The Change With Love escrita por Carol Dantas


Capítulo 15
One Of The Bests Days With You


Notas iniciais do capítulo

Hey babys. Voltei não muito animada, porque começo a sentir que publicar em The Change With Love é uma obrigação. Caso queiram saber mais é só dar uma passadinha lá no Grupo do Facebook que está tudo explicadinho lá.



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— Eu estou com medo. — conto-lhe balançando minhas pernas enquanto Peeta retira sua regata preta simples do corpo.

— Não vou deixar nada de ruim acontecer. — garante ele passando a mão por entre seus fios loiros suados.

O sol hoje apareceu para castigar.

Com meus cabelos soltos batendo em minhas costas cobertas pelo maiô azul turquesa do uniforme, vejo Peeta se preparando para minha primeira aula de natação. Há muitas coisas que podemos pedir para nossos namorados e, tenha certeza, que aulas para aprender a nadar é a menos frequente delas. Principalmente se o professor for seu namorado.

Depois da consulta com Cinna, o psicólogo do internato, eu realmente me concentrei na ideia de aprender a nadar com a ajuda de Peeta. Como neste fim de semana ensolarado todos os alunos partiram para a praia, shoppings e afins, meu loiro achou que esta seria a oportunidade perfeita para começar a tentar.

— Venha. — chama Peeta depois de mergulhar e já dentro d’água. — Vou te segurar.

Depois de respirar e contar até dez para acalmar o nervosismo, sigo para a escada de ferro de quatro degraus da piscina. Peeta, porém, não permite minha passagem ao sentar-se sobre o primeiro degrau que eu usaria.

— Pela escada não. — proibi.

— Eu vou descer por onde mais?

— Pulando. — diz olhando-me de baixo para cima.

— Peeta, pare de graça. Deixe-me descer por aqui. — peço fazendo-o negar com a cabeça.

— Não. Pule. — manda.

— Não quero pular. — brigo cruzando os braços.

— Por aqui você não vai descer.

Bufando e esperneando como uma criança pulo no lugar algumas vezes irritada com sua decisão. Por dois segundos penso em me virar e deixa-lo ali sozinho, porém caso eu tente aprender outro dia Peeta fará o mesmo que agora. Proibir-me-á de descer pelas escadas.

— Isto é realmente necessário? Qual o problema de descer por aqui? Eu quero aprender a nadar e não a pular. — discuto.

— Pulando você quebrará uma das barreiras de quem não sabe nadar. Não quero só te ensinar porque você sente que é uma obrigação e sim porque quero que se sinta bem e não tenha vergonha por ser diferente da maioria. Entende o que eu digo? — pergunta fazendo-me concordar com a cabeça. — Então sente aqui na borda.

No meio do comprimento da piscina sento-me na borda quente e áspero. Coloco minhas mãos ao lado de minhas pernas e vejo Peeta se aproximar um pouco. Cerca de um braço e meio de distância de mim.

— Se impulsione para frente até cair na água. — fala.

— Você não vai me deixar afundar, não é?

— Afundar é inevitável. — contraria. — Mas eu vou te segurar. Só venha, Katniss.

Balançando meus pés na água agradável, coço meus braços depois de apertar meus pulsos marcados. Isso é por meu pai. Respiro vendo Peeta estender as mãos em minha direção. Sem pensar mais para não desistir, jogo meu corpo para frente tapando meu nariz com o indicador e o polegar.

Sinto que cheguei ao fundo. Tento bater minhas pernas para subir, porém continuo na mesma. Chego até a pensar que me afogarei novamente, porém logo em seguida os braços de Peeta envolvem minha cintura e puxam-me para ele. Para cima e para junto de seu corpo acolhedor.

— Muito ruim? — pergunta ele quando rodeio minhas pernas em sua cintura e meus braços em seu pescoço logo depois de retirar as gotas de água presas entre meus cílios.

— Só um pouco. — admito colando minha testa em sua bochecha esquerda. Peeta abraça meu quadril com seus braços e beija meu ombro rapidamente. — Achei que fosse me afogar de novo.

— Eu não deixaria isso acontecer.

— Eu sei. Posso ter ficado três segundos em baixo d’água, mas pareceu muito mais.

Nesta mesma posição, Peeta circula por toda a piscina até que eu me sinta segura o suficiente para soltar meu corpo do seu e, apenas, segurar suas mãos para bater as pernas e mergulhar algumas vezes com sua ajuda. Sinto-me uma criança com todos esses exercícios, mas ao olhar para meu namorado e ver o orgulho e a adoração estampados em seus lindos olhos azuis sinto-me apenas envergonhada de ser observada de forma tão profunda por ele.

