Conquista escrita por Anny Taisho


Capítulo 1
Capítulo Único




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/35902/chapter/1

Conquista

 


Ele a havia conquistado de uma maneira que ninguém jamais conquistara ou conquistaria.


Capítulo Único.


Trinta minutos de atraso.


Esse era o tempo que estava esperando.


O Grey’s room já estava cheio, as mesas quase todas ocupadas por casais, e tudo indicava que era a única pessoa sem acompanhante em todo salão.


Não se conformava com isso, ele estava tentando um encontro há um mês e quando consegue, se atrasa. Pelo menos se não viesse podia dizer que não havia ido também.


Ajeitou o vestido vermelho que tinha um grande decote frontal e ficava um pouco abaixo do meio da coxa.


- Então, já decidiu o que vai pedir?


Um barman que parecia alguns anos mais novo e tinha uma carinha de bebê, veio atendê-la.


- Talvez um vinho?


- Não para uma dama de vermelho.


De bebê só tinha o rosto, e viu que não perderia a chance de cantar a única mulher sozinha do salão.


- E o que me recomenda?


O jovem aproximou-se e apoiou o tronco na mesa ficando alguns centímetros mais perto do que precisava.


- Algo mais forte. Um Martini.


- Que seja então.


A loira não pôde deixar de retribuir o sorriso que lhe fora dirigido. A preparação do drink pareceu mais extravagante do que o necessário, mas não ia cortar o barato do pobre rapaz. Tinha uma chegada melhor do que a de muitos homens mais velhos.


- Aqui está... Não sei o seu nome.


- Riza.


- Não é muito comum, faz jus à dona.


- sorri sem mostrar os dentes – Obrigada...


- Lance.


- Obrigada, Lance. – o rapaz parecia gostar do batom vermelho que usava nos lábios –


- Então, o que faz aqui sozinha? Esperando alguém?


Riza não acreditava que estava flertando com um garoto que não devia ter mais que vinte e um. E tinha que admitir que ele era bom, mas antes que pudesse responder, uma voz grossa e conhecida respondeu por si.


- Sim, ela está.


Olhou para trás para confirmar a identidade do homem. Era Roy, o atrasado Roy com cara de poucos amigos para o garoto.


- Conhece esse homem?


Lance parecia pronto para colocar Roy em seu devido lugar, o que não seria de todo mal, mas não podia expor um jovem tão prestativo a ira de um militar treinado.


- Conheço sim, Lance. Esse aqui é o Roy, meu acompanhante que me deu o maior bolo.


O moreno olhou para os bancos ao lado da loira e viu que estavam ocupados.


- Vamos para uma mesa?


- Não sei, aqui está tão agradável.


Roy viu um sorriso brotar nos lábios do frangote e teve vontade de incinerá-lo.


- Mas não tem espaço para mim aqui.


Riza havia voltado seu corpo de volta para o balcão do bar.


- Bem, se tivesse chegado ás nove, teria.


- Eu tive um imprevisto. Agora podemos ir para uma mesa?


- Já que estou aqui mesmo.


- Vai querer alguma coisa?


- Um Whisky


Riza pegava o drink quando foi impedida pelo barman.


- Eu levo para você, Riza.


- Obrigada.


O casal se encaminha uma mesa mais perto do trio que fazia musica ao vivo. E logo são seguidos por Lance que entrega o Whisky de Roy sem olhá-lo fazendo questão de entregar o de Riza olhando-a.


- Muito gentil, Lance.


- Muito gentil.


O barman volta para o bar, deixando-os a sós.


- Antes que você venha com outra frase ácida, deixe-me dizer que não cheguei na hora porque o Hakuro apareceu lá na sala assim que você saiu e ficou me alugando.


- Tudo bem. Estava muito interessante por aqui também.


A loira lança um olhar para o bar.


- Com certeza, o frangote deve ter ganhado o dia por ter tido a chance de te cantar.


- Oh Roy, nem todos os homens são como você.


