Eternally Forbidden escrita por Ivie Constermani


Capítulo 29
28. Parceiros improváveis


Notas iniciais do capítulo

Meninas, esse é um capítulo ENORME que me deu muito trabalho. Mas como eu quis postar logo, perdão se algumas palavras estiverem erradas ou trocadas. É porque eu sou do tipo que não gosta muito de ler o que escreveu, entende?
Mas tá aí e preparem-se para muita ação, perigo e ousadia! =D



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Evan chegou na casa onde a festa estava acontecendo e encontrou Dany sentado no meio-fio com a cabeça baixa. Ele levantou os olhos ao vê-lo e Evan percebeu que ele havia chorado.
- Daniel, eu sinto muito. - Evan disse, mas Dany balançou as mãos o impedindo de continuar.
- Não há tempo para isso - ele disse. - Sabe onde podemos encontrá-la?
Evan não pensava em levar Dany com ele, mas ele podia até ajudar. Seria perigoso, claro, mas Vine ficou em Miami para trazer Caliel e ele precisava de um parceiro.
- Tem certeza de que quer ir? - Evan perguntou, hesitante. - Quero dizer, eles são muitos. Você não tem ideia do que eles podem fazer...
Dany levantou-se, determinado.
- Não me importo. Precisamos salvar a Enid, e me disponho a tudo para tirá-la de lá.
Evan sorriu para ele. Daniel era realmente um grande homem e ele queria tê-lo como amigo naquele momento.
Apesar da parceira ser improvável!
- Você tem ideia de onde ela pode estar? - Dany perguntou.
Evan pensou por alguns segundos.
- Robin só pode tê-la levado para o escritório dos Lullaby. Mas... Eu e meu parceiro já reviramos essa cidade e não conseguimos encontrá-lo.
Dany mordeu o lábio, raciocinando.
- Tem certeza? Não tem um lugar onde vocês não procuraram? - ele perguntou.
Evan admirou a determinação dele. Ele achava que Dany era apenas um menino, uma criança. Mas ele era mais que isso. Na verdade ele já era crescido, era um homem.
- Só um lugar... - Evan disse e parou abruptamente. - É claro, como eu não pensei nisso antes!
Dany esperou ansiosamente que ele falasse mas Evan estava pensando.
Havia apenas um lugar onde ele não procurou porque era improvável. Mas era exatamente esse o lugar onde ele devia procurar e para onde eles iam.
- Eu já sei onde ela está, Daniel - ele disse, sorrindo.
- Onde?
Evan olhou para o leste, onde dava para ver parte do monte.
- Para a Trilha da Morte.

Uma hora, trinta e sete minutos e doze segundos. Esse era o tempo que Enid estava sob cárcere privado.
Ela estava livre para andar pelo galpão e ter acesso a biblioteca, mas ainda sim ela estava presa e havia perco a noção das horas. O sol ainda brilhava lá fora, ou seja , era antes das 19h.
A maior parte do tempo Enid passou tentando descobrir onde estava. Ficava na janela observando os detalhes do lugar e pensando se já esteve ali antes. Mas infelizmente ela nunca havia visto aquele cenário de árvores com orquídeas no caule.
Da janela do escritório dava para ver uma trilha larga o suficiente para um carro passar e uma pick-up prata estacionada ali.
Robb havia sumido. A deixou dizendo que o pai/chefe havia o chamado, e que era um assunto importante - Enid já imaginava o que era.
- Vai querer alguma coisa, senhora? - perguntou uma voz grossa demais que fez Enid dar um pulo de susto e um homem de uns dois metros entrou na biblioteca.
Ele parecia jovem demais para a voz. Tinha a pele num tom próximo ao chocolate e o cabelo raspado.
- Quero ir embora. - Enid respondeu, fazendo birra.
- Sinto muito, senhora, não posso atender a esse ordem. Mais alguma coisa, fora isso, senhora?
Enid hesitou, pensativa.
- Água - ela disse, finalmente.
O rapaz assentiu e saiu. Alguns segundos depois ele veio com um copo dágua.
- Obrigada. - Enid disse a ele.
O homem levantou as sobrancelhas, surpreso e abaixou a cabeça, envergonhado.
