Um lindo mago manipulador de ( fogo )magia celestial caminhava tranquilamente em Magnólia. Seus cabelos (rosa) azuis balançavam ao receber uma leve e agradável brisa que estava de passagem.

                Ele seguia tranquilamente para encontrar sua amada, uma garota de médios cabelos (loiros) escarlates em uma lanchonete ali perto.

                Lucy suspirou irritada olhando para o que ela mesma havia escrito.  Imaginava o protagonista de seu mais novo romance alguém parecido com Natsu e como sua parceira alguém fisicamente parecida com ela. Já no papel, tentando esconder as evidências que estava pensando em Natsu, fez os personagens parecerem fisicamente com Erza e Jellal...

                “Por que você não fica do jeito que eu quero?” perguntava-se relendo o pequeno texto que havia feito até agora “Imaginação idiota! Por que você fica imaginando meu amigo comigo? E que belo! Estou discutindo com o meu cérebro... A que ponto eu cheguei?”.

                Cansada de discutir com seu próprio pensamento, Lucy escreveu mais um parágrafo e cansou. Deitou sobre os braços em cima da mesa e tentou ter ideias para o romance.

                Sim, as teve, mas todas relacionadas a momentos que passou com Natsu. Aquele dia estava péssimo para lhe render ideias.

                Tentou, se esforçou, mas nenhuma ideia decente lhe veio á mente. Deixou-se adormecer ali mesmo, pois o sono não lhe permitiu caminhar até sua cama, mas esquecera de fechar sua janela para tentar impedir a invasão de certos companheiros à sua casa para um lanche noturno.




                — Temos que fazer menos barulho dessa vez OK, Happy? Se a Lucy acordar dessa vez ela nos mata.

                —Aye! Será que desta vez ela trancou a janela? – O felino azul carregava Natsu, segurando com suas pequenas patas o colete do rapaz e elevando-o até a janela da loira que Natsu amava irritar.

                Ao chegarem à altura da janela da loira, viram que ela ainda não aprenderá a lição: deixara a janela aberta, como se estivesse os convidando a invadir.

                Adentraram e logo seguiram para a cozinha, suspeitando que a escuridão do quarto fosse por conta de Lucy estar tomando banho, e Natsu não se atreveria a entrar no banheiro para certificar-se.  Diferente de Lucy bastava um trauma para ele aprender a lição, e o caso do mestre na piscina fora o suficiente para ele nunca mais ir procurar o que não deve.

                Ele e Happy se esbanjaram com as guloseimas que Lucy tinha no armário e na geladeira, já que muitas das vezes ela tinha preguiça de cozinhar.

                Já estavam saindo quando Happy percebeu que ela não estava na cama.

                —Natsu, onde está a Lucy? – Happy apontou para a cama vazia, preocupado.

                —No banho ela não pode mais estar... – olhou para o quarto escuro e pode perceber algo diferente sobre a escrivaninha que ali tinha. Aproximou-se e viu Lucy dormindo tranquilamente.

                 Pensou em cutucá-la para ver se a loira acordava, mas sabia que se o fizesse ela expulsaria os dois por terem invadido novamente a casa, logo deixou de lado essa ideia.

                —A Lucy tá aqui, dormindo. – cochichou para o felino com medo do dragão que ali dormia acordar.

                —Então podemos passar a noite aqui, aye! – O gatinho sugeriu e Natsu aprovou a ideia.

                — E hoje a cama será nossa! – Comemorou agitando os braços, mas certo choque percorreu o corpo dele quando escutou um resmungo e o corpo de Lucy se mover.

                Happy e o rapaz prenderam a respiração. Qualquer ruído estragaria o conforto da noite.

                A garota moveu-se desconfortável na mesa e deixou o papel cair sem querer. Ajeitou a cabeça sobre os braços e voltou a dormir tranquilamente.

                — Ufa! – Gesticulou Natsu para Happy – Quase que ela acorda.

                — Né Natsu, será que o papel que caiu não é outra carta para a mãe dela? – Happy olhava o papel com uma imensa vontade de ler. Queria saber se Lucy ainda escrevia sobre a Fairy Tail.

                Realmente falando, ele queria saber se a loira escrevia sobre si, e se o que ela escrevia era bom.

— Só tem um jeito de descobrir. – Natsu abaixou e pegou o papel.

— Natsu! – Advertiu o exceed – Não deve ler as coisas dos outros dessa maneira, e... você nem está me ouvindo.

                Era bem verdade o que Happy disse.  Natsu estava focado em cada palavra do romance de Lucy. Fossem as personagens, a caligrafia, os pontos de interrogações com corações... mas o que prendia a atenção do mago eram as palavras riscadas.