- Mas garanto que todos não perderiam a chance de cantar uma senhorita sozinha e tão atraente.


- Que seja.


O silencio instalou-se e Riza não fazia a menor questão de quebrá-lo.


- Vai ficar em silencio a noite toda?


- Não tenho nada para dizer.


- Que tal começar falando porque decidiu aceitar meu convite?


- Se eu não aceitasse você ia continuar a ser inconveniente.


- Nossa, e eu achando que você aceitou para apreciar minha companhia.


- Não seja metido, nem todas as mulheres querem estar ao seu lado.


- Você não vai me ajudar, não é?


- Ajudar?


Roy permanecia olhando os lábios rubros e colo desnudo. Era inevitável parecer extremamente interessante. Em nenhum momento ele olhava para alguma senhorita ao redor.


- Você não acha que eu tive um bom motivo para ser tão insistente?


O moreno balança um pouco a cabeça e põe os antebraços sobre a mesa. Era visível que ele tinha um braço bem trabalhado, o que se podia esperar do Cara da central?


- Eu tenho uma teoria.


- Prossiga.


- Você queria provar para si mesmo que podia conseguir sair com qualquer mulher.


- Interessante, mas não chegou nem perto.


- Então qual foi o motivo?


- No seu último dia de folga, eu não me lembrava disso e fiquei extremamente agoniado, não sabia por que você estava atrasada e muito menos por que ninguém parecia preocupado. Toda vez que a porta se abria, eu tinha certeza de que era você, mas você não apareceu. O telefone tocava e nenhuma vez era você ou notícias suas. Eu estava a beira de uma sincope quando o Fury comentou que nos seus dias de folga aquele lugar ficava uma bagunça. – Roy dá uma risada – Foi então que eu lembrei que era quinta-feira, seu dia de folga e cai no riso.


Riza estava chocada, esperava qualquer explicação mirabolante, mas aquela, nem em seus devaneios mais românticos e impossíveis.


- Não vai falar nada?


- pega o Whisky do moreno que estava a sua frente e vira a dose – Acho que preciso de mais uma dose.


- Só isso?


Roy estava meio frustrado, esperava, na pior das hipóteses, que ela lhe desse um fora e na melhor delas, uma recíproca. Ou um meio termo que indicasse confusão por uma notícia inesperada. O que era o mais provável.


E a frustração dele não passou despercebida aos olhos castanho-avermelhados.


- Desculpe, não foi minha intenção parecer insensível. É que eu estou meio que chocada...


- Um choque bom ou um choque ruim?


- Bom...


- Olha Riza, eu não estou fazendo isso por gratidão por você ter ficado sempre ao meu lado ou por capricho. Estou fazendo isso porque eu realmente gosto de você, mais do que já gostei de qualquer outra. Ainda não posso dizer que te amo e garanto que você também, mas eu queria uma chance de descobrir.


- Nossa! Eu esperava qualquer coisa, menos isso.


- Eu também nunca pensei que ficaria tão apegado a uma só mulher.


- Eu não sei o que pensar... – ela pega outra dose, mas tem seu pulso preso por Roy –


- E ficará mais difícil se tomar mais uma dose. – pega o copo –


- O que você quis dizer com uma chance?


- Estreitar relações com você. – o moreno pega a mão dela entrelaçando seus dedos com os dela –


Um tom rosado atinge a face alva, deixando-a ainda mais linda aos olhos deles. Era muito engraçado o fato de nenhuma de suas investidas tê-la deixado corada, enquanto um simples gesto fazia esse serviço.


- puxa a pequena e mãozinha dando um beijo nela – Você fica ainda mais linda coradinha.


- Você é muito inconveniente.


- Não mude de assunto, eu quero saber se você vai ceder um espaçozinho do seu coração para mim.


- Posso...


- Então olha para mim e diz isso.


- levanta o olhar – Eu posso ceder um espaçozinho.


- Então eu quero um beijo.


- Hey. – ela se afasta dele separando as mãos – Você nunca ouviu falar que não se beija no primeiro encontro? Ou, no máximo, beija-se ao fim dele.


