Hanna abraçou a amiga, e pôde sentir seu corpo rígido. Aquilo partiu seu coração, porém, abraçá-la lhe fez tão bem, que continuou por mais alguns segundos, até que finalmente teve que se separar. Quando olhou para Emily, percebeu que haviam lágrimas em seus olhos. Aquela visão a matou. Saber que ela era a causadora daquelas lágrimas a fez sentir-se a pior pessoa do mundo, principalmente por tratar-se de Emily, a pessoa mais doce, gentil e amável que ela já conhecera.

– Awnn, Emily, por favor, não chore! - a essas alturas, ela própria já chorava. Passou a mão gentilmente pelos ombros da amiga, tentando consolá-la. A morena se afastou, rompendo o contato. Aquilo foi como uma faca em seu coração.

– Como você pôde? Como pôde sumir desse jeito? - acusou Emily, enquanto soluçava.

– Eu precisava desse tempo, Em. Não foi nada com vocês, o problema era comigo. - tentou explicar, mas tudo o que viu nos olhos da amiga foi dor.

– Por que, Hanna? O que de tão grave pode ter acontecido que você não podia compartilhar com as suas melhores amigas? - a morena enxugou as lágrimas com as mãos e enfrentou a amiga.

Ashley decidiu que era o momento de deixar as jovens sozinhas e subiu para o seu quarto. Spencer e Aria apenas olhavam para o confronto que havia se armado no meio da sala. Não era exatamente aquela ideia que elas tinham para o primeiro encontro das quatro.

– Gente, que tal deixarmos as explicações para depois? - Aria tentou amenizar a tensão no lugar- É o nosso primeiro dia juntas! - disse, tentando animar as garotas.

– Sim! A Aria tem razão. Vamos ter muito tempo para conversar sobre isso. -Spencer ajudou a mediar a situação. - Que tal um abraço grupal? - sugeriu, puxando as amigas para um abraço.

– Isso é tão brega, Spencer! - disse Hanna, com seu jeito irônico, tão característico.

– Não importa, é disso que estamos precisando depois de tanto tempo. - insistiu Spencer.

Não tiveram outra alternativa se não participar daquela mostra de afeto coletivo. As quatro jovens se juntaram e se abraçaram, e naquele momento, de alguma forma, tudo voltou a ser como antes. A certeza de que, acontecesse o que acontecesse, sempre teriam umas às outras foi como um bálsamo para as feridas. Essa amizade, o tempo, a distância e nem mesmo -A foram capazes de destruir. De repente as quatro tinham lágrimas nos olhos, mas diferente das que haviam minutos antes, estas eram lágrimas de emoção e pura felicidade.

Hanna então olhou para Emily e pôde ver aquele sorriso que tanto amava. Esse sorriso que tinha o poder de fazê-la esquecer de seus problemas, que iluminava tudo à sua volta. Quando percebeu seu olhar sobre ela, Emily a encarou durante algum tempo, e Hanna conteve a respiração. Após alguns segundos, que lhe pareceram uma eternidade, a morena sorriu de volta. Hanna, então, pôde respirar de novo, e com um suspiro de alivio, finalmente pôde aproveitar o abraço de suas amigas. Agora, ela sabia que conseguiria enfrentar qualquer coisa. Com Emily ao seu lado, ela se sentia capaz de conquistar o mundo.