I Hate How Much I Love You escrita por Mitchie


Capítulo 15
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oie!!! Desculpem pela demora. Eu juro que tento postar pelo menos uma vez na semana, mas essa foi especialmente difícil. Aconteceram umas coisas e eu tava na maior fossa, sem condições psicológicas de escrever qualquer coisa. Aí está o capitulozinho, não reparem o tom melancólico do início, porque eu comecei a escrever num dia meio tenso pra mim. hahaha Mas espero que vocês gostem. ;) Esse capítulo é dedicado à Vic por motivos de: tenho amor à vida. hahahahaha Brincs. É dedicado à ela, pq é uma leitora muito fiel e me acompanha desde o início. (: Enfim, boa leitura! :*



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Depois de tomarem banho, Emily e Aria desceram para comer, onde as aguardava um delicioso jantar preparado por Ella. Durante a refeição, a pequena não deixou de compartilhar suas angústias e medos referentes ao dia seguinte. Como é natural acontecer com qualquer noiva, Aria estava extremamente nervosa. Passou horas listando tudo o que poderia acontecer de errado durante a cerimônia, como o padre se adoentar, as flores não chegarem a tempo do Panamá, o bolo que poderia estragar no caminho, a escultura de gelo que talvez derretesse se o ar condicionado falhasse... Emily e Ella pacientemente tentavam tranquilizar a futura noiva, dizendo que tudo daria certo.

Depois de colocar o pijama, Emily achou que seria apropriado dar um espaço para que Aria pudesse escrever seus votos com privacidade, então resolveu se sentar na espreguiçadeira que havia na varanda da casa. Era uma bela noite, o céu estava limpo e estrelado. Sentia uma brisa suave, que lhe fez fechar os olhos e sentir uma nostalgia invadir seu corpo. Pela primeira vez se deu conta de que havia sentido saudades de Rosewood. Depois que reencontrou suas amigas, percebeu o quanto elas lhe fizeram falta, principalmente Hanna. Não sabia como conseguiram ficar tanto tempo longe uma da outra.

A verdade era que, por Emily, Hanna e ela nunca teriam se afastado. Se dependesse dela, elas teriam concretizado seu sonho de irem as duas para Nova York. Estudariam na mesma universidade, almoçariam todos os dias juntas, se encontrariam pelos corredores entre uma aula e outra, e dividiriam um apartamento. Era algo que haviam planejado durante todo o último ano letivo, até que inesperadamente Hanna decidiu que iria sozinha, excluindo-a de seus planos. Aquilo, Emily até hoje tentava entender. Até onde ela sabia, não tinha feito nada que chateasse a amiga para que ela resolvesse se afastar daquela maneira. Não compreendia o que poderia ter acontecido para que a Hanna tomasse aquela atitude e durante muito tempo se sentiu magoada e ferida.

Por esse motivo, no primeiro momento, teve uma reação auto defensiva ao reencontrar a loira. Ainda guardava um ressentimento. Acreditava que sua amizade deveria ser mais forte do que qualquer coisa que pudesse ter acontecido e lhe doía profundamente que Hanna não tivesse lutado para mantê-la. Porém, seu rancor não durou muito tempo. Em poucos instantes, seu coração amoleceu. Hanna era importante demais, essencial demais para não aceita-la de volta em sua vida. Quando partiu, a loira deixou um espaço em seu coração que ninguém foi capaz de preencher. E por mais que ainda estivesse ressentida, não podia negar a conexão que ainda existia ali. Tinham uma ligação forte, tão especial que ela nunca tivera com mais ninguém, nem mesmo com suas outras duas melhores amigas, Aria e Spencer.

O que lhe fez estranhar o fato de Hanna e Spencer terem ficado na casa da morena, sem ao menos convidá-la. Sentiu uma pontada de ciúmes que não conseguiu controlar. Por que elas não a convidaram? Tinha que admitir que não gostava da ideia de Hanna com outra amiga. Nunca tinha sentido ciúmes da loira com Spencer ou Aria, mas dessa vez era diferente. Ela tinha passado tão pouco tempo com Hanna desde que se reencontraram... Tinham passado tantos anos sem se ver, que queria passar o maior tempo possível com ela. Teriam que voltar a se conhecer, pois muita coisa havia mudado durante esses 5 anos, mas, afortunadamente ainda tinham aquela conexão de anos atrás.

