Premonição: Diversão Macabra escrita por MV


Capítulo 2
Noite Infernal


Notas iniciais do capítulo

Chegou mais um capítulo, com o acidente na boate, está BEM sangrento. Quando eu falo BEM sangrento, eu falo que está chocante, brutal e... vocês já entenderam XD
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/356086/chapter/2

13 de abril de 2013.

Jack estava deitado na cama, olhando para o teto. O ventilador estava ligado, rodando. As pás do ventilador produziam um vento que alcançava todo o quarto.

Ao seu lado, estava Clair, dormindo. Jack olhou para ela, e sentiu raiva de si mesmo. Por que ele tinha de ser assim?

No dia em que Jack bateu em Clair, ele havia perdido totalmente o controle. Pensava que poderia se controlar, todo aquele tempo, mas não conseguiria, ele era doente.

Eu sou doente.

Jack então se levantou da cama. Ele vestia apenas uma cueca boxer branca, e se dirigiu ao banheiro. Precisava ir trabalhar.

Ele lavava o seu rosto, mas as lembranças voltavam. Nunca Jack iria esquecer do que fez. Bater em uma mulher? Isso era total covardia. Agora bater em sua esposa? Era imperdoável.

Jack sabia que tudo isso acontecia por causa de doença. Distúrbio mental. Bipolaridade. Ele agora cuidava disso, através de remédios e visitas frequentes a seu psicólogo, Dr. Howard Watkins. Mas ele sabia que era impossível uma cura para isso.

Jack teria de conviver com isso. Para sempre.

...

Ryan acabara de chegar no consultório do dentista. Carregava uma mochila preta nas costas.

– Bom dia, dona Becca. - Ele disse para a secretária

Becca levantou os olhos e rispidamente falou: Bom dia.

– O doutor já chegou? - Ryan perguntou.

– Não. - Becca disse.

– Nossa, que estranho. Eu pensei que ele já estaria aqui.

– Não, ele não está. Agora por favor, Ryan, se você não percebeu eu estou trabalhando.

– Desculpa então, dona Becca. - Ryan falou, entrando na sala do dentista.

Ela não respondeu.

Ah, mas essa Becca é muito filha da mãe mesmo. Eu tento fazer ela ficar com o humor melhor, mas não dá. Rancorosa. Bom, nem todas as mulheres são como a Hannah mesmo.

Então Ryan se lembrou do dia anterior.

Hannah pediu Ryan em casamento.

Não deveria ser o contrário? Eu deveria pedi-la em casamento. E agora? Agora ainda não. Tenho apenas 23 anos, ela acabou de sair dos 19.

Eu tentei não falar isso, isso é verdade. Eu tentei dar a volta, mas isso foi impossível. Eu tive de falar que nós somos novos demais. Espero que ela tenha me entendido.

...

Matt estava na academia do time do campus. Ele levantava os pesos com fúria.

Eu tenho que ser assim. Eu tenho de ser o melhor.

Matt não pensava duas vezes nisso. O garoto tinha uma obsessão fora do normal. Ser o melhor. E ele sabia que era. Mas buscava cada vez mais isso.

Não importava em cima de quem pisasse para chegar lá. Ele seria o cara.

Estava pensando no time de basquete. Apesar de ser o armador, ainda existia alguém que ganhava mais destaque que ele. Thomas Hayford. O pivô. Os dois eram amigos, e os grandes cobiçados do campus por todas as garotas. Mas Matt não se contentava em dividir essa posição com Thomas. Ele tinha de ser o mais cobiçado. O melhor. Uma grande dificuldade, já que Thomas era mais musculoso e forte do que ele.

Mas Matt nunca dizia nunca.

...

Lisa estava tomando seu café da manhã. Queijo leve. Uma torradinha. E uma pequena xícara de café.

Isso já é demais. - Ela pensou. - Estou comendo muito.

Então Lisa percebeu onde se metia de fato.

Afinal, o que estou fazendo? Eu sei que não estou gorda, mas eu sinto. Eu sinto. O que eu faço? O que eu faço?

Ela começou a chorar.

Neste momento, Carey chegou.

– Lisa? Olá? Tudo bem?

Lisa levantou sua cabeça e olhou Carey.

– Não, Carey. Não está. - Lisa falou. - Sabe quando você tem a consciência de um problema... E você não quer aceitar que tem esse problema...

Carey escutava enquanto acendia um cigarro.

– E daí, você se toca. Sabe que precisa mudar, mas não consegue. Isso está enraizado a você.

