Garota Dos Lobos escrita por Anna Mafort, Amanda Suellen


Capítulo 1
Prólogo - A história de Charlie e Alicia.


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos =)
O prólogo contando a história de Charlie e Alicia, pra ninguém ficar pensando que ele chifrou a Renée u.u
Esperamos que gostem, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359734/chapter/1

– Você não entende, não é? Essa vida não é para mim, esse nosso relacionamento, essa cidade, você... Nada disso é o que quero! Não terminarei minha vida presa nesta cidade! Eu realmente odeio Forks!

“Eu realmente odeio Forks!” Estas foram às últimas palavras ditas por Renée antes de deixar a casa onde morava com Charlie. As palavras ainda rondavam sua mente enquanto ele levava o copo com whisky até a boca.

O relacionamento entre Renée e Charlie nunca fora fácil. Ela não gostava da cidade, nunca gostou, e estava claro que não se adaptaria à vida que ele levava. Renée sempre foi cheia de vida, irradiava alegria e bom humor por onde passava e sonhava com a vida em uma cidade onde o Sol, assim como seus sorrisos, sempre estivesse presente. Aquele lugar com certeza não era Forks.

Mas eles se amavam e teimaram em acreditar que isto era suficiente.

– Este é o quinto passo. – uma mulher loira sussurrou para Charlie, sentando-se ao lado do mesmo, que a encarou confuso.

– Desculpe...?

– O quinto passo para se curar um coração partido.o sorriso que deu iluminou os olhos azuis. – É uma lista que uma amiga fez e me ensinou. Ao todo são dez passos.

– Acho que estou precisando disso. – suspirou, levando o como novamente a boca.

primeiro passo é respirar fundo. – ela explicou, pedindo uma bebida. Charlie ergueu uma sobrancelha e sorriu de lado.

– Só isso?

– Como assim “só isso”? Respirar fundo é muito importante, nos faz acalmar os ânimos! – ele não sabia se o que estava fazendo com que ele quisesse sorrir era a animação e certeza com a qual ela falava enquanto levantava o dedo ou o sotaque engraçado que tinha. – Vamos, tente. – ela propôs, fechando os olhos e puxando uma boa quantidade de ar. Ato que foi imitado pelo moreno.

– Realmente, já estou novinho em folha. – ironizou, recebendo um leve tapa no braço. – Passo dois?

– Nos desfazer das coisas que nos fazem lembrar o que nos machucou.

– Este será difícil, tudo me lembra Renée. Inclusive este bar, era aqui que nos encontrávamos no começo do relacionamento. Ela tinha uma estranha paixão por aquele tiro ao alvo. – apontou para o objeto pendurado na parede. A mulher franziu os lábios.

– Venha, vamos sair daqui. – tirou algumas notas do bolso da jaqueta de couro e depositou em cima do balcão, para logo depois arrastar Charlie para fora do bar. – Tem algum lugar que vocês não frequentavam juntos? – ele colocou um dedo no queixo, pensativo.

– Sim, tem um, mas teremos que falar baixo. – o brilho divertido nos olhos dele era visível. – vamos a pé, não é muito longe.

Os dois andaram por três quadras, parando na metade do caminho em um posto e comprando algumas garrafas de cerveja. Charlie tateou os bolsos até achar um molho de chaves e abriu a porta.

– Você me trouxe para a delegacia? – ela arregalou os olhos quando passaram por algumas celas vazias. A única resposta que obteve foi um “shiu”.

– Fica aqui, eu já volto. – ele a empurrou para dentro de uma sala e saiu antes que qualquer protesto pudesse ser dito.

A loira ouviu algumas vozes e logo depois Charlie já estava de volta.

– Pronto. Delegacia liberada. – anunciou com um sorriso triunfante.

– Que tipo de maluco é você? – tentou soar brava e falhou miseravelmente. Um sorriso escapava por seus lábios.

– O tipo de maluco que é chefe de polícia. – abriu uma das garrafas de cerveja e a entregou. – Renée não gostava de vir aqui. Sempre dizia que era livre demais para pisar em uma delegacia.

– Entendo. – ela passou o dedo pela placa que estava em cima da mesa. – Charlie Swan, sim? – perguntou e lhe estendeu a mão. – Sou Alicia Torres.

– Muito prazer. - o moreno trocou de mão a garrafa de cerveja e a cumprimentou. – Terceiro passo?

– Fazer algo que goste.

...

Há! Ganhei outra vez! – Alicia comemorava com os braços para cima.

– Você roubou! – ele reclamou, porém tinha um sorriso no rosto.

Eles estavam há uma hora jogando cartas. Alicia ganhou sete vezes e Charlie apenas uma.

– Não roubei não. Você que é ruim demais! – lhe mostrou a língua.

– Sou ruim, mas pago a cerveja. – apontou para as garrafas vazias em cima da mesa.

– Oh claro, isso compensa tudo. – concordou e sorriu de lado. – Pronto para o quarto passo?

– Sim, senhora.

– Pensar no lado positivo do fim da relação. – Charlie levantou uma sobrancelha em desentendimento. – Pense, por exemplo, que se vocês ainda estivessem juntos nesse momento você não estaria jogando cartas com a mestre! Nem teria minha companhia.

