–Sabem jogar Poker crianças? – o azulado pergunta enquanto tirava de seu bolso um baralho de Naipe.

Estavamos no meio da floresta, perto de um lago, ninguém poderia nos pegar, tínhamos que ser discretos.

Eram dois times. Eu, Íris, Kim e Armin. Acho que deveria ser o Alexy mas ele insistiu em ficar no outro time onde estavam ele, Castiel, Lysandre e Jason.

Ele embaralhava e entregava duas cartas fechadas para cada.

–Eu domino nesse jogo – digo pegando as cartas de sua mão e deixando cinco abertas a nossa frente.

–Acha que pode nos ganhar? – Alexy pergunta

–Certeza. – digo.

–Olha eu não sei jogar isso não. – íris comenta.

–O Armin sabe, ele ensina vocês garotinhas.

–Não será preciso. – digo convencida.

–Tem uma coisa desse jogo que você não sabe. – ele diz

–E o que seria? – pergunto

–Quando eu jogo. Jogo do meu jeito – ele disse sorrindo - Jogaremos Strip Poker

–O que? E qual é a diferença do jogo normal? – Íris pergunta.

– É o seguinte a cada vez que um time perder, alguém desse mesmo time terá que tirar uma peça de roupa. – Alexy diz com um sorriso malicioso.

–O que? NÃO MESMO! – eu e as garotas protestamos. O trio atrás de Alexy começa a rir.

–Medo de perder e ter que ficar nua? – ele pergunta.

–Não. Eu sei que vou ganhar. – digo

–Então! – o azulado insiste.

–Ok – eu concordo, e escuto as garotas sussurrando que seria uma péssima ideia. Mas confiam em mim.

–Então vamos lá! – Alexy diz e joga um nove de copas e um nove de paus. Ótimo eu tenho um cinco de espadas.

–Precisamos de um sete de paus e um três de ouros – sussurro para as garotas e elas se entre olham confusas.

–Precisam de um sete preto de florzinha e um três vermelhinho em forma de diamante. – Armin diz para as garotas.

–Ah sim! Eu tenho o sete de florizinha – Kim me alcança. E Armin me da um três de ouros.

Coloco as três cartas sob as duas de Alexy, formando Um Par.

–Acho que alguém vai ter que tirar a roupa. – eu digo e Alexy tira o casaco.

Na outra jogada os garotos conseguem fazer uma Trinca. E dessa vez somos nós a tirarmos uma peça de roupa. Eu só estou com um shorts e um blusa, Íris concorda em tirar o seu casaco.

Perdemos duas jogadas seguidas e Kim tira sua blusa e Armin o casaco. Os garotos encaram ‘’discretamente’’ os peitos de Kim que são tapados apenas por um sutiã azul.

Acertamos mais uma jogada e Jason nem reclama ao tirar a blusa. As garotas babam por alguns segundos e depois voltam a realidade. Jason não me impressiona, ele é gostoso, mais nada. Mais uma jogada é nossa, e os garotos pedem dessa vez para Lysandre. Mesmo Jason querendo tirar as calças, mas Castiel protesta.

–Eu não vou tirar a camiseta. – Lysandre diz.

–Por que não? Tenho certeza que o conteúdo de baixo dela é bom. – Alexy diz.

–Deu de ser gay, Alexy. – Kim se manifesta.

–É da minha natureza, amor. – ele responde e encara Lysandre – Vai tirar ou não?

–Não.

–Deixa que eu tiro então! – Alexy pula em Lysandre e abre os botões de sua camisa a força.

–Sai de mim cara – Lysandre grita – Alguém me ajuda!! – Todo mundo observe e ri. Mas ajudar o pobre do Lys ninguém quer.

–Shh! – Alexy leva seu dedo até a boca e faz sinal de silencio – quietinho! – Diz por ultimo e consegue arrancar a camiseta do grisalho.

Lysandre tenta pegar sua peça de roupa de volta mas Alexy enrola e enfia dentro das calças.

–Vem pegar amor.

–ALEXY EU VOU TE... – lysandre grita indignado.