– Querida, sabe o que acho? Você deveria parar de se lamentar. End. Finish. Acabou. Aproveite a vida enquanto você está jovem. Se jogue na vida. Pelo menos hoje a noite. Depois, eu aconselho você procurar um psicólogo pra tratar essa coisa sua aí.

Lisa suspirou e falou:

– Ajudou muito, Carey. Mas para você é fácil falar, mas comigo, é difícil. Digo, impossível.

Carey pensava:

Por que eu só me meto com gente mimizenta? Será que é tão difícil as mulheres não se importarem com beleza, com namorados... Afe! Eu mereço!

...

Tommy estava sentado na sua cama. Lendo um bilhete deixado por Matt.

Thomas Atterson, você sabe muito bem que eu sei que você esconde essas coisas suas aí. Por isso eu digo, livre-se disso logo. Porque você sabe muito bem que as consequências serão terríveis. Para você e para todos nós. Eu sei que você me odeia, e eu te odeio também. Mas querendo o bem de todos eu estou pedindo, livre-se dessa porra, seu filho da puta.

Eu juro que se você continuar nessa, você vai acabar mal. Muito mal.

Matt.

Tommy amassou o papel e acendeu um fogo no isqueiro. E queimou aquele bilhete.

– Você não vai me controlar, seu idiota. A vida é minha. E você, você não é absolutamente nada. Você apenas pensa que é.

As cinzas do papel caíram sobre o chão do quarto, tingindo-o de preto.

– Eu sei, Matt. Eu sei que você mandou isso por que quer se ver livre de mim. Eu sou o seu maior rival. E eu sei, Matt, que você não se preocupa com ninguém, somente com si mesmo. Esse papo de ferrar todo mundo é uma mentira... - Tommy falava sozinho, quando parou subitamente.

Olhou pro chão.

As cinzas haviam caído e formaram uma figura. Tommy se arrepiou.

Era uma caveira.

...

13:00.

Luke estava na janela. Olhando para o telhado da casa, abaixo dele. Estava pensando na noite que iriam ter. Na boate.

13th Number.

Parecia até coincidência, naquele dia era 13 de abril. O mesmo número da rua onde a boate se localizava. Ele sentiu algo estranho pensando nisso. Repentinamente, as árvores na sua frente começaram a balançar, e ele sentiu um arrepio atravessando sua espinha. Olhou para trás.

Derek estava ali na porta.

– Luke, vamos?

– O que? - Luke perguntou.

– Temos de ir agora, lá pra aula. - Derek falou. - Bora?

– Beleza, então. - Ele pegou sua mochila e fechou a porta. Luke estava pensando naquilo. As estranhas coincidências. E perguntou a Derek:

– Derek, você sabe como vai ser a festa na boate hoje?

– Eu sei que a festa vai acho que comemorar os 10 anos da boate. Vai ser uma festa estilo "tropical". - Derek falou, fazendo aspas entre os dedos.

– Tropical? - Luke perguntou.

– É mais ou menos assim, entendeu? - Derek falou. - Eu mesmo nem sei muita coisa sobre como vai ser.

Neste mesmo momento, Tommy descia das escadas.

– Gente, estão indo? - Ele perguntou.

– Estamos indo sim, Tommy. - Luke falou. - Você quer ir conosco? Você sempre está sozinho...

– Tudo bem. - Ele disse. - É normal mesmo. Vocês veem que não me relaciono com quase ninguém daqui. Falando nisso, cadê todo mundo?

– A maioria já saiu. - Derek falou. - Daí, nós vamos ser os últimos a sair. Mas, Tommy, porque todo esse isolamento?

– Você sabe, Derek. - Tommy falou. - Minha vida nunca foi fácil.

...

18:00.

Clair estava limpando a casa, quando repentinamente ela sentiu uma mão tocando-a por trás. Era Jack.

– Oi, Clair. - Ele disse, a abraçando.

– Oi. - Clair falou.

Jack deu um beijo em Clair e disse:

– Como você está? Bem? - Ele perguntou.

– Não, Jack. Estou preocupada. Preocupada com você.

– Mas por que, Clair? Me explica qual é o problema. - Jack perguntou, desgrudando se de Clair.

– Você, Jack, você é o problema. Sua... você sabe.

Jack sentiu-se aborrecido quando escutou estas palavras saindo da boca de Clair. Novamente, voltaram as lembranças daquele fatídico dia.

– Clair, porra! - Ele falou, exaltando a voz. - Você sabe que eu já trato isso com remédios, e tudo isso. Não precisa se preocupar! Que saco!

