Huntskid escrita por Mills


Capítulo 4
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora :c
Prometo atualizar bastante nessas férias, okay?! :)
xx



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– Mas... Vossa Majestade... Essas são as nossas últimas vacas. Precisamos encontrar algum animal para comer. Por que não os lobos?

– Jamais! A caça desses animais é extremamente proibida nesse reino! Quem for pego os caçando será decapitado na hora! - O homem que sugeria a ideia, se encolheu alguns centímetros. Graham, agora Rei, não tinha pena quando se tratava de sua família.

– Mas Senhor... O que faremos?

Antes que Graham pudesse responder, Suzzie, a criada de Regina, entrou no salão. Seu rosto estava vermelho e ela ofegava. Não conseguia entregar a mensagem que precisava, inspirou e expirou alguns segundos enquanto os homens a encaravam.

– Como ousa entrar no meio da minha reunião assim? - Graham havia se tornado um pouco mais arrogante após ter a coroa colocada em sua cabeça, porém, continuava obedecendo a Rainha, como combinado.

– A Rainha... Ela... O bebê... Agora.

Não era preciso dizer mais nada. O Rei olhou para o homem e suspirou.

– Terminaremos isso depois. - E sem dizer mais nada, passou por Suzzie e deixou o cômodo. Correu o mais rápido que pôde para chegar nos aposentos reais.

Regina estava deitada na cama gritando de dor. Suava frio e fazia o máximo de força que podia. O médico já estava ao seu lado a ajudando a trazer ao mundo, o novo herdeiro do trono. Graham tinha alguns nomes em mente: Emma se fosse garota ou Henry se fosse menino.

O Rei se ajoelhou ao lado da Rainha e segurou sua mão, secou um pouco do suor de sua testa e Regina sorriu para ele.

– Vai ficar tudo bem. Eu prometo.

– Faça bastante força agora. - O médico avisou. - Já consigo ver a cabeça do bebê!

Regina fez toda a força que podia enquanto Suzzie entrava no quarto, novamente sem fôlego.

Alguns minutos se passaram e o médico finalmente entregou o bebê para Suzzie, a responsável por lavá-lo e secá-lo, enquanto isso, Regina repousou sua cabeça para trás de cansaço.

– Hum... Vossa Majestade?

Graham olhou para o médico enquanto a Rainha fechava os olhos.

– Sim, doutor.

– Pode vir aqui, por favor? - Graham soltou a mão de Regina e andou até o médico, que sussurrou para o Rei. - São gêmeos, o outro já está vindo...

Graham sorriu e olhou para a Rainha.

– Regina, meu amor...

Ao invés de responder, a morena apenas sussurrou "hum".

– Temo que a Senhora precisará fazer um pouco mais de força agora... - O médico preferiu que ele mesmo desse a notícia, o que fez com que a Rainha levantasse a cabeça e arregalasse os olhos.

– O que?!

– Só mais um pouco... A cabeça do outro já está quase saindo...

Regina não podia acreditar! Um bebê não era o suficiente! Ela tinha que ficar grávida de dois! Ou mais! Ela não sabia quantos ainda viriam. Fez toda a força que pôde de uma vez só. Tudo o que queria e precisava era acabar logo com aquilo.

O segundo parto fora mais fácil e rápido. Logo os dois bebês estavam sendo banhados por Suzzie, o médico havia ido embora e Graham esperava junto com Regina para ver seus filhos.

– Já decidiu quais vão ser os nomes? - Ela sorriu.

– Acho que sim. - Ele beijou a testa da Rainha. Ambos estavam deitados.

Aqueles sete meses que passaram juntos, um se apaixonara pelo outro de um jeito que nenhum dos dois imaginava que aconteceria.

Após alguns minutos, a criada voltava com os dois bebês no colo e entregou ambos para Regina, que sentou-se na cama para observar seus filhos. Um menino e uma menina. Tanto o Rei quanto a Rainha não conseguiam conter o sorriso. A morena deixava algumas lágrimas escorrerem por suas bochechas, que Graham secava.