- Que isso, senhora, estou aqui para seguir suas ordens - ele disse, sorrindo.
Ele era jovem demais, e de longe o mais simpático.
- Eles não costumam agradecer, não é? - Enid disse sorrindo torto.
O homem assentiu, ainda sorrindo, e num baque tirou o sorriso do rosto e voltou a sua postura.
- Mais alguma coisa, senhora? - ele perguntou.
- Estou muito sozinha. Faça-me companhia.
O rapaz assentiu, e ficou quieto de braços cruzados ao lado da porta.
- Pode me dizer seu nome? - Enid perguntou para quebrar o gelo.
- Anderson, senhora.
- Anderson, por favor, não me chame de senhora! Me sinto velha - ela exclamou, e o rapaz sorriu. - Me chame de Enid.
- Sim, senhora. Quero dizer, Enid.
Ela sorriu para ele, que descruzou os braços, relaxando.
- Você parece tão jovem... Tem quantos anos? - Enid perguntou, levantando-se e indo até a janela pela centésima vês.
- Tenho 19 anos.
Enid sobressaltou-se.
- Devia estar na universidade, não aqui - ela disse, olhando a paisagem do outro lado da janela.
- Esse é meu emprego... Meu dever - ele disse e seus pensamentos pareciam distantes.
- Que horas são? - Enid perguntou ao ver o sol quase se pondo.
- 17h25min - ele disse olhando para um relógio que tinha no pulso.
- Está ficando tarde... - ela comentou e virou-se para Anderson novamente. - Andy, onde estamos?
Anderson sorriu por causa do apelido, depois ficou sério novamente e recompôs a postura.
- Não posso informá-la.
- Ei, qual é o problema? Não tem como eu dizer a nossa localização. - Enid argumentou.
O rapaz hesitou por um momento e depois a olhou.
- No topo da Trilha da Morte - ele respondeu, finalmente.
Enid ficou muito surpresa. Havia uma lenda sobre aquele lugar, e agora ela entendia o motivo. As pessoas que tentavam subir eram mortas pelos Lullaby.
E a lenda ainda dizia que no topo podia se encontrar o que você mais quer na vida. Ironia para Enid, pôs ela encontrou seu maior pesadelo.

Evan pegou seu jipe de caça Toyota na garagem da sua casa.
Enquanto dirigia até a trilha, ficava tentando criar um plano para de livrar dos Lullaby que estariam lá com Robin e salvar Enid sem que ninguém saísse ferido.
Impossível.
- Ei. - Dany chamou e apontou para o GPS do carro. - A melhor entrada é aqui.
Evan assentiu e virou à esquerda. A trilha era difícil de subir com um carro. O jipe demorou minutos para ir até o meio, e de lá eles iam precisar subir sozinhos.
Evan desceu do jipe e abriu um compartimento escondido. Lá haviam pelo menos dez armas, entre elas pistolas, rifles, espingardas e uma metralhadora. Dany arregalou os olhos para Evan ao ver aquilo.
- Que diabos são isso? - ele perguntou, apavorado.
- Proteção. - Evan disse e jogou duas pistolas e um estojo de munição para Dany. - Sabe atirar né?
Dany assentiu, trêmulo e guardou as armas nos bolsos do jeans.
- Eu caçava patos com meu avô - ele disse.
Evan sorriu para ele e enfiou uma pistola na bota de motoqueiro que usava, duas facas no cós da calça e segurando um rifle.
- Só que hoje vamos caçar algo bem diferente de patos - ele disse.
Eles subiram a trilha devagar e olhando para todos os lados. Dany, mesmo determinado, estava com medo - Evan percebeu isso. Não era fácil de fazer.
Uns minutos de uma subida difícil, cheia de pedras com musgo, árvores e ervas daninhas passaram e não havia nenhum sinal de perigo.
- Ei, cara. - Dany chamou, parando para respirar. - Tem certeza de que é aqui?
Evan olhou em volta.
- Só pode ser aqui. Não há outro lugar onde eu não procurei.
Dany encostou a cabeça numa árvore e fechou os olhos, tentando normalizar a respiração.
Evan olhou em volta, desconfiado. No momento a falta de perigo era pior que o risco.
