Charlotte's Web escrita por Lady Lynx


Capítulo 4
Vai ficar tudo bem.


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho um pedido de desculpas a fazer. Loh, por favor, não me mate por esse capítulo. Eu comecei a ler sua fic "Conflitos" e descobri que tem um capítulo exatamente igual ao começo desse. Peço que perdoe a minha pessoa por essa inconveniente coincidência. Não foi minha intenção fazer com que minha humilde FanFic se assemelhasse a um plágio de suas magníficas Histórias que nem se comparam as minhas. Por obséquio, NÃO ME ODEIE!
Enfim, está aí. Grissom conhece Charlotte e os três (Gil, Charlie e Sara) ficam mais "amigos". Tomara que gostem, Loh me desculpa.



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“Ela ouviu um último som de algo se esbarrando na parede e finalmente criou coragem para sair de seu quarto.

Caminhava devagar pelo imenso corredor. Os pequenos pés descalços tocando o chão frio sem fazer um ruído sequer.

Estava tudo escuro, a única luz vinha da porta entreaberta do quarto dos pais, lugar de onde estavam vindo os gritos e as batidas.

Se apoiava na parede com as mãos para não tropeçar no meio daquela escuridão. Quando finalmente chegou ao quarto no fim do corredor, respirou fundo e empurrou a porta com força.

- mamãe? – seus olhos assustados procuravam por todos os lados a figura de sua mãe.

Finalmente a avistou, encostada na parede no canto do quarto, encolhida e com as mãos no rosto. Estava chorando.

Se aproximou um pouco mais dela e viu ao seu lado no chão uma faca de cozinha, toda suja com algo vermelho.

- mamãe, o que ‘tá acontecendo? – ela levantou o rosto e olhou para a filha, que se espantou com ao ver que suas mãos estavam sujas da mesma cor.

- Sara, saia daqui! – ela alertou, tentando não parecer brava.

Então ela olhou para a cama e viu seu pai deitado dormindo, mas também estava com a camisa toda suja de vermelho assim como as paredes e os lençóis da cama a sua volta.

Ela começou a se assustar, deu alguns passos pra trás e esbarrou em algo. Olhou para cima e o que viu foi uma mulher estranha, de roupas pretas segurando uma maleta grande e uma lanterna.

Depois entraram no quarto policiais e outras pessoas vestidas como ela, que foram na direção de sua mãe. Mas antes que ela pudesse ver o que iam fazer, sentiu alguém segurar sua mão.

- venha querida, vamos sair daqui, ok? – a mulher disse num tom carinhoso, sorrindo.

Sem entender muito bem o que estava acontecendo, ela foi mesmo assim.

Do lado de fora de sua casa, segurando sua mão, a mulher a levou na direção de um dos vários carros enormes com luzes vermelhas e azuis piscando, estacionados na rua.

Eram os vizinhos que ouviram a briga e chamaram a policia.

De repente Sara ouviu gritos. Parecia a voz de sua mãe. Se virou para ver o que estava acontecendo e viu os policiais a trazerem para fora da casa a força, já que ela não parava de se debater e gritar.

- mamãe? – Sara se assustou ao ver aquelas pessoas machucando sua mãe. Se soltou da mão da mulher e correu em sua direção.

- Sara? Sara! – ela também tentou se soltar em vão, aqueles policiais eram muito fortes.

Sara parou quando chegou perto, ficou com medo daqueles homens. A mulher conseguiu chegar até ela e pega-la novamente pela mão.

- querida, sua mãe vai ficar bem, venha comigo!

Mas ela nem ligou – não machuquem a minha mãe!

- Sara! Saraaaaa...”

“Sara? Querida você esta bem?”

Ela se levantou num pulo, estava suando e havia desarrumado a cama toda. Seu travesseiro estava caído no chão e Grissom estava sentado ao seu lado na cama, a olhando preocupado.

“meu amor o que aconteceu, você me deu um susto!” ele tocou seu rosto e viu que ela estava processando o que tinha acabado de acontecer.

“nada, foi só... um pesadelo!”

“o que foi?”

