Acordei com Danny deitado do meu lado acariciando meus cabelos e sorrindo.

–Pensei que você não acordaria mais. - ele meu beijou.

Esfreguei meus olhos e tentei me levantar mas meu corpo estava cansado. Olhei no relógio e eram dez horas. Eu nunca dormia até mais tarde.

–Até que horas ficamos no jardim ontem? - perguntei.

–Acho que - ele fez uma pausa pensativo - umas duas e meia.

–Ah. - entendi porque acordei tarde.

–Então, eu vou para casa Circe já deve estar preocupada.

Ele se levantou da cama e percebi que usava apenas bermuda. Daniel sem camisa era a coisa mais bonita e sexy que eu já vira em toda a minha vida. Seus músculos em sintonia com o seu rosto dotado de uma beleza simples e uma voz grave o tornavam tudo que eu precisava. Como um cara desses queria ficar com uma garota fechada e quase sempre teimosa e chata igual a mim?

Danny percebeu que eu o olhava e perguntou:

–O que foi?

–Nada. - sorri - Só estou apreciando esse cara lindo.

–Que cara? Vou matar ele! - ele riu enquanto vestia a camiseta e se inclinava para me beijar - Eu tenho que ir minha linda. Nos vemos mais tarde na faculdade.

–Até mais. - falei sem me levantar da cama.

Levei ele até a porta e nos despedimos.

O resto do dia foi inútil. Estudei, fui para a faculdade voltei e dormi. No outro dia não foi diferente. Ethan havia me deixado em paz. Talvez ele só gostasse mesmo da Ci e não quisesse apenas me atingir. Era bom ser otimista pra variar.

Mari quase não ficava em casa mais. Toda hora ela saía com Henry. Quando estava em casa ficava falando com ele no telefone. Ela estava muito feliz e para mim, era o que importava. Na terça a noite, quando ela por algum milagre estava em casa, eu sentei para falar com ela.

–E quanto a você e Henry? - perguntei me sentando ao seu lado.

–Estamos bem, obrigada. - ela corou.

–Qual é Mari! A gente não se fala direito desde domingo a noite quando vocês sumiram! Eu quero detalhes! - baguncei o cabelo dela irritando-a.

–Ta bom coisa chata! Bom, aquele dia fomos até uma praça que tinha uma ponte, ficamos lá conversando e depois, ele me beijou...

–Sua safadinha!

–Para Lili! Você está tornando isso mais difícil. Mas sério eu não quero me iludir. Logo terei que ir embora.

Eu havia me esquecido que Mari só estava de visita na minha casa. Saber que ela voltaria para casa me deixava triste então tive uma ideia.

–Mari, e se você morasse comigo?

–Você ta falando sério? - ela arregalou os olhos castanhos.

–Claro!

–Então é claro que eu quero! Lili! Vai ser perfeito. A gente sonha em morar junta desde os doze anos!

Ela ria como uma criança, acho que gostara mais do fato de ficar perto da sua paixonite do que de vir morar comigo.

**

Na quarta eu fui para a escola de música e encontrei Ethan na porta. Revirei os olhos e tentei passar sem que ele me visse.

–Ei, Lili! - droga, ele me viu.

–Oi Ethan! - tentei parecer simpática - O que faz aqui?

–Vim assistir uma aula. Lembra? Eu disse que viria.

–Ótimo. A sala é logo ali.

Eu caminhei em direção à sala e ele me acompanhou. Meu ambiente de trabalho ainda estava sem graça e comum, eu e Danny íamos decorá-lo na próxima semana. Mas mesmo sem nenhum atrativo, ainda era um lugar aconchegante.

–Lugar legal. - ele falou.

–É. Daqui uns dias vou deixar isso aqui com a minha cara. - sorri.

–Isso significa pôsteres, livros e discos?

–Tipo isso. - eu me sentia bem conversando com ele. A gente ria e se divertia quando estávamos juntos. Isso era errado.

–Então, Lili, pretende mesmo ficar aqui?

–Claro. Por que eu voltaria? Encontrei um namorado, um ótimo emprego, um apartamento legal o que mais eu preciso?

–De alguém que te ame de verdade? - olhei em seus olhos e vi que ele estava sendo sincero.

–Danny me ama, de verdade.

–Mas eu também amo Lili! - ele colocou a mão no meu pescoço e estava quase me beijando.

–Ethan para...

–É Ethan para. - ouvi a voz de Danny que me olhava da porta. Ele estava nervoso e Circe também.

–Ama a Lili, Ethan? - ele perguntou triste.

–Não Circe, não é nada disso eu... - ela saiu nervosa e Ethan foi atrás dela.

–Danny. - eu fui até ele que não estava com uma cara muito boa - Desculpe por essa cena. - tentei beijá-lo mas ele virou o rosto - O que foi?

–Você está vermelha Lili. - ele disse frio.

–Eu, como assim?

–Você ainda sente alguma coisa por ele. Eu sei. Desculpa mas não dá pra ficar com alguém que tem sentimentos por outra pessoa.

–Danny, por favor, não fala isso eu te amo.

–A gente precisa de um tempo Lili.

Ele saiu. Meus olhos se inundaram. Eu não conseguia falar ou ir atrás dele. Eu sabia que tudo estava muito perfeito para ser tão real.