E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh
Notas iniciais do capítulo
E ai pessoas?
Mari este cap é para você que praticamente exigiu ele longo... Não sei se demorei e se sim espero que me desculpem.
Tentei fazer este cap perfeito a minha maneira e eu espero que gostem =D
SADIE
Preciso dizer que o lugar era enorme? Eu suponho que não. Mesmo conhecendo a mansão eu ainda me pegava distraída com toda a luxuria e conforto presentes no local.
A casa estava vazia, tirando alguns empregados de expressões vazias e endurecidas. Parando para pensar, embora magnífica, a mansão era fria. Tirei esses pensamentos da minha cabeça e segui até o quarto da Milena. Subi um lance de escadas e virei alguns corredores. Gabriela olhava tudo de boca aberta. Tadinha! Eu não a culpo.
Assim que abri a porta, notei que Liz e Emma já estavam a nossa espera. Milena estava sentada na cama ainda um pouco pálida.
-Ai meu deus! – Gabi exclamou admirando o quarto.
Se o meu tão adorado irmão estivesse aqui, ele descreveria este quarto perfeito detalhadamente, com todos os detalhes, inclusive quantos centímetros tinha o rodapé. (Aff!) Mas eu posso resumir em poucas palavras: é grande, gracioso, sofisticado e caro (bem caro!).
-Até que enfim! Estava começando a pensar que vocês tinham se perdido. Essas duas aqui – Milena apontou para Liz e Emma, e no seu tom superior continuou – conseguiram se perder nos jardins- ela exclamou com toda a sua antipatia de sempre.
Ignorei.
-Você esta bem? – perguntei preocupada.
Milena ficou pálida.
- Estou bem. Ainda assustada, mas bem.
-O que aconteceu exatamente? – perguntei calma, mas mesmo assim autoritária. Acho que isso se deve ao fato de eu ter hospedado uma deusa.
Milena empalideceu ainda mais e desviou o seu olhar do meu.
-Eu prefiro não falar sobre isso. Quero esquecer e fingir que essa dor nunca existiu!
-Prefere sofrer em silêncio ao invés de dividir o peso da verdade e da dor? – beleza, é sério, Isis passou tempo demais na minha cabeça ou o povo da escola tinha bons motivos para me chamar de Raio de Sol, embora fosse irritante. Eu queria acreditar mais na primeira opção.
-Sadie, a verdade dói! – ela exclamou com lágrimas nos olhos.
Sentei-me na cama de frente para ela e segurei-lhe as mãos tentando transmitir através do toque confiança e tranqüilidade. Liz, Emma e Gabi se amontoaram na cama enorme e olhavam com carinho para a frágil Milena. Eu sabia muito bem o quanto a verdade pode machucar.
-Vai doer menos se você contar a nós. Alem do mais, Andrea não vai sair impune! – disse com raiva só de pensar daquela vadiazinha.
- Aquela puta dos infernos vai apodrecer na cadeia! – Emma rosnou
-Mas... Antes nós vamos brincar um pouquinho... – Liz quase ronronou com este pensamento feliz.
-Vamos começar a decidir o que vamos vestir? – Gabi mudou de assunto sorrindo sugestivamente e todas nós nos empolgamos imediatamente.
Acho que é possível adivinhar o que aconteceu. Milena deixou bem claro que não queria que ninguém entrasse no quarto de modo algum. Dito e feito. Ligamos o som na última altura. Dançamos, cantamos e fizemos maluquices ao som de Pokerface da Lady Gaga. Roupas e sapatos voavam para tudo quanto é lado. Nossas risadas eram audíveis a muitos metros de distancia, enquanto ecoavam pelo quarto.
Assim que decidimos nossas roupas, Milena respirou fundo, com a cor de volta ao seu rosto e a voz mais calma, ela falou:
-Vou contar tudo a vocês depois da aula amanhã, ok? Não quero estragar nossa noite.
-Bom, por mim tudo bem! E para vocês? – Liz respondeu e perguntou.
Todas nós apenas assentimos.
-Meninas, eu tenho vários quartos de hospedes com suítes, cada uma vai em um e depois vocês voltam para cá, ok? – novamente assentimos – Ótimo! Mandei empregados comprarem produtos exclusivos e adequados para cada uma de vocês – ela distribuiu sacolas cheias de produtos como, sabonetes, xampus, condicionadores, hidratantes... – Não precisam agradecer.
Liz, Emma e Gabi se viraram para sair, mas Milena nos chamou:
-Hei! Não demorem. Detesto ficar sozinha.