–Comer? – o gay interrompe

–Meu deus, deu de gayzisse e vamos voltar para merda desse jogo! – Armin diz

Voltamos ao jogo. Dessa vez a partida demorou mais. Castiel joga bem, Lysandre fica se esquecendo o nome das cartas e Jason, bem Jason torce para que algumas de nós tiremos mais peças. Alexy joga mais uma vez. Mas por sorte tenho três cartas A’s e ganho dele por duas vezes. Dessa vez ele tira a calça, e fica apenas com sua camiseta laranja de gola ‘’v’’ e samba canção branca com imagens do bob esponja na estampa e Castiel tira sua camiseta deixando a mostra seu peitoral...sexy. No escuro não dava para ver muita coisa, mas o que dava já era de bom tamanho. Eu me perco nos meus pensamentos e as garotas me chamam, é nossa vez. Elas poderiam pedir ajuda para o Armin se ele não estivesse jogando no psp portátil dele... Ah, e Alexy não era tão bom quanto pensei que era. Se exibiu á toa.

Por enquanto estamos ganhando de cinco á três. É a vez dos garotos e quem joga é Jason.

–Quero ver o corpinho de vocês. – ele diz colocando cinco cartas na mesa. Três A’s e dois reis.

–Seu filho da puta. – xinguei

–O que aconteceu? – Íris pergunta.

–Ele ganhou essa partida. – digo – Vai, alguém tira uma peça de roupa aí.

Armin larga suas cartas viradas atrás dele e tira seu cachecol.

–NÃO VALE. NÃO VALE. NÃO VALE – Alexy e Jason protestam.

–Como assim não vale? – Armin pergunta.

–Cachecol não vale – Alexy diz. Acho que ele quer ver o corpo do irmão.

–Não, não vale ser o Armin. Todos do seu grupo já tiraram uma peça de roupa, menos você, Juh. – Jason diz enfatizando meu apelido com um sorriso malicioso.

–Por mim – digo segura. Mas por dentro morro de vergonha de tirar a blusa na frente dos garotos. Tento tomar coragem e levo as mãos até a barra da blusa. Como Kim não se importou com os olhares que os garotos jogaram? Bem, ela não tinha muito do que ter vergonha, até por que quase todos nós vimos o showzinho de Kim bêbada na festa da Rosa. E bem, ela tinha o que mostrar.

Subo a blusa mas antes de tira-la por completa alguém abaixa de volta. Vejo a minha frente Castiel de em pé me encarando.

–Chega dessa brincadeira escrota – ele diz se virando para Alexy – Vamos voltar para o acampamento.

–Ai Castiel – Alexy começa manhoso – Seu estraga prazeres. – diz recolhendo as cartas do chão.

Eles colocam suas peças de roupas retiradas. Menos Lysandre que se recusa a colocar sua camiseta de volta depois de Alexy ter enfiado nas calças, naquele lugar.

–Vai ficar para mim então – o azulado diz desamassando a camiseta.

–Pode ficar . Deixa isso bem longe de mim! – Lys diz se virando

–Não sabia que Lysandre tinha tatuagem – Alexy diz e eu olho para Lysandre que anda á caminho do acampamento junto de Íris e Armin.

Há um desenho em suas costas. Por causa do escuro não da para ver direito. Me aproximo mais. Até que percebo que estou passando os dedos pela tatuagem. Asas. Por que asas?

–uh? – Lysandre se vira e eu me sinto corar.

–D-desculpa. N-não sabia que tinha tatuagem – digo

–Ah, quase ninguém sabe. Nunca tiro a camisa em publico. Até hoje – ele joga um olhar mortal para Alexy.

–Não me agradeça gato. – Alexy passa por nós e desliza seus dedos pela tatuagem de Lysandre. – Nossa, que linda.

–Sai Alexy! – Lysandre se afasta e anda mais a frente. Longe de Alexy.

Mais tarde iria atrás de Lys para ver melhor essa tatuagem...

–Que horas são? – pergunto para Castiel.

–Não vai querer saber. Vai acabar com sua imagem de menina boa que dorme cedo. – ele diz com um sorriso travesso.

–Haha muito engraçado Castielzinho. – digo e puxo seu pulso esquerdo ao ver que tem um relógio. 3:48 da madruga!

–Já é tarde – digo – é melhor voltarmos para as barracas.

–Verdade. Suas amigas devem estar preocupadas com você. - debocha o ruivo se referindo a Ambre e as amiguinhas.

–Você ta um poço de piadas hoje – digo – Ei, eu nem perguntei... com quem você ficou nas barracas?

–Lysandre e Jason. – ele responde

–Pensei que ia ficar com seu melhor amigo.

–Quem? – ele pergunta confuso

–Nathaniel – sorrio debochada.

