That's Love escrita por Maya Castles


Capítulo 1
Surpreendida


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, espero que gostem ♥



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Já conseguia ver os longos campos se estenderem lado a fora. O ônibus balançava de forma constante, mas aquilo não me incomodara muito. Na verdade, já estava acostumada com aquilo. Era minha vida, de certa forma, adorava tudo nela, mesmo sendo totalmente humilde.

Assim que o ônibus parou, sabia que tinha chegado ao colégio. Ele ficava há 1 hora da minha casa, por isso devia pegar um ônibus, porque ir a pé seria muito complicado, e totalmente perigoso. Desci do ônibus, ajeitando a mochila nas costas e caminhei em direção a entrada do colégio.

- Americaa. – Ouvi minha amiga Kamber me chamar. Ela estava parada um pouco mais a frente. Ver ela, era a mesma coisa que saber que ele estaria ali. Aspen.

- Kam, que bom ver você. – Falo com um pequeno sorriso. – Como passou a Ação de Graças? – Perguntei a fitando, enquanto parada ao seu lado.

- Foi... – Ela parecia procurar as palavras certas. – Sem dúvidas interessante, apesar de esperar mais. – Ela disse.

Oh, mas é claro, estamos falando de Kamber, que é totalmente contrária a sua irmã gêmea Celia. Kamber nunca parece estar muito feliz da vida, e sempre parece reclamar mais um pouco do que tem. Já Celia, fica feliz com tudo, sempre alegre. Sempre me lembrava de Aspen por esse lado.

- Ah, mas é um feriado formidável, tenho certeza que deve ter sido muito bom. – Falei a ela de maneira calorosa.

Kamber abriu um sorriso, e quando estava prestes a falar, sua irmã Celia apareceu. Eram tão iguais que muitas vezes era difícil distinguir cada qual.

- Olá America, sabe que meu irmão está lhe procurando? – Indagou a jovem simpaticamente.

Abri um sorriso gigante, só de pensar que ele estava me procurando. Aspen e eu temos uma longa história juntos. Conhecemo-nos faz exatamente dois anos. Tinha acabado de me mudar para as províncias de Caroline, e estava totalmente perdida nesse novo colégio. E ele me ajudou, mesmo sendo um ano mais velho, foi a pessoa mais dócil que tinha conhecido, e não demorou para nos apaixonarmos.

- Americaa, estamos falando com você. – Kamber disse estralando os dedos, fazendo que eu saísse do transe.

- Ah sim, me desculpe, vocês sabem onde ele está? Digo Aspen? – Pergunto, querendo encontra-lo logo, e matar as saudades de ficar esse feriado sem vê – lo.

As gêmeas sorriram, mas Celia foi a que respondeu.

- Ele já está lá dentro, pode ir lá, não vai ser difícil achar.

Sorri agradecida.

- Obrigada meninas, nos vemos na sala. – Disse.

Elas assentiram e me afastei a passos longos. Aquele colégio não era muito grande, não tinha a melhor das aparências, mas era ali onde todos os que moravam em Caroline estudavam. Os que não tinha condições melhores para ir pra a cidade, pagar uma boa escola, ou simplesmente pelo transporte ser caro demais. Um desses, era o motivo por eu estudar ali. E nunca reclamei disso. Ao menos, tinha uma escola.

Ao entrar no colégio, o ar estava mais frio, não sei bem o porque. Uma multidão de alunos estavam se espremendo próximos ao corredor da ala sul, onde ficava o mural de avisos. Quis entender o porque daquilo, mas no momento, estava mais interessada em saber onde Aspen estava.

Segui pelo corredor ala norte, onde normalmente ele devia estar. Então foi ai que vi, Brenna Butles. Ela nunca foi um problema, na verdade até achava ela simpática. Não morava muito longe da casa dos meus pais, porém nunca fui muito chegada à garota. Agora a via com outros olhos.

Brenna estava encostada na parede e olhava bem nos olhos de Aspen, enquanto esbanjava sua graça e conversava como se fosse intima. Comecei a me irritar, quando ela tocou lhe o ombro de maneira muito intima. E como ele se movimentou, percebi que riu de provavelmente algo que ela dissera.