– Eu não confio em remédios, Jack. - Clair falou. - Confio em você. Remédios são apenas um auxílio para você. Acima de tudo, estou preocupada com você. E preocupada com hoje.

– Clair, não vai acontecer nada. Nada comigo, e nada com você. Tenha calma.

– Você pode causar alguma briga e... Ou etão... existem tantas meninas por aí, e você pode...

– Clair, me escuta! - Jack falou. - Confia em mim. Você acabou de dizer, que confiava, mas não é isso que demonstra. Por favor. E não existe qualquer outra mulher nesse mundo que eu trocaria por você. Nosso relacionamento é cheio de farpas, feridas, coisas que eu preferia evitar... Mas você sabe. Eu sei que sabe. Sabe que eu ainda te amo.

Clair abaixou a cabeça.

– Então vamos fazer dessa noite a melhor noite de nossas vidas, Clair. Como se não tivéssemos mais tempo. Como se fossemos morrer hoje. Estar perto de quem mais interessa.

E os dois deram um abraço.

...

Sally tomava um banho revigorando-a. Seus cabelos estavam soltos sendo preenchidos pela água.

A água estava morna.

– Hoje vai ser uma noite e tanto. - Ela falava sozinha no banheiro. - Será que aquele plano da Carey vai dar certo mesmo?

Carey estava do lado arrumando algumas coisas. Escutava Sally falar sozinha no banheiro e ria disfarçadamente.

– Ai, Sally, você é uma figura... É claro que o meu plano vai dar certo. Por que não daria?

Ela escutava música no celular. A música mudou. E tocou.

Die Young. E Carey começou a cantar.

I hear your heart beat to the beat of the drums

Oh what a shame that you came here with someone

So while you're here in my arms

Let's make the most of the night

Like we're gonna die young

We're gonna die young

We're gonna die young

Let's make the most of the night

Like we're gonna die young

No banheiro, a água começou a esquentar repentinamente. Sally olhou para o regulador. Morno, que estranho.

A água esquentava mais e mais. E começou a avermelhar a pele de Sally. Ela saiu do box do chuveiro. Da água saía fumaça. Muita fumaça.

Repentinamente, algumas gotas rubras começaram a cair junto da água. Sally se assustou ainda mais, e fechou o chuveiro. Reabriu novamente, e a água caiu normalmente.

– Isso é muito estranho.- Sally falou, espantada. - Muito mesmo.

...

20:30.

Ryan voltava para casa de moto. Pelas ruas, andava em alta velocidade. Em sua casa, Hannah estaria esperando para juntos irem a boate.

E passou em frente a clássica Rua da Discotecas. Era uma grande rua, localizada próxima a faculdade onde se concentravam milhares de boates. Konaii, MusicTime, Celebration, Zyon, ThePub e 13th Number.

A última.

Onde aconteceria a festa.

Quando Ryan passou em frente dela, sentiu uma onda de eletricidade atravessar seu corpo. E olhou para duas pequenas palmeiras artificias colocadas na frente da boate.

A lâmpada do poste piscou.

...

Luke estava em seu quarto, mexendo no computador. Quando Derek entrou ali, ele retirou os fones. As músicas continuavam tocando.

– E então, como você acha que vai ser? - Luke perguntou a Derek.

– Ah, sei lá. - Derek falou. - No mínimo, bem legal.

– Sabe Derek, já que estamos falando sobre a boate... Já reparou que hoje é dia 13?

– E o nome da boate é 13th Number? Sim, eu já pensei nisso. Coincidências estranhas.

– E se isso não foi coincidência? - Ele virou a cadeira. Quando balançou o braço ao se virar, acabou puxando o fone de ouvido do computador.

(...)

We're building it up

To break it back down

We're building it up

To burn it down

We can't wait

To burn it to the ground

The colors conflicted

As the flames climbed into the clouds

I wanted to fix this

But couldn't stop from tearing it down

And you were there at the turn

Caught in the burning glow

And I was there at the turn

Waiting to let you know

Luke colocou novamente os fones de ouvido no computador. E olhou para Derek, espantado.

– O que foi isso? - Ele perguntou.

– É como eu falei. Parece algo estranho. Uma espécie de... aviso.

– O que Burn It Down tem a ver com a boate, Luke? - Derek falou. - Me explica que... - Derek parou repentinamente. - Oh não. Isso não. Me recuso a pensar nisso.

– O que foi, Derek? - Luke perguntou.

– A morte. Não pode ser ela. Eu escapei. Eu escapei! Ela não vai voltar!

