PDV Freddie

Será ótimo rever o Brad, apesar de tudo o que houve continuo a considera-lo muito, desde a faculdade ele foi como o irmão mais velho que eu nunca tive, passamos por coisas demais juntos, eu mudei tive uma péssima fase e ele me ajudou, me aconselhou. Brandon sempre foi do tipo louco, mas responsável. Posso ter algumas duvidas quanto a esse retorno dele, não sou ingênuo o bastante para acreditar que Brad voltaria somente pra me ajudar, por mais culpado que ele se sinta tem algo a mais, e quando se trata de Brandon Goldback sempre tem.

Guardei a agenda de volta na cômoda e mandei uma mensagem para a Sam, pedindo que assim que ela chegasse fosse ao meu apartamento. Depois disso apaguei, não faço ideia de que horas eram quando peguei no sono, mas acordei às nove da noite. Olhei o celular e havia duas mensagens uma da Carly e a outra da Sam.

A primeira dizia:

Freddie cheguei e você tava dormindo, não quis te acordar. Sai de novo, fui resolver umas coisas do jornal e depois vou ao shopping. Provavelmente chegarei tarde. Bjo carls. ; )

E a seguinte:

Hey manezão (tinha esquecido como era legal te chamar assim), recebi a mensagem, eu até iria falar com você se você não estivesse dormindo, mas adivinha você estava. Eu não arrombei a sua porta de novo, sei que você pensou isso. Encontrei a Carls no corredor e ela me disse, eu ia te acordar mas, ela não deixou, a Carly pode ser bem convincente as vezes...

E como é você que quer algo comigo e não o contrario, quando acordar manda uma mensagem ou vem aqui em casa, me pouparia o trabalho de andar até ai. :p

Foi inevitável sorrir depois de ter lido a mensagem da Sam. Mandei resposta pra ela, perguntando se em quinze minutos ela poderia estar lá. Depois levantei peguei a toalha e fui para o banheiro.

Tomei um banho rápido e sai com a toalha enrolada nos quadris. O quarto estava escuro, entretanto não me lembro de ter apagado a luz.

– Uau. O que é isso? A visão dos deuses?– Eu poderia ter o gostinho de me iludi e achar que era a Sam, porém o tom de voz sonso e debochado ao final da frase não deixava duvidas.

– Não, com toda a certeza esta só pode ser a visão de um dos deuses do olimpo. Ah, será que eu morri e estou no céu? - ela sentou-se na cama.

– Antes fosse.

– Pelo menos eu estaria no céu e ao seu lado.

– Como você entrou aqui?

– Não sei, na verdade agora não sei nem o meu nome. A única coisa em que eu consigo pensar é numa forma de tirar a sua toalha.

– Vivian!

– Ai! Que? Seria divertido não seria?

– Como você entrou aqui? – falei entre os dentes.

– Isso é tão injusto...

– O que?

– Que essa gota d’água possa correr livremente pelo seu corpo por lugares onde eu deveria percorrer com a minha...

– Chega Vivian, não to com paciência pra você hoje.

– Desculpa docinho, mais é que... Você, assim de toalha, cabelo molhado e água escorrendo pelo corpo... – ela arfou e se abanou com as mãos. – É tentador! Não sei como a Sam resiste.

– O que você veio fazer aqui?

– Achei que a pergunta era como eu tinha entrado aqui?

– O que você quer? – questionei com o pouco de paciência que me restava.

– Vim cobrar o meu teto!

– Achei que o prazo só terminasse amanhã.

– Você sabe que eu nunca fui de cumprir prazos. Quero minha resposta agora.

A tela do meu celular brilhou indicando que havia uma mensagem. Vivian o pegou.

– “Estou indo chego em 5 minutos.” Que triste Freddie, nem um beijos Sam. E minha nossa, pra que demorar tanto? São apenas três passos e uma batida de porta.

– Você não vai morar comigo.