Cerca de uma hora depois, quando nossos dedos já estão completamente enrugados, decidimos que os vários exercícios que fizemos foram o suficiente por hoje. Combinamos de nos encontrar na sala de televisão depois de estarmos devidamente banhados e livres do cloro incessante da piscina. Não mais de alguns minutos depois, estamos juntos e colados novamente.

Quando a fome bate recorremos ao restaurante de comida italiana na esquina mais próxima. Cada um tem sua refeição e, pela primeira vez, uso o cartão que Clara – minha mãe – colocou em minha mochila assim que anunciou minha vinda para o internato para pagar a Banana Split que fizemos questão de dividir.

Brincamos e nos lambuzamos com o sorvete coberto de caldas variadas. É tudo uma delícia. Refazemos um caminho gelado por nossas bocas e, em geral, nos grudamos novamente para voltar para a escola. Viver grudada em Peeta é incrível e eu não me importaria nada de passar mais dias com ele dessa exata maneira.

— Olhe o que eu tenho. — anuncia Peeta quando nos recolhemos em meu quarto. Sento-me ao seu lado em minha cama e ergo as sobrancelhas quando, de dentro do bolso de sua bermuda, ele retira um tubo de pomada da embalagem branca e preta e coloca em minhas mãos.

— Para que serve? — pergunto sentindo ele colocar uma parte de meus cabelos loiros para trás da orelha.

— Para as marcas no seu pulso. — explica. — Sei que você não gosta de vê-las então procurei algo para cicatrizes na enfermaria. Precisa passar duas vezes ao dia.

Peeta retira o tubo de minhas mãos e o puxa para as suas. Segura meu pulso machucado levemente e o beija com carinho para, em seguida, arrastar seus lábios para a minha palma e depois para a ponta de meus dedos. Todos os cinco dedos são beijados e sinto-me infinitamente intima dele por este seu ato. Pode ser minha mão e sua boca, mas é tão calmo, simples e do fundo do coração que sinto que jamais poderei fazer algo tão significativo por ele.

Com os olhos marejados pela lembrança da trágica noite em que marquei meu corpo vejo Peeta colocar uma pequena quantidade do creme viscoso e branco na ponta de seu dedo indicador direito e com usar sua mão esquerda como um pequeno apoio para meu pulso. Como um cirurgião experiente e formado ele passa a pomada por todo o machucado com a maior delicadeza possível.

— Porque choras? — pergunta depois de acabar com seu trabalho.

— Não é nada... — suspiro secando a solitária lágrima que escorreu por minha bochecha. — Só que você pensa em tudo.

— Eu penso em você. — ele sorri segurando meu queixo. — Então faço o que posso para te deixar sorridente.

Encaro-o carinhosa e sinto os cantos de meus lábios retorcerem-se para cima. Beijo sua boca com amor e no início de nosso leve selar a porta de meu quarto abre com uma grande movimentação de nossos amigos.

— Interrompemos alguma coisa? — pergunta Gale jogando-se na cama de Madge com a mesma em seu braços.

— Claro que sim. — Peeta diz colocando minhas costas em seu peito e rodeando-me com seus braços.

— Vocês estão de muito agarra, agarra, não? — pergunta Finnick implicando com Annie que tenta se esconder atrás do corpo diminuto de Clove. Cato, por sua vez, joga-se ao meus pés aparentemente cansado.

— Somos namorados. — relembro exibindo minha aliança. — Onde todos vocês estavam?

— Na praia. — conta Mad.

— Não sente o cheiro de maresia? — indaga Annie procurando algumas roupas em seu armário depois de livrar-se do ruivo.

— Sinto cheiro de suor. — falo vendo Cato erguer as sobrancelhas brincalhão. — Vão tomar um banho todos vocês!

Chutando quase todos os caras para fora do quarto, vejo as meninas fazerem um rodízio no banheiro para conseguiram tirar toda a areia do corpo e do cabelo. Rio quando Peeta esconde seu rosto em meu pescoço sempre que uma das garotas aparece sem uma das partes da roupa. Não sei se ele sente vergonha ou se está privando-as de um observador masculino mesmo que elas não se importem e ele seja o intruso.

— Porque depois de ficar na praia nos sentimos tão cansadas? — indaga Clove deitando-se em sua cama ainda com a toalha envolta dos cabelos.

— Não me pergunte. — sussurra Annie sonolenta.

Não basta mais de cinco minutos para todas as três meninas estarem jogadas e encolhidas em suas camas num sono cansado e profundo. Encolho meu corpo nos braços de Peeta e ele suspira beijando meu ombro e meu pescoço. Ajeitamo-nos na cama e, num acordo silencioso, acabamos por nos entregar à um breve sono da tarde.

