Violetta se livrou do abraço de Angie, a última coisa que ela queria naquele momento era que Angie a visse chorando. Angie foi para cozinha preparar alguma coisa para acalmar Violetta. Violetta começou a andar de um lado para o outro, queria que aquilo não passasse de um pesadelo. E ele seria o pior pesadelo da vida dela.

Violetta tentou se descontrair, sentou no chão e foi brincar com Letícia. De cinco em cinco minutos olhava no celular, estava louca para que o hospital ligasse dissesse que Leon havia acordado. A única coisa que ela queria ouvir naquele momento era a frase “Leon está bem”.

Letícia começou a pensar. “Cadê o papai?” Ela dizia para si mesma. “Mamãe disse que papai tava bem!”. Ela não podia se conter, resolveu perguntar para Violetta:

– Papai! Cadê papai, mamãe?

– Ele está no... no...

Violetta não conseguiu completar a frase. Deitou-se no chão e começou a chorar. Seu choro era muito forte e alto, chegava até a soluçar. Angie ouvindo tudo correu para a sala acudir Violetta.

– Vilu!! – ela berrou vendo a sobrinha deitada no chão. Achou que ela havia desmaiado ou algo assim.

Angie sentou-se no chão e apoiou a cabeça de Violetta sobre seu colo. Tentou consola-la, acalma-la, mas nada adiantava. Violetta estava completamente destruída. “Também não é para menos” pensava Angie. “Ela quase perdeu Leon no incêndio, e agora ela vai ter que vê-lo fazendo uma cirurgia”.

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German estava destruído assim como Violetta. Nunca tinha se arrependido tanto de ter feito uma coisa na vida.

– Eu fui um completo estúpido, como eu pude fazer isso com Violetta? – ele se lamentava para Ramalho. – Angie tinha toda razão! Eles são jovens, e essa briga foi a primeira de muitas! E agora Violetta não confia mais em mim! Eu só quis protegê-la!

– Protegê-la? – Ramalho retrucou indignado – Você quis protegê-la quase matando o seu marido? German me desculpe, mas isso não é proteger.

– Você tem razão. – ele admitiu finalmente – Mas agora a Violetta não confia mais em mim. Você sabe como é perder uma filha?

Ramalho ia responder, mas German o cortou.

– Não, claro que não sabe – ele prosseguiu fazendo Ramalho voltar a ficar calado e escutar – Isso é a pior coisa do mundo. Não aguento mais ficar com a Violetta longe de mim. Vou ter que tomar outras providências.

– Outras providências? – Ramalho perguntou assustado

– Sim. Para fazê-la voltar a confiar em mim, eu vou tentar ajudar Leon. Para ela ver que eu estou realmente arrependido. Caso ela não se convença eu vou acabar morrendo de tristeza.

Ramalho olhou-o assustado.

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Angie não desistia de tentar animar Violetta. Mas nada adiantava, ela não parava de chorar. Imagens de Leon internado cheio de aparelhos ligados a ele vinham a sua cabeça. Isso só fazia com que ela chorasse mais ainda.

Letícia resolveu que ela mesma acalmaria Violetta.

– Mamãe – ela disse subindo em cima do colo de Violetta e abrindo um sorrisão.

Violetta parou de chorar. Levantou-se do chão e abraçou Letícia. Letícia por sua vez segurava o cabelo de Violetta com as mãozinhas, e se divertia com isso. Angie riu.

O celular de Violetta tocou. Ela atendeu e após falar um pouco levantou em um pulo só e saiu correndo para o carro.

– Cuide da Letícia só mais um pouquinho Angie!! – ela berrou batendo a porta do carro – Eu já volto!

Angie saiu na varanda com Letícia no colo. A menininha fazia tchau com a mão.

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Violetta entrou correndo no hospital, estava louca para ver Leon e ter certeza de que tudo estava bem. Ela pediu permissão para a secretária para que ela entrasse na sala em que Leon estava e ela disse sim.

Violetta entrou correndo, chutou a porta, tudo que ela mais queria era ver Leon acordado, sorrindo com aquele sorriso maravilhoso que ele tinha.

E lá estava ele, sentado na cama, esperando por Violetta. Quando a viu, ele se iluminou, abriu um sorriso fantástico, de orelha a orelha. Violetta fez a mesma coisa.

– Leon!!!! – Violetta saiu berrando pulando nos braços de Leon.

– Violetta!! – ele berrou de volta

Os dois se abraçaram, ficaram ali abraçados por um longo tempo, nenhum dos dois queria que aquele momento perfeito acabasse. Então se olharam e trocaram um beijo, calmo mas muito longo.

– Leon eu estava tão preocupada – Violetta disse colocando as mãos sobre o seu rosto.

– Eu estava com muitas saudades. Mesmo desacordado eu me lembrava de você, e queria vê-la. – ele disse abrindo outro sorriso – Eu te amo tanto Vilu...

– Eu te amo mais, muito mais – ela disse abraçando-o novamente.

Um médico entrou na sala causando um estrondo quando abriu a porta. Os dois se assustaram e ficaram olhando para ele.

– Desculpe interromper – ele disse um pouco sem graça – Mas eu preciso levar Leon para a sala de cirurgia.

Leon olhou para Violetta, seu sorriso lindo desapareceu de seu rosto.

– Err... você já está sabendo Vilu? – ele disse fazendo uma cara um pouco triste

– Sim, já. – ela disse levantando do colo de Leon dando passagem para o médico levar a cama – A cirurgia, não é?

Ele assentiu com a cabeça.

– Não fique com medo – Violetta disse para ele forçando um sorriso

– Eu falo o mesmo para você – ele retrucou dando um sorriso – Parece que você está muito mais assustada do que eu.

– Mais ou menos isso – ela disse forçando o sorriso novamente

– Não se preocupe, vai ficar tudo bem – Leon disse tentando consola-la

– Assim eu espero – ela disse dando um beijo nele.

O médico levou Leon para dentro da sala. Violetta ficou parada na porta, de braços cruzados, ainda muito preocupada.