Regina entregou um dos bebês para o Rei.

– Quais são os nomes deles? - Suzzie sorriu enquanto perguntava. Graham olhou fixamente para Regina e respondeu:

– Emma e Henry. - A Rainha parecia surpresa com a escolha dos nomes. - O que foi? Você não gostou?

– Não. Eu gostei... Só não esperava Henry... - Graham sabia que esse era o nome de seu falecido pai? Claro que não sabia! Não havia como saber! Sua morte foi muito discreta, ninguém fora da família sabia de detalhes.

– Podemos escolher outro se quiser.

– Não. - Regina sorriu. - Henry é perfeito. - E olhou com compaixão para seu filho, que um dia seria o Rei. - Henry. Henry e Emma.

***

Graham e Regina estavam jantando quando o bebê deu o primeiro chute. A Rainha sorriu e levou a mão à barriga.

– Tá tudo bem?! - O Rei levantou-se ao ver o gesto de sua mulher.

– Sim! Ele está chutando! Vem sentir. - Ela sorriu enquanto acenava para Graham, que andou até ela e se ajoelhou enquanto tocava a barriga onde Regina indicara.

– Ele é tão forte. - O Rei sorriu enquanto a Rainha chorava por causa do primeiro chute. - Vai ser um ótimo lutador!

– Ele? - Regina riu. - E se for menina?

– Eu vou amá-la do mesmo jeito. Do mesmo jeito que eu te amo. - Ele se levantou e beijou a Rainha apaixonadamente.

***

Regina estava sentada encarando as teclas brancas do piano. Nenhuma melodia passava de sua cabeça para seus dedos. A barriga ainda não havia aparecido tanto e o casamento seria dali a dois dias. Estava nervosa. Mais do que isso... Estava apavorada!

Sempre havia governado sozinha e vivido sozinha e sido sozinha e morado sozinha... E agora ela teria Graham. Alguém com que dividir tudo. O reino, a casa, o amor. Seria bom? Teria de ser.

Antes que percebesse, a Rainha tocava uma bela música, seus dedos dançavam pelas teclas, alternando entre as brancas e as pretas. Sempre havia gostado de tocar piano, desde pequena compunha as próprias músicas, tocava e cantava.

Seu maior orgulho era seu piano branco. Quando tinha de tomar uma decisão difícil, sentava e tocava. E tocava. E tocava. E tocava. Até decidir o que fazer.

"Se Graham quiser assumir tudo, terei de dar um golpe nele. Mas nosso filho... Não posso fazer isso com o pai do meu filho. E se me separar do caçador, ele será bastardo... Preciso de alguém que assuma o trono quando eu morrer e tem de ser o primogênito não bastardo... Graham sempre foi bom pra mim, por que tentaria tomar o reino de mim?" O salão estava cheio das notas que Regina deixava passar. Não ouvia nada além de seus pensamentos. A Rainha havia fugido da prova do vestido de noiva e seria difícil diferenciá-la de seu piano branco se não preservasse seu longo cabelo negro.

Apesar de ter fugido vestida de noiva, não encontrou ninguém pelos corredores do castelo. Seu foco era exclusivamente ir para o salão onde havia o piano. Eventualmente a encontrariam ali, principalmente pelo som que o instrumento exalava naquele momento, mas enquanto não abrissem as portas, Regina ficaria ali, vestida de noiva, sentada, tocando, enquanto pensava.

"Não posso desperdiçar minha vida com um homem que não amo. Mas não posso fazer isso com o meu filho. Eu já o amo." Tirou uma das mãos das teclas e a pousou na barriga. Aos poucos, percebeu que o que tinha de fazer era seguir em frente com o plano. Se casar com Graham e ter esse filho e continuar casada com o caçador.

***

– Se alguém tem algo contra essa união, que fale agora ou cale-se para sempre.

