Casal Sem Vergonha escrita por Iz


Capítulo 4
Três - ... Uma cerveja?




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TRÊS

Little Black Submarines tocava no radio e eu cantarolava baixinho junto com o vocalista. Não era minha musica favorita, mas eu a adorava.

– Alice tem uma voz de anjo. Tem certeza que são irmãs? – Edward comentou me fazendo desviar os olhos da estrada molhada pela chuva constante de Seattle – O que foi? – Edward tinha muitos defeitos, mas o que mais me tira do sério é a falta de desconfiomêtro.

Rolei os olhos e não respondi, apenas encostei minha cabeça na janela e voltei a cantarolar a musica enquanto ainda estava na sua parte calma. Quando a outra parte começou, Edward começou a cantar/berrar junto me fazendo pular de susto. Sua voz era horrível e ele estava acabando com a música. Para fazê-lo parar, desliguei o radio.

– Hey! – ele protestou tentando ligá-lo, mas dei tapinhas toda vez que ele aproximava seus dedos do botão para ligar – Qual é o teu problema? – perguntou-me irritado e finalmente desistindo de ligar.

– Sua voz... é horrível – ele bufou se dando por vencido.

Olhei para o relógio em meu pulso. Tínhamos mais duas longas horas juntos.

(...)

– Converse comigo – disse Edward em tom autoritário.

– Hã? – fiz tirando os olhos da estrada.

– Fale comigo. A gente se dava tão bem. Sinto falta daquele tempo – arqueei uma sobrancelha. Onde ele ta querendo chegar com esse papo? – Você não? – o encarei ainda sem entender aonde ele queria chegar.

– Não – respondi incerta. Ele desviou os olhos da estrada por alguns segundos. Parecia decepcionado com a minha resposta. A verdade era que eu não queria conversar com Edward. Muito menos falar sobre o passado em que éramos bons amigos. Dei de ombros e voltei a encarar a estrada.

(...)

– Edward, pare no próximo posto de gasolina, por favor. – pedi com toda a educação que me fora dada.

– Por quê? – suspirei.

– Preciso usar o banheiro – disse. Eu estava realmente apertada.

– Não dá pra agüentar até a gente chegar? – perguntou sem diminuir a velocidade.

– Se desse eu não pediria pra você parar – ah, quem liga pra educação, não é? Edward bufou e ao avistar o posto diminuiu a velocidade.

(...)

– I wanna love you and treat you right, I wanna love you... – Edward e eu cantavamos animados “Is This Love” do Bob Marley.

Enquanto ouvia os tapinhas de Edward no volante, eu estava de olhos fechados e com os braços erguidos enquanto balançava-os no ritmo gostoso da musica.

– Lembra de quando... – Edward estava muito nostálgico hoje. Antes que ele pudesse terminar, eu o cortei.

– Nem estraga o momento, Edward, não estraga o momento.

(...)

– Você é um idiota! – falei em meio a risos. Edward estava contando de como foi a sua primeira vez. Não me pergunte como chegamos nesse assunto, pois nem me lembro. A verdade é que estava um tédio naquele carro e então, do nada, começamos a conversar amenidades. – Sério que foi com sua prima? Fracassado! – gargalhei mais e ele me acompanhou.

– Não sabe o quanto me arrependo. Ela nem era cheirosa – ele disse. Eu ri mais. Tinha me esquecido do quão engraçado podia ser conversar com Edward – E a sua, como foi? – parei de rir na hora. Não era algo que eu gostasse de lembrar. Edward notou meu desconforto e tratou de mudar de assunto.

– Estamos quase chegando – disse-me e eu sorri aliviada. Ora, ora, ele sabia usar o desconfiomêtro, afinal.

(...)

Emmett, Amélia e Jasper. Esses são os irmãos de Edward.

Emmett é um fotografo de uma revista de moda lá da Itália onde mora com sua esposa, Rosálie, uma modelo fotográfica alta de rosto perfeito e corpo de dar inveja a qualquer mulher, que está grávida de três meses.

Amélia é uma menina... hm... diferente. A começar pelo estilo. Tem vinte anos e diferente da maioria das mulheres que conheço não tem aquele estilo “mulherão” de corpão, peitão, bundão. Tem um estilo mais retrô. Cabelos curtos e desconectados e uma bromélia com pássaros tatuados no braço direito cobrindo-o quase que por completo. É tão animada e espontânea que em alguns momentos eu via uma segunda Alice nela. Ao que fiquei sabendo, Amélia faz teatro e mora em Los Angeles, mas estava com saudades da família e resolveu passar um tempo em Forks.