Quase tinha se esquecido o quanto Hanna era linda. Sempre havia admirado sua beleza, e nunca entendeu por que a amiga era tão insegura com sua aparência. Suas feições angelicais em contraste com sua personalidade forte resultavam em uma combinação praticamente irresistível. Era impossível não se render aos seus encantos. Sua aparência doce e frágil nada tinha a ver com seu temperamento explosivo, e talvez esse fosse seu maior charme. Bom, talvez um dos maiores. Hanna também tinha um corpo incrível, que com o amadurecimento se tornou ainda mais atraente. Quando avistou seu corpo vestido apenas com um pequeno biquíni, sentiu um formigamento na barriga que não soube identificar. Ou melhor, preferiu não analisar.

Seu celular começou a tocar, distraindo-a convenientemente de seus pensamentos. Sorriu ao ver que se tratava de Sam.

– Heeey, Sams! – disse ao atender.

– Sobreviveu à ressaca? – perguntou, arrancando uma gargalhada de Emily.

– A Aria é mesmo uma fofoqueira! – comentou fingindo estar brava. – Sim, eu estou bem. As meninas cuidaram muito bem de mim.

– Como foi o reencontro? Eu sei que você estava nervosa com isso...

– Foi... Está sendo incrível. Eu senti tanto a falta delas! – suspirou. Mas Sam pode perceber que ela escondia algo.

– Que parte você está me ocultando, baby?

– Eu já disse que odeio o fato de você me conhecer tão bem?

– Algumas vezes... – disse em tom de brincadeira. – Agora desembucha.

– O reencontro com a Hanna, foi um tanto... tenso. Eu não consegui conter todo o meu rancor e nós meio que tivemos uma briga. Bom, não uma briga de fato, basicamente eu a ataquei. Eu... eu precisava saber, entender o que tinha acontecido...

– E agora, como estão as coisas entre vocês? Ela te deu alguma explicação? – essa era uma das coisas que mais amava em Sam. Ele realmente se importava. Sempre queria saber tudo que se passava em sua vida, ainda que fossem coisas que para outras pessoas fossem sem importância, ele sempre estava interessado em ouvi-la.

– Até agora ela não contou o motivo de ter ido embora daquele jeito. Disse que ainda não se sente preparada. – suspirou. - Milhões de coisas se passam pela minha cabeça, mas nenhuma das opções me parece motivo suficiente para ela se esconder da gente. Nós somos as melhores amigas dela, Sam! – elevou um pouco o tom de voz, para expressar sua frustração. – Agora nós estamos bem, eu senti muito a falta dela para continuar chateada. Mas não vou sossegar enquanto ela não me disser a verdadeira razão pra ter praticamente fugido de Rosewood.

– Por que eu tenho a sensação de que isso é mais importante pra você do que deveria ser? – indagou Sam, com o intuito de ajudar a amiga a organizar o que sentia e pensava.

– E-eu... eu não sei, Sam. Você acha que eu estou dando importância demais a isso? – perguntou confusa.

– Baby, vocês estão há 5 anos sem se ver. Pra que ficar remoendo o passado quando vocês tem tanta coisa pra compartilhar? – apontou. – Por que ao invés de ficar se perguntando o que pode ter acontecido, você não se dedica a recuperar o tempo perdido? Pelo que me disse, a amizade de vocês é tão especial... Não desperdice isso!

Emily nunca havia parado para analisar a situação deste ângulo e se sentiu agradecida por ter Sam em sua vida. Ele era um grande amigo, uma pessoa que havia aprendido a amar e respeitar. Muitos poderiam não entender a relação que eles tinham, mas era algo que só lhes fazia bem. Nenhum dos dois jamais saiu machucado e enquanto fosse assim, continuariam com aquilo. Cada um tinha a liberdade de fazer o que bem entendesse, sair com quem quisesse, sem que isso afetasse sua amizade. Na maioria das ocasiões, inclusive, serviam como conselheiros amorosos um do outro. Para quem via a situação de fora provavelmente sua relação causava estranheza, mas para eles era algo muito natural.

– Sabe, Sam, não sei o que seria de mim sem você...

– Realmente, eu não sei como conseguiu sobreviver antes de me conhecer! – comentou divertido, fazendo os dois rirem.