– Calma, isso é só coincidência mesmo. Eu acho.

Luke esperava que aquilo fosse somente coincidência mesmo.

...

Hannah estava de frente para o espelho da casa de Ryan. Ele havia pedido para esperá-la ali.

Olhava sua face, seu corpo. Não era perfeito, mas ela conseguia ser feliz. Ao contrário de Lisa.

Ela é perfeita. Mas não vive feliz. Isso é pra provar que felicidade e beleza nem sempre caminham juntas. Você pode ser feliz sem ser deslumbrante.

Mas ela sabia que o problema de Lisa não era esse. Era a anorexia da garota. Comia muito pouco. A solução para ela era um psicólogo. Já falara com Lisa, e logo iniciaria o tratamento.

Espero que Lisa se cure desse mal.

Então Hannah ficou preocupada. Ai, meu Deus, como ela vai sobreviver na boate? Ela tem de ter energia, e energia se consegue através de alimento.

Oh droga.

...

Alejandro batia na porta do quarto de Tommy.

– Atende, Tommy! - Ele falou. - Caramba!

– Espera!

Tommy abriu a porta.

– Oi? Ah, Alejandro...

– Tommy, tem alguma coisa acontecendo com você? Durante o dia, você sempre está preso nesse quarto, ou fora. Você tem alguma coisa? Está acontecendo algo? Pergunto isso como amigo, relaxa. Eu só achei estranho...

– Entra, Ale. - Ele fez um sinal com a cabeça.

Tommy fechou a porta após ele entrar.

– O que eu faço aqui nesse quarto. Bem, digo que nada. Nada fora do meu comum. Eu fico aqui e...

– Eu sei, Tommy. Eu sei o que acontece.

Tommy se irritou com a última frase de Alejandro. Como assim ele sabia? Sabia daquilo? Não, não pode ser.

– Ale, do que você sabe? - Tommy perguntou.

– Acho que você deveria ficar mais esperto, Tommy. Eu ouvi o Matt falando sobre você com um outro garoto. Se eu fosse você ficava de olhos bem abertos. Estou te falando como amigo, sério.

– Ale, eu sei do meu problema. Mas eu não consigo escapar. É inevitável. Eu sempre vou cair na mesma armadliha. É como um rato atrás do queijo, que está na ratoeira.

– Taí. Não vai atrás do queijo.

– Ale, isso já faz parte de mim. Da minha vida. Abandonar seria quase impossível.

Abandonar. Impossível. Minha vida. O que o Tommy está falando é minha vida.

– É Tommy. Mas algumas vezes nós temos que abandonar certas coisas que não queremos... - Alejandro baixou a cabeça. Então falou:

– Fica esperto, Tommy. Estou falando sério. Ninguém sabe o que o Matt é capaz de fazer. - Alejandro falou. - Você vai lá na boate hoje?

Tommy fez um sim com a cabeça. Alejandro falou:

– Fechou, então nós vamos juntos, tá parceiro?

Tommy sorriu.

– Fechado.

...

Mais tarde.

22:00.

A festa na boate 13th Number já estava bombando. Era claro que aquela era a boate mais animada, de todas ali. Na entrada da boate, para o lado esquerdo podia se entrar na pista eletrônica, e atrás o palco. De frente da pista eletrônica, atravessando um corredor, chegava-se ao bar. Atrás vinham os banheiros. E colocados bem ao lado do banheiro, quase na porta, a saída de emergência.

A festa tinha um tema tropical. Várias palmeiras artificiais estavam espalhadas pela boate, em diferentes partes. Logo, na entrada, as duas maiores palmeiras já recepcionavam o público que chegava.

Neste momento, Lisa, Ryan e Hannah chegavam.

– Nossa, que... bonito. - Hannah parou, passando a mão na palmeira.

– Acho estranho. Não precisava de tudo isso e... - Ryan parou. - Oh, meu Deus.

A boate estava enfeitada em diversas partes. Dando a impressão de uma boate tropical. Faixas, algumas madeiras colocadas na parede. Palmeiras em todo lugar. Algumas madeiras cobriam o teto.

– Parece... selva. - Lisa falou.

...

00:00.

A festa estava literalmente bombando. O clima perfeito.

Próximo ao bar, Sally estava sentada, meio acuada. Carey sentou-se a sua frente.

– E aí, Sally? - Carey perguntou, após pedir uma garrafa de cerveja. - Aproveitando a festa?

– Mais ou menos. Sabe, eu me sinto uma carta fora do baralho. Só isso. - Sally falou.