O silêncio mortal foi interrompido pelo som das folhas das árvores se agitando. Dany e Evan ficaram em guarda, olhando para o topo das árvores com as armas a postos. Uma brisa leve varreu a trilha agitando as árvores de novo. Dany abaixou a arma.
- Foi só o bento - ele disse, dando de ombros.
No mesmo instante Evan ouviu o som de folhas balançando, dessa vez na árvore sob sua cabeça. Não hesitou ao apontar a arma para cima e atirar.
O som do tiro assustou Dany, fazendo-o apontar a arma para todos os lados, processo o atirador.
O corpo de um dos Lullaby caiu da árvore atrás de Evan e Dany quase gritou de susto. Evan levantou uma sobrancelha para ele, sorrindo.
- Acho que isso não foi apenas uma árvore - ele disse, brincalhão.
Dany sorriu e arregalou os olhos logo depois apontando a arma para algo atrás de Evan e atirou. Logo depois Evan atirou em outro Lullaby tentou atirar nele e Dany atirou em outro.
Das árvores em volta pularam dezenas de Lullabys dispostos a matá-los e os instintos de Evan entraram em ação.
Dany precisou de abaixar, tremendo de medo, e Evan atirou em quase todos eles usando o rifle. Parte deles já estava no chão quando um deles atirou na mão de Evan.
Dany gritou, tentando avisar, mas já era tarde demais. Evan atirou duas vezes no Lullaby que atirou nele e Dany se livrou do resto.
Quando não havia nenhum deles de pé Evan sentou a dor. Ele tirou a bala da mão gritando de dor, e a jogou no chão. Dany se aproximou, tentando ajudá-lo, mas parou quando viu a mão cicatrizando. No fim a mão de Evan estava intacta.
Dany riu, admirado, e deu dois tapinhas no ombro de Evan.
- Cara, isso é muito irado! - ele exclamou.
Evan sorriu e pôs mais balas nas suas armas. Ele pegou mais uma pistola de um dos Lullaby e colocou na cintura. Dany levantou uma sobrancelha olhando para Evan, que sorriu e explicou:
- Precaução.

Uma agitação do lado de fora do galpão chamou a atenção de Enid. Ela se concentrou nas vozes e entendeu a conversa.
- Precisamos tirá-la daqui - disse a voz de Robb. Ele parecia aflito.
- Para onde a levaremos, senhor? - perguntou uma voz masculina.
Robb ficou quieto, pensando.
- Não sei. Se vira! Só a mantenha longe daqui, porque meu pai não pode vê-la.
Enid ficou confusa. Parecia que o menino mimado havia feito algo que o papai não ia aprovar. E ali ela viu uma oportunidade de escapar.
- Quando que a "encomenda especial" chegará, senhor? - perguntou a voz masculina que falava com Robb.
- Ao amanhecer. Mas meu pai está vindo para cá hoje... Vamos, vá ajeitar as coisas. Saímos daqui em meia hora.
Enid ouviu passos e Robb entrou no galpão. Ele sorria de modo convincente. Se Enid não tivesse ouvido o que Robb dissera pensaria que estava tudo bem.
- Docinho, como está? - ele perguntou.
Enid deu de ombros.
- Ficaria melhor se você esquecesse de mim...
Robb balançou a cabeça rindo. Enid se sentiu uma criança.
- Nunca. Você é minha, minha e de ninguém mais - ele hesitou, pensativo. - Ah, vamos sair daqui. Vou te levar para um lugar mais confortável. Quer ir para algum lugar em especial? Paris? Roma? Veneza?
- Quero ir para minha casa. - Enid respondeu, irritada.
- Eu sou sua casa agora, docinho. Sua casa é onde eu estiver.
Enid o encarou, confusa.
- Não poderei ver minha mãe? - ela perguntou.
- Não - ele respondeu simplesmente.
- Não pode me proibir de ver minha mãe! - Enid vociferou.
Robb revirou os olhos. Ele devia estar achando aquela conversa inútil.
- Posso sim - ele disse.
- Dê-me a chance de me despedir? - Enid pediu.
Robb ficou irritado e se calou.
