Como Matar Chantelle Paige escrita por mikablazt


Capítulo 26
Família Feliz




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-Que..Quem é vo-você ? - Jenny estava estática.

-Jenny... - Jessica olhou para os lados - posso entrar ?


A semelhança era assustadora. Tudo era assustador... Mãe ? Um clone extraterrestre ? Foda-se, essa não podia ser ela... afinal, ela estava morta.


Jenny estava assustada demais pra saber o que pensar, e como reagir, então ficou parada como uma idiota na porta, até Jessica fazer menção para entrar. Ela saiu da frente.

Jessica pousou a bolsa na mesa em frente a cama e parou de frente pra filha. Qual seria sua reação ?

-Jenny...

-Quem é você ? - interrompeu. agora bem mais confiante. parecia sensato fazer aquela pergunta, mas ao mesmo tempo, parecia que e la sabia a resposta.


Um flash veio a sua mente...


"-Mãe, mãe, olha ! - uma menininha pequena num vestido rosa e branco vinha na direção da mãe - Eu pintei um quadro.

A menina estava totalmente lambuzada de tinta amarela e o cabelo, o rosto estavam quase azuis.

-Jenny ! - a mulher sorria - Está lindo, mas parece que você está mais pintada do que o quadro. Vamos tomar um banho..

-Tudo bem. - ela disse postando as mãos na cintura, um pouco contrariada. - Mas mamãe, eu posso usar o seu batom vermelho ?

-Você pode tudo, meu amor. Tudo o que quiser... - a mulher pegou a menina no colo, num impulso e deu-lhe um beijo de esquimó, afundando a boca em seu rosto e beijando muito forte suas bochechas rosadas."


Jenny sentiu a área queimar e afagou. Era uma lembrança forte, uma das poucas que tinha da mãe. Fazia tanto tempo.

-Jenny... - começou. - Eu sinto tanto.

-Quem é você ? - Jenny estava seca e a encarava notoriamente.

-Jenny, sou eu, Jessica, você não está me reconhecendo ? - a garganta de Jess ficou seca e ela não conseguia pronunciar nem mesmo mais uma palavra.

Jennifer ficou completamente muda. Sem ter o que dizer... e ao mesmo tempo que por dentro estava perplexa, por fora mostrava uma expressão dura e parecia forte.

-Você não vai dizer nada ? - Jess perguntou.

Pausa.

Quase um minuto se passou antes que Jenny dissesse algo.

-Jenny, eu...

-Não me chame de Jenny. - ela foi clara. limpou a garganta e perguntou:

-Meu pai sabe ?

Jessica assentiu.

-Ok.

-Você não quer saber o porque ?

-Seja o que for não me interessa. - disse simplesmente - Só te peço uma coisa.. não tente dar uma de mãe porque não vai rolar, entendeu ?

-Jen, eu...

-Ja pedi para não me chamar assim. - ela subiu o tom de voz, mas sem perder a pose. - Agora se não tiver mais nada pra dizer, pode se retirar ?Estou tentando fazer as malas.

-Tudo bem. - Jessica abaixou a cabeça, pegou a bolsa e saiu.

Jenny desabou na cama e as lágrimas sairam de seus olhos, mas ela não emitiu nenhum som. Uma parte dela queria correr para os braços da mãe e dizer que a amava muito, mas outra parte dizia que o que ela fez, seja lá porque, não justifica o tempo que ela havia perdido, toda aquela exploração na tentativa de ajudar o pai que perdera a esposa. E na verdade, toda aquela humilhação, indiferença e altruísmo foi em vão ?

Era cruel demais saber que ela havia sido enganada. Cruel demais pensar que tudo pelo que ela passou, todas aquelas pessoas lhe dando ordens e ela apenas baixando a cabeça para tudo e todos assentindo, tudo... foi em vão. Ela se tornou o cachorro adestrado, a empregada, a serviçal de tudo e todos, e pra quê ?

Só o que Jennifer fizera na vida foi ajudar o pai de todas as maneiras, pensando que assim ele sofreria menos e ficaria menos sobrecarregado, e poderia encontrar outra pessoa... Ela sempre quis o melhor pro pai.

Era tudo tão confuso. Jenny nunca pediu a atenção do pai, nunca tirou uma nota baixa, nunca teve uma reclamação na escola, ela nunca faltou com respeito a ninguém, nunca foi grossa, nunca exigiu nada. Quando o pai esquecia o aniversário dela, Jennifer não brigava, ela comemorava sozinha muitas vezes e o pai só lembrava semanas depois, mesmo assim ele não vinha com o presente e um pedido de desculpas, ele era ocupado demais pra isso.

Jenny se lembrou de uma vez em que isso acontecera:

"Ela acordou, era uma segunda-feira e fez o café, o pai acordou e ela sorriu, na esperança de que ele se lembrasse, mas ele passou por ela e sentou a mesa.

-Pai, vai fazer algo de especial hoje ?

-Não, porque eu faria ?Alguém morreu ?Você sabe como é minha vida, Jen, trabalho, trabalho e trabalho.. não tenho nem tempo para respirar.

Ela assentiu, os olhinhos se enchendo de lágrimas.

E o pai terminou de ler o jornal e saiu, antes disso Jenny tinha ido pro quarto e chorava muito. depois lavou a louça, arrumou a casa e foi pra escola.

Na volta ela comprou um bolo e bateu os parabéns pra ela mesma sozinha. Seu vizinho, Gregory foi até a casa dela depois da escola e lhe deu os parabéns e um presente:

-É pra você, menina linda. - só ele a achava bonita em todo o mundo. era o único com quem ela às vezes conversava. só que ele vivia fora, seus pais eram separados, então ele passava mais tempo na casa do pai e ia pra casa da mãe quando queria, e quando isso acontecia ele ia até Jenny pra conversar.

Gregory a entregara uma caixinha pequena e dentro dela, havia um pingente em forma de sapatinho, daqueles de bailarina.

Jenny agradeceu e ofereceu um pedaço de bolo, então, mais tarde, seu pai chegou e lhe deu uma bronca por não ter ido ao escritório, pois Beth (a secetária) faltara e não sobrou mais ninguém pra ajudar.

-Aqueles imprestáveis. - era o que ele sempre dizia.

E quando saiu, Greg olhou pra Jenny como quem se desculpa, mas com uma pena enorme dela. Jenny sorriu, um sorriso torto e duro.

-Não ligue. ele é sempre assim...

-Ele não lembrou né ? - Não foi difícil de adivinhar isso.

-Não. mas isso é normal, desde que a minha mãe morreu ele anda muito triste e bom... eu... eu vou sobreviver. mais bolo ?"


Sempre foi assim, e agora o que ela queria ?Que todos voltassem a ser uma família feliz ?


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Notas finais do capítulo

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