Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 32
A volta


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários. Esse capítulo é dedicado a todas que comentaram. Eu estou meio cansada, e peço desculpas por eventuais erros ou a falta de qualidade.
Nele vocês descobrirão quem finalmente é o advogado.
Espero que goste e que comentem muito.



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“O meu destino é ficar sem namorado, sem marido, sem beijo

Alice em Lado a Lado


Por Laura

Eu fui até a recepção e me deparei com um homem de meia idade e um pouco obeso, Isabel e Lauro estavam conversando com ele. Aquele era o tal advogado, fiquei aliviada ao constatar que não era Edgar.

Ele nos trazia uns papeis. E pediu para conversar com nós 3 em particular. Nos informou que D. Amália havia feito o seu testamento com ele, e que eu, Isabel e Lauro éramos os seus herdeiros.

Ele fez a leitura do documento, e percebemos que Lauro havia ficado com uma quantia de dinheiro, uma quantia boa, mas não impressionante. Enquanto eu e Isabel ficamos com o resto do seu dinheiro e todos os bens, o que era muito. Nós éramos as suas principais herdeiras e ela tinha bastante posses.

Enquanto, eu e Isabel fomos tomadas pela surpresa, Lauro parecia agir normalmente, ele devia saber o que nos esperava. Dr. Armando, o advogado, ainda ficaria na cidade por mais algum tempo para resolver as coisas, e saiu, mas antes nos entregou uma carta de D. Amália. Em seu envelope estava escrito o meu nome e o de Isabel. E nós a lemos:


“Laura e Isabel

Agi com todo o meu coração, vocês foram as minhas filhas nesses últimos anos e Pedrinho, Neto e Cecília os meus netos. Quero que vocês usem tudo para melhorar o futuro de vocês e das crianças.

Sei que o deixei a Lauro foi bem menor. Entendam, vocês são mulheres e mães, precisam mais de proteção, pois esse mundo não dá muitas oportunidades ás mulheres.

Lauro sabe disso, concordou comigo e até me ajudou nessa empreitada. Ele está bem com essa resolução.

Assim, espero que aceitem tudo, que sejam felizes com as crianças, deem um futuro brilhante a elas e a vocês. Façam bom proveito dessa herança.

Saibam que essa é uma forma de agradecer pelos momentos felizes e o amor que ambas me dedicaram nesses últimos anos.

Não se esqueçam de quem são. E ajam sempre tentando o melhor. Tenho muito orgulho de vocês. E sei que continuarei tendo no lugar onde estou.

Com amor,

Amália Vargas”


Com a herança da D. Amália, eu e Isabel havíamos passado de duas mães humildes, moradoras de uma pensão, a duas mães com uma vultosa fortuna. A questão era o que faríamos com isso, e não demorou muito para termos uma conversa decisiva:

– Laura, talvez já tenha passado o tempo da gente se esconder. Com a morte da D. Amália, nós perdemos a pessoa que mais nos prendia aqui. Eu tenho saudades do meu pai, da tia Jurema, dos meus amigos. Do Rio. As cartas que troco com a Diva não são suficientes para matar esse sentimento.

– Eu também, Isabel. Tenho saudade da minha família, amigos, e claro do Edgar.... Dos lugares que conhecia... Mas não quero voltar a viver aquele tipo de vida que tinha com Edgar. Será que a situação mudou assim?-perguntei cheia de dúvidas

– As crianças estão maiores, menos desprotegidas. E nós temos dinheiro. Sei que não é garantia de nada, de que sua mãe não me pressionará sobre Neto, ou que aplacará as reações e os sentimentos de Edgar. Mas nós ganhamos certa independência, e isso me faz sentir mais segura. Passou tanto tempo, acho que nós também estamos mais maduras, mais preparadas para enfrentar os problemas - Isabel estava sendo sensata – Eu estou cansada de fugir, você não está?

– Estou... Você tem razão, amiga, com esse dinheiro não vou depender do Edgar ou da minha família. Cecília também já está fazendo muitas perguntas, penso que meus filhos precisam conviver com o pai, acho que chegou a hora de voltar – falei resoluta

Após essa decisão, nós ainda precisávamos tomar algumas providências. Teríamos que vender alguns bens e os que restassem ficaria a cargo de alguém de confiança para vender. Nós escolhemos o advogado de D. Amália.