Minutos depois a mesma vã que trouxera Enid para lá estava pronta para levá-la para algum lugar diferente, do qual ela não fazia ideia.
- Qual é o plano, senhor? - perguntou Anderson. Enid percebeu que ele ia dirigir o carro e sentou-se mais segura.
- Vá até o porto, uma lancha está esperando por vocês. Depois eu resolvo para onde iremos. - Robb disse e virou-se para Enid. - Docinho, nos encontramos amanhã para e viajaremos.
Enid precisava pensar rápido. Evan e Vine estariam ali. Se ela conseguisse ficar ali por pelo menos uma hora ela ia conseguir ser liberta. Se Robb a levasse para outro lugar ela nunca seria encontrada.
Robb saiu do galpão posando firme e Enid o ouviu dando ordens para os Lullaby que estavam lá fora. Anderson manteve-se quieto esperando alguma ordem dela. Enid estava pálida e quieta, tentando pensar em um jeito de fugir dali.
- Tudo bem com você, Enid? - Anderson perguntou, hesitante.
Ela o observou, atônita, e ela pôde imaginar uma lâmpada acenda sob sua cabeça. Ela olhou para Anderson com urgência.
- Eu preciso da sua ajuda - ela disse. A voz saiu vacilante.
Anderson ajeitou a postura. Ele parecia feliz em se sentir útil.
- No que posso ajudar? - ele perguntou.
- Anderson eu quero que apenas você me leve para o píer, entendido? - Enid disse.
Ele pensou por alguns segundos e abriu a boca para perguntar por quê, mas era uma ordem.
- Claro - ele disse, enfim. - Vou preparar o carro.
Enid se preocupou em criar um plano infalível para se livrar de Robb, e Anderson ia ser seu aliado. Tudo o que ela precisava era de um celular para avisar a Evan onde estava e se esconder em algum lugar na floresta que os cercavam.
Robb entrou no galpão com os olhos arregalados e pisando com força no chão. Olhou para Enid e se aproximou dela com urgência.
- Você tem que ir agora! - Ele disse com impaciência e segurou o braço de Enid com força, a empurrando para o lado de fora.
A claridade fez Enid ficar cega por um minuto. Ela se sentiu sendo jogada dentro de um carro e Robb fechou a porta. O motor rugiu alto. Era um carro esportivo.
Quando ela pôde enxergar novamente olhou para Anderson que estava concentrado no caminho turvo da trilha.
- Ei, Andy, por que estamos fugindo? - ela perguntou.
Anderson olhou para ela de lado por um segundo e voltou a observar a estrada.
- Paul está chegando. Ele não sabe que você está aqui - ele respondeu.
- Imagino que Paio é o chefão. - Enid disse com desprezo.
Anderson assentiu. Enid olhou para ele com súplica nos olhos. Ele é uma boa pessoa, vai ajudar, ela pensou.
- Por favor, não me leve para o píer - ela pediu.
Anderson desviou de uma árvore e depois manteve-se quieto.
- Não posso - disse ele, enfim. - Devo levá-la até lá, ordens do Robin.
Enid sentiu as lágrimas umidecerem seus olhos.
- Eu não posso ir para lá. Se for nunca mais verei minha família, meus amigos, Evan... - ela disse com a voz embargada.
- Entendo. Também não vejo meu pai há dois anos. - Anderson disse com os pensamentos distantes.
- Precisa me ajudar, Andy! Por favor...
As lágrimas desceram pelo rosto de Enid e Anderson a olhou. Ele a observou chorar parecendo decidir o que era o certo a fazer. Ele enfim assentiu, sorrindo com tristeza para Enid.
- Tudo bem - disse ele.
Enid sorriu abertamente.
- Sério?
- Claro. Meu dever é fazer o que você mandar, como o chefe disse - ele respondeu com um leve sorriso no rosto. - O que deve fazer?
- Tem um celular? - Enid disse limpando as lágrimas.
- Tenho.
Ele seu a ela um Blackberry preto. Enid discou o número de Evan rapidamente. Quando chamou ela pôde ouvi-lo tocar. Evan estava ali.
- Meu Deus... - ela sussurrou, aturdida, e saiu do carro.
