leu e sorriu – Estou sendo convidada pra sair?

Santana agora estava sentada nos pés da cama e observava que a ruiva havia acordado de ótimo humor, algo que havia acontecido com ela também. Sorriu e assentiu.

- Sim, vamos sair e tomar um café decente! Porque se depender do que tem na sua casa a gente passa fome!

- Admito que tenho vivido apenas de fast food esses dias! Estava desanimada para comprar comida de gente esses dias. Tenho certeza que você nem se preocupa com isso e deixa essas responsabilidades pro Kurt ou pra Rachel! Você não me engana latina malandra! – a ruiva ria enquanto ia ao banheiro para escovar os dentes.

- Digamos que você tenha uma certa razão – a latina riu, se levantando.

Santana a acompanhou e reparou no abajur caído no meio do caminho e mais uma vez ficou envergonhada. Na noite passada estava fora de si, dominada pelo medo. Sentou no sofá esperando a amiga que já vinha com um pente e um elástico de cabelo nas mãos sorrindo em sua direção.

- Meu cabelo tá péssimo hoje! Me faz uma trança? – Sentou-se no sofá, de costas para a latina.

Santana se espantou com a espontaneidade da ruiva. Parecia que se conheciam a anos. Jessica não conhecia a Santana Lopez grosseira, sem paciência e cheia de sarcasmo de Lima Heights. Ela também não tinha vontade de ser essa Santana quando estava com ela. Se sentia segura e sabia que a amiga não a julgaria. A única pessoa que a fazia sentir-se assim antes era...

- Santana, você tá aí? – Jessica estava agora virada de frente a ela e estralava os dedos na frente dos seus olhos para chamar sua atenção. – Você acabou de chamar pela  Brittany...

- Eu falei esse nome?

- Sim... – ela respondeu com um ar meio triste

- Eu estava aqui pensando que a única pessoa que me fazia ser eu mesma, sem todas as minhas artimanhas e maldades era a Brittany e de repente, com você agora aqui, eu consegui sentir a mesma coisa. Uma paz no coração que eu não sentia há muito tempo! – Santana disse isso de olhos baixos e enquanto falava lembrava dos momentos em que havia sentido essa mesma paz com Britt.

Jessica ficou muito feliz ao ouvir essa confissão da latina. Ela não queria forçar nada e nem queria criar esperanças pra si mesma. Então, deixava acontecer e tentava ser o mais natural possível para a amiga. Sabia que Santana havia sofrido e ainda sofria por amor. Não queria se colocar no caminho.

- Que bom que faço você se sentir bem! E que bom que você confia em mim para mostrar-se como realmente é. Mas... quem é a Brittany? – Jessie imaginava a resposta, mas queria ouvir dos lábios da latina.

Santana respirou profundamente e respondeu triste: - BrittBritt é a única pessoa que eu realmente amei e confiei meu coração.

A ruiva confirmou sua suspeita. Dor de amor, esse era o problema da Santana.

– E o que aconteceu pra vocês duas não estarem mais juntas?

- Caminhos diferentes. Eu fui pra Universidade. Ela continuou na escola. Achei melhor terminarmos antes que pudesse deixar nossa relação desgastada com a distância. Eu ainda gostava muito dela, mas achei melhor deixá-la livre para viver. Conhecer outra pessoa. – Santana falava enquanto lembrava do olhar triste e das lágrimas de Brittany quando elas romperam o namoro. – E então, depois de uma tempo descobri que ela estava namorando o Sam, um carinha do nosso Glee Club. Aquele boca de truta se apaixona por todo mundo! Até eu já tinha dado uns pegas nele... – Santana dava de ombros, fingindo que não ligava.

- Opa, opa... Até você? Mas eu achei que você fosse lésbica... e a sua namorada? Quer dizer... ex? – A ruiva estendeu o pente e sinalizou para que Santana penteasse seu cabelo, enquanto virava de costas. Santana distraída na história que estava contando e sentindo-se bem em falar sobre isso com alguém pegou o objeto prontamente e começou a pentear aqueles cabelos cor de fogo que estavam realmente indomáveis naquele dia.

- Ahhh Jess... você nunca ficou com um garoto?

A ruiva apenas balançou a cabeça em negação, mas não disse nada.

- Pois eu fiquei. Com vários. Eu era a maior bitch daquela escola. Peguei o time todo de futebol americano! Britt também não fica atrás de mim no quesito pegação. Não me orgulho disso e pensando nisso agora me dá até nojo as vezes, mas meu medo de descobrirem que eu era diferente, que eu não me sentia atraída por meninos me fazia transar com quem tivesse dando bobeira. Preferia a fama de vadia do que de sapatão! – Santana agora havia terminado de desembaraçar os cabelos, mas continuava passando o pente por eles. Eram macios. Começou a deslizar os dedos entre eles. – Jess, eu só sei fazer trança em mim mesma, mas posso tentar em você...

- Eu deixo você me usar como cobaia! Por favor, continue a história.

Santana continuava apenas deslizando as pontas dos dedos pelo cabelo da ruiva sem fazer trança alguma enquanto falava: - Chegou uma hora sabe...que eu não conseguia mais me controlar! A Britt era a minha melhor amiga, mas eu a queria cada vez mais próxima a mim. Sentia ciúme dela quando a via com outros rapazes. Foi então que num dia, sem esperar muito, a gente acabou dando uns amassos no meu quarto.  Mas minha mãe chegou bem na hora que tava esquentando. Nesse dia eu vi que o que eu sentia por ela era recíproco e me senti muito feliz e ao mesmo tempo muito assustada com o que poderia acontecer caso eu assumisse que gostava de uma garota.