– Claro, né fofa? - Carey falou. - Em vez de aproveitar a festa, você fica aí, se achando a santa. Me poupe. - Carey parou de repente.

– O que foi, Carey?

– Espera aí. - Carey olhou novamente na direção de Sally. - Acho que sei como fazer sua noite ficar mais divertida.

Sally se virou para trás.

Luke estava ali, a poucos metros de distância.

...

– Luke, acho que a... esqueci o nome dela... a tatuada da casa das meninas...

– Carey? - Luke perguntou.

– É, essa aí mesmo. - Derek falou. - Acho que ela tá dando mole pra você. - Derek falou..

Tommy estava sentado atrás deles e riu. Estava claro que o rapaz estava em vias de ficar bêbado.

– Vai lá, Luke.

– Tommy, calma, e sossega. Eu acho que não é a Carey que está dando mole e sim... Peraí, cadê o Ale?

– Sei lá. O garoto tava aqui agora...

– Ele falou que ia pra pista eletrônica. – Tommy falou. – E vocês nem perceberam...

Derek olhou para Luke e falou:

– Será que isso é verdade?

– Sei lá. O único cara que sabe para onde o Ale foi tá bêbado... Ou quase.

Neste momento, Carey chegou com Sally para perto deles.

– E aí, Luke Como tá? - Carey perguntou. - Você pode fazer um favor?

– Fala, Carey. - Luke falou, apoiando-se na bancada do bar.

– Você poderia ficar com a Sally um pouco, ela está tão isolada não sabe o que fazer.

– Para, Carey! - Sally falou, baixo.

– E daí talvez você possa ajudar. - Carey terminou de falar.

– Tá bom, então. - Luke falou.

Neste momento, Lisa chegou correndo para falar com Carey.

– Carey, você viu o Matt? É urgente!

– Lisa, ele provavelmente deve estar por aí, acho que na pista eletrônica. Com alguma garota, aquele rebelde... Ah! - Ela suspirou. - Mas eu realmente não sei.

– Ah, droga. Eu preciso mesmo falar com ele e... - Lisa interrompeu colocando as mãos na barriga.

– Lisa, você comeu alguma coisa? - Carey perguntou.

– Não. Nada. - Ela falou, dando as costas para Carey e indo em direção a pista eletrônica.

– Droga. - Carey falou, a seguindo.

...

Clair e Jack dançavam na pista de música eletrônica, mais próximos a entrada. O casal que em muitas vezes se encontrava em situação crítica, agora estavam totalmente unidos.

Como se fosse um só.

Esse era o poder daquela boate. Da aura de felicidade que estava ali. Ela foi feita para esquecer dos problemas, e era isso que acontecia com os dois. Então Jack fez algo que há muito tempo não fazia.

Um beijo. Em Clair. Retribuído por ela.

Realmente ali tudo tinha um clima perfeito. Um clima de felicidade e de diversão.

Tinha.

...

A festa estava chegando em seu ápice. A chegada da banda. Ninguém sabia, mas pouco antes de acontecer isso, teria um apagão geral.

As luzes de toda a boate se apagariam. A música pararia de tocar. Só haveria escuridão ali. Então, um funcionário seria encarregado de acender um sinalizador próprio próximo a entrada. Simbolizando a chegada da banda.

Porém o funcionário não sabia onde ficava o sinalizador. Sabia apenas que era próximo a entrada. O que ele não sabia, é que o sinalizador não estava no local onde foi colocado. Alguns garotos haviam mudado o sinalizador de local. Bem pouco. Mas essa pequena distância poderia ser fatal.

Ele estava próximo a entrada, entre duas palmeiras artificiais.

E o que ninguém sabia era que essas palmeiras eram inflamáveis.

...

Matt estava sim na pista eletrônica, como Carey dissera anteriormente. Estava com uma garota da mesma fraternidade de Lisa.

– Ai, Matt, você sabia que você é um gato? - Ela disse, dando um beijo na bochecha dele.

Sim, Chantelle, eu sei.

– Você também é uma gata, fofa. - Matt falou.

Neste momento, Lisa chegou e se interpôs entre os dois.

– Lisa, que porra você pensa que está fazendo?

– Desculpa Chantelle. - Lisa falou, enquanto Chantelle ponderava a cabeça. - Matt, eu preciso falar com você, é urgente.

Então Lisa sentiu sua vista ficar um pouco turva. E apagou. Caiu. Em cima dos braços de Matt.