– Como? Você lembra o que eu te disse? Eu acho melhor um sim sair da sua boca agora mesmo, ou você não vai gostar da consequência.

– Na minha casa você não vai morar Vivian. Agora vá embora, conversamos amanhã.

– Bem, então, temos um impasse docinho. Você quer que eu saia, mas eu não saio daqui sem um lugar pra morar. Agora considere que a Sam chega aqui em 5 minutos. Pense como será agradável a seguinte cena: Sam chega encontra a porta aberta então ela entra, sobe as escadas e caminha em direção ao seu quarto, quando ela começa a ouvir gemidos. Estranhando a situação ela abre a porta e encontra você de toalha e eu descabelada e seminua vestindo minhas roupas as pressas, num ato incontrolado ela olha para a cama e vê os lençóis amassados. Eu tento fazer uma cara de santa dizendo “Oh meu Deus, Freddie, eu não sabia...”. E você dirá a frase mais clichê da historia, “Não é nada disso que você esta pensando”. È obvio que a essa altura eu já teria saído do quarto mas, estaria escutando tudo atrás da porta num momento de silêncio em que vocês dois estariam se encarando e Sam chorando , eu iria entrar no quarto novamente e pegar o sutiã que eu propositalmente esqueci debaixo da sua cama.

– Você é louca Vivian!

– o que você acha Freddie? A tolerância que a Sam tem com você vai suportar isso? – Vivian retirou a sandália, a jaqueta e logo depois a blusa jogando-os pelo quarto. Em seguida ela se jogou na cama e puxou os lençóis.

– Eu não vou cair no seu jogo!

– Não é você que tem que cair e sim a Sam. Não vai adiantar você vestir a roupa correndo. Contra fatos não há argumentos. Você continua molhado, pra todos os efeitos você estava tomando banho após horas de amor comigo.

– Veste a roupa e sai daqui, eu tenho uma solução.

– Qual?

– Amanha a gente conversa Vivian.

– Não, ou você me fala agora ou a próxima peça será o sutiã perdido. Você tem menos de um minuto.

– Pra?

– Pra uma batida na porta. Ops! Não vai ter batida, a porta ta aberta.

– Eu consegui um apartamento pra você aqui no prédio. Agora vai.

– Tarde de mais.

– Freddie! – ouvi a Sam gritar de la de baixo. Será possível, Sam nunca foi do tipo pontual e resolveu ser logo hoje?

– Já vai! – gritei em resposta.

– Vivian da o fora daqui.

– Com a Sam lá embaixo? Ok se é assim que você quer...

– Claro que não! Fica ai, vou tirar a Sam daqui e quando eu voltar não quero nem sentir o cheiro do seu perfume por aqui. Entendeu?

– Nossa, que grosso! Você costumava gostar do meu perfume, principalmente do cheiro dele no seu travesseiro. – ela se jogou em minha cama.

– Levante não se encoste a absolutamente nada e dê o fora daqui.

– Seu desejo é uma ordem docinho.

Bati a porta de desci.

– Samy! – disse ofegante.

– Oi. Você não tava no banho? – Sam perguntou desconfiada.

– Estava.

– Estranho. Você esta suado e com a mesma camisa.

– Nem percebi, fico sem camisa então.

– Freddie você ta bem?

– To ótimo!

– Você ta meio estranho, um pouco agitado demais.

– Impressão sua.

– Talvez.

– Sam, você tem comida na sua casa?

– Que tipo de pergunta é essa, sempre tem comida na minha casa Benson.

– Verdade. Vamos pra sua casa.

– Por quê?

– Por que eu estou com fome, a Carly não fez nada e eu dormir. Posso comer lá? Ou você vai negar comida?

– Comida é algo que eu sempre negarei.

– Qual é Sam?

– Por que não podemos conversar aqui?

– Por que eu estou com fome! Vamos lá eu te conto.

– Ok Freddie. Só por que estou curiosa.