Primeiramente ela hesitou em contar a ele. Aquela história estava acabada, era melhor esquecer. Mas ele era seu marido, não só isso, um conselheiro.

“eu sonhei com a noite em que meu pai morreu... Eu... “Revi tudo o que aconteceu...” ela olhou triste para os lençóis, apenas para não ter que olhar para Grissom que ela sabia que a observava com aquele olhar preocupado.

Uma brisa que veio da janela balançou as cortinas e fez Sara se arrepiar. Ela olhou para fora e viu que era de manhã. Quando ia se levantar Grissom a parou.

“hey, aonde pensa que vai?”

“tomar café... Eu acho!”

“não, fique aqui na cama, você precisa descansar e sabemos que não é todo dia que você consegue!” ele a olhou de uma maneira que a fez entender o que queria dizer. Ele estava falando dos “crimes” que a faziam acordar em plena madrugada.

“mas eu estou com fome!” Sara o encarou de uma forma engraçada. Ele sorriu.

“eu te trago café!”

“na cama?”

“claro, como as princesas devem ser tratadas” ele deu um beijo rápido nela, que sorriu dando-se por vencida, em seguida se acomodando na cama.

Grissom foi para a cozinha, voltando alguns minutos depois com uma bandeja.

Nela tinha seu café da manhã favorito, panquecas – do jeito que “só ele sabia fazer” – e como sempre uma xícara de chocolate quente. Ele também acrescentou algo “não comestível”: um copo de vidro fino com água e uma margarida branca dentro.

Mais tarde, depois de comerem, Sara contou mais detalhes do caso e mostrou a Grissom o desenho que Charlotte fez. Ele ficou impressionado quando ela disse que só tinham se visto uma vez antes dela fazer o desenho. Parecia até que aquilo “significava algo”.

“mas como assim, isso não faz sentido!” Sara e Nick não paravam de rir do que Greg disse.

Estavam os três almoçando no Frank’s, quando o bip de Sara tocou. Ela olhou para Nick e depois para Greg, e eles perceberam que ela não podia adiar.

“gente, eu...”

“vamos fazer a conta antes, pra saber quanto cada um vai pagar...” Greg disse como quem não quer nada.

“eu tenho uma ideia melhor...” Sara se levantou da cadeira e pegou sua bolsa.” vocês pagam e eu fico devendo essa.” antes de sair ela passou do lado de Greg e deu dois tapas em seu ombro. Ele ficou emburrado e Nick sorriu.

Olhou para trás e viu Sara já fora do restaurante. Suspirou e viu Nick de pé.

“ei, aonde vai?” ele colocou a mão na frente dele para não poder passar.

“já deu a minha hora, Greggo. Eu também vou ficar devendo.” ele saiu normalmente e Greg suspirou.

Quando se virou para a frente viu uma garçonete nervosa com um bloco de papel na mão. Ela arrancou uma folha e botou sobre a mesa. Greg pegou sua carteira, resmungando.

“Jim.” Sara viu ele se aproximar dela. Estava perto de uma das salas de interrogatório parado olhando pra dentro.

“que bom que veio. Temos um problema grave.”

“o que foi?”

“você trabalha no caso da garota órfã, não é?”

Ela estranhou e respondeu “sim, Finn e Nick também...”

“claro, mas, você sabe que a mãe dessa menina...”

“Charlotte.” Ela o interrompeu. Brass suspirou e continuou. “como a mãe dela se chama? Eu não fiquei sabendo...”

“Mary Anne Harrison. Bem, você sabe ela era... como posso dizer...”

“uma esquizofrênica.” Sara interrompeu pela segunda vez e o deixou impaciente.

“bem, pediram pra que conversássemos com ela um pouco, apenas para garantir que ela não vai fazer no tribunal um escândalo tão grande como fez na cadeia.”

“ela esta aqui?”

“ali.” Jim apontou para dentro da sala. Uma mulher estava sentada ali, algemada e com a roupa laranja da prisão. Ela tinha o cabelo todo desarrumado e os olhos castanhos como os de Charlotte.

“bem... vamos entrar?”

“já falamos com ela.”

Sara ficou totalmente confusa. “então... não precisam de mim!“ ela fez um olhar obvio para Brass, que suspirou de novo e continuou.