Matt não sabia o que iria fazer. Poderia deixar Lisa ali, e deixar que outra pessoa cuidasse dela. Mas não. Matt se lembrou de todos os momentos que passara com Lisa. Ele não poderia fazer isso.

Carey chegara nesta mesma hora.

– Ai, meu Deus! - Carey falou.

– Carey, me ajuda aqui, a levar ela pro banheiro.

– Deixa que eu ajudo! - Ryan falou, chegando neste momento.

Ryan já havia visto o que acontecera a Lisa. Então começou a correr através da pista eletrônica atrás dela. Hannah o seguira.

Os dois levaram Lisa até o banheiro masculino, sem pensar onde entravam. Onde estava a placa do banheiro, estava uma placa, pendurada, em algumas madeiras. Uma rocha, com um desenho nela. Igual as pedras maias. Ela balançou um pouco com a passagem deles ali.

– Luke, espera um pouco aí. - Derek falou. - Vou dar uma ajuda com a Lisa.

– Tá então... - Luke olhou para Sally. - Bem, parece que só tem nós dois aqui agora e ele. - Luke olhou de soslaio para Tommy.

Bebendo mais uma. Oh, droga. Ele vai ficar bêbado.

Sally riu.

Então Alejandro chegou, vindo da pista eletrônica, totalmente suado.

– Onde você estava? - Luke perguntou.

– Onde você acha, cara? - Alejandro falou. - Me divertindo um pouco. E riu.

Só falta ele estar bêbado também, merda. – Luke pensou.

Neste momento, uma música tocou na pista eletrônica.

Burn It Down.

A última música antes do apagão.

...

Hannah ficara do lado de fora do banheiro. Matt e Ryan deixaram Lisa no final do banheiro, Carey os seguiu.

– Cara, você pode ficar com a Lisa um pouco. É rápido. Só pra procurar a prima dela, que é minha namorada, e tranquilizá-la.

– Beleza.

Ryan saiu do banheiro, quase trombando com Derek que entrava.

– É, Matt. Agora você está sozinho com a Lisa. Com a sua Lisa. - Carey falou, rindo.

– Cala essa boca, Carey. - Matt falou em seco. - Eu senti algo, eu... precisei cuidar dela. - Ele falou.

– Que fofo! - Carey riu.

Derek interrompeu a conversa.

– E aí, ela tá bem? - Derek perguntou.

– Eu não sei. - Matt falou. - Ela parece que desmaiou por causa da multidão, sei lá...

– E da comida. - Carey completou.

– Isso também. - Matt falou. - Acho os sentidos dela já estão voltando.

...

O funcionário corria, pronto para acender o sinalizador. Faltava pouco para para acabar a música. Daí viria o apagão geral.

Ele pegava um pequeno isqueiro para acender o sinalizador. Mal sabia que aquele isqueiro causaria sua morte.

Ele quase trombou com Jack e Clair. Eles estavam andando, na direção do bar. Com isso, Clair derrubou uma bolsa que carregava.

– Droga. - Ela falou. Quando foi pegar, olhou em direção a pista eletrônica. O globo de luz reluzia com uma cor vermelha.

Fogo.

...

Então a música terminou. E repentinamente tudo se apagou. As pessoas ficavam confusas. Vários gritos.

Ryan segurava a mão de Hannah, enquanto tentava acalmá-la.

Clair e Jack se separaram.

Os quatro no banheiro se surpreenderam.

Os quatro no bar também.

O funcionário foi acender o sinalizador com o isqueiro. Na primeira vez, não conseguiu. Na segunda, ele tentou, mas novamente não conseguiu.

Na terceira vez conseguiu. O sinalizador chegou até o teto. Mas o que chamou a atenção não foi o sinalizador. Pequenas fagulhas chegaram até as palmeiras. E o fogo começou.

As luzes voltaram.

O espetáculo iria começar.

...

O fogo logo chegou ao teto, antes incediando as duas palmeiras, e toda a parede, formando quase que uma parede, impedindo as pessoas de sair. A entrada estava logo atrás. Então um grupo começou a procurar a saída de emergência. Ao lado dos banheiros.

A fumaça incessante que saía do teto, se espalhou. Toda a decoração era inflamável, aumentando o fogo. Havia fogo no teto.

Luke, Sally, Tommy e Alejandro foram na direção da saída de emergência.

Dentro do banheiro, Lisa acordou.

Matt, Carey e Derek ainda não tinham tido consciência do que acontecia.

...

Enquanto o grupo saía da pista eletrônica em chamas, na direção dos banheiros, com uma gritaria incessante, parte da espuma usada como isolamento acústico, juntamente de algumas madeiras, colocadas no teto, caiu. Próximo a entrada. O fogo caiu sobre todos eles.

