E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 19
Final de festa... Começo de outra?




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WALT/ANÚBIS

Beleza, eu adoro o Miguel. Foi o melhor desafio que já tive que cumprir. Na verdade, não foi desafio nenhum. O único desafio foi ter que quebrar o beijo e respirar. Detesto o fato de termos que respirar. Marcella, aquela vadiazinha (nossa! A Sadie esta certa. Ela vai acabar tirando grande parte da minha inocência), tentou atingir a Sadie de uma maneira muito baixa e até repulsiva para os meus padrões. A menina se mostrou fraca por não aguentar me ver beijando a loira. Perguntar sobre aquele final de tarde foi malvado e cruel de mais até para as meninas malvadas desse colégio (que não são poucas, diga-se de passagem).

Quando Sadie contou toda a verdade tomando cuidado com certas coisas, as reações foram de choque e a menina que perguntara estava à beira da raiva. Marcella não conseguiu acreditar na história e todos buscaram pela verdade nos meus olhos... Mas nenhum olhar importava se não fosse um par especifico de olhos azuis. Não consegui tirar os olhos dela por momento algum.

Seguiram algumas outras perguntas e desafios. Sadie e eu não caímos mais nenhuma vez. A brincadeira se desfez e todos voltaram a dançar no pátio. Vi Sadie entregar um celular diferente do seu a Milena e depois a loira se dirigiu até a porta de novo, e sumiu atrás de corredores.

Não perdi tempo e logo já estava seguindo a minha Sadie.

SADIE

Eu precisava desesperadamente de ar puro e fresco. Por isso sai do pátio assim que entreguei o celular a Milena.

 Aquele pátio estava quente, abafado e cheio de tensão da parte de menininha problemática. Não sei por que ela fiou tão revoltada. Primeiro de tudo, ela mereceu; isso não é coisa que se pergunte nem em um jogo de verdade e desafio. Segundo, foi ela quem perguntou! Pediu que eu fosse sincera e que desse o máximo de detalhes possíveis.

Mas o que me acalmava e me deixa um pouco constrangida, era aquele olhar sobre mim. Walt não tirava os olhos de mim, e eu tentava ignorar... Necessário dizer que foi em vão?

Entreguei o celular a Milena com todas as informações da professora Andrea. Estava ansiosa para saber de todo o prestigio que tínhamos em mãos. Estava começando a cogitar a idéia de pedir algumas dicas para o deus Set. Nada melhor do que o deus do Mal para nos ajudar... Mas por mais que a “professora” fosse assim eu não queria fazer tanto mal a ela. Só queria que ela parasse de nos ameaçar.

 Set não saberia lidar com isso.

Um suspiro escapou de mim enquanto eu seguia por corredores iluminados. Não me dei o trabalho de avisar ninguém, até porque eu não precisava de uma babá... Pensar em alguém cuidando de mim me fez pensar no meu avô e na minha avó. Eles voltariam esta noite, ou melhor, noite passada. Eu tinha certeza que já passava da meia-noite e queria estar em casa no máximo três e meia da manhã... Eu estava ferrada!

- Você não avisou que iria sair... De novo! – Walt exclamou caminhando ao meu lado. Seu tom era severo, mas seus olhos e seu sorriso denunciavam que não se importava muito; como se ele também tivesse o desejo de sair de toda aquela baderna lá dentro.

-Não precisei. Você não tira os olhos de mim, então, como eu tinha certeza que faria, você me seguiu até aqui. – eu tinha um sorriso nos lábios e Walt também.

Andávamos sem rumo algum, dessa vez por corredores iluminados. Nenhum de nós tinha noção de onde estávamos indo e seguimos em silencio, um adorado silencio reconfortante. Fiquei pensando em como ele estava sempre perto e como me protegia; Walt estava sempre por perto e parecia nunca me deixar realmente só... Mas eu gostava dessa sensação.

- Eu não vou deixar você, Sadie. – Ele disse de forma baixa e eu parei encarando seus olhos doces e gentis. Tinha uma pergunta no meu olhar que decidi passar para meus lábios transmitirem.

-Como sabia que eu pensava nisso?

Walt se aproximou de mim; estávamos perigosamente perto um do outro. Surpreendendo-me, ele tocou no colar que me dera de aniversário, que pendia entre meus seios. Encarei seus olhos de uma forma inocente.

- Não vai me deixar?

- Não poderia. – ele respondeu de forma sincera e continuou – Você não vai escapar de mim, Sadie.

-Não? – perguntei ainda de forma inocente.

-Não. – ele respondeu em um tom sincero que me fascinava.

Dei um sorriso maroto e empurrei seus ombros afastando-o de mim.

-Então vai ter que me pegar primeiro! – exclamei rindo e correndo de Walt.

Ouvi sua risada enquanto sumia por corredores.