“o problema é que ela surtou quando perguntamos se ela batia na filha. Começou a perguntar onde ela estava e quando soube do orfanato pediu para vê-la. E claro que não íamos deixar mas... Ela disse que não vai sossegar até ver a menina...”

“ainda não entendi pra que precisa de mim...” Sara falou normalmente, deixando Jim visivelmente irritado.

“você vai com Mitchel ao orfanato trazê-la aqui!” ele disse já com um tom de voz mais elevado.

Sara suspirou, viu Mitchel se aproximar dela e assentir coma cabeça.

Ela olhou para o chão pensando no que Brass disse. “pode não ser uma boa ideia... ela pode surtar e ferir a Charlotte...” Sara disse sem mesmo olhar para Jim.

Ele deu um longo suspiro. “não podemos arriscar. Se ela surtar aqui, terão guardas, mas no tribunal o negócio é diferente. Vão botar a culpa na gente.” Ele colocou a mão no ombro dela e viu Sara olhar em seus olhos. “sei que simpatizou com a garota, soube que você também perdeu seus pais assim e sinto muito. Mas não vamos deixar ninguém machuca-la, por isso eu preciso que você vá.”

Com um olhar amigo Brass conseguiu fazer Sara concordar. Ela e Mitchel foram ao estacionamento, pegaram o carro e partiram em direção ao orfanato Olsen.

Eles estacionaram o carro e Sara conseguiu ver o quão pequeno o lugar era. Pequeno e velho. Pensou que Charlotte talvez não se adaptasse, aquele lugar era triste como sua antiga casa.

Ela e Mitchel entraram no prédio, que por dentro não era tão ruim. Viram uma mulher que aparentava ter 30 anos, recostada em uma cadeira atrás de uma mesa lixando as unhas.

Mitchel disse que vinha do laboratório buscar Charlotte. Jim já tinha ligado para avisar que era para a policia, e depois ela voltaria. Ela pediu que ele assinasse alguns papeis e se levantou para busca-la. Entrou em uma porta em um corredor e saiu algum tempo depois com Charlotte segurando sua mão.

Assim que viu Sara ela sorriu. Conseguiu se soltar da mão dela e correu na direção de Sara.

A principio ela não sabia o que fazer, mas quando Charlotte estava bem perto, Sara não soube dizer porque, mas simplesmente se abaixou e a abraçou também. A mulher ficou parada encarando o policial que também não entendeu aquela “intimidade”.

Assim que se separaram do abraço Sara ficou de pé e viu Charlotte pegar sua mão.

“o que ‘tá acontecendo?”

“você vai ter que vir conosco, Charlie, temos que falar mais com você.”

“tem a ver com a minha mãe?”

Sara suspirou. Ela era mesmo esperta.

“sim... mas eu prometo que ela não vai nem tentar machucar você... eu vou estar lá.”

Olhou em seus olhos para convencê-la e conseguiu. Charlotte assentiu e seguiu os dois para dentro do carro.

Sara foi no banco de trás, junto com a garota. Percebeu que ela estava concentrada na vista da janela, e parecia um pouco nervosa. Segurou sua mão.

“vai ficar tudo bem.”

Ela olhou nos olhos de Sara por um momento. Olhou para o policial dirigindo e sua frente e respirou fundo.

“eu não quero voltar pro orfanato... as outras crianças não gostaram de mim. Elas souberam do que aconteceu com a minha família e me chamaram de esquisita...”

Sara sorriu forçosamente. “eu sei como é... parecem que te evitam porque não gostam de você, mas na verdade elas tem medo.”

“medo do que?”

“eu não sei...” Sara balançou a cabeça negativamente “são muito pequenas, devem ter medo do que aconteceu com seus pais...”

Charlotte ouviu o que Sara disse e parou para pensar. Ela não tinha medo. Ela estava acostumada com gritos e machucados novos todos os dias.

Depois de um tempo de silencio, ela resolveu esquecer aquele assunto.

“qual sua comida preferida?”

Mitchel, que já acompanhava a conversa das duas desde o inicio, virou um pouco o espelho retrovisor para também poder vê-las.

