My Heart Is Yours escrita por Cazu-kun


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Concorrendo, com NADA, no torneio da "Campanha NaruHina" não tenham dó! Critiquem mesmo!

Essa é a minha reedição da minha redação, já postada no Orkut. Espero que gostem.



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Era uma tarde ensolarada, com as luzes quase explodindo a vila. A primavera carregava os cheiros das mais diversas flores em seus fortes ventos, mesmo alí, no mais alto ponto de Konoha, a montanha com os rostos dos Hokages esculpidos em suas pedras, era possivel sentir a brisa soprando os cheiros de diversas espécies de flores.

    Naruto sentia as lágrimas em seu rosto secarem, por mais que logo fossem substituidas por outras, que secavam e logo eram substituidas. O vento incessante combinado a alta temperatura tinha aquele efeito, sem que fosse muito últil, o jovem continuava a encharcar a cara com suas lágrimas.

    Não era difícil se estar naquela situação, não depois do que presenciara, a cena que ele sempre soube que um dia seria obrigado a ver, mesmo que se iludisse por anos a fio, tendo certeza de que aquele dia nunca chegaria.

    –Por que eu?? – Perguntava ao nada, querendo que algo lhe trouxesse uma resposta. Não podia acreditar, entre todas as cenas que poderia imaginar, aquela era a que mais lhe faria sofrer. – Não é justo, por que?

    Ainda se lembrava, ele estava andando calmamente pelas ruas de Konoha. Quando ouviu o inconfudível "Sasuke-kun" de Sakura, correu imediatamente, pensou que algo havia acontecido ao amigo, pois, desde que ele voltara a Konoha, tinha sido vitima de ataques de diversos habitantes da vila, que o chamavam de traidor, de homem de má fé, pois havia ajudado na invasão da Akatsuki em Konoha, apesar de que fora ele, Uchiha Sasuke, que parou Madara antes que eliminasse Tsunade com o Mangekyou Sharingan, extraisse a Kyuubi do corpo de Naruto e a usasse para destruir Konoha de uma vez por todas.

    Quando chegou ao local, encontrou Sakura jogada sobre o Uchiha, escorado em uma parede, beijando-o, com uma expressão tão feliz como nunca havia lançado antes. A garota apenas interrompeu o beijo para apoiar sua cabeça no peito do Uchiha e dizer-lhe, com a voz tão doce e terna, a frase que Naruto nunca esqueceria.

    –Eu te amo Sasuke-kun... Eu sempre amei, eu só esperei por você, durante todos esses anos... Nunca houve outro, nunca houve espaço para outro...

    –Sakura, me perdoe por te fazer esperar tanto tempo... – Disse Sasuke, antes de dar outro beijo na garota.

    Naruto foi obrigado a assistir tudo aquilo, seu corpo havia sido paralisado pela cena, um tanto traumática para ele. Se concentrou em ir embora antes que começasse a derramar as lágrimas que já sentia se formarem em seus olhos. Juntou sua força de vontade para esquecer da cena que havia acabado de presenciar e correr para o outro lado, como se isso pudesse fazer com que a cena fosse não mais que um sonho ruim, mas ele sabia que não era. Mesmo assim, correu. Pensou o que poderia fazer.

    Nem todo o sakê do mundo poderia fazê-lo apagar aquilo, e nem todo llámen do mundo lhe daria tanto prazer como esquecer aquela cena.

    Pensou em correr para seu destino, correr para o lugar que mais lhe lembrava seu destino, sua meta. Não precisou pensar durante muito tempo para decidir seguir rumo até a montanha dos hokages.

    –POR QUE!?!?!? – Gritou, para deus e o mundo, antes de fazer um bushin, apenas para dar um golpe – JIRAYA NO KAZE! – Berrou novamente, antes de acertar o bushin com uma corrente de vento em espiral em uma grande velocidade, golpe desenvolvido por Naruto, com seu nome dado em homenagem ao sannin dos sapos.

    Chorou por horas a fio, sem ver o tempo passar, apenas se debruçando e olhando para a vista que ele tinha da vila daquele local.

    –Não é justo... – Continuava enfatizando, cada vez mais incompreensível, devido a distorção que o choro trazia à sua voz. – Não é justo...

    –N... Na... ru... to... kun? – Perguntou uma voz baixa e terna atrás dele. Naruto carregou seu chakra para lançar um Jiraya no Kaze no infeliz que ousara incomodá-lo naquele momento, porém, quando se virou, parou, ao avistar Hinata.

    –Ah... Yo, Hinata...

    –O... O q.. que houve com... você... na... ruto... kun??

    –O que? – Disse enxugando as lágrimas e tentando esboçar um falso sorriso para não preocupar a amiga.

