Blackout {hiatus} escrita por Santana


Capítulo 13
Devotado


Notas iniciais do capítulo

Antes de partirem para leitura, queria dizer que estou apaixonada por essa capa gostosa que eu fiz em uma madruga boladona. Não tem nada demais, mas poxa, olha só o olhar do Dylan todo seduzente, Céus!
Sentados e calmos?
Nos vemos lá em baixo, por que eu tenho uma pequena proposta.
Boa Leitura!
DEUS CONTINUA VENDO ESSA ZOEIRA DE VOCÊS AÍ



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Julia Collins fazia uma confusão com os meus sentidos. Sentia-me atraído, atiçado, devotado. Olhar em seus olhos fazia com que enxergasse os meus, porque eu apostaria perder aquele momento se não estivesse a olhando bobo agora, do mesmo jeito que aquela imensidão azul me explorava antes de fechar os olhos e se entregar ao beijo por completo.

Eu já queria fazer aquilo há dias e estava cada vez mais difícil me controlar. Não sabia o que estava acontecendo comigo, ou o que era aquela coisa engraçada que eu sentia em todas as partes sensíveis do meu corpo quando nossos olhares se cruzavam, mas sabia que estar ali naquele momento era a coisa mais certa a se fazer e talvez pudesse se passar mil anos e continuaria sendo.

Céus! O que estava havendo comigo?

Sentia os lábios macios de Julia tentar se encontrar nos meus. Eram apenas toques entre os lábios, queríamos saber se aquela textura que conhecíamos havia mudado, mas estava tudo perfeito.

Sem me controlar acabei me aproximando mais, enrolando a minha mão em seu cabelo úmido e apertando a que segurava a sua cintura, não houve saída a não ser sorrir entre o beijo e fui pego de surpresa quando ela mordeu o meu lábio inferior.

Ficamos algum tempo nos encarando. Os olhos falando mais que a boca porque sabíamos que qualquer palavra dita errada colocaria tudo a perder. Ficamos alguns minutos ali, curtindo o sorriso um do outro e ouvindo o som da chuva contra o chalé.

Eu nunca amara tanto a chuva quando naquele momento.

Mais rápido do que você pode dizer “vida” fui pego pelo pânico. Não queria admitir, mas minha mente estava nublada com a possibilidade dela me largar ali e terminarmos o beijo de uma maneira esquisita e torturante. Que ela começasse a dizer que estávamos fazendo errado, que me deixasse só, que me esquecesse ali naquela confissão muda.

Que voltasse a ser a Julia que resolveu me ignorar e ignorar nossos sentimentos.

Foi por isso que no segundo seguinte a mala verde de Stev foi para o chão com apenas um empurrão sem que eu desgrudasse os olhos da boca da minha garota e cerca de uma dúzia de salgadinhos e biscoito recheado saíram de lá de dentro rolando.

Ela entendeu o recado.

Deitou-se na cama ainda sorrindo e não pude deixar de reparar o quanto ela estava linda com o rosto corado e os fios castanhos caindo no rosto. Os olhos brilhavam e pareciam sorrir junto a ela.

Ela mexeu a perna para o lado e o roupão escorreu da mesma, revelando uma boa parte do seu corpo. Jus fez uma cara de falso espanto com as orbes oculares arregaladas, mas logo já estava rindo.

Eu a adorava. Aquela era a minha deixa.

Éramos um emaranhado de braços, pernas e cabelo. Estávamos quentes e a temperatura só tenderia a subir ainda mais. Nosso beijo não era delicado, longe disso, era voraz e faminto como se o fim do mundo estivesse começando e nós só fôssemos capaz de prestar atenção naquilo, alheios a tudo.

Minhas mãos eram ágeis por dentro do roupão. Eu tinha certeza que meus dedos deixavam rastros por onde passava só pelo suspiro que ela soltava assim que eu deixava as minhas mãos fixas em alguma parte do seu corpo.

Senti a sua pele quente pela brecha do roupão e automaticamente mais vontade de tê-la.

Arfando desgrudei nossos lábios e ela me olhou confusa. Jus pôs a mão em minha nuca e agarrou o meu cabelo, me puxando para frente, de volta para ela.

– Não – neguei, mas mantive nosso olhar conectado, minha voz falhava pela excitação – A propósito, quero que saiba que não fiquei com aquela garota ontem.

Ela pareceu surpresa e fez menção de falar algo mas antecipei o encontro de nossas línguas antes que estragássemos alguma coisa.

Julia arranhou meu peito quando me posicionei entre as suas pernas, obrigando-a a afastá-las. Arranhei a parte interna da sua coxa e recebi um gemido baixo como resposta, um sinal de que ela já sabia o que viria.