- Não! - Anderson a impediu de correr para Evan. - Não pode fazer isso!
- Como não?!
Anderson suspirou.
- Você corre risco de ser encontrada por um de nós se sair por aí. Aí o Robb matará nós dois.
Enid pensou por alguns segundos.
- Mas Evan está indo para lá... - ela disse.
- Sim, ele está, mas ele saberá se defender. E ele não morre.
Enid assentiu.
- Entre no carro e espere tudo se resolver. Vou levá-la para um lugar onde estará segura. - Anderson continuou.
Enid olhou para o carro, que agora ela podia ver que era uma Mercedes-Benz vermelha novíssima e para a trilha. Ela não podia ficar simplesmente sentada enquanto Evan ia de encontro com o perigo. Era um contra dezenas. Ele não podia morrer mas eles iam feri-lo.
- Não - ela disse a Anderson. - Você foge. Eu vou voltar. Não vou deixar o amor da minha vida nas mãos imundas do Robb e dos seus capangas.
Anderson a observou e depois assentiu. Ele entrou no carro e acelerou para longe da trilha.
Enid correu de volta para o topo com uma determinação que nem ela mesma reconheceu. Era Evan que corria perigo, e por ele ela poria a própria vida em risco.
Perto do galpão ela ouviu um carro se aproximando. Era um conversível prateado. Ela se escondeu atrás de uma árvore e esperou para ver quem sairia do veículo.
Um senhor que aparentava uns 40 anos saiu do carro. Ele tinha o cabelo preto liso e na altura dos ombros, o rosto quadrado e quando ele tirou o óculos escuro que usava Enid viu olhos verdes e os reconheceu imediatamente. Era Paul.
Robb se aproximou do pai com um sorriso no rosto e ele suspirou de alívio.
- Então, quando o anjo caído chega? - ele perguntou ao pai fingindo estar tranquilo.
- Ao amanhecer. O Cipriano já está o trazendo.
- Ótimo. E o Wondervill nem faz ideia do que está fazendo. - Robb disse e riu diabolicamente. - Matando o anjo caído o nefilin morre também.
Enid sentiu as pernas vacilarem e ela tremeu de medo. Só de imaginar Evan morto seu coração pesou no peito e ela se curvou se dor.
- Tudo pronto para o sacrifício? - o chefe perguntou.
- Sim, senhor - respondeu um Lullaby.
- E as balas especiais?
- Na arma.
- Ótimo.
Nesse exato momento Evan surgiu na clareira com uma arma na mão. E para a surpresa de Enid, Dany apareceu do lado dele também portando uma arma. Paul olhou para Evan com um certo desprezo e depois sorriu.
- Antecipou a entrega? - ele perguntou a Evan gentilmente.
- Não. Vim buscar algo que é meu - disse Evan com naturalidade.
Dany manteve-se com a arma nas mãos e olhando em volta. Evan olhava fixamente para Paul, o desafiando.
- Perdão, o que disse? - Perguntou o chefe, levantando uma sobrancelha.
- Pergunte ao seu filho pródigo. - Evan disse apontando para o galpão.
- O que quer de meu filho? - Paul perguntou. Algo nos olhos dele davam arrepios a Enid.
- Quero que ele devolva a menina - disse Evan com autoridade.
- Como? Qual menina?
Enid quis entrar na clareira naquele momento. Queria beijar Evan e dizer que estava tudo bem, e fugir com ele para longe daqueles que queriam fazer mal a ele. Mas Robin saiu do galpão e olhou para Evan estreitando os olhos.
- O que você está fazendo aqui? - ele perguntou.
Evan riu e Robin piscou, sentindo medo. Até Enid sentiu medo de Evan, pois nunca havia o visto com tanta raiva.
- Cadê ela? - Evan quase rosnou.
Paul olhou para o filho, e Robin deu de ombros fingindo estar confuso.
- Ela quem? - ele perguntou.
Em dois segundos Evan estava perto de Robin o segurando pela blusa e o levantando uns cinco centímetros do chão. Os Lullaby foram na direção de Evan e Paul fez um gesto com as mãos e eles pararam.
- Se você fez algo a ela, eu juro que te mato lenta e dolorosamente, ouviu? - ele rosnou para Robin, que estava ficando pálido e tentava buscar ar.