    –E... Eu... pude... ouví-lo... dos portões de Konoha. O seu grito... – Gaguejou a menina.

    –hehe, eu... – Naruto não podia mais continuar com aquilo, queria voltar a chorar, não importava se alguém o estava vendo, estava triste, precisava deixar aquela tristeza sair dele. Voltou a desabar em lágrimas. – Eu... estou tão triste... como o Sasuke quando descobriu que o Itachi sempre o amou... – Disse, entre soluços, enquanto hinata o via chorar.

    A Hyuuga tinha um aperto no peito em ver tudo aquilo, sempre admirou Naruto, sua alegria, sua coragem. Não acreditou no que ouviu quando ele disse aquelas palavras, muito menos acreditou quando o viu se ajoelhar, de costas à ela, chorando incansavelmente e dando um forte murro no chão.

    –Naruto-kun... – Falou baixinho. "eu devo ajudá-lo..." pensou. Andou pelo chão de pedras até ele, se agachou, bem atrás dele, então pousou a mão sobre o ombro do rapaz. – Ano... Na... ruto... kun. – Puxou de leve, girando-o. Se manteve em silêncio. Pensou bem em suas palavras, não queria gaguejar naquele momento. – Naruto-kun, você...

    De súbito, ele interrompeu-a, puxando-a e lhe dando um forte abraço, apoiando sua cabeça no ombro direito dela, começando a encharcá-lo. "Naruto-kun!!!" pensou Hinata, enquanto corava como nunca. Pensou o que faria, a final, não é todo dia que o garoto dos seus sonhos te abraça e começa a chorar no seu ombro. Ela levou sua mão até a cabeça dele e pressionou mais contra seu ombro, enquanto começava a fazer-lhe um afago nos cabelos.

    –Gomen, Hinata... – Disse Naruto se distanciando. – É só que... Eu não pude me conter, eu precisava... De um amigo... – Disse entre soluços, em frases incompreensíveis, mais uma vez devido à distorção que o choro causava. Não fosse a atenção de Hinata a cada detalhe do que Naruto fazia, nunca decifraria o que ele havia acabado de dizer.

    –Tu... Tudo... bem, Naruto... kun. – Disse com uma voz terna. Se levantou, então estendeu a mão a Naruto, que pegou-a. Hinata puxou-o com força, fazendo-o se levantar. – E... Eu... Sou... Sua amiga.

    Naruto abraçou-a de novo, recorrendo ao mesmo ombro para derramar suas lágrimas. Ela voltou a afagar-lhe os cabelos, enquanto ele chorava, incessantemente, durante horas a fio.

    –Arigato... Hinata... – Ele não queria se aproveitar da situação, por isso se afastou da menina, enxugou as lágrimas, respirou fundo e esboçou um sorriso. – Ah... Já está tarde, olha... O Sol está se pondo.

    –Sim... – Ele caminhou até a borda do monte de novo, respirou o ar quente que soprava, sentindo o cheiro das sakuras, se misturando às camélias e lírios. – Ano... Naruto-kun?

    –Oi... – Disse se virando. Havia melhorado visivelmente sua expressão. As lágrimas não mais corriam, seus olhos, embora estivessem vermelhos, estavam novamente com a expressão carinhosa e feliz que sempre encantara Hinata.

    –E... Eu... Sei que pode... Ser desagradável... mas...

    –Sasuke e Sakura...

    –O que? – Perguntou assustada.

    –Você ia perguntar o que tem de errado não é?

    –H... Hai... – Ela se aproximou dele e ficou com ele vendo o sol se afastar ao longe. – Você não parece mais tão abalado...

    –Eu estou, mas não posso fazer nada... Se eu dissesse que não estou feliz pelos dois... Eu estaria mentindo.– Parecia mentira, mas ele sabia que não poderia ficar triste com aquilo depois de pensar bem. Os dois amigos estavam escondendo o que sentiam, estavam fugindo disso, por muito tempo. – Eles foram feitos um pro outro... Não tem nada que se possa fazer...

    Hinata o olhou de cima abaixo. Estava mais calmo, o poente o iluminava, tornando-o uma silhueta. Apenas uma pequena fração de seu rosto era visível, em um forte tom de laranja, apesar de bela aquela imagem lhe era triste.

    Depois de tanto tempo, ela continuava sua amiga. Depois mesmo de livrar-se do peso do amor que sentia há tanto tempo. Sempre soube que o coração de Naruto ainda não era seu, e não sabia se seria. Mas isso não impedia sua amizade, não é?

    Ela se sentou, ele se virou, ela sorriu.

    Ele se aproximou sentou ao lado dela, ficaram ali, observando a vila, por alguns minutos, em silêncio.