Desgrudei nossos lábios, mas nossos narizes continuaram se tocando. Julia fechou os olhos quando os meus dedos procuraram pela sua intimidade por cima da calcinha fina e ela me apertou entre as suas pernas assim que ameacei retira-los de lá e seguir uma outra trilha, mas ela já havia deixado bem claro o que queria naquele momento.

Como negaria aquilo?

Meus dedos afastaram o tecido e mantive meu olhar nas expressões um tanto quentes que tomavam a garotinha revoltada, mas eu queria mais. Queria ver os seus olhos e saber o que ela estava sentindo, porque eu estava ali completamente entregue e queria que ela visse.

Ela apertou a minha cintura quando os meus dedos começaram a se movimentar dentro dela. Observei ela começar a perder o controle enquanto entrava e saia do seu domínio.

– Jules – sussurrei com dificuldade, meus dedos trabalhando dentro dela – Abra os olhos, por favor.

Minha frase morreu em um gemido baixo assim que ela concebeu o meu pedido.

O azul estava mais vivo. Eu nunca havia visto nada igual. Ela manteve seus olhos fixos nos meus e senti toda a fragilidade vir à tona e me encantar.

Naquele momento, eu tinha certeza, pularia de um penhasco se ela me pedisse e algo me dizia que ela também disso e adorava a ideia de eu estar tão submisso.

Jus sorriu e mais rápido que qualquer outra coisa mudou nossas posições. Ela mordeu o lábio inferior, assim que se movimentou sobre o meu ponto estratégico – é, aquele mesmo – e alcançou o meu pescoço mordendo-o e sugando-o, fazendo questão de deixar a sua marca.

Seria fácil enrolar a Antonia depois.

Ela pôs a mão pequena dentro da minha calça de moletom, tocando o meu membro de um jeito mil vezes melhor do que eu já havia feito centenas de vezes. Qual é? Nunca disse que era santo e todo garoto faz ou já fez isso na vida!

Deixei um gemido rouco escapar e meus olhos pesaram. Eu só queria sentir antes que aquilo tudo acabasse. Parecia tudo tão certo...

Senti o seu peito subir e descer por conta da sua respiração forte e irregular na curva do meu pescoço, naquele momento Julia sentou-se ereta sobre mim.

– Dylan – foi a sua vez de me chamar com a voz entrecortada pela excitação.

Abri os meus olhos. Julia sorriu para mim, o seu rosto estava corado e ela suava. Suas íris azuis brilhavam ainda mais a me ver totalmente afetado.

Eu a queria mais que qualquer outra coisa, só um tolo não perceberia aquilo.

Ela deixou o roupão cair ao lado do seu corpo e deixei um suspiro escapar. Empurrei a sua cintura para baixo apertando a sua intimidade contra o meu membro, fazendo com que ela sentisse o que causava em mim e o quanto causava.

Num momento de loucura e completa insanidade, eu não aguentava mais e já estava dependente dela.

– Chega de preliminares.




A chuva continuava forte e a respiração de Julia ao meu lado era regular. Ela ressonava baixo com a cabeça encostada em meu peito nu e meus olhos queriam me enganar toda vez que eu piscava, e acho até que cochilei por cinco minutos.

Mas me recusava a perder tudo aquilo.

Meus olhos se perdiam nas paredes do chalé enquanto afagava os seus cabelos. Estava na hora de coloca-la na sua cama, antes que eu me entregasse ao sono e Stev nos visse daquele jeito.

Eu não queria nem imaginar.

Julia havia vestido o seu roupão antes de pegar no sono, antes que eu falasse o quanto aquilo havia sido bom pra mim e perguntar o que havia significado para ela.

Bom, acho que estávamos voltando à estaca zero.

A peguei em meus braços como se segurasse a minha vida e a deixei em sua cama. Pesquei um lençol perdido pelo chalé e a enrolei.

Sentei-me na cama bagunçada. Se Stev soubesse onde ele dormiria teria um treco, mas se recuperaria só para me matar depois. Apoiei os cotovelos na coxa e observei-a dormir. Parecia tão serena, tão em paz. Eu tinha noção do estado que eu estava, parecendo um bobo apaixonado, mas Julia era, sem dúvida alguma, o melhor sexo da minha vida.

É, eu conseguia admitir aquilo para mim mesmo.

Não havia ninguém para desabafar, não havia. Eu estava entalado, se eu confessasse a ela estaria assinando um tratado de “mantenha Julia Collins longe” e se contasse para o meu melhor amigo eu não teria dúvidas de que estaria assassinado no dia seguinte.

Ambas as ideias eram assustadoras.

Foi por isso que não fiquei com a garota da praia ontem, eu havia soltado aquilo.

