Sete Dias Para Viver escrita por Cerine


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^^



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O despertador tocou às seis horas da manhã. Levantei da cama sem reclamar, tomei um bom banho e pus um vestido leve, com estampa florida e babados, o único vestido que eu tinha desse modelo, e que eu só havia usado uma única vez quando saí de férias da faculdade há três anos. Peguei a mochila que eu havia preparado no dia anterior e calcei uma sapatilha azul. Meus cabelos, que eram sempre mantidos presos num coque, desta vez resolvi deixá-los caídos sobre os ombros. Depois de tomar café da manhã, saí de casa rumo à minha jornada.

Caminhei pelas ruas observando cada detalhe da paisagem. As casas de diferentes cores e tamanhos, as lojas, os supermercados, as árvores e arbustos, os automóveis apressados, o céu azul e as nuvens brancas que formavam desenhos de todos os tipos. O vento soprava de maneira suave e acariciava meu rosto, e as pessoas andavam em todas as direções. Para onde será que elas estão indo? Pensei.

Finalmente cheguei ao meu destino. Tirei a lista do bolso e li:
 

5 - Passear num jardim cheio de flores perfumadas
 

Em minha frente lá estava ele, majestoso. Sempre que eu saía de casa rumo ao trabalho dirigindo meu carro, eu o via. E mesmo que nunca tivesse realmente prestado atenção nele, meu coração ansiava em um dia poder vê-lo de perto, sentir o cheiro das flores e caminhar entre elas. Certamente era um maravilhoso jardim.

Abri o portão que separava “o mundo real” daquele maravilhoso sonho e entrei. Era a primeira vez que eu entrava num jardim, e ao olhar para aquele lugar de perto, era muito mais bonito do que eu havia imaginado. Era como um mundo mágico e belo, bem diferente do trânsito, dos prédios e dos laboratórios que eu estava acostumada a ver.

Gardênias, margaridas, jasmins e copos de leite.  Rosas, girassóis, lírios e camélias. Ao passar por cada uma delas, fui sentindo seus perfumes, suas texturas e apreciando suas cores vivas. Tocar em suas pétalas e folhas era como se eu já tivesse morrido e ido para o céu.

Continuei caminhando lentamente por entre as flores, e parecia não haver mais ninguém naquele jardim além de mim. Porém, após algum tempo de caminhada, avistei alguém ao longe. Um rapaz. Ele era alto, tinha os cabelos negros e estava tirando fotos do jardim com uma câmera profissional. Mantinha-se completamente imerso no que fazia e por isso nem percebeu minha presença. Fui me aproximando dele sorrateiramente, porém, mesmo estando bem perto, ainda não podia ver seu rosto, pois a câmera ficava na altura de seus olhos.

-Pelo jeito como você maneja essa câmera profissional, deve ser fotógrafo, não é? –perguntei, e ele ficou bastante surpreso ao ouvir minha voz, levantando a cabeça imediatamente e encarando-me como se eu fosse uma intrusa.

-Quem é você? Por que está aqui? Esse jardim foi alugado por mim e deveria ficar vazio por uma hora até que eu terminasse de tirar as fotos! –ele respondeu de forma rude.

-Desculpe-me, eu não sabia... –respondi meio desconsertada, e ao mesmo tempo, um pouco fascinada pelos belos olhos azuis daquele rapaz. Ele era bonito, definitivamente muito bonito.

Uma atmosfera constrangedora pairava entre nós, e o fotógrafo permaneceu encarando-me com uma expressão irritada no rosto.

-Então, será que você pode ir embora para que eu possa continuar tirando minhas fotos em paz? –ele insistiu de maneira mal-educada.

-Não. –respondi secamente, apreciando toda aquela provocação.

-Hã? Não vai sair? Mas eu aluguei esse lugar! Ele me pertence por mais... –ele espiou as horas na câmera. –30 minutos!

Fitei seus olhos azuis por alguns segundos e depois respondi:

-Não me importa! Eu vou continuar aqui e, já que você também quer continuar tirando suas fotos, pode fazer isso, ninguém está lhe impedindo! Fique tranquilo, eu vou ficar longe da sua câmera!

Minhas palavras só fizeram aumentar a irritação dele.

-Você é louca? Eu já disse pra sair! Esse lugar é privado! SAIA! Volte daqui a 30 minutos!

Cruzei os braços, cravei os sapatos no chão e fiz careta, respondendo de forma segura:

-Não vou sair!

O rapaz encarou-me com fogo nos olhos e resmungou por algum tempo até que finalmente se deu por vencido. Ele se afastou de mim e voltou a tirar fotos do outro lado do jardim, onde havia muitas gardênias.

-Idiota! –resmunguei irritada.

Observando o quanto ele estava concentrado em seu trabalho e fazia tudo de forma muito dedicada e profissional, me veio na mente uma ideia maluca, uma ideia que certamente eu colocaria em prática, já que no meu caso, eu não tinha mais nada a perder.

Fui me aproximando do fotógrafo novamente, de forma que ele não percebesse minha presença, e isso não era difícil de se fazer, pois ele estava muito compenetrado em sua tarefa e parecia não se preocupar com nada em seu redor além das flores.

-Com licença... –falei, e ele simplesmente fingiu que não me ouvia.

Tentei ficar na frente da câmera e impedir que ele pudesse continuar tirando fotos das flores, porém, ele simplesmente ignorava-me e desviava-se de mim.

-Ei! Não pode me ignorar! Olhe para mim! –insisti, e a expressão dele já estava furiosa.

-Não foi você mesma que disse que não iria me atrapalhar? Por que está me impedindo de tirar fotos? Que irritante! –disse ele, com uma voz enérgica e cheia de raiva.

-Tenho uma proposta a lhe fazer... –respondi com um sorriso malandro no rosto, e ele me encarou com uma expressão confusa.

-Proposta? –ele perguntou, mostrando-se curioso.


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Notas finais do capítulo

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