Apesar de estranhar a pergunta, Sara agiu naturalmente. Pensou um pouco e respondeu:

“pizza vegetariana, eu acho...”

“você não come carne?”

“não... e você?” as duas estavam se sentindo confortáveis com aquele assunto.

“eu amo panquecas!”

“doces ou salgadas?”

“de qualquer jeito, são uma delicia!”

Sara gargalhou “eu concordo... sabe? Meu marido faz as melhores panquecas do mundo.”

“você é casada?”

“sim, com um entomologista...” Sara disse sem se importar, mas corrigiu logo quando percebeu que ela não sabia o que era aquilo.

“ele... trabalha com insetos, sabe? Captura, estuda, e na maioria das vezes guarda vivos no escritório...” ela sorriu com aquela lembrança e revirou os olhos.

“ele guarda insetos em sua casa?” ela fez cara de nojo.

“sim...”

“que tipos de insetos?”

“ah... todos os tipos. Na maioria aranhas e borboletas. Ele também ama abelhas. Me pediu em casamento em uma estufa com abelhas para todos os lados, eu até fui picada por uma delas!” ela gargalhou tirando risos de Charlotte também.

“seria legal criar borboletas, mas eu odeio aranhas...”

“eu também odiava até conhecer ele.”

Mais uma vez elas ficaram em silencio. Charlotte tentou outro assunto.

“quantos anos você tem?”

“43.” Sara parou e refletiu sobre o que disse. *estou ficando velha...*

“sério? Pensei que tivesse trinta!”

“não, eu não pareço tão jovem...” ela gargalhou.

“mas mesmo assim é muito bonita...”

Elas se olharam. Sara ficou surpresa ao ouvir aquilo. Ela sorriu agradecendo o elogio e Charlotte fez o mesmo.

“chegamos.” Mitchel estacionou o carro.

Ela olhou para fora pela janela e mediu a altura do prédio. Não tinha visto aquele tamanho enorme da ultima vez que esteve ali. Ela suspirou e apertou a mão de Sara, estavam de mãos dadas o caminho todo.

As duas desceram do carro e entraram no imenso laboratório. Sara levou Charlotte até a sala onde encontrou Brass. Ele ainda estava lá, olhando impaciente o seu relógio de pulso. Assim que viu os três chegarem suspirou agradecendo.

“ela vai a julgamento daqui a pouco, vamos acabar logo com isso!” antes que ele entrasse na sala de interrogatórios Sara o parou.

“mas como vai ser isso? Ela pode ... tentar machucar a Charlotte!” ela disse a ultima parte baixo para que a garota não ouvisse. Percebeu quando ela se soltou de sua mão e a acompanhou com os olhos até que se aproximasse do vidro da sala. Sentiu seu estomago congelar ao ver sua mãe ali dentro, sentada na cadeira com uma roupa laranja, parada olhando para o chão. De repente começou a virar a cabeça devagar. Olhou para o espelho e sorriu. Do lado de dentro ela sorria para sua própria figura refletida, mas Charlotte achava que sorriu para ela. Deu alguns passos pra trás assustada e tornou a segurar a mão de Sara.

“não vamos deixar ela machucar a criança. Eu, você e mais dois policiais vão estar lá dentro, fique tranquila!” Jim colocou a mão sobre seu ombro e a olhou quase que suplicando.

Sara apenas olhou para Charlotte, que concordou com a cabeça.

Eles entraram na sala de interrogatórios. Mary Anne olhou para eles já sabendo que iam querer conversar mais. Ao vê-la ali Charlotte se escondeu atrás de Sara, com medo.

Sara passou a mão em sua cabeça e a olhou pedindo que não tivesse medo. Ela o fez. Saiu de trás dela, tirando um sorriso de sua mãe assim que a viu.

“Charlotte, você esta bem querida!” ela parecia realmente contente, para a surpresa de Sara. Esticou os braços esperando que sua filha fosse lhe dar um abraço.

“você não estava com saudades de mim?” ela sorriu esperando uma resposta, ainda com os braços esticados. Charlotte não moveu um músculo.

“sua filha esta ai, esta bem. Agora vai colaborar?” Brass disse impaciente.

