Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 37
O encontro


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários. Esse capítulo é dedicado a todas que comentaram.
Na verdade, era para esse capítulo ter sido maior, eu iria narrar bem mais coisas. Mas por falta de tempo livre para escrever tudo hoje e por que tava pensando em desenvolver mais algumas situações que pensei, resolvi dividir o capítulo.
Ahhh, espero que gostem e comentem muito.



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“-Laura, tão te esperando para tirar uma foto com o Edgar e o bolo de casamento. Vamos?- Alice

– Foto com o bolo? –Laura

– Foto com o noivo!– Sandra e Teresa

Lado a Lado

Por Edgar

Eu estava impaciente olhando para o relógio. Parecia que esperava há uma eternidade. Mas na realidade ainda faltavam alguns minutos para as duas. Eu não conseguia me segurar, andava de um lado para outro. Estava quase indo até a casa de Laura e Isabel.

Ficava imaginando a reação de Pedrinho e de Cecília. Pensava como ela seria. Se via um menina correndo a minha volta, meu coração acelerava com expectativa de ser ela. Mas depois percebia que não podia ser.

Eram quase duas quando percebi Laura andando em minha direção. Ela estava sozinha e aquilo me desapontou um pouco. Eu queria vê-la com nossos filhos:

– Boa tarde, Edgar – ela falou

– Boa tarde... Onde estão ...– me interrompeu

– Pedrinho e Cecília estão vindo com Isabel. Queria conversar com você antes.

– Sobre o que seria? - perguntei duro

– Sobre a nossa situação. Eu não quero brigar, Edgar. Não quero que as crianças nos vejam brigando. Se você prometer se controlar... da minha parte eu vou me controlar...- ela parecia preocupada – Acha que isso é possível?

– Sim, também não quero que eles nos vejam brigando.

– Certo, então fica tudo mais fácil. Pedrinho e Cecília são mais importantes. Não o que aconteceu ontem ou ... – ela fez uma pausa, mas depois continuou -E agora que estamos de volta ao Rio, não tem porque vocês ficarem afastados. Só quero o mínimo de paz. E também quero muito que nossos filhos convivam com você, que tenham um pai. Você terá o meu apoio e poderá vê-los quando quiser.

– Bom saber – falei novamente com dureza

– Quer vê-los sem mim? Isabel pode trazê-los e ficar …

– Não, Laura. Você é a mãe deles, a pessoa que mais confiam... Não acho que ficariam a vontade sem você … Apesar dos pesares, nós somos uma família - falei num tom mais cordial

– Então eu virei com as crianças- ela saiu e alguns minutos depois voltou

Ela dava a mão a Pedrinho, enquanto carregava Cecília no colo que estava abraçada a Laura de modo que não via o seu rosto. Mas dava para perceber a longa cabeleira loira e cacheada da minha filha. Ela me parecia até mesmo um pouco grande para 4 anos de idade. Então pensei que não devia faltar muitos meses para ela completar 5.

Meu coração estava acelerado. O nervosismo e ansiedade me dominavam. Eu devia até mesmo estar suando frio.

Eles não demoram muito a se aproximar, mas a minha impressão era de uma espera interminável. Cada passo que davam numa velocidade normal era como se estivessem dando passos de tartaruga.

Enfim, eles estavam a minha frente. Pedrinho tinha uma expressão mais branda do que no dia anterior. Mas ainda não me parecia muito amigável. E Cecília se mantinha agarrada a mãe.

Eu fiquei mudo. Havia tanto tempo que esperava por aquilo, e não sabia direito como agir:

– Pedrinho cumprimente o seu pai – falou Laura para quebrar o gelo

Ele ainda olhou para ela e depois estendeu a mão a mim, como se já fosse um rapaz:

– Boa tarde, Edgar – Edgar? Aquilo me soou tão frio, ele não me chamava mais de pai, e isso me abalou um pouco.

– Boa tarde, Pedrinho – apertei a sua mão, se era isso que ele me oferecia, ia aceitar, mesmo que eu ansiasse por um abraço, um beijo.

– Meu amor- Laura falou carinhosa e por um momento pensei que ela me chamava, mas percebi que falava com a nossa filha – Olhe para o seu pai!

Ela virou o rosto para mim e a vi pela primeira vez. Cecília era linda, iluminada. Os seus cachos loiros e olhos verdes, a pele alva, e os traços que lembravam tanto a mim. Eu nunca duvidaria da palavra de Laura, mesmo se ela não se parecesse tanto comigo. Mas só de vê-la, eu percebi, eu senti que era a minha filha.