Já Jasper tem uma escola de musica em Nova York onde, além de dono, da aula de vários instrumentos e também tem uma banda. Pensei em apresentá-lo para minha irmã, mas sendo um Cullen, duvido que ela queira conhecê-lo.

Havia também Carlisle e Esme.

Carlisle é praticamente o dono de Forks. Todas as lojas, os supermercados, os bares e cafés, pertence ao patriarca da família Cullen. Eu não o conheci ainda, mas pelo que os filhos falaram, ele deve ser uma boa pessoa.

E a tal da Esme eu também não conheci ainda. Desde que chegamos ela estava no banho e não havia aparecido para que nos apresentássemos uma a outra.

Até que a família de Edward não era de todo mal. Os irmãos eram simpáticos e agradáveis, a cunhada... bem, a cunhada dava pra aturar – não sei se são os hormônios da gravidez, mas essa Rosalie me pareceu um pouco entojada – e Edward havia mudado completamente. Estava longe de ser aquele cara convencido e pegador que sai do trabalho direto para um bar para beber e catar umas safadas. Estava mais para... para... eu não sei dizer exatamente papel de que tipo de filho ele estava. Era algo entre “bom filho, santo” e “mudo”. Até agora poucas palavras haviam saído da boca do meu suposto namorado.

– E você, Bella, o que faz para viver? – Emmett me perguntou. No momento estava apenas Edward, eu, Emmett e Rosálie na sala.

Estranhei sua pergunta, eu achei que Edward tinha lhes falado ao menos um pouco sobre mim.

– Eu sou sóc...

- Professora de Defesa Pessoal na “Fighter Gold” – cortou-me Edward e eu olhei feio para ele. Não falou praticamente nada desde que chegamos, mas quando abre a boca é pra me interromper.

– Ow, verdade?! – seus olhos brilharam de surpresa.

– U-uhm – assenti ignorando as olhadas esquisitas que Edward me dava – e sou dona também, junto com o Edward – disse sorrindo orgulhosa, mas a empolgação de Emmett tinha sumido de repente.

– Vocês são sócios? – perguntou e eu assenti – He-he. Incrível! – deu um sorriso amarelo e depois se levantou – Ed, to afim de uma cerveja... você quer?

– Claro – Edward disse contragosto.

– Amor, fique aqui com a – ele olhou para mim – Bella – Rosálie sorriu e então os dois foram para um lugar que eu supus ser a cozinha.

– Isabella hein... – disse Rosálie de uma maneira estranha enquanto me analisava de cima a baixo. Eu juro que se ela me olhar dessa maneira mais uma vez eu vou arrancar aqueles olhos azuis.

– O que? – perguntei irritada.

– Nada, é só que...

– Voltei – apareceu Amélia com um sorriso e uma roupa diferente – como estou? – rodou exibindo seu vestido florido curto.

– Está linda, como sempre – disse a loira e eu me obriguei a concordar.

– Obrigada. As duas – ela se sentou ao meu lado – Cadê os meninos?

– Foram pegar uma cerveja – disse Rosálie como se “pegar uma cerveja” fosse alguma espécie de código. Tive mais certeza de que essas três palavras eram um código quando a Amélia fez um “Aaah”, como quem diz “entendi”. Continuei na minha. Precisa ter certeza.

Conviver, mesmo que poucos anos, com um investigador policial faz com que você se torne extremamente observadora e tenha um raciocínio rápido.

– E sobre o que conversavam? – perguntou Amélia e eu meio que entendi o que ela estava fazendo. Se é que tinha alguma segunda intenção por trás de tudo que acabará de acontecer alguns minutos apenas.

– Ah, sobre nada de mais – disse eu e então Rosálie continuou.

– Sabia que Bella é sócia do Edward? – Amélia abriu a boca surpresa e olhou de Rosálie para mim.

– É... É mesmo? – gaguejou e eu sorri orgulhosa ignorando o fato de ela ter fingindo uma “surpresa feliz”.

– Sim – ela sorriu amarelo e se levantou ajeitando a saia do vestido.

– Preciso de uma cerveja – disse Amélia – quer uma Bella? – neguei com a cabeça (ao menos ela teve a decência de me oferecer uma) e ela assentiu saindo da sala. Encarei Rosálie.

– Rosálie, posso perguntar uma coisa? - ela assentiu desconfiada – Algum problema eu ser a sócia do meu namorado? – fui direta, pois odeio rodeios.

– Sério que está me perguntando isso? – eu assenti sem entender – Você... – meu celular a interrompeu.

