Sete Dias Para Viver escrita por Cerine


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Esse é o penúltimo capítulo... Espero que estejam gostando ;)



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Brian caminhava pela rua, sozinho e suspirando, quando de repente recebeu uma mensagem de texto em seu celular:
 

Agora é você que está fugindo? Nem pense nisso, eu não vou deixar você fugir! (risada maligna).

Por favor, me encontre na praia do farol hoje à noite, ás nove horas. Não sei quanto horas de vida ainda vou ter, mas mesmo que meu corpo esteja debilitado, eu quero te ver pela última vez.

Com amor, Kate.
 

O fotógrafo sorriu tristemente, e passou vários minutos olhando para a tela de seu celular.
 

-Eu vou esperar... –disse ele, com os olhos brilhando.
 

Brian caminhou até chegar numa pequena loja, cuja vitrine estampava o nome “Wender’s Articles”. Era a loja de artigos para presente que pertencia ao seu irmão mais velho. Nos fundos da loja, havia um pequeno estúdio com câmara escura onde Brian revelava suas fotografias. Ele também trabalhava com fotos digitais, customização e edição de imagens.
 

Ao entrar em seu pequeno estúdio, Brian sentou-se em sua cadeira em frente ao computador e começou a observar as fotos que ele tinha arquivado. Entre as últimas, as quais ele havia tirado na praia, algumas haviam ficado com um pequeno defeito. Uma mancha escura em volta de mim.
 

-Kate, você vai ficar bem, não vai? –ele perguntou, como se naquele momento eu pudesse ouvi-lo. –Vai acontecer um milagre, eu sei que vai...
 

As horas se arrastaram até que finalmente o sol se pôs. Brian havia passado o dia inteiro com uma sensação estranha, um vazio dentro de si, perguntando-se a todo o momento se eu estava bem.

Os ponteiros do relógio marcavam nove horas da noite. 
 

Brian saiu da loja correndo, com sua jaqueta e cabelos esvoaçantes. Sentiu um choque térmico por causa do frio da noite, mas não se importou, apenas continuou correndo, com o celular na mão, e na tela estava estampada à mensagem que eu enviei pela manhã, a qual ele já havia lido umas cem vezes naquele mesmo dia.
 

O fotógrafo finalmente chegou à praia, ofegante. Enquanto recuperava o fôlego, olhou em todas as direções. A praia parecia estar vazia e o farol brilhava intensamente, indicando o caminho certo a quem aparecesse por lá.
 

-Tudo bem, tudo bem... Ainda são nove horas, daqui a pouco ela estará aqui... –disse Brian a si mesmo, com uma voz trêmula.
 

Seu coração batia contra o peito, acelerado. O mar trazia uma brisa forte e gelada. O céu estava cheio de nuvens que cobriam a lua e a maior parte das estrelas visíveis.
 

Brian sentou-se na areia e descalçou os sapatos, sentindo a maciez daquele chão feito de minúsculos grãos. 
 

-São tão pequenos... –disse ele, segurando alguns grãos de areia em sua mão. -Será que se um deles estiver prestes a ser levado pelo mar, alguém ou alguma coisa pode impedi-lo? Será que milagres realmente existem?
 

O fotógrafo riscou o chão com o dedo, desenhando um rosto.
 

-Já são nove e meia, ela está atrasada de novo! –falou ele, disfarçando sua preocupação com um sorriso. –Eu não deveria me preocupar... Ela vai aparecer!
 

Brian não aguentou ficar sem notícias e logo tirou o celular do bolso, discando imediatamente o número do meu telefone.
 

Este celular está desligado ou fora da área de cobertura. Deixe seu recado após o bip e sua mensagem será enviada ao correio de voz.
 

-Desligado? Que estranho, ela nunca deixa o celular desligado... –disse Brian, com uma expressão extremamente preocupada. -Tudo bem... Tenho que manter a calma, ela vai vir, ela vai vir... –repetiu ele, respirando fundo e tentando se acalmar.
 

O relógio do celular marcava dez horas da noite. Brian já estava suando frio, e seu corpo inteiro tremia. O fotógrafo já havia tentado ligar sete vezes, e o celular sempre estava desligado. Porém, ele não desistiu.
 

Onze horas. Brian enviou algumas mensagens, mas não obteve resposta.
 

Meia noite. Brian pensou em ir até minha casa, mas se eu estivesse com meus pais naquele momento, provavelmente seria perda de tempo ir até lá, e, além disso, poderíamos nos desencontrar.
 

Brian continuou esperando, e esperando, e esperando... Até que finalmente adormeceu.


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