Uma felicidade me inundava, eu não consegui me conter e sorri. Cecília me parecia um pouco assustada. Mas após eu sorrir, ela também sorriu. Um sorriso lindo que a tornava mais iluminada.

– Ele é mais bonito do que na foto, mamãe – ela falou admirada, como era bom ouvir a sua voz doce.

– Foto? - perguntei confuso

– A foto do nosso casamento. Eu sempre mostrei pra eles...para verem como você é. - Laura comentou naturalmente e mesmo que não aliviasse o fato dela me manter afastado deles por tanto tempo, perdendo tantos momentos, foi algo que me agradou, de certa forma ela me manteve vivo na mente dos meus filhos.

– Você estava bravo na foto. Com uma cara feia! Sorrindo é mais bonito! -Cecília disse esperta e eu dei uma risada

– Você que é linda, Cecília. É que em fotos saímos mais sérios- tentei justificar sem entrar nos motivos de eu estar com mau humor naquela foto

– Eu não tirei muitas fotos. Mas gosto de sair sorrindo – ela falou

– Você está certa. Com um sorriso saímos mais bonitos, né? É mais esperta do que eu. – completei e ela riu confiante

Cecília já parecia bem mais a vontade, e foi para o chão. Ela, Pedrinho e eu nos sentamos em um banco e iniciamos uma conversa. Laura nos observava de perto.

Minha filha não tinha mais medo, e comunicativa, me falou do seu dia a dia, do que gostava de brincar, de comer. Pedrinho parecia mais acanhado, não era mal-educado em suas respostas, mas elas eram curtas e expressadas com certo receio.

Ainda na pracinha brinquei com eles e depois junto de Laura os levei para casa, pois já anoitecia. Mesmo com certa resistência, principalmente do meu filho, tinha sido maravilhoso passar aqueles momentos eles, eu me sentia nas nuvens.

Após chegarem em casa, Laura os mandou para o banho, mas antes de irem, fiz uma proposta:

– O que acham de após o banho eu contar uma história para vocês?

– Eu quero- falou Cecília animada

– Eu não, tô cansado. Depois do banho, quero comer e dormir – disse Pedrinho, o que esfriou um pouco a minha intenção, eu queria contar uma história para ambos, já tinha até imaginado como seria.

– Edgar, ele tem aula amanhã – Laura justificava- Talvez seja melhor ele não dormir muito tarde mesmo.

– Tá bom, então acho melhor ir embora- falei – Cecília, eu conto a história num dia em que seu irmão estiver mais disposto. O que acha?- ela fez uma carinha entristecida, eu quase estava mudando de ideia, então sua expressão desanuviou.

– Tá bom. Tchau, Edgar – ela disse e veio até a mim me abraçando, eu fiquei tão emocionado que minhas pernas até estremeceram, uma lágrima escorreu em meu rosto, mas consegui conter as outras que ainda ameaçavam cair.

– Boa noite, filha.- estava comovido

Pedrinho andava em direção a casa de banho quando Laura o impediu, e pediu com ternura:

– Dê um abraço em seu pai, filho.

Ele ainda a olhou apreensivo, mas depois veio em minha direção. Eu sabia que ele agia um pouco forçado, mas queria tanto um abraço e o recebi em meus braços:

– Tchau, Edgar – ele disse e entrou.

– Boa noite, filho – falei com carinho.

Percebi que com ele seria mais difícil do que pensava, mas tinha grandes expectativas de me aproximar do meu filho. Eu o amava, e o conquistaria. Já com Cecília, apesar de só conhecê-la naquele dia, notei que seria mais fácil. Ela era mais aberta. E ainda preservava uma grande pureza e inocência infantil. Fora tão bom conhece-la, ela era tão encantadora...

Já fazia planos em minha mente. Sonhava com meus filhos. Com uma família que além deles incluía Laura. Com Pedrinho e Cecília me chamando de pai. E eu seria o homem mais feliz do mundo no dia que isso acontecesse.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Espero que tenham gostado. Como eu dividi o capítulo, o próximo ainda será narrado pelo Edgar.
Quem puder não deixe de comentar, o comentário de vocês (assim como vocês leitoras) são muito importantes para mim. Cada comentário é muito importante e contam bastante para mim.



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