Ao escutar o nome do loiro ele fecha a cara e me joga um olhar mortal. Levanto minhas mãos em sinal de paz.

–Não vou com a cara do seu namorado.– ele diz e vai até Lysandre e Jason.

Se ele não fosse meu primo, ou melhor, se ele não fosse o Castiel, eu teria visto isso como ciúmes.

–Vamos para minha barraca gatas – Alexy aparece ao meu lado e me envolve com seu braço, o mesmo faz com Kim do seu outro lado.

–Claro gatão – Íris abraça Alexy por trás.

–É assim que eu gosto – ele diz e passa pelos garotos. – E vocês aí ainda se acham os garanhões. Me poupem. – provoca.

Não vi a cara dos meninos mas coisa bonita é que não foi.

–Alexy, mesmo com garotas á sua volta, você não consegue me passar por macho. – Kim diz e meu amigo ri.

[...]

Chegamos ao centro do acampamento e nos separamos. Cada um vai para o seu canto.

–Ei Lys! – Alexy chama antes que o grisalho tome seu rumo para a barraca.

–O que? – ele pergunta desanimado e o azulado manda um beijo no ar para ele.

–Boa noite lindo!

Acho que por já estar cansado e não querer bater na cara do ALexy, Lysandre joga outro beijo e volta para a barraca. O único que não entra é Castiel que se senta num tronco e tira algo de seu bolso.

Aviso para as garotas, Alexy e Armin irem na frente. Eles concordam e vão para suas barracas vou até o ruivo e sento ao seu lado.

–Por que não foi com as garotas e o Armin? – ele pergunta.

–E o Alexy – corrijo

–Eu já mencionei o Alexy ao dizer ‘’garotas’’ – ele diz e eu rio. Não é legal da minha parte rir sobre a sexualidade do meu amigo mas, ele também não parece se importar.

–Eu não fui por que – começo – decidi ficar um pouco com você. Admirar essa linda paisagem do nada – digo com um sorriso forçado. Ele sorri, acho que não ouviu nada a partir do ‘’você’’. – Então, o que tem no bolso? – pergunto curiosa

–Ham? – ele se faz de confuso

–Você estava pegando algo no bolso. O que era?

–Ah, n-nada.

–Sei... – finjo não me importar e rapidamente meto a mão em seu bolso antes mesmo que ele me impeça.

Tiro uma caixa. Uma caixa de cigarro. Oh não!

–Cigarro? Sério? Achei que já tínhamos falado sobre isso Castiel Miller.

–Ah, não vem com essa – ele fala jogando a cabeça para trás e bufando.

–Desculpe se me importo com sua saúde seu idiota. – digo irritada e ele sorri. Parece gostar do que eu disse.

–Dá para me devolver? – ele volta ao normal.

–Não! – digo e tento guardar no meu bolso. Só tem um probleminha. Meu shorts não tem bolso. Então seguro firme em minhas mãos para que ele não possa pegar.

Ele ri e encara o chão.

–O que foi? Por que ta rindo? – pergunto

–Você parece a minha mãe. – ele diz sorrindo e eu coro com suas palavras.

– Isso faz mal Castiel – Digo trocando de assunto e apontando para a caixa de cigarro. – Isso mata. Meu antigo vizinho morreu por que fumava muito, e ele era novo, não tanto quanto você mas era novo. - conto

–Eu não fumo muito – ele diz – Só as vezes. Não é sempre.

–Mas isso vicia e pode acabar virando algo frequente para você. Me prometa, me prometa que vai tentar parar. – digo e seguro sua mão. Ele encara nossas mãos por alguns segundos e revira os olhos. – Me prometa – insisto.

–Ta, eu prometo – ele diz e eu não acredito muito em suas palavras. Mas já é algo.

–Isso fica comigo. – digo me referindo ao cigarro. Ele faz cara de desgosto mas não reclama.

–Você é muito dramática sabia? – ele diz chegando mais perto de mim.

–Eu sei. – digo sorrindo – Bom, acho que vou dormir. – digo me levantando mas ele puxa meu pulso me fazendo voltar.

–E-eu... – ele balbucia

–Hum? – digo pedindo para que ele prossiga.

–Boa noite – não parece que ele queria ter dito isso mas não insisto.

–Boa noite Castiel – digo e dou um beijo em sua bochecha. Ele cora e eu não duvido que esteja vermelha também. Aceno timidamente e pego caminho para minha barraca e de minhas ‘’amiguinhas’’.