–Ok, vou ensinar. – Falei.

Estava no aniversario de Sophia e pelo que vi, aqui não cantam “Parabéns para você”.

–É assim – Disse. – Parabéns pra você; Nesta data querida; Muitas felicidades; Muitos anos de vida!

Repeti mais algumas vezes e então todos começaram a cantar.

–Amei a música, mas não quero ficar aqui. – Darius disse.

Ele saiu me puxando e abriu a porta de seu carro (sim, existem carros em Hancyn, mas são bem mais avançados e confortáveis que os da Terra).

–Onde vamos? – Perguntei.

–Espere e verá.

Darius parou em um lugar deserto e então vendou meus olhos.

Andamos por muito tempo enquanto ele me dava instruções como “Cuidado com a pedra; Tem um animal na sua frente” e essas coisas.

–Está pronta? – Darius perguntou assim que paramos.

–Sim. – Falei.

–Tem certeza? – Outra voz perguntou. Tinha uma vaga lembrança dessa voz, mas nada concreto.

–Quem é você? – Perguntei.

–Eu senti sua falta. – A voz estava embargada. – Eu te observava na sua casa ou quando você ia para a escola, eu tentava falar com sua mente, mas você estava longe.

Então alguém me abraçou.

Darius tirou a venda de meus olhos e quando olhei para a pessoa vi um cara alto, muito parecido comigo.

–Quem é você? – Perguntei novamente.

Uma lagrima escorreu de seu rosto e ele me abraçou novamente.

–Eu pensei que estava sozinho, que era o único por muito tempo, e quando te encontrei...

–Quem é você?

–Desculpe. – Ele disse.

–Eu... Eu acho que vou esperar lá fora. – Darius disse.

–Lembra daqui? – O cara perguntou quando Darius saiu.

–Não exatamente. – Respondi.

–QCEP. Eles melhoraram bastante quando fizeram a reforma.

–Como?

–Depois do bombardeio. Você foi para a sua missão e eles estavam reconstruindo, mas ainda não terminaram, falta uma pequena parte, acho que retomarão as obras em breve.

–Está bem diferente.

–Pois é... Mudando de assunto, quando será o seu casamento?

–Como sabe?

–Sei mais coisas sobre você do que você imagina.

–Você está me assustando.

–Desculpe, não era a minha intenção.

–Qual é o seu nome? – Perguntei.

–Aqui, ou na Terra?

–Aqui e na Terra. – Sorri.

–Na Terra meu nome era Simon, aqui sou Staker.

–Estranho – Falei. – Parece que conheço você... De algum lugar... Eu já vi você antes.

–É claro que me viu, mas eu apaguei a sua memória.

–Por quê?

–Eu não sei. Estava ansioso para que me visse ou para que você quebrasse a barreira que não me deixava chegar muito perto e nem me comunicar com sua mente, mas ainda assim não podia por tudo a perder, eu não podia perder você, não de novo.

–O que quer dizer?

–Quero dizer que… - Ele fez uma pausa.

Abaixou a cabeça e logo depois completou:

–Que eu sou seu irmão.