Os gritos de horror poderiam ser ouvidos de dentro da boate inteira, já em chamas.

Hannah acabou por ser arrastada pela multidão, sendo separada de Ryan. Ela tentava gritar, e viu Ryan olhando para ela. Pronunciando uma palavra.

Fuja.

Então o isolamento acústico caiu por cima de um grande grupo. Inclusive Ryan, matando-o.

Hannah gritou e parou.

Terrível erro. Hannah não conseguiu acompanhar a multidão, e caiu. Foi pisoteada brutalmente, até a morte. As pessoas passavam por cima dos corpos, e Hannah agora era um deles, mesmo viva.

Ela gritou até morrer. Por completo.

...

Mas as pessoas não tinham mais saída. A saída de emergência havia sido bloqueada. Por uma palmeira. Flamejante. Fechando a porta. Trancando-os naquele inferno.

Clair e Jack estavam no grupo que tentavam sair. Acabaram de ver Hannah morrendo na sua frente. Quando viram que saída estava bloqueada, tentaram voltar, buscar outro caminho.

Mas não dava.

A entrada padrão tinha sido destruída.

Então houve a primeira explosão, vindo do teto. Madeiras, e mais madeiras caíram. As madeiras da decoração. Uma faixa em chamas também caiu sobre Clair e outros. A fumaça se levantou. Jack não via mais Clair.

Agora tudo era apenas cinza.

Clair se debatia embaixo da faixa, mas era impossível. O fogo já se alastrar pelo chão. E a fumaça saía, sendo impossível era respirar.

Então Clair finalmente morreu.

...

Luke não sabia mais o que fazer. As pessoas estavam tentando sair, indo todas na direção do bar. Ele segurava a mão de Sally. Alejandro tentava tomar conta de Tommy.

A fumaça já tomava conta do local, deixando todos tensos.

O instinto de Luke, vendo que a fumaça era tóxica, foi proteger Sally.

– Coloca isso aqui. - Ele falou, tirando a camiseta, e colocando no nariz de Sally.

...

– O que está acontecendo? - Lisa perguntou.

– Calma, Lisa. - Matt falou, tentando manter a calma. - Eu vou ver. Mas já levantem, coisa boa não é.

– Claro que não é, idiota! - Derek gritou. - Vamos gente, vamos sair daqui.

– Mas e a Lisa? - Carey falou. - Ela não está bem e...

Matt caminhava na frente.

– Você quer que ela morra? - Derek gritou.

– Matt, espera! - Lisa gritou.

Matt olhou para trás. Eles estavam chegando. E seu olhar estava desviado para eles. Não viu o que iria acontecer.

...

Luke viu o banheiro. Matt estava ali. Carey, Lisa e Derek também.

Sai daí, sai daí.

E assim, nem prestou atenção em Tommy e Alejandro. Tommy, ainda bêbado, saiu da fila. Em direção ao bar, totalmente em chamas. Alejandro correu atrás.

– Tommy, vem cá. - Alejandro o puxou, desesperado. Suava por causa do calor.

O fogo chegara ao bar, incendiando todas as garrafas de todos os tipos, colocadas ali. Então houve um grande explosão.

Alejandro jogou Tommy contra o chão. Salvando-o. Mas a ele mesmo não salvou. Vários estilhaços de garrafas voaram contra Alejandro, perfurando suas costas em toda a sua extensão. O fogo também queimou a parte de trás completamente.

E o corpo dele caiu junto de vários. Queimados por conta da explosão.

Tommy ainda estava ileso. Porém desmaiado.

...

A explosão foi bem ao lado de Matt. Ele se abaixou, evitando de ser queimado pelo fogo. Então se levantou.

Carey, Lisa e Derek chegavam ali. Então Matt gritou:

– Vamos!

Então aconteceu. A rocha da frente do banheiro caiu, esmagando a cabeça de Matt por completo. Vários pedaços da cabeça dele voaram contra o rosto do três. E sangue. Muito sangue. Principalmente na face de Lisa, mais próxima a ele.

Ela gritou, enquanto o corpo de Matt caía.

Então parte do teto caiu, prendendo os três no banheiro.

...

Jack estava no meio da multidão tentando sair dali. A fumaça estava intensa, sem chance de ver ninguém. E Jack já havia inalado aquela fumaça.

Até demais.

Jack sentiu sua visão ficar um pouco turva, e viu que não conseguia mais respirar. Mais nada. Estava sendo asfixiado.