Paul olhou para o filho, desconfiado e afastou Evan dele. Se aproximou de Robin, que se encolheu tremendo de medo e arfando.
- Do que ele está falando? - Paul perguntou. Robin o olhou com os olhos úmidos. Paul levantou uma mão para o filho ameaçando bater nele. - Responda!
Robin soluçou, prendendo o choro, e ajeitou a postura. Olhou para Evan e riu diabolicamente. Evan ficou confuso.
- Você nunca mais irá vê-la! - Robin exclamou, vangloriando.
Paul observou o filho e abaixou a mão. Olhou para Evan, dando de ombros.
- É a menina que você procura? Como se chama mesmo, Edith, Elize...? - ele disse com um sorriso torto no rosto.
- Enid, pai. Ela disse que era minha e está bem longe daqui agora. Quando isso acabar nós vamos nos encontrar e ficar juntos. Para sempre.
A mandíbula de Evan tremia e ele estava prestes a explodir. Se Robin dissesse mais alguma coisa sobre Enid ele ia matá-lo ali mesmo.
Enid sentiu uma mão segurando seu ombro e olhou para trás. Reconheceu a pessoa imediatamente e quase gritou de susto. Era um dos Lullaby, um que parecia mais um muro que uma pessoa. Ele sorriu para Enid e a empurrou para a clareira.
Ela sentiu o olhar de todos nela. Evan correu na direção dela mas foi impedido de abraçá-la porque o Muro agarrou-a com uma gravata que estava machucando o pescoço dela.
- Olha só quem eu achei espiando! - O Muro disse, sorridente.
Paul se aproximou de Enid. Ela o encarou com desprezo.
- Coelhinha, nunca te disseram que não pode ouvir a conversa dos outros? - ele perguntou sorrindo torto.
Evan olhou para ela e Enid também o olhou. As lágrimas começaram a encher seus olhos, e ela sussurrou "desculpe-me" para ele.
- Solte-a! - Evan ordenou.
Robin olhou para Enid com raiva e depois se aproximou dela. O Muro a soltou e Robin a abraçou.
- Docinho, o que você está fazendo aqui? - ele perguntou beijando o pescoço dela.
Enid fez uma careta de nojo e o empurrou. Robin quase caiu no chão. Ele a observou e depois rosnou.
- Você não devia ter feito isso - ele disse com a voz rouca de ódio e levantou a mão para bater nela.
Em um movimento muito rápido Evan a agarrou pela cintura e a colocou atrás dele a fazendo dar uma pirueta no ar e segurou o pulso de Robin antes que ele batesse nela. Apertou o pulso dele com muita força o observando gritar de dor.
- Não toque nela. - Evan sussurrou.
Quando soltou o pulso de Robin, a mão dele estava torta de um jeito fora do normal. Estava quebrada.
Robin chorou olhando para a própria mão e saiu de perto de Evan tremendo.
Enid agarrou Evan o abraçando com muita força. As lágrimas desceram naturalmente molhando a blusa dele. Evan beijou o alto da cabeça dela e a levantou no ar num abraço de urso.
Paul bateu palmas como se estivesse num teatro e riu.
- Que cena linda... - ele disse e fingiu secar lágrimas imaginárias. - Quanto amor...
Evan soltou Enid e a posicionou atrás dele. Dany correu até ela e a abraçou também.
- Que diabos você está fazendo aqui, Dany? - Enid perguntou.
Ele sorriu torto e se posicionou ao lado de Evan. Ele segurava duas pistolas.
- Vim te salvar - ele disse.
Longos minutos de um silêncio desconfortável se manteve na clareira. Apenas os palavrões de Robin enquanto um dos Lullaby cuidava da mão dele eram ouvidos.
O silêncio foi quebrado pelo toque do celular de Paul. Ele entrou no galpão para atender.
Evan continuou naquela posição defensiva, Enid atrás dele e Dany ao seu lado.
- Evan, até quando vamos ficar assim? - Enid sussurrou no ouvido de Evan. - O que está acontecendo?
- Vine está vindo para cá com o Caliel - ele respondeu pensativo. - Depois da entrega nós vamos embora.