– Não, ela não é mesmo a minha namorada – sorri de lado, ainda que estivesse um pouco desconfortável. Lancei um olhar para a minha Julia a alguns metros fitando a maré, queria que ela me visse ali, não sabia o porquê, mas queria.

– Então, eu estou muito afim de você – a loira disse.

– Mesmo?

Eu não fazia ideia do que falaria, eu estava visando outra coisa naquele momento. Já havia pegado os hambúrgueres e refrigerantes então nos afastamos da fila para libera-la para outra pessoa.

– Mesmo. – ela olhou para os pés. Aproveitei o momento de descuido e reparei em seu corpo, ela até que era bem gostosa. – mas acho que você não vai querer nada – ela riu nervosa.

Pigarreei um pouco envergonhado. E se ela pensasse, sei lá, que eu era gay?

– Não me leva a mal, você é muito bonita, mas eu...

– Está com outra pessoa na cabeça no momento, eu sei. – ela riu divertida e me encarou com aqueles olhos azuis tão parecidos com os da Julia, mas que tinha algo a menos, não sei. Parecia que ela não achava que eu fosse gay, ou talvez achasse que eu estava com um garoto na cabeça.

Olhei para os lados nervoso e apertei a sacola na minha mão.

– Tudo bem, eu confesso. E preciso desabafar, eu não te conheço, mas tenho certeza que é a melhor pessoa para quem eu posso contar isso.

Ela não pareceu chateada, muito ao contrário, ela abriu um sorriso confortante e lindo e se pôs a ouvir tudo sobre a minha relação conturbada supersecreta com a irmã do meu melhor amigo. Ela ria toda vez que eu contava a minha frustração quando Julia me desejava boa noite e se virava para o lado, praticamente me expulsando do quarto.

– E eu posso tá sendo o cara hétero mais gay que você já viu em toda a sua vida, mas estou com medo de começar a ficar dependente dela – balancei a cabeça confuso – só consigo pensar nela, é estranho, porque eu tenho uma namorada que gosta muito de mim.

A loura, cujo nome descobri ser Melissa em algum ponto do meu esclarecimento, deu uma risada baixa.

– Olha, Dylan, eu vou deixar você desvendar esse mistério todo sozinho, só não tenha medo de arriscar, ou você pode perder muita coisa.

A abracei e agradeci, o hambúrguer estava ficando frio e encontrei Julia na mesma posição, os olhos azuis limpos, e meu coração bateu mais forte.

E ali, parado, com os cabelos bagunçados e os olhos pesados de sono, mas sem querer perder nada daquele momento porque Stev chegaria há pouco, eu ainda não havia desvendado o mistério, então troquei o lençol por outro igual que havia achando no armário e guardei as porcarias de Stev dentro da mala verde novamente.

Então voltei a me sentar lá, com cara de nada, só existindo enquanto Jus continuava a ressonar.

Dei um pulo, assustado, quando a porta da frente bateu e o furacão Steven Collins entrou no quarto todo molhado.

– Você veio na chuva? – indaguei, fingindo que estava deitado lendo a tabela nutricional da embalagem de Nescau vazia ao meu lado, qualquer movimento em falso e eu achava que ele saberia o que havia acontecido naquele quarto.

Senti vontade de vomitar.

– Esperei cessar um pouco, minha mãe é chata pra caramba, até meu pai não aguentava mais. – nós dois rimos.

Olhei para o meu melhor amigo, que sempre fora tão sincero comigo até mesmo quando se tratava da minha namorada.

Ele precisava saber.

– Stev?

– Oi...? – ele me olhou – Espera, a Julia da dormindo há quanto tempo? Que coisa preguiçosa. – ele riu e acrescentou baixo – vamos pintar a cara dela.

Nós rimos e levantei divertido seguindo o meu melhor amigo, havia perdido a coragem de abrir o jogo com ele.

Olhei para trás, para Julia, que pareceu sorrir durante o sono.

Meu coração deu um salto.

Que merda eu estava fazendo?


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Notas finais do capítulo

Own, own, own. Explosão de fofura dentro do meu coraçãozinho. Será que ele tá começando a gostar de verdade verdadeira dela?

Então, gente. Uma proposta!
Eu estive pensando em um fim bem trágico para fic, com esse fim teríamos uma continuação, uma segunda temporada.
Aí vocês podem pensar "Essa louca já tá pensando no fim?" É que eu sofro de uma coisa chamada ansiedade e tive uma ideia digna de segunda temporada se o fim fosse tragicamente trágico, mas fico com receio de vocês me odiarem. Também pensei em criar um fim alternativo e aí quem preferisse o fim alternativo leria a segunda temporada, o que acham?

Estou esperando seus reviews e como foi saber pelo próprio Dylan o que estava sentindo naquele momento.
Um beijo para vocês!