Minhas amigas saíram do quarto, mas eu fiquei. Milena ergueu uma sobrancelha como clara pergunta muda.
-Como sabia?
- Sabia o que? – ela retrucou.
-Lavanda e amoras. O xampu que eu sempre uso. Como soube?
Milena esboçou um sorriso.
- O cheiro é inconfundível. Alias, combina com você!- ela se virou e entrou na própria suíte.
Sendo assim segui para o corredor junto com as meninas. Cada uma seguiu um caminho diferente e adentramos um quarto. Não prestei a menor atenção da decoração do quarto ou do banheiro. Segui para a suíte com os pensamentos distantes. Eu precisava de um banho longo e relaxante, daqueles que levam tudo embora junto com a água.
Um banho relaxante consegue acalmar qualquer corpo aflito e cansado.
Quando sai debaixo das águas mornas, já eram 19h20min. Coloquei a roupa separada pelas meninas e segui descalço por vários corredores até chegar ao quarto enorme de Milena. Eu vestia um short jeans curto e uma regata (linda!) com a estampa da bandeira da Inglaterra. Até agora muito simples, né? Relaxa, só comecei!
Faltava apenas Liz sair... Bom, começamos a realmente incrementar os nossos looks. Todas nós usávamos um short curto e uma regata estampada... E todas usariam salto! Passamos a pentear os cabelos embaraçados, colocar acessórios, sapatos e casacos: completando o meu look, uma jaqueta clássica de couro (afinal eu não mudei tanto assim!) que se ajustava perfeitamente ao meu corpo, um sapato de salto alto (mas nem tanto) e os simples brincos de argola.
Meus cabelos caiam já secos pelas minhas costas. Para ser sincera não curto muito meus cabelos presos. A maquiagem foi simples e bem básica destacando os meus lábios avermelhados e meus olhos azuis receberam uma leve (e delicada) sombra preta esfumada bem de leve.
-Senhorita, há três rapazes esperando você e suas amigas descerem – um velho empregado informou.
Liz, Emma e Gabi já estavam prontas e desceram na hora. Elas estavam loucas para ir. Milena hesitou, e eu estava ficando acostumada a consolá-la. Fiquei ao seu lado e ela me deu um forte e rápido abraço. Milena deu um fraco sorriso.
-Você está linda e em segundo nenhum estará sozinha, ok? – Mi se acalmou ao som dessas palavras e saiu do quarto descendo a escada confiante. Senti meu celular vibrar e chequei a mensagem anônima... Eu não cheguei à escada... Nenhum dos meus amigos me vira... Mas saberiam; tinham que saber!
Eu havia recebido uma foto. Uma menina de feições delicadas e traços bem definidos, mas não era isso que chamava a minha atenção. A jovem tinha uma faca no pescoço! Seu rosto pálido só fazia destacar o sangue em seu pescoço.
O que me chocou não foi apenas a foto, e sim a legenda:
Será que você ficaria bela até no seu leito de morte? Não se preocupe... Eu vou descobrir... Você e suas amiguinhas serão as próximas!
Com muito custo e usando toda a força que meu corpo e minha alma tinham, reprimi um grito de ódio e pura raiva. Minha irritação parecia ser palpável. Assim que cheguei á escada ouvi risadas reais e me senti mal por estragar esse momento feliz.
-Aposto que consigo tirar esse risinho da cara de vocês – comentei descendo as escadas, mas com os olhos ainda voltados para o celular. Senti os olhares dos meninos sobre mim; para ser mais especifica nas minhas pernas. Nada discreto, hein?
Suspirei cansada e só Walt parecia notar toda a minha irritação. Ele era o único que não sorria com o meu “desafio”. Ele parecia perceber que tinha algo por trás daquele suspiro.
-O que aconteceu? – ele perguntou sério e preocupado se aproximando. Em passos ligeiros nos aproximamos um do outro e eu ergui o celular até a altura dos olhos do menino. Vi claramente o brilho dos seus olhos mudarem varias vezes: encantado (com a minha aparência), preocupado (com o meu suspiro) e um ódio extremo (pela mensagem). Apesar de seus olhos estarem faiscando, ele se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido me fazendo sorrir:
-Aposto que continuaria linda.
Afastamo-nos sorrindo e só então passei o celular para as meninas. Elas soltaram arfadas e ofegos de medo e pavor. Jake e Austin pareciam confusos e muito curiosos. Suspirei outra vez e parei na frente deles.