- Evan, você precisa falar com o Vine. - Enid disse com urgência. - Caliel não pode morrer.
Evan revirou os olhos.
- De novo isso, Enid? Não venha falar de honestidade agora. Ninguém aqui está sendo honesto - ele sussurrou.
- Não, você não entendeu. Se ele morrer...
- Muito bem! - Paul exclamou saindo da galpão e interrompendo Enid. - A menina só vai ao amanhecer quando Caliel estiver aqui.
Evan deu um passo a frente deixando Enid desprotegida.
- Não. Ela vai agora - ele disse decididamente.
Paul balançou um dedo.
-Ela fica.
- Ela vai.
Evan deu um passo na direção de Paul e o Muro deu km passo na direção dele. Evan não se intimidou e avançou mais três passos. O Muro parou ao lado de Paul.
- Como é, você não sabe se defender sozinho? - Evan vociferou.
Paul deu de ombros, sem se importar.
- Por que fazer algo se os outros podem fazer por você? - ele disse simplesmente.
Evan riu sarcasticamente. O Muro cruzou os braços no peito.
- Aham - disse Evan com desprezo. - Ou é isso ou porque você não é homem o suficiente.
O Muro se moveu para defender seu senhor mas Paul o impediu levantando uma mão.
- Olha quem está falando sobre ser homem ou não!
Evan manteve-se sorrindo para Paul corajosamente.
- Eu sou um homem. Estou bem aqui, sem armas e seguranças gigantescos para me defender. Estou aqui te desafiando e você não se mexe. Sabe por que? - Evan apontou um dedo para Paul. - Porque você tem medo.
Enid não sabia se tinha orgulho da coragem de Evan ou se temia por ele. A mandíbula de Paul tremeu e Enid percebeu que ele ficou com raiva.
- Que foi? Tem medo de amassar a roupinha de marca? - Evan provocou ainda mais.
A boca de Paul se curvou em um meio sorriso e o Muro chutou a perna de Evan com tanta força que o osso estalou.
Evan caiu no chão com o rosto retorcido de dor, mas rapidamente ele moveu a perna e o osso voltou para o lugar. Ele se levantou e voltou a posição em que estava antes, desafiando Paul.
- Eu não disse! Olha só você, Paul, um pobre infeliz que usa as outras pessoas para se defender porque é um covarde... Eu tenho pena de você.
Paul continuou quieto o observando com um meio sorriso no rosto.
- Anda! Mexa-se! Venha defender sua honra! - Evan gritou. - Quero dizer, você nem deve ter uma - ele aproximou o rosto do de Paul e quando disse sua voz fez os olhos de Paul se estreitarem de ódio. - Afinal, você não é nem a metade de um homem.
Desta vez Paul deu um soco na cara de Evan o fazendo cair no chão. Uma gota de sangue caiu dos lábios de Evan, que sorriu.
- Enfim uma ação! - ele disse e riu alto. - Mas você realmente acha que isso vai me deter? Tsc, tsc, tsc. Você não aprendeu a lição de cada.
Paul chutou a barriga de Evan. Enid se encolheu como se ele tivesse chutado sua própria barriga. Mas Evan se recompôs rapidamente e levantou, rindo.
- Evan, pare! - Enid gritou.
Paul olhou para Enid lembrando-se da presença dela e sorriu.
- Coelhinha... - ele disse andando até Enid. - Olha só... Você está parecendo uma coelhinha assustada. Tão linda e tão medrosa...
Enid engoliu em seco. Medrosa? Isso era exatamente o contrário dela. Paul tocou a bochecha dela, e antes que ela pudesse desviar Evan chegou lá numa velocidade sobrenatural e empurrou Paul para longe.
- Nunca mais em sua vida toque nela! - ele rosnou, irado.
Paul se levantou e atirou em Evan com uma arma que estava escondida na sua calça. Evan caiu no chão, meio desacordado e Enid gritou de medo.
Dany se manifestou, atirando no chão perto do pé de Paul. Todos, inclusive Enid, ficaram supresos com a ousadia. Paul riu, divertindo-se e acenou para que o Muro fosse até Dany.
- Você é corajoso, menino. Mas não devia ter feito isso - ele disse.