                — Não é uma carta Happy. – Natsu falou sério, caminhando para a janela e sentando-se no parapeito da mesma, buscando luz para terminar de ler.

 — É melhor você por de volta na escrivaninha antes que a Lucy acorde. Eu vou dormir, pois não quero ser alvo dos chutes dela.  Boa noite.

                — Boa noite Happy.

                Natsu releu pelo menos três vezes o romance encaixando as palavras que foram riscadas por Lucy e se indagou por que a loira trocará as palavras.

                “Talvez ela estivesse fazendo para Erza, e para não dar muito na cara que ela torcia mais do que ninguém para a maga e Jellal assumisse algo mais sério ela colocou essas mensagens subliminares. Mas, ela não deveria riscar as características que eram do mago?”

                Por fim, Natsu chegou à conclusão de que Lucy criou um personagem que ficou melhor com as características do Jellal do que do primeiro personagem.

                 “Antes de o mago ir embora, aproximou-se do rosto da garota. Chegava cada vez mais perto quando o rosto dela ficou da cor de seus cabelos, para ele bastou.

— Até mais. – Sorriu e deu um beijo no rosto da dona do sorriso mais belo do mundo e partiu para sua casa. ”

                Leu mais uma vez o final antes de colocar o papel de volta na escrivaninha e foi dormir.

                O sol nascia do lado de fora, mas ainda sim raios ofuscantes de sol adentravam pela janela e se jogavam no rosto de Lucy.

                A loira abriu os olhos, sonolenta e preguiçosa, crucificando três vezes quem havia deixado à janela aberta.

                — A janela! – disse levantando-se num sobressalto e deixando a cadeira cair.

                Focalizou em sua cama e encontrou quem ela mais temia.

— NATSU! –gritou pensando que seus berros seriam em vão – Acorde!

                Antes mesmo de ela suspirar e dizer “você não tem jeito”, ele virou-se na cama e a encarou ainda deitado.

— Bom dia, Lucy. – sentou-se na cama se espreguiçando e se colocando para ouvir a bronca.

                — “bom dia, Lucy”? É só isso que você tem a dizer? O que você está fazendo aqui em primeiro lugar?

                — O de sempre. – Suspirou enquanto coçava os olhos e bocejava – Quando Happy e eu chegamos você estava dormindo na sua escrivaninha, então, achamos que você deixou a cama para nós. — Deu de ombros.

                — Você não toma jeito mesmo, hein? Por que você não é que nem os garotos de romance? — Deixou escapar a ultima frase.

 — E por que eu deveria ser igual a um personagem de romance? — Natsu olhou com certa intensidade para os olhos de Lucy.

                “Por que ele deveria ser igual a um personagem de romance?” a loira se fez essa pergunta também.

                — P-Porque eu queria poder te usar como personagem das minhas histórias! — disse – Passamos por tantos momentos bons que poderiam ser transformados em romances!

                “Então, era para ser eu                o personagem que supostamente é o Jellal?” concluiu Natsu satisfeito.

                — Então, você quer escrever um romance meu e seu? - Natsu arriscou, e esperou qualquer reação da loira, e obteve desespero.

                — N-N-Não é isso! E-E-Eu gosto de escrever sobre você, happy e todos da guilda; E, como escritora, acho que ficaria legal transcrever esses momentos como um romance e...  — Lucy buscava mais palavras para tentar fugir do assunto quando Natsu levantou bruscamente e veio em sua direção — E-E-E-E eu gosto muito de você, então queria muito escrever sobre um lado seu mais fofo, m-m-mas ele não existe, então, hn... como se diz...

                Lucy estava nervosa, pois Natsu se aproximava cada vez mais dela, até ficarem frente a frente.

                —Natsu... – Fraquejou em dizer o nome do rapaz que continuava a se aproximar. Já não tinha mais tempo para se explicar ou inventar desculpas, apenas esperou pelo que iria acontecer.

                Rostos quase colados, respirações que se misturavam e um rosto corado. Era o suficiente para Natsu.

                — Até mais. — Ele disse com uma voz rouca e deu um beijo na bochecha da companheira – Happy, acorde, nós já vamos indo.

                — Mas por que tão cedo? — o pequeno se fingiu de sonolento, mas logo levantou voo.

                — Por que temos que pegar um trabalho. Se não, a Lucy vai pegar um estranho que nem ela. — ele virou-se para a loira que estava estática e riu — Acho que já pode começar a escrever com isso. – Natsu disse antes de sair pela janela com o companheiro.

                Lucy levantou a mão até o local onde o rapaz lhe beijou. Sorriu.

                — Já é um bom começo.