As fazendas logo foram vendidas para o Coronel Chicão, que sendo muito distinto, pagou o preço que elas valiam, não se aproveitando da nossa pressa. Ainda vendemos umas casas para aos próprios inquilinos delas, o resto ficou a cargo do Dr. Armando.

Isabel tentou convencer Lauro a ir junto conosco para o Rio. Mas ele não aceitou partir com a gente, o que a deixou entristecida. Eu cheguei a falar com ele:

– Lauro, que teimosia é essa? Vem com a gente!

– Xará, por enquanto eu não posso. Depois que vocês partirem, eu pretendo resolver umas coisas minhas...

– O que, Lauro?

– Meus problemas do passado. Você sabe a minha história, o que houve entre mim e o meu pai. Quero entender esses problemas, voltar ao lugar que nasci. Tentar fazer as pazes com a minha origem, só então estarei preparado para prosseguir. - ele parecia decidido

– Então você vai nos abandonar? – ainda tentava uma chantagem

– Você e Isabel agora tem dinheiro, e isso também é poder. Não precisam assim da minha ajuda e...- ele fez uma pausa – Tome! - me entregou um pedaço de papel

– O que é isso?

– O endereço de uma caixa postal em Santos. Quando vocês se ajeitarem no Rio, me mandem notícias, me informem de tudo. Eu tentei dar a Isabel, mas ela está com raiva, e não quis ficar com o papel.

– Isso quer dizer que ainda o veremos?

– Sim, espero que sim. Para mim, esse não é um Adeus, é um até logo.

– Assim espero , Lauro – disse abraçando-o

Dias depois, eu, Isabel, e as crianças partimos. Na despedida, Lauro ainda conseguiu um beijo meio a força de Isabel, que estava bem chateada.

Nós ficamos uns dias em São Paulo. Isabel mudou completamente o seu visual, e eu renovei o meu. Durante o tempo que fiquei no interior, em alguns apertos econômicos ocasionais fui obrigada a vender vestidos e joias, sem contar os desgastes naturais. Assim precisei comprar novas coisas. Cecília, Pedrinho e Neto também ganharam bastante roupa.

Nós não éramos vaidosas, mas queríamos chegar ao Rio de Janeiro por cima, e como tínhamos dinheiro, um visual mais selecionado aumentaria essa impressão.

Pouco após voltarmos, compramos uma casa de 6 quartos na cidade. Assim, haveria um quarto para cada pessoa, até mesmo um para cada criança. Isabel tinha esperanças de que o pai dela ocupasse o sexto quarto, mesmo que depois do nosso retorno, ele tenha se mostrado ressentido e não tenha aceitado.

A que nos recebeu de forma mais animada foi Tia Jurema, que até arrumou 2 moças para nos ajudar no cuidado da casa e das crianças.

Eu decidi que inicialmente só entraria em contato com o meu pai, que foi bem receptivo e ficou contente em ver Pedrinho e conhecer Cecília. Pensei em falar com Tia Celinha, mas o fato dela ser casada com Guerra me amedrontava. Ele era o melhor amigo de Edgar. Era algo próximo demais. E eu ainda queria ajeitar umas coisas antes de me encontrar com Edgar.

Na minha cabeça, eu tinha a ideia de montar uma escola. Mas antes de implementá-la, decidi pesquisar o terreno da educação no Rio e para isso acabei arrumando um emprego numa escola de meninos. Isso seria benéfico e me ajudaria em meus propósitos, já que nunca tinha lecionado por muito tempo para garotos. Eu e Isabel aproveitamos e matriculamos Pedrinho e Neto nesse colégio.

Depois de mais de 5 anos, nós duas estávamos de volta, ambas ainda feridas no amor. Mas cheias de confiança, ideias e sonhos profissionais. Tínhamos muita esperança de fazer a diferença. E estávamos bem mais fortes para alcançar os nossos objetivos. E o faríamos juntos dos nossos filhos.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Laura está de volta e com isso abre novas possibilidades não é? Espero que estejam animadas. Esse é o último capítulo da segunda fase, o próximo já iniciará a terceira que será mais uma nova etapa nessa caminhada da história, espero que estejam gostando e que comentem muito para me animar. Pois sinceramente, com o meu cotidiano mais corrido, estou precisando de mais animo para escrever, já que o cansaço já está pegando para mim.



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