– Eu estou com saudades... – murmurou Emily com voz chorosa. – Quando você finalmente voltou de viagem, eu estava vindo para Rosewood. Mal pudemos conversar.

– Eu sei, baby... Eu também estou com saudades. Mas amanhã nos veremos, não é mesmo?

Emily estava tão imersa em suas preocupações que tinha até se esquecido desse detalhe.

– É verdade! Que horas você chega? Posso pedir o carro da Aria emprestado para ir te buscar...

– Não! Não precisa se preocupar, eu já me encarreguei de alugar um carro no aeroporto. Acredito que por volta das 14h chegarei em Rosewood.

– Mas você vai saber chegar? A estrada de Philadelphia pra cá é um pouco confusa.

– Relaxa, baby, para isso criaram o GPS, sabia? – riu. – Eu sei que vocês mulheres tem todo um ritual de beleza nessas ocasiões especiais. Quero que você esteja linda para mim. – disse em tom sedutor.

– Eu pensei que você sempre me achasse linda. Pelo menos foi isso que me disse... Quer dizer que foi tudo uma estratégia para me conquistar? – brincou, fingindo estar ofendida.

– De nenhuma maneira. Você sempre esteve na minha, não precisei de nenhuma estratégia. – disse, embarcando na brincadeira. – E só para constar, você sempre está linda. Mesmo quando acorda com o cabelo bagunçado, baba escorrendo pelo canto da boca e cara amassada pelo sono. Até o seu mau humor matinal é incrivelmente adorável.

Se estivessem se vendo pessoalmente, provavelmente Emily daria alguns tapas inofensivos em seu ombro forte, fazendo com que Sam a imobilizasse para cessar a ‘agressão’. A partir daí, as coisas esquentariam, e inevitavelmente terminariam na cama com uma boa sessão de sexo.

– Eu sei que você me ama. – disse Emily, ainda em tom de brincadeira.

– Sim. – respondeu Sam, com a voz carregada de afeto. – Eu te amo, baby. Sempre. – disse com a maior naturalidade do mundo. Assim era a relação dos dois: leve, descomplicada e verdadeira.

– E eu também te amo, Sammy. Nos vemos amanhã.

– Você sabe o quanto eu odeio que você me chame assim, né?

– Sim, eu sei. – riu. – Mas é um apelido carinhoso...

– E gay. – comentou mal humorado, arrancando uma gargalhada de Emily.

– Supere.

– Amanhã eu te farei pagar por isso. – ameaçou, com malícia.

– Eu mal posso esperar! Boa noite.

– Boa noite, baby. Sonhe comigo.


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Na manhã seguinte, as quatro amigas combinaram de se encontrar na casa de Aria. Ela havia contratado uma equipe de beleza que cuidaria dela, da mãe e das madrinhas. Passariam o dia recebendo massagens, cuidando dos cabelos e fazendo as unhas. Quando Spencer e Hanna chegaram, Emily sentiu um mau humor que acendeu um alerta em sua mente. O que diabos estava acontecendo com ela? Por que estava tão incomodada com a proximidade das duas? Não conseguiu chegar a uma conclusão.

– Meninas, antes que a equipe chegue, eu vou dar um pulinho na igreja e no salão de festas. – anunciou Aria, levantando-se de sua cama, na qual estavam sentadas as quatro amigas. – Só pra checar se está tudo indo conforme o planejado. – justificou. Todos sabiam que ela estava meio neurótica com isso. E sabiam também que não sossegaria enquanto não visse com seus próprios olhos que estava tudo ok.

– Eu vou com você, Aria. – disse Spencer, piscando discretamente para Hanna, que corou ao perceber as intenções da amiga.

Quando estiveram sozinhas, Emily não conteve sua curiosidade e teve que perguntar:

– O que você e Spencer fizeram na noite passada? – indagou sem desviar os olhos da tela do notebook que tinha à sua frente.

– A-a g-gente? – Hanna gaguejou. Se Emily soubesse o que tinham feito... Se soubesse que estavam planejando uma maneira de descobrir se ela correspondia aos seus sentimentos... Sorriu ao imaginar qual seria sua reação.

– Sim, Hanna. – desviou o olhar do computador para observar a amiga. – O que vocês tinham de tão importante pra fazer ou falar que tinham que estar sozinhas?