WALT/ANÚBIS

Corri atrás dela passando por diversos corredores, escadas e portas; escuros e iluminados. Nossas risadas eram audíveis em provavelmente toda a escola. Eu não sabia para onde Sadie corria, provavelmente para lugar nenhum, mas isso não importava. Adentramos um corredor escuro e por fim chegamos ao campo de futebol aberto. Sadie correu pelo gramado e eu disparei atrás dela. Só depois de algum tempo fui me perguntar como ela conseguia correr de salto alto... Meninas! Vai entender?!

Só no meio do enorme campo consegui agarrar a cintura da menina e levantá-la no ar. Ouvi um grito de surpresa dela e isso estranhamente me fez rir. Ainda em meus braços, mais senti do que vi Sadie se livrando dos sapatos.

Ela se virou para mim ainda rindo. Eu ia beijá-la sem me importar com o que aconteceria depois. Aproximei meu rosto do dela devagar dando tempo par ela se afastar, mas para a minha completa felicidade Sadie não se afastou.

O grito dela somado ao meu se transformaram em risadas ou gargalhadas, como acharem melhor. Sentíamos em nossa pele quente o arrepio e o choque causado pela água fria dos irrigadores automáticos. Ergui Sadie nos braços e a rodopiei no ar. Assim que seus pés tocaram o chão de novo, disparamos correndo por todo o campo nos molhando ainda mais... Eu nunca tinha me divertido tanto assim! Aquela era a melhor noite que eu já tivera! Estava me sentindo como se estivesse dentro daquele filme da Disney... Ah, não lembro o nome agora e tão pouco me importa.

Depois de minutos prazerosos correndo, Sadie se deitou na grama úmida, tentando normalizar sua respiração. Tentei a muito custo não reparar em como sua regata estava levemente transparente, deixando a mostra seu sutiã preto. Deitei-me a seu lado e juntos observamos o céu, antes cinza, agora estrelado.  O próprio céu e as estrelas pareciam sorrir para nós. A terra embaixo de nós parecia nos abraçar e, assim como o céu, sorria para nós.

-Ai! – Sadie exclamou se sentando de repente.

Assustado, sentei ao seu lado e olhei atentamente para ela. Sadie segurava o colar que seu pai lhe dera em suas mãos, afastando-o da sua pele. Encostei meus dedos na corrente e senti um choque acompanhado de uma onda de calor.

-Tire o colar. – falei a ela ainda assustado.

-Não consigo! – Sadie estava com os olhos marejados – Para eu tirá-lo, eu teria que soltar ele e deixá-lo pender entre meus seios...

Entendi o que ela queria dizer. A pele de suas mãos, embora ainda delicada, era mais forte e acostumada à dor do que a pele sensível e inexplorada do colo da menina. Postei-me de joelhos atrás da menina e delicadamente tirei o colar do seu pescoço e deixei-o cair no chão ao nosso lado.

Sentei no chão e puxei a menina para o meu colo. Afastei os cabelos dourados e úmidos do seu ombro, passando-os para o outro ombro. Assim, encaixei minha cabeça entre o pescoço e o ombro da menina. Uma das minhas mãos segurava a lateral do belo corpo dela, enquanto a outra pousei no local onde, antes, pendia seu colar; logo acima do seu coração que batia forte.

- Dói? Quando eu toco? – perguntei baixo em seu ouvido.

-Não. – Sadie respondeu no mesmo tom de voz que eu.

Antes que pudéssemos fazer qualquer outra coisa, um enorme portal se abriu e eu tinha uma vaga certeza de que alguém no Duati nos chamava. Levantamo-nos devagar e admiramos o enorme portal.

-Foi você? – Sadie perguntou sem olhar para mim.

-Não. E eu também acho que não foi você. – respondi sem olhar para ela

-Devemos ir? – ela olhou em meus olhos, um pouco temerosa.

Dei-lhe um sorriso tranquilizador.

- Acho que sim.

Sem que eu percebesse, Sadie invocou um vento quente e nos secamos rapidamente. Sadie também estava novamente com as suas belas sandálias de salto. Sem que ela visse peguei seu colar e o coloquei no bolso.

-Pronta?

Sadie sorriu e atravessou o portal sem nem olhar para trás. Sorri perante a coragem da menina, mas não pude deixar de me sentir desconfiado deste portal. Mas eu prometi não deixá-la.

... E não deixaria!

Sai logo atrás de Sadie, no salão do julgamento... Mas não se parecia nada com a ultima vez em que eu vira o local. Ele estava decorado e todos os deuses e magos estavam lá. Espera! Se era uma festa, o que estavam comemorando?

-Sadie? – Varias vozes masculinas pronunciaram ao mesmo tempo. Vi Carter, Julius/Osíris, Set, Hórus, Tot, Bes, Rá e muitos outros, todos olhando para Sadie como se nunca tivessem visto a menina... Praticamente babavam.

Contra a minha vontade, senti uma pontada de ciúmes... Para desviar meus pensamentos disso me concentrei... O que todos faziam ali?


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Notas finais do capítulo

Me deem suas teorias sobre o que todos estão fazendo lá!
Bjs amores =D



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