    –Ano... Hinata...

    –O que foi?

    –Eu não sei, nunca te vi assim tão... – Naruto não gostava daquilo. Hinata não estava ali por ser sua amiga. Estava ali por amá-lo, colocar seu bem acima do dela, e não fazer questão de viver ao seu lado, mas sim de vê-lo feliz.

A kunoichi, muito diferente da que havia conhecido anos atrás, não recebia uma missão há dias, por isso ocultava seu corpo curvilíneo e delicado com uma camiseta de manga curta, branca, sob um fino casaco de moletom vermelho, aberto até o diafragma, e também uma saia azul escura

    –Diferente?

    –Também... Mas eu diria... Compenetrada, concentrada...

    –Eu... Estou só... Pensando...

    –Hum... – "Ela certamente está diferente, ela está tão..." – Bonita... – Pensou alto.

    –O que?

    –Ah, nada, eu só... Ah... Nada. – Disse sorrindo e colocando a mão atrás da cabeça.

    –Ei, Naruto-kun?

    –Sim...

    –Bem... – Hinata colocou a frase clara em sua mente, não queria gaguejar, não naquele momento. A lua cheia tornava aquele momento mais especial, os cheiros das mais diferentes árvores também contribuíam. A paisagem era linda, a ocasião era inusitada, mas Hinata adorava estar ali. – No que você pensa quando vai dormir?

    –O que?

    –B... Bem... Quando eu vou dormir... Eu... Penso no que eu desejo que esteja lá na manhã seguinte. Para mim...

    –Bem... Desde que eu percebi que a Sakura nunca aceitaria outro... Bem, eu queria alguém que me amasse... Mas, bem...

    –Não adianta ser amado sem amar, não é?

    –Desculpa...

    –Tudo bem...

    –No que você pensa?

    –Então, o que me diz de um pouco de llámen? – O desespero a impedira de gaguejar dessa vez. – Eu pago, eu acho que...

    –Hinata... – Disse o jovem Uzumaki.

    –Eu... penso muito... na verdade... Penso no clã, em tudo que eu vou ter que fazer daqui alguns meses... pelo que eu vou ter que fazer a Hanabi passar... O tanto que eu treinei... Pelo que eu treinei... Os meus amigos... E... Bom... – Corou. – Você...

    –Hinata... – A menina dos olhos perolados  voltou seu olhar para ele, atenciosa. Dessa vez era Naruto quem estava sem saber o que dizer. Como diria aquilo? – Maldição...!

    –Eu sei o que você vai dizer e... Tudo bem... – Hinata se levantou, se dirigindo a sacada, fazendo sinal para que o loiro a acompanhasse. O luar a banhava. As principais flores da noite agora mostravam seus perfumes. A luz branca e delicada sobre o rosto de Hinata a faziam mais atraente do que o normal. E isso, Naruto sabia bem, não era nada fácil. – Pra mim... Não importa... Você não vai me usar ou coisa assim... Aliás...

    –Eu vou, mas... Eu não quero encarar dessa forma... Eu quero que você me dê uma chance de te amar. – Naruto pegou sua mão e puxou-a para perto, com delicadeza. – Eu não quero simplesmente esquecer a Sakura... Aquilo não era amor, era algo venenoso, destrutivo, obsessivo... Eu sei, ela sabe, você sabe... E, depois de tantos anos, depois de tanto tempo... Eu sei que te tratei mal... Eu sei que te ignorei... E sei que você não desistiu de mim... E eu acredito que, não importa o tempo necessário... Um amor verdadeiro sempre é correspondido... E o seu amor... É muito mais que verdadeiro, é...

    Hinata pousou o dedo sobre os lábios do rapaz. Mais uma vez formou as sentenças cinco vezes em sua mente antes de pronunciá-las.

    –Eu esperei minha vida toda pra ouvir isso, mas eu nunca pensei que fosse querer tanto que você parasse logo de falar... – Hinata corou como nunca, mas não poderia pedir mais do que aquilo. Uma chance para ter Naruto para si, e ela sabia que era tudo que precisava, pois aquilo não era simplesmente uma obsessão, era amor.

Um silêncio mortal, porém que dizia tudo, se formou por um instante, o próprio vento havia parado de soprar, os animais haviam esquecido de sua existência, a respiração dos jovens ninjas não estava acelerada, estava congelada. Ele se perdeu nas perolas da Hyuuga, ela nos Azuis de seu amado, durante aquele pequeno, e perfeito, momento, parado no tempo, parecendo durar para sempre.

Eles aproximaram seus lábios e consumaram um beijo, tão esperado e necessário, levando-os a alturas acima do esperado, e a lugares além da imaginação.


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Notas finais do capítulo

Por favor, avaliem!!