O Muro socou o rosto de Dany e ele caiu desacordado no chão.
- Parem com isso! - Enid gritou.
Evan tentou tirar a bala da cintura mas estava perdendo muito sangue e estava fraco.
- Esse moleque já causou muitos problemas - disse Paul e se aproximou de Evan com a arma. - Vou deixá-lo apagado até o amanhecer. - E, sem hesitar, ele atirou no ombro de Evan, fazendo-o desmaiar.
Enid deu um grito agudo e se curvou sobre Evan. O coração dele ainda batia.
- Seu monstro! - ela gritou para Paul.
- Acalme-se, coelhinha. Ele ainda está vivo. Nada pode matá-lo - ele sorriu cinicamente.
Enid se levantou e andou até ele com determinação. Ao se aproximar agarrou o colarinho da jaqueta dele com força.
- Não me chame de coelhinha! - ela exigiu e o empurrou. - Se matar Caliel ele morre também, eu sei. Mas sabe de uma coisa? - ela deu um sorriso forçado para ele. - Eu não vou deixar Caliel morrer.
Paul acariciou o rosto de Enid carinhosamente e ela afastou a mão dele com um tapa muito forte que estalou.
- Sabe, coelhinha, não tente ser corajosa. Não vai ser nada bom para você. - Paul disse e Enid percebeu que ele tinha perdido a paciência.
- Não tento ser corajosa. É o que sou. E vai ter que me matar para poder tocar em Caliel.
Paul riu, achando aquilo hilário. Enid, tão frágil, magra, indefesa, enfrentando Paul e seu exército... Mas ela se sentia muito segura daquilo.
- Tá bem. Smith? - Paul chamou e o Muro se aproximou. - Se livre da coelhinha.
Antes que o Muro Chamado Smith pudesse bater em Enid, Robin gritou e correu até eles. Ele ficou na frente de Enid, que apenas observou a cena, confusa.
- Ninguém vai se livrar dela. Nem pude tocar num fio do cabelo dela, Smith - ele disse ao Muro, que recuou dois passos.
Paul olhou para o filho e revirou os olhos.
- Que merda você está fazendo, Robin? - ele perguntou e deu uma olhada em Enid. - Ninguém vai feri-la, pai. Eu ainda a quero - o filho respondeu naturalmente.
Paul deu de ombros olhando para Enid mais uma vez e estreitou os olhos como se a avaliasse.
- O que você tem, coelhinha? - ele sussurrou, curioso. - O que a faz tão especial a ponto de ter três homens nesse lugar querendo te defender?
Enid sorriu para ele, gloriosa, e imitou o movimento de dar de ombros dele.
- Não sei - ela disse piscando os olhos gentilmente e depois ficou séria. - Mas eu ainda não deixarei Caliel morrer.
- Tanto faz. Consigo acabar com você e matá-lo ao mesmo tempo - disse Paul, com tédio.
- Não, pai. Ela é minha. Você não vai feri-la, eu já disse.
Paul olhou para o filho com um certo desprezo e depois seus lábios ficaram numa linha fina. Ele suspirou e Enid sentiu que uma discussão estava formada.
- Como ousa falar assim com seu pai, moleque? - Paul vociferou.
Robin encolheu os ombros, mas ao invés do que Enid esperava, ele encarou o pai.
- Você me disse que eu ia ter tudo o que quisesse. - Robin disse com a voz alta. - E eu quero ela.
Paul sorriu e deu uma olhada em Enid.
- Nem sempre podemos ter tudo o que queremos. Principalmente se é uma coelhinha abusada e metida a valentona.
Enid parou de ouvir a conversa aí quando algo estranho aconteceu.


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Notas finais do capítulo

Comentários, por favor! E, ah, não sei se vai dar para postar o outro hoje, então não vou prometer nada.
Agradeço às minhas duas leitoras chamadas Purple_Fairy e Mihh Mellark por serem dois anjos e fazerem aquelas recomendações lindíssimas para a fic! Amo vocês!
Só falta mais um para a meta ser cumprida. Mas eu já tenho título e capa para a continuação dessa fic que eu vejo maiss como livro!
Beijão e comentem, hein!



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