Hanna fitou a morena com um olhar curioso. Era impressão sua ou havia um tom de reprovação no questionamento de Emily? Ciúmes, talvez? Não, certamente isso era apenas fruto de sua imaginação. Ela queria tanto ser correspondida nos seus sentimentos que possivelmente estava querendo ver coisa aonde não tinha. O mais provável era que a amiga estivesse chateada porque não havia sido convidada e se sentido excluída.

– Nós... Nada de especial, só ficamos conversando sobre coisas aleatórias e escutando músicas. – mentiu. Para seu azar, mentir nunca fora sua especialidade. Ainda mais para Emily, que podia ler sua mente como um livro.

– Hm... Certo. – a morena sabia que Hanna ocultava algo e se sentiu decepcionada com a amiga. Voltou seu olhar para o computador fingindo prestar atenção no material que sua sócia havia mandado por e-mail para que ela aprovasse, quando na verdade já não pôde se concentrar em mais nada.

Depois de vários minutos de um incômodo silêncio, Hanna se aproximou lentamente de Emily, tentando avaliar seu estado de humor conforme chegava mais perto. A morena estava sentada com as costas apoiadas na cabeceira da cama e as pernas levemente flexionadas para apoiar o notebook. Hanna imitou sua posição e apoiou a cabeça em seu ombro. No mesmo instante, Emily sentiu parte do muro que havia levantado entre as duas se derrubar. Era difícil continuar chateada quando a loira tinha essas atitudes tão sutis e ao mesmo tempo tão carinhosas.

– Por que está brava? – perguntou Hanna baixinho, quase temendo a resposta que viria a seguir.

– Eu não estou brava, Han. – respondeu Emily soltando um suspiro de frustração. Ela deveria estar brava, mas simplesmente não conseguia.

– Está sim. Ficou aí esse tempo todo sem falar uma palavra sequer.

– Eu... estava respondendo a uns e-mails de trabalho. – e não era mentira. Bom, talvez fosse uma meia mentira.

– Em... – murmurou a loira, demonstrando que Emily não a havia convencido.

– Ok, eu fiquei chateada sim. Sei que você está me escondendo algo... Eu... – Hanna percebeu que a voz da morena estava ligeiramente quebrada. Ela realmente estava magoada. – Eu pensei que nós duas ainda éramos melhores amigas, Han... Nós costumávamos contar absolutamente tudo uma pra outra. Mas parece que já não é assim. – disse com a voz carregada de melancolia.

Alarmada com a confissão da amiga, Hanna deixou o ombro da morena para encará-la e pôde ver em seus olhos que ela realmente sentia aquilo que havia dito. Isso a desesperou. Tomou as mãos de Emily nas suas.

– Nunca... – a loira tocou o queixo da amiga para fazer com que ela levantasse a cabeça para observar seus olhos. – Escute bem: Nunca diga isso. – disse com firmeza. – Nós sempre seremos melhores amigas. Nada me apavora mais do que imaginar a minha vida sem você, Em. Você é a metade que falta em mim, nós nos completamos, esqueceu? – soltou uma de suas mãos para tocar o pingente que carregava em seu pescoço, o símbolo de sua amizade.

Emily esboçou um sorriso fraco. Talvez ela também sentisse falta dessa proximidade das duas. Tomou-a em seus braços para consolá-la. Permaneceram assim por muitos minutos. Hanna desfrutou cada segundo do contato, absorvendo o perfume delicioso que exalava de seus cabelos. Quando finalmente se afastaram, pôde notar que a morena exibia um sorriso mais largo, que imediatamente arrancou um seu também.

Deitaram-se na cama de Aria, com Emily aconchegada nos braços de Hanna enquanto assistiam o seriado preferido das duas quando eram adolescentes: The O.C. A loira mexia distraidamente nos cabelos da amiga e quando se deu conta, a morena havia adormecido. Pouco tempo depois, Hanna também se rendeu ao sono.


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Notas finais do capítulo

Antes que vocês me matem, eu sei que tinha prometido que nesse capitulo seria a festa de casamento, mas eu estava meio sem inspiração pra romance essa semana. Prometo que o próximo será todinho sobre o casamento, mas preciso escrever com calma porque estou com muitas ideias. Enfim, espero que tenham gostado mesmo assim. Obrigada por continuarem me acompanhando nessa história. E bem-vindos, novos leitores! Beijos e até a próxima!