-Prometam que não vão perguntar nada! Nós vamos explicar tudo amanhã ou mesmo depois da festa. Vejam e tirem suas próprias conclusões.
-Prometemos! – exclamaram ao mesmo tempo
Ergui o celular e vi eles se assustarem e se zangarem, não como o Walt, mas mesmo assim, muito zangados.
-Sadie... – Jake começou, mas eu o interrompi.
-Prometam que vão ficar sempre perto das meninas. Não deixem elas saírem sozinhas de jeito algum! Já sabemos quem esta nos ameaçando e só vamos contar depois da festa. Fui clara?
- Nós prometemos... Mas e você? Não vai ficar sozinha e fazer nenhuma loucura, vai? – Austin é uma graça preocupado.
Walt se aproximou mais de mim e enlaçou a minha cintura de uma forma carinhosa e muito protetora.
- Eu não a deixaria sozinha – Walt respondeu para os dois meninos que relaxaram e depois voltou seus olhos para mim – Eu prometi, lembra?
-É claro que lembro.
Percebi que meus amigos olhavam para nós dois de uma forma irritantemente maliciosa. Aquilo me incomodou bastante, mas ignorei.
---*---
Seguimos animadamente pelas ruas de Londres até chegarmos ao local mais irritante para um adolescente estar e principalmente improvável para uma festa acontecer.
Você provavelmente não entenderia, mas é claro que vou explicar. Pois bem, estávamos todos nós indo para aquele inferno conhecido como escola. Para aquelas pessoas um pouco mais santinhas que ainda não entenderam, sim, eu e meus amigos estávamos praticamente invadindo a escola.
Miguel, Thiago e sabem-se lá mais quantos haviam sabotado os sistemas de segurança da escola. Câmeras e alarmes desligados... Mas por precaução sempre que alguém entrasse trancaria à porta.
Sendo assim estávamos todos nós do lado de fora. Austin e Jake olhavam para nós com cara de culpa.
- Sabem de uma coisa hilária? – Austin tentou amenizar o dano.
-Nós nos esquecemos de trazer a caixa com grampos. – Jake disse tão rápido e tão baixo que nós quase não ouvimos.
-Vocês o quê? – Liz e Emma gritaram ao mesmo tempo.
-Ah nossa! Que lindos palhaços, parabéns! – Milena exclamou com ironia e mal humor.
-Como vamos conseguir arrombar a porta agora sem que ela estrague? – Gabi perguntou com certa irritação na voz, o que não era lá muito comum para a menininha delicada.
Liz, Emma e Walt olharam para mim.
-Vocês esqueceram... Mas eu sabia que vocês iam esquecer então eu mesma trouxe uma caixinha cheia. – eu disse mostrando uma caixa ainda fechada de grampos de cabelo.
Meus amigos começaram a gritar comemorando que nem malucos; o que de fato todos eram.
-Dali Raio de Sol! – Jake exclamou e começou a rir sabendo que eu não gosto muito do apelido.
-Repita isso de novo e você vai sofrer uma morte lenta e dolorosa – minha voz soou fria e senti a tensão no corpo dos meus amigos. Eu na realidade estava brincando, mas era hilário ver o medo que eles tinham de mim.
-Beleza! – Jake disse com uma leve expressão de medo.
Eu ri e toda a tensão sumiu de todos eles. Segui para perto da porta e me ajoelhei no chão de modo que pudesse ficar da mesma altura que a fechadura. Tirei um grampo da caixa e o coloquei na fechadura como se fosse uma simples chave. “Como por magia” a porta abriu normalmente e todos nós seguimos pelos corredores nada escuros da escola.
Todas as luzes estavam acesas e meus amigos foram correndo para o local mais barulhento possível. Eu fiquei para trás. Novamente me ajoelhei no chão e coloquei outro grampo na fechadura e tranquei a porta. Walt ficou ao meu lado.
- Sério? Não vai desgrudar de mim um segundo? – perguntei. Era para soar como uma bronca, mas eu sorria docemente.
- Sim, é sério mesmo. – ele respondeu também sorrindo.
- Por que você não se diverte mais?
- Não sei... E por que, exatamente, você esta nessa festa? – abri a boca para responder, mas ele me interrompeu – Não Sadie. Seja sincera. Sei que tem muito mais do que apenas se divertir com os amigos.
Eu suspirei cansada.
-Você é esperto, Walt. Muito esperto. Acho que pode deduzir sozinho. – Nem eu e nem ele sorriamos mais. Nossas expressões eram completos mistérios.