“não enquanto eu não puder abraça-la, ela é minha filha!”

Sara e Jim se olharam. Estariam preparados se ela tentasse algo.

“Charlie...” Sara a olhou de forma gentil, para que tivesse certeza de que ficaria tudo bem. Ela assentiu. Se aproximou da mãe, a encarando séria, mas por dentro com muito medo. Quando já estava bem próxima dela sentiu ser agarrada.

“minha filha!” Mary a apertou em seus braços, depois a soltou e segurou seu rosto entre as mãos. “graças a Deus você esta bem! Você disse alguma coisa aos policiais? Contou alguma coisa?”

Aquela conversa alarmou Jim. Ela mudou tão rápido de “mãe amorosa” a “mãe suspeita”...

“Charlotte, olha pra mim... Você disse alguma coisa!” ela agarrou os braços de Charlotte e começou a chacoalha-la com força, gritando.

Sara correu até ela, assim como os policiais para segurarem a mãe. Ela abraçou Sara, que saiu daquela sala o mais rápido possível.

“não! Não podem tirar minha filha de mim!” ela gritava desesperadamente vendo Sara levar sua filha. Os policiais e Jim conseguiram algema-la e fazê-la ficar quieta.

Do lado de fora, Sara e Charlotte se sentaram nos bancos do lab. Sara se levantou e pegou um copo d’água para ela, que bebeu tudo e depois foi ela mesma jogar o copo de plástico no lixo.

Alguns segundos depois Sara percebeu que ela havia se recuperado do susto. Ela parecia tentar esconder o medo que sentiu lá dentro.

“me desculpe... eu não sabia que ela ia fazer aquilo...” Sara tentou se explicar.

“tudo bem... não foi sua culpa, eu tinha certeza de que ela ia se zangar por saber que eu estou bem...” ela suspirou.

“mas agora acabou... ela não vai mais te machucar.” Sara mais uma vez segurou sua mão a fazendo olhar em seus olhos.

Então as duas viram a porta da sala de interrogatórios se abrir, saindo de dentro dela os policiais carregando Mary Anne. Ela passou reto, olhando para o chão e não viu Charlotte. Logo depois saiu Jim, que fechou a porta e foi falar com Sara.

“eu não tenho certeza de que ela vá se comportar no tribunal, mas cumprimos nossa parte do acordo.”

Ela concordou com a cabeça.

“Sara?”

Os três olharam para o corredor, de onde uma figura familiar caminhava em passos lentos sorrindo.

“Gil? O que faz aqui?” ela continuou ali sentada, vendo Jim cumprimenta-lo.

“meu amigo, como vão as coisas?”

“muito bem, Jim, não poderia estar melhor...” só então ele notou a garota do lado de Sara, que o encarava como se estivesse tentando se lembrar de onde o conhecia.

“ele é o seu marido?” perguntou para Sara, apontando para ele com a outra mão.

“sim.”

“é ele quem cria borboletas?”

Ao ouvir aquilo, Grissom sorriu.

“sim sou eu. Você é Charlotte? Sara me falou sobre você.”

“é mesmo?” perguntou com um pequeno sorriso.

“claro, ela também me mostrou o desenho que você fez. Você tem um dom para isso.”

Ela parou um pouco para pensar no que ele falava, e se lembrou do desenho que fez de Sara na noite em que se conheceram.

“eu gosto de desenhar, aquilo foi fácil.”

“mas para uma menina de dez anos aquilo é impressionante, tem muitos adultos que não sabem desenhar nem em palitinhos como... eu!”

Charlotte riu do que Grissom disse. Ele olhou para Sara, que apenas deu seu famoso sorriso seguido por um biquinho.

“bem Sar, eu fiz uma pequena ‘caminhada’ até aqui para buscar você.”

“veio até aqui andando?”

“claro.” Ele disse o mais naturalmente possível. O laboratório ficava muito distante da casa deles, tinha sido uma caminhada e tanto.

Brass que estava ali apenas ouvindo aquela conversa resolveu encerrá-la.