No meio daquele inferno que tinha se tornado a boate, Jack conseguiu se segurar na parede. Mas sua mão escorregou. E ele caiu. Tombou no chão, já morto.

...

Luke e Sally estavam no meio da fumaça, mas se mantinham juntos. Depois que viram a morte de Matt, a fumaça aumentara ainda mais.

Neste hora, Luke percebeu a falta de alguém.

Tommy. Caramba, como eu deixei ele pra trás? Ele está lá. Lá no bar!

Luke então falou a Sally:

– Vai, Sally! - Então as mãos deles se desgrudaram.

...

Tommy finalmente levantou a cabeça. Olhou para o lado, e viu Alejandro morto ao seu lado.

Ele conseguiu se levantar, meio desorientado, e olhou ao redor. Chamas dançavam diante dele.

Luke foi na direção do bar. Sentia-se arrependido por abandonar Sally, mas não sabia que a mesma o seguia. Ela sabia que não havia a saída, não havia esperança. Queria morrer só ao lado de Luke.

No meio das chamas e dos gritos, Tommy escutou Luke chamando-o.

– Luke! - Tommy gritou.

E viu ele. Luke chegou e puxou Tommy. Foi aí que viu que Sally havia o seguido. No pequeno momento em que Luke iria perguntar o que Sally faria ali, o teto caiu completamente.

Uma viga se soltou e esmagou por completo Tommy, explodindo-o garoto em pedaços. O fogo já chegara na estrutura da boate.

...

Lisa, Carey e Derek estavam presos no banheiro. Lisa chorava, encolhida num canto, junto de Carey. Enquanto Derek tentava arrumar algum jeito de atravessar o fogo.

– Vai, Derek! - Carey gritou, desesperada.

– Vamos todos morrer. É isso, vamos todos morrer. - Lisa choramingava.

A fumaça já havia entrado nos banheiros também. E pouco a pouco, os corpos dos três eram debilitados.

E Lisa não aguentou. E caiu morta sobre os braços de Carey. Carey tentou olhar para Derek.

O fogo já havia entrado ali dentro do banheiro, e tudo pegava fogo. Era a verdadeira visão do inferno.

Derek se lembrou do seu passado. Da casa de Cooper.

Dois anos se passaram e aqui estou. Queimando. Morrendo.

Carey gritava, sem sucesso. Ela não conseguia sair, Lisa estava caída por cima dela. Estava sem forças para prosseguir. Carey estava próxima a parede, então foi queimada viva. Entre vários gritos, ouvidos por Derek, que apenas abaixou a cabeça. E chorou.

E assim aconteceu. O fogo cobriu todo o banheiro, matando Derek. Queimando-o até a morte.

Sentiu as chamas o tocando, o queimando. Ele apenas fechou os olhos, chorando. E gritou. Então a boate explodiu.

...

A fumaça já tomava conta da boate. Não havia ninguém vivo naquele lugar.

Tirando Luke e Sally.

– Não há escapatória. - Luke falou, com tensão na sua voz.

– Eu sei. - Sally falou, com muito medo. - Então é assim.

Os dois se olharam e Sally tirou a camisa de Luke que mantinha sobre o nariz. Sally falou, então:

– Eu te amo, Luke.

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Luke.

Então tudo acabou. A boate explodiu, queimando tudo o que estava ali dentro. Incluindo Luke e Sally.

Os dois sentiram seus corpos queimando. Irrompendo em chamas incessantes. A explosão acabou com tudo.

E com eles.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

As músicas tocadas no capítulo foram Die Young - Ke$ha e Burn It Down - Linkin Park.
Agora, todas as considerações finais ----------------------------------------------------
O acidente inicial na boate 13th Number é baseada em quatro acidentes: O incêndio da boate Cocoanut Grove, ocorrido em Boston, EUA, em 1942, sendo o mais fatal da história, o incêndio na boate Station, ocorrido em West Wartwick, EUA, em 2003, o incêndio na boate República Cromañon, ocorrido em Buenos Aires, Argentina, em 2004, e no incêndio da boate Kiss, ocorrido em Santa Maria, Brasil, em 2013.
Bom, não sei se perceberam mas quis fazer algumas homenagens a fic anterior, a excluída(Último Destino). Usarei isso mais algumas vezes durante a fanfiction, bem sutilmente. Na morte de Clair, por exemplo, e ainda no uso da música Die Young.
O próximo capítulo sai logo! Não demorarei!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Premonição: Diversão Macabra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.