[...]

— Hora do jantar... — sussurra uma leve voz em meus ouvidos.

— Só mais um pouquinho. — peço sentindo um sorriso perto dos meus cabelos.

— Vamos, amor. — chama Peeta abraçando meu corpo mais uma vez. — Precisamos comer.

— Realmente necessário? — pergunto sentando-me e tentando abaixar o possível volume extra de meus cabelos.

— Sim.

Procuro as meninas pelo quarto e Peeta avisa que elas acabaram de sair. Entrelaço seus dedos nos meus e o puxo para fora do lugar. No refeitório encontramos pouco menos da metade dos alunos que ficam no internato no dia a dia. Alguns deles devem ter voltado para casa e outros foram visitar seus parentes, namorados ou apenas pediram um tempo longe do caos da escola.

Encaro meus amigos ao me acomodar num dos bancos e sorrio ao vê-los brincar, gritar, sorrir e até suspirar ao olhar uns para os outros.

— O que houve? — pergunta Finnick sentado ao meu lado direito.

— O que eu fiz?

— Está com um olhar estranho. Sorrindo mesmo que todos estejam calados.

— É só que... — chamo a atenção de todos ao redor. — Desde que chegamos aqui, tudo tem acontecido tão rápido e tão loucamente que ver tudo tão devagar e calmo é estranho. Parece que podemos, finalmente, aproveitar as coisas direito. Mesmo que seja estudando.

— É verdade. — Mad diz depois de uns segundos. — Não tinha parado para pensar nisso.

— Claro que não. — interrompe Peeta. — Você está sempre grudada em Gale que não perceber nada ao seu redor.

Rimos dos dois quando os mesmos acabam deixando uma cor vermelha adornar seus rostos.

— Admitam logo e contem pra gente. — pede Cato. — O que é que está rolando?

— Nada! — Madge responde rápido atraindo o olhar de Gale.

— Nada? — pergunta ele com um sorrisinho de lado.

— Não. Sim, mas... — enrola-se arrancando risadas de todos nós mais uma vez. — Porque vocês tinham que tocar neste assunto?

— Quer que eu resolva? — Gale segura a mão da loira que tapa o rosto com a mão livre.

— Por favor...

Não leva mais do que um segundo para Gale puxar o queixo da menina para si. Ela ergue as sobrancelhas assustadas, mas não há tempo para discussão quando ele cola sua boca na dela. Eles pegam a gente de surpresa e não posso segurar a vontade de bater palmas. É isso que faço e acabo sendo seguida pelos outros.

— Vocês são muito fofos. — comenta Annie.

— Eu não acho. — diz meu loiro.

— Peeta!

— Ah, Katniss. Eles estão roubando o nosso posto de melhor casal.

— Ah coitadinho. — comenta Gale abraçando Madge pelos ombros.

— Ninguém jamais roubará o nosso posto de melhor casal. — admito segurando seu rosto com os dedos separados em seu queixo. — Até porque você é o melhor namorado.

— Quanto mel. Acho que vou vomitar.

— Invejosa. — rio mostrando a língua para Clove.

Beijo Peeta espalmando minha mão em seu rosto e sentindo o tilintar de minha aliança bater um pouco abaixo de sua orelha.

— A comida chegou! — anuncia Cato levantando-se da mesa junto de Finnick para buscarem nosso jantar da noite.

Pizza.

O refeitório não funciona no sábado. Então os alunos têm de arcar com seu café, almoço e jantar por este dia. No domingo tudo volta a funcionar já prontos para o início da semana. Como somos oito pessoas, cada final de semana duas pessoas arcam com o jantar de todos os outros. Geralmente, comemos cinco pizzas pois os meninos possuem um dragão dentro do estômago. Porém as pizzarias fazem um desconto quando compramos mais de três pizzas de uma vez só. O que é bem caro acaba saindo em conta para todos nós.

— Foi um dia tranquilo. — Peeta constata quando notamos que já é tarde e precisamos nos recolher.

— Um dos melhores dias aqui. — conto-lhe.

Enrolamos um pouco mais e quando já passa das duas da manhã vemos que precisamos, realmente, ir deitar.

— Te vejo pela manhã. — garante ele selando nossos lábios rapidamente.

— Até. — sorrio ao vê-lo piscar e entrar no quarto de frente para o meu.

Foi, com toda a certeza, um dos melhores dias no internato. Este o qual relutei muito para vir. Obrigada, mãe.


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Notas finais do capítulo

Prontinho. Postado para vocês.
Espero comentários.
Um grande beijo. Até qualquer dia

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