Sem esperar mais, caminhei até onde os dois estavam, Brenna levantou o olhar, e me fitou, como se estivesse fazendo algo extremamente errado, e ela estava mesmo.

- America! – Exclamou Aspen e sorriu. – Eu estava mesmo lhe procurando.

Vi Brenna afastar a mão e engolir em seco.

- Suas irmãs me falaram, e como não estava bem me procurando, tive que vir procura – lo. – Falei de maneira seca.

- Eu... Estava sim. – Ele disse.

- Bem... Eu vou indo, até mais Aspen, até mais America. – Brenna disse e saio a passos rápidos.

Aspen me fitou como se não estivesse entendendo, como não estivesse entendendo que eu estava brava com a situação, e estava com ciúmes por ele estar tão próximo daquela garota, cujo nem eu sabia que eram amigos.

- Não posso chegar a acreditar que estava dando mole á Brenna. – Falei cruzando os braços e o olhando nos olhos.

- Não pode mesmo. Vejamos America, só estávamos conversando...

- Não sabia que eram próximos, você nunca me falou.

- Não deve se sentir assim meu anjo, nunca vou ter nada com ela. Eu amo você, só você, e pensei que soubesse disso. – Ele disse e segurou nas minhas mãos. Eu respirei fundo. Quando se ama, é assim, não podemos evitar os ciúmes, e no meu caso, eles eram intensos.

- Bem, então ela está procurando. Do jeito que olhava para você e... E você parecia gostar, eu vi Aspen, vi o jeito que riu e deixou que ela lhe tocasse.

- Acho que você está exagerando um pouco, eu não sou exclusividade só sua. – Ele disse sério.

Não pude acreditar no que estava ouvindo.

- Você só pode estar brincando. Aquela garota estava dando em cima de você, e você está do lado dela. Aspen, eu esperava mais de você, esperava que me entendesse. – Falo me sentindo irritada.

- Não acho que deva sempre concordar com você. Temos ideias diferentes, e além do mais, ela que veio falar comigo, conheço ela a muito tempo, e não posso deixar de falar com a garota, e ignorar ela, porque você acha que ela está se jogando para cima de mim, por um pensamento tolo.

Arregalei os olhos.

- Como pode falar assim comigo? – Perguntei a beira das lágrimas. Dentro desses 2 anos de namoro, nunca discutimos desse jeito. Aspen sempre me apoiou me entendeu, nunca foi de ficar dando mole para outras garotas. Alguma coisa estava errada.

Ele olhou para mim, e pude perceber que sua expressão ficou assustada, e se não me enganava, transmitia lhe culpa.

- America... Foi mal por tudo isso, eu... Eu perdi a cabeça quando vi seu nome lá, você não pode ir pra lá, ficar longe de mim. – Ele disse de modo mais gentil.

- Do que você está falando? – Pergunto sem entender nada. Ir para onde? Ficar longe dele por quê?

- Você não viu ainda? America hoje anunciaram o resultado dos testes para passar para uma das melhores escolas da cidade. Você passou. Foi uma das únicas aprovadas, está no mural.

Ai meu deus. Tinha esquecido totalmente do teste que fizera antes do feriado de ação de graças. No colégio me consideravam uma das melhores alunas, realmente uma das melhores escolas ofereceu algumas bolsas para quem passasse na prova que eles imporiam, mas na verdade nunca imaginei que isso fosse realmente tornar-se realidade.

- Não posso acreditar nisso. – Falo beirando felicidade. Aquela era uma das melhores noticias da minha vida. Ir estudar na cidade, era melhor do que tudo. Poderia me formar e ter um futuro bom, passar para alguma das melhores faculdades e ajudar minha família a sair da miséria.

Aspen me fitou, como se não estivesse acreditando na minha reação.

- Meus parabéns America. – Ele disse com amargura.

- Como não pode ficar feliz por mim? – Pergunto incrédula, mas não deixo de sorrir, porque os problemas poderiam estar resolvidos, finalmente.