Graham não se deu ao trabalho de desviar os olhos de Regina, sabia que ninguém havia nada contra. Ela estava tão linda. Seu vestido perseguia as linhas bem definidas de seu corpo e encontrava o chão. O corpete pressionava um pouco a barriga, porém não o suficiente para machucá-la. O mesmo era trabalhado com contas brancas e pérolas, tornando-o luxuoso e delicado. A saia rabo de sereia realçava os quadris e afinava as pernas. A seda dava um tom maravilhoso quando entrava em contato com a pele de Regina. Seus olhos bem marcados com delineador realçavam o olhar penetrante da Rainha, seus lábios pareciam maiores e mais carnudos com a presença de um batom vermelho brilhoso e por fim seus cabelos... Os longos e negros cabelos de Regina estavam presos num sofisticado coque que não deixava um fio fora do lugar.

Em nenhum reino havia uma mulher mais bonita que ela. Uma mulher mais respeitada que ela. Uma mulher melhor que ela.

Graham se perdeu na beleza de Regina e o tempo pareceu parar. Ele queria tocá-la, acariciá-la, beijá-la, tê-la. E ele teria, era só uma questão de minutos. Não podia esperar, tinha de prová-la agora. Nesse momento.

– Regina Mills, você aceita Humbert Graham como seu esposo?

A Rainha tentou conter o sorriso, porém não conseguiu.

Graham mal podia esperar para chegar sua vez logo, aceitar, beijá-la e sair dali para um lugar onde ficassem sozinho.

– Aceito. - Regina sorriu mostrando seus dentes perfeitamente alinhados.

– Humbert Graham, você acei...

– Aceito. - O caçador interrompera o padre no meio da frase e se aproximou de Regina. Segurou sua cintura e sua nuca e beijou-a apaixonadamente, porém, o beijo da Rainha era frio. Ela não havia o recusado, mas não entregara-se para o caçador, que não recuou. Até o padre pigarrear.

Ao se afastar de Regina, a mesma demonstrava um olhar confuso estampado no rosto.

***

– Você quer falar sobre o beijo? - Graham perguntou, sabendo que Regina queria.

Eles haviam chegado onde passariam a lua de mel e a Rainha estava tirando os acessórios que usara no casamento.

– A gente deve falar das coisas agora, não é? - O caçador levantou da cama e andou até o banheiro, onde Regina soltava o cabelo. Ao vê-la, percebeu que por ter ficado preso muito tempo, o cabelo estava ondulado, mais bonito que o normal. Mais natural. Ela era tão linda. Ele estava apaixonado por ela. Tentou não sorrir mas escapou.

– Do que você tá rindo? - Ela se virou para o espelho procurando algo errado com sua aparência.

– Eu não tô rindo... Eu tô sorrindo. - Ele andou até ela e segurou seus ombros. - Você é linda, sabia? - A Rainha abaixou a cabeça e o caçador pôs a mão no queixo dela. - Nunca vou parar de falar isso. - E sorriu de novo. - Você é linda. - Aproximou o rosto do dela e ela recuou.

– Eu quero falar sobre o beijo. - Regina saiu dos braços de Graham e o olhou profundamente. O caçador suspirou.

– Você disse que tinha de ser convincente.

– Convincente. Não desesperado! Você nem o deixou terminar.

– Ah, foi romântico, vai... - Ele sorriu e acabou arrancando um sorriso da Rainha também.

– Foi... - Ela teve de concordar enquanto tentava alcançar os botões do vestido.

Graham pôs-se atrás da Rainha e abriu os botões. Um por um. Até abrir todos. Regina segurava os longos cabelos para cima, deixando sua nuca completamente nua, assim como suas costas. Após abrir os botões, o caçador beijou a pele da Rainha que se virou para que pudesse beijá-lo de verdade. O batom vermelho agora pertencia às duas bocas, não apenas à dela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, achei um capítulo tão fofinho