O lugar era realmente perfeito como Henry disse, não que uma biblioteca não fosse perfeita, mas aquele lugar parecia magico.

Nós estávamos sentados no telhado, a lua estava cheia, dava pra ver as luzes da cidade enfeitando a paisagem, a brisa que batia em nossos rostos, e se a gente fechasse os olhos parecia que estávamos no céu.

- Quer um pouco?

Ele me perguntou oferecendo um copo.

- Pode ser!

Falei pegando o copo e tomando um gole, e rapidamente percebi que não era algo nem um pouquinho com refrigerante, e era realmente forte, minha garganta ardeu por um curto espaço de tempo, não que eu nunca tivesse bebido, mas aquilo parecia um pouco forte.

- O que foi? - Henry me olhou assustado - Você tá bem?

- Não, eu vou morrer - Falei brincando - Brincadeira, to bem sim.

- Ah tá, é que você fez uma cara, pensei que não estivesse passando bem.

- Não, não é nada.

Falei olhando para o horizonte.

Com toda a certeza do mundo eu não iria falar pra ele que a minha garganta tava ardendo porque a pessoa aqui achou a bebida um pouquinho forte.

Henry acendeu um cigarro, ele me olhou, percebeu que eu também estava olhando pra ele e desviou o olhar antes que eu pudesse fazer isso.

- Quer?

Henry me ofereceu o cigarro.

- Pode ser... - Falei.

Ele me deu o cigarro, eu o coloquei entre os dedos, coloquei na boca, e quando fui tirar a fumaça do cigarro da boca tossi duas vezes.

- Você nunca...?

Ele ia perguntar se eu nunca tinha fumado, e a resposta era não, esse era o motivo da minha tosse.

- Não.

Respondi colocando o cigarro na boca mais uma vez, desta vez não tossi, e logo depois entreguei o cigarro para ele de volta.

- Ah...

Henry falou pensativo.

Eu estava realmente sem assunto. Peguei o copo com a bebida novamente e o virei de uma vez só, e desta vez minha garganta já não ardeu mais. Depois daquele copo tomei mais uns 4, e fumei uns 3 cigarros, é, eu já não estava mais em sã consciência.

- Você e Daniel são amigos á quanto tempo?

Henry me perguntou.

- Bem, a gente se conheceu eu tinha uns 5 anos, no começo a gente brigava pra caralho, mas depois dos 8 viramos melhores amigos, mas porque a pergunta?

Questionei.

- Ele é afim de você Zoey!

Ele exclamou.

- Não.

Falei, isso não era verdade, não podia ser, nós eramos apenas melhores amigos, á tempo suficiente pra mim saber se ele gostava de mim, eu o tinha como um irmão, e o conhecia como um.

- É sim!

Ele insistiu.

- Não é não.

Retruquei.

- Ok, ok vou fingir que ele não é só pra você não brigar comigo.

Henry falou.

- Mas eu não ia brigar com você não!

Exclamei.

- Mulheres!

Ele exclamou revirando os olhos.

- O que tem a gente?

Questionei ja meio tonta.

- Vocês são realmente incompreensíveis, sorte de quem conseguir entender vocês.

Ele falou.

- Ah ótimo!

Exclamei.

- O que é ótimo?

Henry perguntou pra mim.

- Eu realmente não sei.

Falei e logo sorrindo. Henry se aproximou de mim, pois viu que a breve brisa ja estava me fazendo ficar com frio, ele me abraçou.

- Vamos pra biblioteca? - Henry sugeriu - Você pode dar uma olhada nos livros.

Ele me olhou e deu um sorrisinho, eu assenti com a cabeça e então entramos. Eu comecei a observar os livros atentamente, logo ouvi uma musica lenta, olhei pra trás e vi Henry mexendo no tocador de vinil, ele veio em minha direção e me estendeu sua mão direita, e eu lhe estendi minha mão esquerda, ele começou a me girar em seus braços, e eu comecei rir igual a uma boba alegre, eu realmente ficava muito mais abobada quando bebia um pouco.

- O que foi? - Ele perguntou parando de frente pra mim - Danço muito mal?

- Não - Falei - é que eu realmente não sei dançar,

- Eu te ajudo, vem aqui. 

Henry me estendeu as duas mãos, e eu segurei, ele olhou para os meus pés, e subiu os olhos rapidamente para os meus olhos, e sorriu.

- Já te falei que eu não sei dançar?

O lembrei.

- É... Você ja me falou isso.

Ele me encarou com um sorrisinho.

- Qual é a desse seu sorrisinho?

Perguntei.

- Nada não.

Ele respondeu com aquele maldito sorrisinho e eu o encarei.

O rosto de Henry foi se aproximando do meu, "merda", pensei, pois eu ja sabia no que ia dar. Ele pôs uma mão na minha cintura, e a outra na minha nuca, me aproximou mais dele, até que nossos lábios se encostaram, e nos beijamos. Foi magnifico, o beijo dele era quente. Ele me empurrou até uma escrivaninha, eu me apoiei nela, e logo me sentei, sem que ele parasse de me beijar.

O toque dele, o beijo dele, era tudo magnificamente perfeito.