- Porque você vai pra lá, com pessoas mesquinhas e ricas, vai sair de perto de mim, e não vou saber o que vai acontecer e isso me deixa extremamente angustiado. – Ele disse.

Não sabia o que responder, mas ai vi Celia vir correndo em nossa direção, com um enorme sorriso no rosto. Parou ao nosso lado, recuperando o folego.

- Acabaram de colocar mais um nome. – Ela disse e buscou o ar novamente, respirando mais ainda. – EU PASSEEII PASSEI PARA A MELHOR ESCOLA. – Ela gritou, esbanjando sua felicidade.

Dei um abraço apertado em Celia, pelo menos uma amiga iria comigo nessa nova jornada. Vi Aspen sorrir pela irmã e dar um abraço apertado nela.

- E Kamber? – Perguntei.

- Infelizmente... Infelizmente ela não passou, foram poucos America. – Ela disse.

- Ah que pena.

- Eu vou indo, que logo começa minhas aulas. – Aspen disse. De modo frio novamente.

Não queria que ele ficasse assim, queria que ficasse feliz por eu ter conseguido. Infelizmente ele não passara, mas era seu último ano no colégio. O meu ainda era o penúltimo.

- Aspen, espera. – Chamei, também não queria perde-lo.

Mas ele não se virou em minha direção como normalmente sempre fez, ele continuou, como se não estivesse escutado nada, e ver isso, foi como sentir meu coração de despedaçar.

- Não se preocupe America, ele vai entender, só não quer ficar longe de você.

- Não quero perde-lo. – Disse ainda olhando para o corredor, onde ele passara.

...

Chegou ao fim do dia, e nada de Aspen falar comigo, sua turma saiu mais cedo, de modo que não o vi na saída, e fiquei mais triste ainda. Mas Celia soube me animar, falando sobre o colégio novo. No intervalo o diretor nos estregou as cartas confirmando nossa presença e matricula no colégio Illeá, um dos melhores da cidade. Nas cartas, informava que um ônibus passaria para nos buscar, exclusivamente, e isso só me deixou mais ansiosa.

Assim que cheguei em casa, fui correndo a cozinha, onde meus pais estavam, e minha irmã May um pouco mais nova, fazia seu dever de casa.

- Papai, mamãe, vocês não vão acreditar no que aconteceu. – Falo voltando a ficar alegre novamente.

- O que aconteceu querida? Algo no colégio? – Meu pai perguntou, logo assumindo estar preocupado demais.

- Sim, vocês não vão acreditar... Eu passei no teste, vou ir para o Colégio Illeá. – Falo pegando a carta que recebi e entregando para meus pais que ficaram totalmente sem reação.

- Ai meu deus, ai meu deus, America, você é demais. – May disse dando pulinhos de alegria.

Minha mãe abriu um sorriso.

- Oh minha querida, você é nosso orgulho. – Mamãe disse e abriu os braços, me dando um abraço apertado.

- Realmente, nosso orgulho. – Meu pai falou, me abraçando também. Até May se juntou naquele abraço bem apertado.

- Porque vocês estão comemorando? – Ouvi a voz do meu irmãozinho mais novo.

- Vem também Ge. – Falo chamando ele.

Ele correu e nos abraçou. No momento, me senti super bem, perto da minha família, quem sabe no futuro, conseguia concertar as coisas e trazer uma vida melhor para meus pais e meus irmãos?

Sorri com esse pensamento. Separamo-nos, e meus pais leram a carta de boas vindas, e me informaram que já começo amanhã no novo colégio. Depois, comecei a preparar o jantar, mamãe disse que hoje eu poderia descansar, pois, merecia assim ela foi terminar o jantar. Eu fui para o meu quarto. Deixei minha bolsa de lado e separei meu pijama. Meu quarto era muito simples, era pequeno, mas mesmo assim sentia que aquele cantinho era meu.

Fui tomar um banho, quando terminei, me troquei no banheiro mesmo, e voltei para meu quarto. O jantar iria demorar ainda, então me sentei na cama e comecei a pensar em Aspen. Não queria que ele ficasse bravo comigo.

Tap, tap, tap..