– Convencida!

– Realista, baby. – piscou com um olho só e se levantou para pegar uma nova garrafa de cerveja, enquanto Charlie embaralhava as cartas.

– De onde você é Alicia?

España!

– Uau, isso é longe! E o que te fez vir para Forks? – Alicia já se sentava novamente e pegou as cartas que ele havia distribuído.

– Trabalho. Sou arquiteta e me pediram para dar uma geral na casa dos Cullen. – deu de ombros e descartou um dois, arrancando uma careta de Charlie.

– Aquela casa é enorme e está desabitada há tempos. – o chefe de polícia comentou enquanto comprava algumas cartas. – alguns dizem que é mal assombrada. – Alicia gargalhou.

– Não, ela não é mal assombrada. E garanto que quando finalizar meu trabalho chamá-la de “mal assombrada” será a mesma coisa que dizer que o Sol é gelado. Ficará linda!

– Estou contando com isso. Não aguento mais receber ligações de pirralhos dizendo que alguém morreu por lá.

– E eu ganhei outra vez! – ela colocou as cartas sobre a mesa e sorriu. – você é realmente muito ruim.


Algumas semanas depois...


Charlie e Alicia estavam realmente se dando muito bem. Quando estava com ela, ele quase não se lembrava da dor que Renée lhe causara.

Não sabiam ao certo dizer que tipo de relacionamento viviam. Era algo mais que amizade e menos que qualquer tipo de namoro. Gostavam de ficar juntos, mas tinham em mente que aquilo acabaria em alguns dias. Ela terminaria seu trabalho e voltaria para a Espanha, e eles provavelmente não se veriam mais.

– Alicia, volte aqui com isso! – Charlie corria pelo quarto atrás de Alicia que segurava em suas mãos uma carta que havia encontrado. A carta era destinada a Kate, uma garota por quem ele sofreu uma paixonite durante o ensino fundamental. Ela passou por cima da cama e parou do lado oposto ao dele.

– Ok, eu devolvo. – ela levantou os braços em sinal de rendimento e ele estreitou os olhos. – Assim que terminar de ler. – Alicia correu para o banheiro e se trancou lá dentro, abrindo a carta.


"Querida Kate,

Estou escrevendo essa carta para lhe dizer o quanto você é importante para mim.
Desde a primeira vez que te vi na escola me apaixonei. Sabe, cada vez que te olho meu coração acelera e eu fico sem saber o que falar.
Ás vezes fico pensando se você aceitaria ser minha namorada. Acho que não, você é bonita demais para mim, sabe? Mas eu iria te fazer feliz, eu juro. Te daria um grande ovo na páscoa e o melhor presente no natal!
Espero que não me ache um idiota por estar dizendo tudo isso.

Ass: Charlie"


– Own, melhor presente de natal, é? Que fofo. – Alicia abriu a porta do banheiro e deu de cara com um Charlie carrancudo. – O que foi? Eu realmente achei a carta fofa!

– Isso vai ter volta Alicia, vai ter volta. – Charlie pegou a carta da mão dela e a guardou novamente na gaveta onde estava.


...


– Pára, Charlie! Pára! – Alicia se contorcia em risadas enquanto era atacada por cócegas. O telefone tocou fazendo com que ele parasse.

– Salva pelo telefone. – ele se levantou e desceu as escadas até a cozinha. Ela podia ouvir Charlie falando, mas não entendia o que ele dizia. Vestiu sua roupa, deu uma ajeitada no cabelo e desceu as escadas também. Encontrou o moreno parado ao lado do telefone e com os olhos arregalados.

– Charlie? Você está bem? – ela parou ao lado dele e o segurou pelos ombros.

– Eu... Eu... Meu Deus! – Charlie se sentou em uma cadeira, ainda com os olhos arregalados.

– O que houve?

– Depois a gente se fala, Ali. Agora eu preciso ficar sozinho. – pediu e ela assentiu.

– Se precisar de alguma coisa é só me ligar, ok? – Alicia lhe deu um beijo no rosto e saiu.


Aquele foi o último dia do relacionamento dos dois. Quem havia ligado era Renée, com a notícia de que estava grávida. Ela então voltou para Forks, tentou retomar a vida com Charlie e com seu bebê.

Alicia ficou apenas mais uma semana na cidade, terminou tudo o que tinha que fazer na casa dos Cullen e voltou para a Espanha. Algumas semanas depois descobriu que estava grávida. Ela entrou em contato com Charlie para lhe avisar, este por sua vez fez questão de registrar a criança e lhe dar o máximo de atenção que a distância lhe permitia.

Melissa Torres Swan nasceu um mês depois de Isabella, porém era um segredo bem guardado. Ninguém da chuvosa cidade sabia de sua existência, mas Charlie sempre acompanhou seu crescimento, a visitando algumas vezes ao longo dos anos. Os dois sempre se deram muito bem.

Ela era realmente um segredo bem guardado...
Até agora, quando teve que vir morar com o pai...

E é ai que nossa história começa...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Não temos dias certos ainda para as postagens... Não pretendemos demorar mais que uma semana, mas obviamente os reviews aceleram tudo, certo?
Façam duas autoras felizes e deixem seus comentários *-*