Estava demasiado cansada. Seus grandes olhos verdes lutavam para permanecer abertos enquanto tentava assistir a uma palestra de sociologia na faculdade. A Universidade de New York, ou apenas NYU, como muitos chamam, é uma de suas maiores conquistas. Já cursava o 9º dos 10 períodos do curso de direito, o equivalente a cinco anos. Ela realmente tinha do que se orgulhar.

No entanto, enquanto sua vida estudantil e profissional iam as mil maravilhas, sua vida pessoal encaminhava-se para o fundo do poço. Além das preocupações com provas na faculdade e disponibilidade de horário para trabalhar, Quinn Fabray tinha que cuidar de sua filha, Beth.

Lembrava-se bem do que passara quando todos descobriram que estava grávida aos 15 anos. Seus então amados pais a expulsaram de casa, perdera o posto de capitã das cheerios e logo após isso, perdera a popularidade. Quando Beth nasceu, a garota resolveu colocá-la para adoção, assumindo que o ato seria o melhor para ambas. Foi então que o destino resolveu agir: a mãe adotiva de Beth morrera no trágico acidente de carro, deixando a guarda da criança para Quinn.

Com certa dificuldade, Quinn conseguiu com que o delegado do local onde trabalhava deixasse sua filha sob os cuidados de uma das secretárias, a qual Beth chamava carinhosamente de “auntie”.

Após o término da aula, a loira apressou-se a ser a primeira a deixar a sala e literalmente correr para o centro de Manhattan. Ao chegar a delegacia, Quinn deparou-se com uma Beth chorosa e uma Auntie preocupada.

- O que houve? – A loira perguntou e em seguida segurou a menor em seus braços.

- Ela não quer que eu vá embora, uma pena, mas meu expediente acabou. – A mulher respondeu.

- Obrigada por cuidar dela, Samantha. – Quinn disse com um sorriso.

- Sem problemas, Beth é tranquila. – Ela acenou com a cabeça – Agora tenho que ir, primeiro encontro com o Chris! Me deseje sorte.

E em seguida a mulher deixou o local animada. Quinn olhou para a criança em seu colo que ainda tinhas as bochechas molhadas de lágrimas.

- Quer tomar um sorvete, parceira? – Ela perguntou acariciando o rosto da menina.

- Sim! – Beth exclamou animada.

- Foi o que pensei.

A loira carregou seu pequeno clone até a rua, tomando cuidado para não ser vista por seu chefe carrancudo. Uma pequena barraca com letras grandes anunciando a venda de sorvete encontrava-se bem na esquina da rua e Quinn caminhou até a mesma.

- Dois sorvetes de chocolate, por favor. – Quinn pediu enquanto retirava cinco dólares do bolso.

Beth deu a primeira lambida no sorvete e fez uma careta, provavelmente gelado demais, Quinn pensou. Ela assistiu a pequena menina sujar a ponta do nariz de chocolate e em seguida fez o mesmo.

- Quinn Fabray? – Perguntou uma voz conhecida.

- Sim, e você é... – A frase morreu quando ela virou-se para encarar a pessoa – Rachel Berry!

- Uh, seu nariz está sujo. – A morena passou o polegar sobre o nariz da loira e limpou o sorvete dali – Parece uma criança.

- Obrigada. – Ela sorriu sem jeito ao sentir o toque – Você está bem?

- Estou ótima, na verdade. – Rachel respondeu sorridente - Terminei a faculdade há alguns meses e consegui um papel em uma peça Off-Broadway.

- Isso é incrível! – Quinn sorriu – Ei Beth, cuidado para não sujar a roupa!

- Essa é a Beth? – A morena perguntou incrédula – O que você faz com ela?

- Shelby faleceu, como deve saber. – Rachel assentiu – Meus pêsames.

- Obrigada, mas o que você está fazendo com Beth em plena New York?

- A guarda dela ficou para mim, já que Shelby não tinha família.

- E Puck? – Rachel perguntou curiosa.

- Não confio em Puck para cuidar de uma criança em Los Angeles – Quinn riu.

- Tem razão. – A mais baixa concordou – E como vai você, Quinn?

- Bem, mas ando muito ocupada. – Ela olhou para o relógio – Estou cursando o último ano na faculdade e estou trabalhando, e também não acho creches para Beth então ela fica comigo no trabalho.

- Eu poderia tomar conta dela, se quiser, é claro. – Rachel ofereceu olhando para o chão.