Ouvi esse barulho, como se alguém estivesse jogando pedrinhas na minha janela. Pulei da cama e me aproximei, ver quem estava fazendo brincadeiras. Ao abrir a janela, logo vi Aspen ali diante.

- Você é doido ou o que? – Pergunto baixo.

 Aspen sorriu.

- Precisava vê lá mais do que tudo, sei que amanhã começa suas aulas America, não quero estar mal com você. – Ele disse.

Abri um sorriso sincero.

- Que bom que veio, também não quero estar mal com você. – Falo me apoiando na janela.

Aspen se aproximou mais ainda, parando na minha frente, sorte por minha casa não ter segundo andar nem nada.

- Espero que você não me esqueça, mesmo indo para esse tal de novo colégio.

- Mas é claro que não vou me esquecer. – Digo.

Aspen segurou meu rosto, e me beijou. Agora sim, eu estava realmente, sentindo que tudo estava perfeito.

...

No dia seguinte, acordei bem cedo, não tinha conseguido dormir bem durante a noite, pois estava muito ansiosa para meu primeiro dia em uma escola totalmente diferente. Pulo da cama e já me tranco no banheiro, antes dos meus irmãos acordarem e não deixarem eu ficar o tempo necessário.

Tomo um banho e lavo meu cabelo. Quando termino, me enrolo na toalha e volto para meu quarto, indo procurar algo decente para vestir. Dou uma olhada nas minhas poucas roupas, e escolho a que mais gosto. Pois é uma ocasião especial. Após me vestir, volto ao banheiro e penteio meu cabelo. Por fim, me olho no espelho, meu cabelo é bem ruivo, e meus olhos são claros. Nisto, puxei o lado da minha mãe. Calço minhas sandálias, coloco um casaco por cima, pois de manhã é bem frio, e vou á cozinha, preparar o café da manhã.

Não demora para minha família toda estar acordada. Agora já ouvia os gritos de May e Ge, May como sempre querendo ir primeiro tomar banho, e meu irmão mais novo não cedendo. Meu pai se sentou na mesa e abriu seu jornal, iniciando a leitura.

Mamãe ajudou a preparar a mesa. – Você acordou bem cedo imagino. – Ela disse sorrindo, enquanto colocava os pratos.

- Sim, muita ansiedade, eu mal consegui dormir. – Falo terminando de preparar o chá.

- Te entendo querida. – Ela disse.

Assenti, quando meus irmãos já estavam prontos, foram pra mesa, e todos podemos tomar café, juntos, como sempre, era como se fosse uma tradição da nossa família.

Quando terminei, subi, escovar os dentes e preparar minha bolsa. Não sabia bem o que levar, não tinha os livros da escola nova ainda, então coloquei uns cadernos, lápis, caneta e essas coisas. Coloquei a bolsa de lado, e saí do meu quarto.

Meus pais, levaram meus irmãos ao ponto de ônibus, aproveitei e saí primeiro, nós sempre pegávamos ônibus diferentes, mas o ponto era o mesmo.

- America, está ansiosa? – Ouvi a voz de Celia.

Ela também estava já no ponto, bem arrumada da maneira que podia, do outro lado, vi sua irmã gêmea, Kamber, emburrada. Devia estar chateada pelo fato de não ir estudar na cidade.

- Estou muito. – Falei.

O nosso ônibus chegou, percebi por ele ser diferente e parar perto da gente.

- Tchau mãe, tchau pai, tchau May e Ge. – Falo antes de subir.

- Tchau querida. – Minha mãe disse.

- Tenha uma boa aula. – Meu pai falou acenando.

- Boa sorte maninha. – May falou sorrindo.

Quando estava já subindo, vi Aspen chegar, ele parecia triste, mas acenou, eu acenei de volta e entrei, sentando me no banco. Celia se despediu da família e entrou também, se sentando ao meu lado. O ônibus deu partida, e ali começava minha nova vida, em uma escola que nunca imaginara que iria um dia.


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Notas finais do capítulo

e ai? muito mal para um primeiro capítulo? Espero a opinião de quem leu, beijos :)