Ficamos assim durante algum tempo; um olhando nos olhos do outro buscando por respostas e algo mais. Não aguentei manter aquele silencio.
- Vem. Nós marcamos presença lá dentro e depois eu te explico o que eu vim fazer aqui esta noite. Pode ser?
Walt assentiu relutante e nós fomos até o pátio da escola onde uns 60 alunos dançavam e se serviam alegremente. Quem diria que isso tudo ocorreria na escola? Eu nunca!
- Escute Walt, eu quero que você se divirta esta noite. – disse olhando em seus olhos. Nós ainda estávamos longe dos olhares curiosos – Não quero que fique bancando o segurança.
-Eu prometi protegê-la, Sadie! – ele olhou nos meus olhos – Teoricamente eu sou sim seu segurança.
Eu sorri docemente e acaricie-lhe o rosto. Walt pousou sua mão sobre a minha prendendo-a em seu rosto. Era reconfortante sentir o calor que emanava da sua pele.
-Quero que seja mais que um segurança essa noite... Quero que seja meu amigo. Eu não te convenci a vir pra cá correndo o risco de sermos pegos pra você ficar parado em um canto apenas olhando para mim!
Beleza... Eu menti. Não queria Walt como um amigo... Mas tê-lo como amigo era muito melhor do que nem ao menos tê-lo ao meu lado.
Walt envolveu minha cintura com seus braços, me puxando para cada vez mais perto. Meus braços envolveram seu pescoço... Um abraço forte, protetor, carregado de saudade. Walt afundou o rosto nos meus cabelos e eu o senti ele inalar profundamente, absorvendo o meu perfume. Fazia tempo que eu o queria assim, bem perto de mim... Mesmo que em um simples abraço.
-Pode ser Sadie. - Walt sussurrou ainda contra meus cabelos, suas mãos percorriam minhas costas calmamente. Eu colei meu corpo ao dele apertando o abraço e logo então o soltei.
Nós então nos separamos... Walt foi para junto do pessoal da sua sala enquanto eu seguia o meio da pista de dança sendo guiada por minhas amigas. Cada uma me segurou em alguma parte do braço e me puxaram até lá.
Troquei um olhar significativo com Milena e segundos depois todas nós estávamos chamando a atenção de todos. Nossa alegria parecia contagiar a muitos... E foi assim que a pista começou a encher.
WALT/ANÚBIS
Fiquei conversando com alguns moleques fora Miguel e Thiago. Eu mal prestava atenção nas palavras que eles diziam e tão pouco nas que saiam da minha própria boca. A cada um minuto eu olhava para certa loira checando se tudo estava bem. Sadie sorria e se divertia muito com os amigos.
- OI Walt! – uma menina de cabelos curtos e lisos se aproximou. Devia ter a minha idade e estar na minha sala, mas eu não me lembrava dela.
-Oi – respondi vacilante.
-Sou a Marcella, mas a maioria me chama de Má. – ela comentou sorrindo de uma forma irritantemente parecida com a vadia da Andrea.
- Bom, é um prazer conhecê-la Má.
Ela deu um risinho irritante e começou a falar sobre assuntos aos quais não me dignei prestar atenção. A menina irritante bloqueava a minha visão da loirinha e isso estava me deixando com raiva e preocupado... Ela percebeu para onde meus olhares desejavam ir.
Marcella olhou para Sadie e eu pude ver o ódio e a inveja transbordarem de seu rosto.
- Esqueça ela! Ela nunca ficaria com você. Ela não pode lhe dar nada melhor do que eu posso!
- Olha Marcella, eu acho que você...
- Vou mostrar a você... Posso ser melhor que ela.
A menina se atirou e meus braços e me roubou um beijo. Seus lábios não eram tão macios e quentes quanto os de Sadie. Ela tão pouco tinha a mesma delicadeza... Era vulgar e asqueroso. Sua língua invadiu a minha boca contra a minha vontade... Segurei a cintura da menina com força e a empurrei para longe de mim.
Assim que me livrei dela ela se afastou emburrada como uma menina mimada. Virei-me procurando algo... Alguém especifico...
Meu coração acelerou mais do que deveria... Minha respiração ficou falha e ofegante... Meu peito doía descontroladamente... E minha mente finalmente processou o que viu: A minha loira havia saído sozinha sem que ninguém a visse.
Mas a pergunta era: ela viu o beijo?
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Não me matem!
rsrsrs acharam que acabou?
Ainda vai acontecer muitas coisas nessa festa...
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