- Nada pior do que poderia acontecer comigo, que morava num orfanato só de meninas, dirigido por freiras totalmente conservadoras...

Santana havia terminado o penteado. Duas tranças, uma de cada lado da cabeça que se fundiam em uma no meio da cabeça e desceu até metade das costas.  Até que não tinha saído nada mal. Segurou nos ombros da ruiva, para que ela se virasse e ficasse de frente pra ela. A garota se virou sorrindo enquanto apalpava seu cabelo e percebia que o penteado estava feito. A latina agora vendo a garota de frente suspirou inconscientemente. Ela estava realmente linda, parecendo uma princesa medieval. Santana sorriu e por um momento esqueceu-se do que estava falando.

- Nada mal latina ninja! Agora é minha vez de fazer uma em você! Nesses cabelos negros de Pocahontas! – Foi virando a latina de costas pra ela, começando a escovar seus cabelos, que antes estavam presos num coque soltinho. - E pode continuar a  história! Não, melhor! Me conta quando é que você e Brittany perceberam que não podiam mais ficar longe uma da outra escondendo esse sentimento lindo!

Santana sorriu com o modo que a amiga estava encarando a história e os sentimentos dela. Era bom reviver esses acontecimentos e pensar que entre ela e Britt haviam muito mais momentos felizes que tristes. Que entre elas não houve mentiras, nem traição! Era puro amor e ele não havia terminado. Antes de tudo, eram melhores amigas, como Brittany fez questão de lembrar quando insistiu para que ela viesse para New York atrás de seus sonhos e de quebra encontrasse uma namorada tão gostosa quanto ela.

- Bom, vamos por partes... a parte de perceber que não podíamos viver longe uma da outra fica bem longe da parte de não esconder esse sentimento lindo que tínhamos! -

Jessie estava quase terminando o penteado da latina. Deixou metade do cabelo solto e no resto fez uma trança que partia também das laterais da cabeça e se fundia ao meio.

-Pronto, agora estamos penteadas e você parece uma princesa cigana medieval! – Ela falava como uma menininha brincando de princesa e nem parecia que a noite dançava com pouca roupa em cima de um balcão de um bar.

- Você parece mais! Você é a filha do rei e eu sou a princesa Cigana filha do maior inimigo do rei! – Santana entrou na onda dela e estava gostando da brincadeira de faz de conta.

- E assim que eu te vejo eu sei que você não é má como seu pai, apenas segue ordens dele. Viramos super amigas, mas meu pai insiste em dizer que eu devo me afastar e não posso ser amiga de uma selvagem como você! – Jessica se empolga na criatividade e tem os olhos brilhando.

- E então a gente resolve fugir de toda essa baboseira de inimigos, porque isso só nos deixa triste. Eu, princesa dos ciganos canso dessa vida de agradar a todos e ficar triste. Fujo, invado seu castelo e te sequestro. E ao contrário do que todos pensam, você fica muito feliz com isso e fugimos de bom grado pra bem longe, onde podemos ser felizes longe do ódio de quem não entende um amor!

Jessica estava boquiaberta com a imaginação e com o final lésbico que Santana deu para o conto de fadas delas. Caíram na gargalhada.

- Ai Santana, como a gente é besta! Eu tenho mais de 20 anos nas costas e aqui inventando isso! – Continuava rindo, mas de repente ficou séria – Adorei o final que você deu! – concluiu com uma piscadela.

Santana parou de rir também e encarava a garota em sua frente e sentiu vontade de ficar mais perto dela, como na noite passada em que dormiram abraçadas. Não sabia de onde vinha esse sentimento, mas sentia vontade de provar aqueles lábios que conseguiam ser vermelhos mesmo sem nenhum batom. Aquela boca parecia muito apetitosa...

- Santanaaaaaa.... tá pensando na sua BrittBritt de novo? – Jessica estava com um olhar desapontado.

A latina sorriu de leve, mal sabia a ruiva o que ela estava pensando.

- Nãooo, incrivelmente agora não estou pensando nela! Estou pensando que se continuarmos enrolando aqui, vamos acabar indo almoçar juntas ao invés de tomar café-da-manhã!

Jessica sorriu e olhou no relógio de parede da cozinha. Eram apenas 9 da manhã. Mas era melhor se apressarem e se vestirem. Levantou-se, dando a mão para Santana fazer o mesmo.

- Melhor a gente se arrumar! Depois você vai continuar me contando sua história de amor?

- Só se depois você me contar a continuação da sua história! – Santana sorria um pouco hesitante.

- OK, ficamos combinadas! – a ruiva estendeu a mão fechada, apenas com o dedo mindinho levantado para que Santana fizesse o mesmo e elas enganchassem os dedos. A latina correspondeu sorrindo, lembrando quantas vezes ela havia feito o mesmo gesto de cumplicidade com uma loira de encantadores olhos azuis.

Estavam caminhando até a porta para que Santana fosse para seu apartamento se arrumar, enquanto Jessica faria o mesmo no seu apê quando ouviram batidas desesperadas na porta. Ambas se encararam com receio e a latina perguntou:

- Quem é?

- SANTANA, SUA VACA! SABIA QUE VOCÊ ESTARIA AÍ! – Kurt estava com a voz mais aguda do que nunca e parecia bem nervoso.


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Notas finais do capítulo

Aguardo comentários! Por favor, não me deixem desanimar de escrever novamente...



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