“esta na hora de uma garotinha voltar para o orfanato...” ele disse baixo apenas para Sara ouvir, sem sucesso, porque tanto Grissom como Charlotte escutaram.

“esta certo.” Sara se levantou e se soltou da mão de Charlotte.

“Gil, se não se importar eu tenho que leva-la de volta.”

“claro eu posso esperar... ou posso ir?”

Ela arqueou a sobrancelha. “Arthur, eu vou levar a Charlie ao orfanato, porque você quer ir?” o tom de voz engraçado que ela usou fez Charlotte ter que segurar o riso.

“depois disso vamos direto pra casa.” seu olhar despreocupado fazia tudo o que dizia parecer óbvio.

Sara olhou para Brass como se estivesse pedindo permissão. Ele rapidamente tentou se livrar.

“não me metam na conversa de casal de vocês, metade da história tem a ver com o caso, a outra com sua vida pessoal, vocês se resolvam.” Ele foi embora para sua sala.

Sara suspirou. “se Ecklie descobrir que você sabe praticamente tudo sobre esse caso, ele vai matar nós dois.”

“posso correr o risco. Vamos?”

Sara viu Charlotte se levantar e correr em sua direção para pegar sua mão.

Os três foram juntos até onde o carro de Sara estava e entraram. Sara dirigindo com Charlie na frente e Gil atrás.

“isso é verdade?” Charlotte perguntou curiosa.

“sim, infelizmente...” Sara balançou a cabeça.

Grissom estava contado da vez em que a sua curiosidade em pegar um inseto numa lagoa fez com que ele e Sara tomassem um belo banho.

Depois de um tempo em que os três riam daquela história, algo na rua fora do carro chamou a atenção de Charlotte.

“deve ser delicioso...” ela quase babava vendo a vitrine da sorveteria, cheia de imagens dos diferentes sabores que vendiam.

Sara percebeu sua curiosidade e não pensou duas vezes. Parou o carro.

“todos descendo.”

Grissom e Charlotte estranharam aquilo. Só então perceberam que estavam estacionados na frente da sorveteria.

“posso ser despedida por estar dando sorvete a uma testemunha...” ela saiu d carro e viu o enorme sorriso no rosto de Charlotte. “mas eu também estou com fome!”

Os três desceram do carro e entraram na enorme sorveteria. Eram listas e mais listas de sabores variados. Todos fizeram seus pedidos e Sara pagou. Grissom escolheu um sabor de milkshake, enquanto Sara e Charlotte pegaram casquinhas de duas bolas com o mesmo sabor: Baunilha.

Entraram no carro e comeram no caminho. De vez em quando Sara olhava para o banco traseiro para apreciar a felicidade de uma garotinha que realizou um desejo.

Quando chegaram ao orfanato, já tinham acabado seus sorvetes. Desceram os três, mas Grissom ficou do lado de fora esperando. Sara fez o mesmo que Mitchel quando foram buscá-la: assinar os papeis. Antes de ir, Charlotte a abraçou pela ultima vez e sussurrou em seu ouvido:

“obrigada.”

Depois de se separar do abraço em Sara, olhou para Grissom, encostado no carro do lado de fora e acenou para ele, dando tchau. Gil fez o mesmo sorrindo.

Ela entrou de novo na sala dentro do corredor. Sara então saiu dali. Voltou ao carro e se aproximou de Grissom.

“o que foi aquilo?” ele perguntou com um sorriso no canto dos lábios.

“aquilo o quê?” Sara não entendeu.

“um sorvete para uma testemunha...” ele fez uma voz engraçada. Sara tombou a cabeça para o lado e a balançou negativamente sorrindo.

“eu só me importo com ela, como se fosse eu mesma.” Ela respondeu com sinceridade. “alias... estou pensando em voltar aqui algumas vezes, quem sabe...” Sara o encarou engraçada.

“isso é bom, ela vai ficar feliz.” Sorriram um para o outro e entraram em seguida no carro, rumo a sua casa.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Ficou boa? O que acham que vai acontecer? Loh, me desculpa? Será que miojo fica mesmo pronto em 3 minutos? Quem aí sabe tocar guitarra?
Não precisam aturar minha burrice, apenas mandar *REVIEWS* XD



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