- Mas nós nos conhecemos há muito tempo, não necessitamos dessas formalidades.


- Se você for um bom menino, eu posso te dar um beijo, mas só se você se comportar direitinho.


- passa a mão sobre o rosto – Eu, aos trinta anos, estou passando por uma experiência de adolescente no primeiro encontro.


A loirinha apenas deu uma risadinha gostosa.


- Não tem graça nenhuma.


- Tem sim.


Roy também sorri e acaba por atender ao pedido dela de ser um menino bonzinho. Passando a conversar banalidades, tinha que admitir que a companhia de Roy era muito agradável.


- Se você não me der um beijo, eu vou roubar um.


- E vai levar um tapa na cara... – ela ri mais um pouquinho –


- Em vista de levar um tiro, não é um preço muito alto. – pega a pequena mãozinha de novo e passa a brincar com os dedos dela – Essa mãozinha não pode fazer um estrago muito grande.


- Você não tem um pingo de vergonha nessa cara lerda.


- Nem um pouquinho...


Do nada, a expressão do moreno se fecha.


- O que foi?


Roy rola os olhos e passa as duas mãos o rosto.


- Será que você poderia me fazer um favor?


- Lógico.


Ela não sabia o que tinha acontecido, mas não se importava de fazer algo para que o clima agradável voltasse.


- Sobe esse decote! Eu não agüento mais que toda e qualquer presença masculina que passe por nós encare seu decote como se não houvesse nada mais interessante no salão.


Riza não pôde deixar de rir, ela pensando que tinha acontecido alguma coisa e ele apenas incomodado com alguns olhares indiscretos que ela ignorava.


- E talvez não haja.


O belo rosto masculino se contorce em uma careta.


- Eu também acho que não haja mais interessante, mas me incomoda profundamente.


- Então você também estava olhando?


- Um pouquinho... Mas eu posso.


- Okay, vamos embora então, porque eu já bebi demais e não vou mudar nada na minha roupa.


- Vamos então.


Roy, depois de uma pequena discussão com Riza que queria pagar o que consumiu, paga a conta e assim o casal segue para o estacionamento.


- Veio de carro?


- Não, eu sabia que ia beber.


- Quem bom, menos um problema.


Roy abre a porta do passageiro para a loira e segue rapidamente para o prédio dela.


- Parece que chegamos.


- É... – a loura desce e o moreno também – Foi muito bom.


- põe um mexa do cabelo louro atrás da orelha dela – E eu espero muito que na segunda você não finja que nada aconteceu.


- Você acabou de avacalhar com meu plano “A”.


- Então esqueça qualquer plano alternativo, porque eu vou descobrir e avacalhar com eles também.


- Certo, nada de planos de fingir que nada aconteceu.


- Boa menina. – Roy lhe dá um beijo na testa –


Riza não acreditava naquilo, ele realmente estava sendo um bom menino. Não tentou nada, nenhuma gracinha. Tinha que admitir que havia sido muito fofo da parte dele.


- Roy...


- Hum... – vira o rosto em direção a ela –


- Você foi um menino melhor que a encomenda.


- Que bom. – ele põe as mãos nos bolsos, voltando a caminhar em direção ao carro –


- Acho que você não entendeu.


Riza caminha até ele e coloca as mãos sobre os ombros largos fazendo-o virar o rosto que depois foi segurado pelas mãos da atiradora.


- Você merece um beijo.


A loira cola seus lábios com os dele. Fez uma coisa que queria fazer a muito tempo e não tinha coragem.


Não sabia como, mas Roy havia conquistado-a de uma maneira que mais ninguém conseguira ou iria conseguir.


Fim


Eu sei, eu sei, que no começo pareceu que isso ia acabar em um hentai.


Só que eu achei essa fic tão fofinha que não quis estragá-la com meu hentai ainda em construção.


Mesmo assim espero que gostem e comentem.


Kiss


-


 


 


 



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Conquista" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.