O tirei do bolso da jaqueta com a intenção de ignorar a ligação, mas ao ver que era minha mãe eu desisti. Eu estava a três dias tentando falar com ela para ver a mudança dos meus dias na boate, mas não conseguia. Agora que ela estava me ligando eu não poderia deixar de atendê-la.

– Preciso atender – levantei-me e fui para algum corredor onde ninguém poderia me ouvir – Oi, mãe!

– Oi, Isabella. Como está, querida? – ela parecia tranqüila.

– Eu estou bem. O que houve com você? Estou a dias tentando falar contigo e nada da senhora me atender – esbravejei enquanto olhava para os lados para ver se ninguém estava por perto.

– Ow, me desculpe por isso. Eu perdi meu carregador e o encontrei agora pouco – rolei os olhos. Não teria sido mais simples comprar um novo carregador? Não falei isso para ela. Não tinha tempo para uma pequena discussão agora.

– Fiquei preocupada – disse apenas e ouvi um risinho baixo seguido de um “Para, amor”. Rolei os olhos mais uma vez, Phil devia estar fazendo... alguma coisa, ui! – Conseguiu um novo horário, mãe?

– Oh, sim. Terça e Quinta são seus dias – sorri com a noticia.

– Ah, obrigada. Estou te abraçando agora – disse e pude sentir que ela sorria.

– Own, querida... mamãe ama você – acho que deu para perceber que eu e minha mãe somos muito apegadas e carinhosas uma com a outra – Sua irmã esta aí? Posso falar com ela?

– Ih mãe, eu não estou em casa agora. Chantagem, Edward, lembra?

Cadê a Bella? – ouvi a voz abafada de Edward e logo passos na direção em que eu estava.

– Mãe, preciso desligar. Conversamos depois. – e desliguei sem ouvir o que ela tinha para falar.

– O que está fazendo aí? – Edward apareceu e eu me virei para encará-lo.

– Que negocio é esses que você e seus irmãos têm com “cerveja”? – perguntei enquanto ele se aproximava de mim.

– O que? Nada ué – ele mexeu os olhos para o lado. Ele sempre faz isso quando mente.

Nada ué. – forcei sua voz. Ele segurou meu braço e eu puxei me soltando. Eu não sairia dali até que descobrisse o que ele havia feito dessa vez – Das duas vezes que falei que era sua sócia, nas duas seus irmãos sentiram vontade de “tomar cerveja”. Não sou burra, Edward.

– Você ta inventando coisa – ele pegou minha mão – Venha! Minha mãe está na sala esperando para te conhecer – “inventando coisa”. Edward Cullen não tem noção de com quem mexeu.

Ele pode me conhecer a bastante tempo e a gente pode até ter tido um relacionamento, – que eu achava ser sério – mas não tem idéia de que quando eu meto alguma coisa na cabeça eu não descanso até ver que eu tenho razão. 

Cedi e fomos até a sala, – depois resolveria essa pequena “pendência”- ele com sua mão na minha. Aquela mão fina e macia. Nem minhas mãos são assim. Aposto que vive esfregando cremes para manter-las tão hidratadas, lisas. Isso é muito gay.

Até que estávamos na sala de novo. Lá tinha uma mulher e de meia idade. Branca demais para uma pessoa normal e abatida demais para a idade que aparentava, mas ainda assim mantinha um sorriso bonito no rosto. Um sorriso muito parecido com o de Edward.

Eu acabei de dizer que o sorriso de Edward é bonito? Bem, é bonito mesmo. Processem-me.

– Oh, você deve ser a moça que roubou o coração do meu Edward.


(Talvez "Amélia" e "Jasper" não tenham aparecido, então deixarei os links de cada. 

Amélia:http://1.bp.blogspot.com/-A7HJyexjwAI/UEyeG2TlbQI/AAAAAAAAGA0/YVMkNzWKwg4/s1600/miriam-amor-eterno-amor.jpg

Jasper: http://images2.fanpop.com/images/photos/5800000/Inked-Magazine-jackson-rathbone-5884215-1884-2436.jpg

Aprovados?)


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Notas finais do capítulo

E aí, galera?

Bem, como vocês notaram o capitulo ficou meio "incompleto", mas não se preocupem. Algumas... vejam bem, ALGUMAS questões serão respondidas no próximo que já está pronto.

É pois é. A principio eu postaria o capitulo todo, mas acabou ficando grande demais, então, resolvi dividi-lo e em breve postarei mais.

E o que acharam da Amélia? Espero que tenham aprovado ela, rs.

Ah, não deixem de comentar para motivar a "escritora" linda aqui a continuar.

Até o próximo, amadas (os) - se tiver, rs.



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