Anencefalia escrita por Minori Rose


Capítulo 4
Extra: Declaração


Notas iniciais do capítulo

Uma especie de filler, só pra deixar na curiosidade KKK
Boa leitura.



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  "Faz muito tempo, mas eu me lembro... Você implicava comigo. Mas hoje eu vejo que tanto tempo me deixou muito mais calmo. O meu comportamento egoísta, o seu temperamento difícil. Você me achava meio esquisito e eu te achava tão chata"



POV Marceline

Naquele dia tive mais cinco aulas: uma de inglês, duas de português e duas de matemática. Todas super interessantes, com a mesma ladainha de sempre já que todos já se conhecem.

Assim joguei a bolsa no sofá e me arrastei até a cozinha; ninguém estava lá e por um milagre Silvia deixou comida no microondas, Deus seja louvado. Comi quase que dormindo subi e dormi até de tarde quando levantei para arrumar a bagunça. Nada de interessante aconteceu, ninguém de “esquisito” apareceu.


Dia seguinte

Ah Céus! Acordei atrasada! Tive que sair correndo feito uma louca pela casa, pegando qual roupa pela frente. Um coque foi o que deu para fazer no cabelo, e para piorar minha situação estava chovendo. Ç.Ç

Cheguei na escola já era mais de 7:05 e graças a Deus entrei junto com a professora de matemática Lúcia. Já tinham pegado meu lugar e o jeito foi sentar no fundo, do lado do Alan, perto da Bruna. Mereço cara, mereço.

Quase coloquei os olhos para fora, já que não estava enxergando nada que estava escrito na lousa; preciso de óculos, o que só vai piorar minha condição de nerd para super nerd.

– Ei, já copiei toma. – Alan disse, jogando o caderno na mesa.

– Valeu.

Peguei o caderno e copiei aquelas contas que eu já sabia fazer de cor e salteado: Equação de primeiro grau. Até que ele tinha uma caligrafia bonita...

– Acabei. – estendi o caderno.

– Marceline, me ajude. Sabe resolvi mudar esse ano vou ser um cara estudioso.

Fiz um esforço enorme para não rir, vendo que ele falou serio.

– Vou ajudar não passar a resposta.

– Claro, claro.

Ele colocou a cadeira do meu lado. Fingir não perceber os olhares furtivos de Bruna Le Bitch. Expliquei para ele da melhor maneira que pude, pelo menos fingiu que estava entendendo, e depois fizemos os restos das contas juntos. Levei os nossos cadernos para pegar ponto. No resto da aula ele continuou do meu lado, puxando assunto. Ele bebeu ou o que?

Foi naquele mesmo dia que Alan me disse uma coisa que mexeria comigo pelo menos até o resto da minha vida.

Aula de Educação Física

Gente preguiçosa não faz aula de Educação física. Pede trabalho para recuperar a nota; logo fiquei sentada na arquibancada, com O caçador de pipas na mão e fone de ouvido no Maximo. Ele sentou do meu lado, estranho porque Alan sempre joga.

Ficou me encarando quase que dizendo: “Tira o fone porra”

– Não vai jogar hoje?

– Ah, não... – Abriu a boca para dizer mais alguma coisa, seja lá o que for não disse.

Silêncio, ah constrangedor silêncio.

– Marceline... – olhei para ele, parecia nervoso, muito nervoso – hãn... Deixa pra lá.

– Não fala. – Toquei o braço dele. Essa minha mania de falar tocando as pessoas.

Gelei, ele mais ainda.

– Esquece.

– Alan... Se você não pode dizer uma coisa, ou não consegue, escreva.

Sorri e ele assentiu.

Em Casa

Eu estava comendo bolacha recheada, com a o shorts de dormir cheio de farelos e rindo de alguma coisa na TV. Alguém bate na porta e um envelope entre por debaixo dela. Larissa correu pra pegar e eu mais ainda. Peguei a carta corri para cima, entrei no quarto e tranquei a porta do quarto que dividia com ela.

Larissa ficou gritando lá fora. “ Cala a boca!” gritei.

Céus vai me dizer que ele escreveu mesmo? Eu meio que falei na hora, sei lá.

Bati a mão na roupa e os bagaços caíram. Meio que corri pra janela para ver se ele estava no outro lado da porta, mas não estava. Devo ter demorado, tremi para caramba. Segurei o envelope com força como se fosse fugiu janela ou porta afora. Sentei na cama e abri.

Leia logo!

Faz muito tempo, mas eu me lembro... Você implicava comigo

Mas hoje eu vejo que tanto tempo me deixou muito mais calmo
O meu comportamento egoísta, o seu temperamento difícil
Você me achava meio esquisito e eu te achava tão chata

Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino
Viver é uma arte, é um ofício
Só que precisa cuidado
Prá perceber que olhar só prá dentro é o maior desperdício
O teu amor pode estar do seu lado
O amor é o calor que aquece a alma
O amor tem sabor prá quem bebe a sua água

Eu hoje mesmo quase não lembro que já estive sozinho
Que um dia eu seria seu marido, seu príncipe encantado
Ter filhos, nosso apartamento, fim de semana no sítio
Ir ao cinema todo domingo só com você do meu lado

Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino

Viver é uma arte, é um ofício
Só que precisa cuidado
Prá perceber que olhar só prá dentro é o maior desperdício
O teu amor pode estar do seu lado
O amor é o calor que aquece a alma
O amor tem sabor prá quem bebe a sua água.

No verso:

Marceline, resolvi seguir seu conselho e como não sei como dizer usei a letra dessa musica, que sei que você adora. Espero que tenha entendido principalmente o meu medo de dizer isto fazer isso, que não tem nada haver comigo, mas se eu não falasse, duvido que você percebesse.

Espero resposta,

Alan V.


A letra era mesmo dele. A linguagem me surpreendeu um pouco, mas nem tanto quanto o que estava escrito ali. Quase não conseguia acreditar; encarei a carta por alguns minutos, tentei ler de novo, no entanto me faltava fôlego. Ai céus, e agora?


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capitulo, voltando ao Flashback.
Comentem.