O Sol Negro E A Lua Branca escrita por Gabby


Capítulo 37
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Quando você estiver lendo isso, provavelmente será 2016. Então, feliz Ano Novo!



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O Café Cultura era um bistrô em Florianópolis. Aparentava ser menor do que realmente era, pois mesas distribuíam-se ao ar livre. Era decorado em temas tropicais, cores alegres que representavam a cidade.

A mulata mandou uma mensagem para a sua namorada, Soare, e entrou no café, usando uma calça jeans clara e uma regata justa ao corpo. O Sol se punha na Lagoa da Conceição, os raios colorindo a água de amarelo e os prédios de laranja. As pessoas comiam bolos e tomavam seus cafés nas mesas, conversando, e a morena não demorou para encontrar quem procurava. Mayara era uma garota branca com cabelos castanhos que batiam na metade das costas. Ela estava com a cabeça apoiada na mão, o olhar perdido em algum lugar além. Havia uma xícara de café e um notebook fechado na mesa para dois, e a mulata sentou-se na frente dela.

Os olhos de Mayara voltaram ao foco, e ela sorriu. Ficava bonita quando sorria.

— Oi, Glória! — saudou Mayara. — Queres pedir?

Glória ficou olhando do cardápio para Mayara, com seus olhos brilhantes. A garota tinha apenas dezenove anos, e ela nem podia lembrar da inocência que se tem quando se é tão jovem; tudo é deslumbrante, impressionante, surpreendente, tudo é motivo para sorrir. Nunca nada é uma piada, ou um momento, ou uma pessoa que parece se repetir ao passar dos anos.

Glória pediu um suco de laranja natural.

— E então? — perguntou, enquanto o suco não chegava. — Aquela realmente foi a versão final?

Mayara bebericou um gole de seu café. Não estava exatamente calor — o sol já estivera muito mais quente em Salvador ou no Egito —, mas sim abafado. Glória podia ver as ondas de calor turvando a sua visão, e achou um absurdo aquela garota tomando café quente.

— Provavelmente, não — Mayara respondeu. — Mas foi a que eu mandei para a editora.

O suco de laranja chegou. Glória tomou um gole, o líquido gelado a refrescando.

— A editora já respondeu?

— Não, não, claro que não. Mandei anteontem, e essas coisas geralmente demoram meses — respondeu. — Quer dizer, foi o que eu ouvi falar.

Glória havia conhecido Mayara neste café mesmo, digitando e resmungando. Soube de primeira que ela era escritora, não a primeira que Glória havia visto na vida. Resolveu puxar assunto com ela; Mayara cursava Direito na UDESC, a universidade do estado de Santa Catarina, e já havia escrito um livro aos dezessete anos, que não fora aceito por nenhuma editora. Agora, Mayara tentava escrever um sucesso em que acreditasse, mas estava totalmente bloqueada. Glória, que já vivera e escutara demais, resolveu doar uma de suas histórias.

— Gosto da sua versão final — observou ela.

Mayara e Glória ficaram meses, quase um ano inteiro, se encontrando, anotando, conversando e escrevendo.

— Provavelmente não vai ser ela a ficar. A editora vai pedir que eu reescreva algumas partes, ou vai censurar uma coisa ali e outra acolá — explicou. — Mas mesmo assim obrigada. Você não tem ideia de como me ajudou com essa sua história, que sobreviveu por séculos. Isso é incrível!

Glória assentiu com a cabeça, sugando o suco pelo canudinho.

— Tenho sorte que, na minha família, a tradição seja importante. Se não, uma lenda assim acabaria por se perder.

— E, nossa, uma puta duma lenda assim se perder seria um desperdício — exclama Mayara. — Suas antepassadas eram bem criativas, não é verdade? Quer dizer, uma história assim, duma princesa muito mais forte do que o esperado para aquele tempo e um plebeu filho de um anjo se unirem para, sei lá, derrotar o Diabo... Foi muito original para a época, não?

Glória sorriu.

— A família Shihouin deve ser mágica mesmo, para dar essa tacada de gênio.

Yoruichi havia utilizado muitos nomes através dos séculos. Ficara casada com Kisuke Urahara até que ele morresse, com quase sessenta anos. Amara-o muito durante este período. Vira Ururu crescer, se casar, ter filhos e morrer. Mantera-se longe da América e da África por muitos anos, com os europeus invadindo os continentes e propagando sua política escravista. Mas, finalmente, no começo do séc. XX, Yoruichi visitara o Novo Mundo. E nunca mais desejou retornar para o Velho. Estados Unidos, Haiti, Venezuela, Brasil. Ela já fora a mineira Emília por alguns anos, a carioca Sabrina por outros — encontrara Soare em Ipanema — e agora finalmente era a baiana Glória, que havia se mudado para a Ilha da Magia.


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Notas finais do capítulo

O Café Cultura realmente existe. Eu nunca fui, mas quero ir.
Bom, pessoal, esse é definitivamente o último capítulo da fanfic. Mas quero que saibam que vocês sempre podem mandar uma MP para conversar. Não escreverei mais sobre Bleach; já trabalho com o anime há três anos e gostaria de me concentrar em outros projetos. Neste momento, planejo uma fanfic original - de no máximo quinze capítulos -, que foca no psicológico dos personagens. Eu já tenho alguns capítulos prontos e uma sinopse. Se você estiver interessado, favor pedir a sinopse nos comentários. A categoria "originais" é difícil e eu adoraria ter a companhia de vocês lá. A fanfic tem previsão de postagem para janeiro de 2016. Eu também planejo uma short-fic Solangelo de Os Heróis do Olimpo, ambientada em um hospital (sim, tipo Grey's Anatomy). Ela não tem sinopse nem previsão de postagem, mas deve sair no primeiro semestre de 2016. Caso você tenha ficado interessado por ela, diga aí nos comentários. Será avisado quando a fanfic sair.
Bye!



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